Não há tréguas.
De tanto desespero, eu não conseguia abrir a
porta. Deixei uma das minhas muletas cair no chão, e ainda sim não consegui
abrir. Olhei para cima da minha cama novamente e o desespero só aumentou.
_
Joe! – gritei, batendo forte na porta. _ Me ajuda! – pedi. Tornei a forçar a
maçaneta. Só aí percebi que a porta estava trancada. Era tudo um plano. _ Joe,
seu idiota, abre essa porta. – berrei.
_
Peça, por favor. – Falou Joe do outro lado da porta.
_
Você passou dos limites, você vai se arrepender. Abre essa porta! – ordenei.
_
Pensei que você queria ficar um pouco sozinha, aproveite. – falou ele. Joe
estava bem atrás da porta. Eu queria ter forças o suficiente para arrombar a
porta e que ela caísse bem em sua cabeça, deixando-o de presente, no mínimo, um
calombo bem grande.
_
Joe, tem baratas por toda a minha cama. – berrei. Como que eu iria dormir com
elas lá? Eu já estava tento ânsia de vomito só de imaginar.
_
Tire-as. – falou Joe. Sem tom calmo me deixou mais irritada ainda.
_
Joe, abra essa porta. – novamente pedi. _ Eu não vou tira-las, é nojento. –
reclamei.
_
Bom... Então durma com elas. – falou.
_
Joe! Abra essa porta. Isso não é divertido. – gritei.
_
Elas não vão lhe matar, Demi. – falou ele.
_
Joe, elas vão invadir a casa toda. – gritei desesperada, sem coragem de olhar
para trás, com medo de que elas estivessem se aproximando de mim. Joe deu uma
gargalhada forte.
_
Elas estão mortas. – disse ele rindo. Olhei e para cima da cama e só aí percebi
que elas não estavam se mexendo. Menos mal.
_
Elas continuam sendo nojentas. – eu reclamei um pouco mais calma.
_
Foram criadas em laboratório. – falou.
_
Continuam sendo baratas. – gritei. _ Joe, para de ser retardado, abre essa
porcaria de porta logo. – exigi.
_
Porque você não conversa um pouco com as baratas, dá uma deitada com elas... –
falou humorado.
_
Quando mais você demorar a me soltar daqui, pior será minha vingança. – ameacei-o.
_
Então é melhor eu aproveitar o meu momento. – falou ele.
_
Joe, você não vai me deixar trancada aqui a noite toda. – gritei, tornando a esmurrar
a porta.
_
É melhor você ficar calma. – falou ele. _ Os vizinhos podem reclamar do
barulho.
Sabe
o que é ódio? É o que eu estou sentindo por Joe agora. Fiquei parada, de pé, na
porta, sem coragem de dar um passo a frente. Eu sei que elas estavam mortas,
mais meu corpo parecia não entender isso. Eu sentina náusea toda hora, só de
pensar na probabilidade de ter que tirar aquelas baratas para poder dormir.
Não
deve ter demorado muito, quando pude escutar a porta sendo destrancada, um
alivio tomou todo o meu corpo. Assim que a porta se abriu, eu saí o mais rápido
que pude, apoiada a única muleta, já que não consegui, na verdade, nem tentei,
pegar a muleta que havia caído. Pude sentir Joe me seguindo. Parei ainda no
corredor.
_
Você vai tirar aquelas baratas do meu quarto agora e vai lavar os meus lenções.
– falei.
_
E porque eu faria isso? – perguntou. _ Numa guerra só se ataca, não se limpa o
sangue do inimigo. – falou. Ele estava levando a guerra mais a serio do que eu
esperava.
_
Pois onde eu vou dormir? – perguntei. Minha perna já estava doendo, pelo tempo
que eu fiquei de pé.
_
Onde você quiser. – deu de ombros.
_Ok,
no seu quarto. – respondi. Ele me olhou por alguns minutos, provavelmente com
duvidas se tinha ouvido certo.
_
Meu quarto? – perguntou.
_
Na verdade não é seu quarto, o quarto de hospedes que você ocupa. – corrigi-me.
_
Porque logo onde eu durmo? – perguntou revoltado.
_
Porque só há três quartos, um é o meu, na qual não dormirei até que você tire
aquelas baratas e lave meus lenções; o outro você fez de quarto da fisioterapia
e por último o seu, que foi o que me restou. – falei tranquilamente. Poderia
ser o começo da minha vingança.
_
Você vai querer dormir comigo? – perguntou incrédulo.
_
Claro que não. – assustei-me com tal pensamento, nunca que eu iria querer
dormir com ele. _ Você vai dormir na sala. – falei.
_
Eu? Deram-me um quarto, e eu vou dormir nele. – falou ele.
_
Pois eu tinha três quartos a minha disponibilidade e agora só me restou o seu.
Como dona do apartamento, tenho prioridade.
_
Sabe de uma coisa? Eu não ligo de dormir na sala, não é tão ruim assim. A
princesinha pode ficar a vontade. – Falou, entrando em seu quarto, pegando um
travesseiro e um lençol, para se cobrir e saindo feito um toro bravo.
Eu
poderia considerar isso uma vitória? O placar está 4x2 ou 4x3? Bom... Eu
consegui irrita-lo e ainda o tirei de seu quarto, acho que isso deve contar
como um ponto.
Placar
final, provisório: 4X3.
(…)
Acordei
tarde, e ainda enrolei o quanto pude, na cama, no lençol havia o cheiro de Joe,
eu aspirava fundo, mesmo odiando Joe, tenho que confessar, seu cheiro é
confortante, me dá uma sensação de segurança.
_
Demi. – chamou-me Joe, na porta. _ Você está bem? – perguntou, abrindo-a um
pouco, mas sem dar um passo a frente.
_
Estou. – respondi. _ Por quê?
_
Você não acordou, fiquei com medo de que alguma coisa tivesse acontecido. –
falou. Nunca ninguém tinha se preocupado assim comigo. No fundo pensei que
talvez eu fosse importante de alguma maneira, mas eu sei que não é por isso.
Ele só esta sendo gentil porque é pago para isso.
_
Eu estava precisando descansar mais um pouco. – eu disse me espreguiçando. _
Depois da noite de ontem... – comentei.
_
Entendo. – falou ele, dando um suspiro logo depois. _ Hoje não terá nenhuma
seção, como combinado, você está livre.
_
Fico feliz por isso. – respondi, o clima não estava bom.
_
E eu já tirei as baratas de seu quarto, está tudo arrumado, troquei os
lençóis... – avisou.
_
Muito obrigada. – falei. _ Ainda sim terá volta. – alertei. Ele riu.
_
Aguardo ansiosamente. – falou.
O
meu plano tinha que ser maligno, pois, baratas não foi nada legal, e eu tenho
que devolver a altura. E se o plano tem que ser maligno, ninguém melhor que
Travis para me ajudar.
Levantei-me
o mais rápido que eu consegui, ainda com o meu pijama, fui para sala e peguei o
telefone, – sentindo falta de ter meu celular – voltei para o quarto de Joe, a
fim de ter mais privacidade, disquei os números, já decorados em minha cabeça,
de Travis e, não demorou muito, para que Eleonor, governanta da casa de Travis,
me atendesse.
_
Olá menina Demetria.
_
Olá Eleonor. – ela é tipo Maria, só que não tão boazinha, de origem britânica,
falando um inglês perfeito, com postura sempre ereta e cabelo amarrado em um
coque, sem nenhum fio solto, Eleonor é a única capaz de controlar o Travis, não
que ela consiga a todo tempo, porém, dentro de casa, Travis parece até um anjinho,
ainda mais ele que tem o cabelo loiro, levemente ondulado. _ Eu gostaria de
falar com Travis. – pedi.
_
Espere um minuto, irei chama-lo. – respondeu. Um minuto foi apenas ilusão,
esperei tanto que até pensei que a ligação havia caído.
_
E aí Demi? – falou Travis, todo animado.
_
E aí Travis, Eleonor foi te buscar no Japão? – perguntei. Ele riu.
_
Você por acaso acha que ela iria sair correndo pela casa com o telefone na mão?
– perguntou ele. Ri só de imaginar.
_
Obviamente não. – respondi, por fim.
_
Mas, e então? Como que o jardineiro tá? – perguntou ele.
_
Usando a mesma blusa há dois dias. – falei. Ele deu uma gargalhada. _ Você precisava ver a cena que ele fez, ele
ficou muito bravo.
_
Ótimo. – comemorou.
_
Só que ele já se vingou. – falei.
_
O que ele fez? – perguntou curioso.
_
Barata na minha cama. – respondi. Travis gargalhou com tanta força, que chegou
a me assustar. Quando se acalmou esta até com falta de ar. _ Não tem graça, ele
me trancou lá dentro com elas. – falei um pouco irritada.
_
Isso foi hilário. – disse ele. _ Quem diria que ele iria ter essa ideia de
gênio?
_
Serio Travis, eu preciso de uma revanche. – falei.
_
Pode ficar tranquila Demizinha, eu já tenho um plano, e vai ser O plano. –
disse ele. Eu sabia que seria, Travis é profissional em planos de vingança.
Sem
nada para fazer, sem nenhum compromisso, o dia passou tranquilo, porém tedioso,
ficar em casa por tanto tempo não era muito comum para mim, nem mesmo quando eu
estava doente eu ficava.
Todo
aquele tempo, simplesmente jogado fora, sem fazer nada... Eu não iria conseguir
ficar todos os três meses assim, é tortura.
_
Demi, o porteiro mandou avisar que sua amiga Miley está subindo. – falou Joe.
_
Vou recebê-la. – falei, levantando-me do sofá.
_
Você não me disse que ela viria. – questionou-me Joe.
_
É, eu esqueci. – dei de ombros. Logo a campainha tocou.
A
vinda de Miley não era por uma simples visita de amiga, ela ficou encarregada
de me ajudar a executar o plano de Travis. Assim seria mais fácil de enganar o
Joe novamente, já que agora ele não iria mais tirar os olhos de Travis.
_
E então amiga? Preparada para se vingar a altura? – perguntou Miley, sua
expressão não escondia a satisfação que ela estava sentindo ao me ajudar a dar
o troco em Joe. Miley não é muito de travessuras, como Travis, mas ama rir dos
seus resultados, quando lhe contei sobre as blusas de Joe, ela faltou morrer de
tanto rir. Agora estávamos no meu quarto, limpo e sem baratas. Eu estava
sentada na cadeira da escrivaninha, ainda sem coragem de deitar-me na cama, vai
saber o que Joe aprontou novamente? Já Miley estava toda a vontade, sentada lá
como se não tivesse risco nenhum.
_
Nasci para esse momento. – respondi. Miley riu com minha resposta e tirou um
pacotinho da sua bolsa. _ Aqui esta tudo o que você precisa. – falou ela. _
Travis já te disse o que fazer? – perguntou.
_
Sim, claro. – respondi, pegando o pacotinho, com cuidado.
_
Você acha que o Joe vai desconfiar? – perguntou ela.
_
Talvez sim, talvez não... Acho que ele desconfiaria mais se fosse o Travis que
tivesse vindo. Talvez ele não ache que duas belas moças são capazes de executar
um plano maligno como esse. – falei rindo.
_
Você não presta menina. – disse Miley.
_
E então? Muitas festas que eu perdi? – perguntei, eu sinto tanta falta da minha
vida de festas e saídas.
_
Não muitas, digamos que sem o grupo junto às festas não estão tão boas mais. –
falou, deitando em minha cama, para poder se acomodar melhor.
_
Ainda sim, duvido que não esteja mais legal que passar o dia inteiro em casa,
assistindo jornal com seu enfermeiro. – falei, Miley fez careta.
_
É, não tão ruim. – concordou. _ Mudando um pouco de assunto, você ficou sabendo
da Hanna? – perguntou ela, sua expressão mostrava que o assunto agora era
serio.
_
Não, eu não falei com ela desde que saí do hospital. – respondi.
_
Ela também esta fazendo fisioterapia, porém os médicos disseram que ela terá
que ficar na cadeira de rodas. – falou ela, senti uma pontada de dor em meu
coração, aquilo tudo era, em parte, minha culpa e agora uma das minhas melhores
amigas poderia nunca mais voltar a andar. O peso da culpa se alojou em minhas
costas e eu fiquei sem saber o que falar. _ A Hanna é forte, eu acho que ela
sairá dessa, nem sempre os médicos estão certos. – Miley tentou me consolar,
ela sabia que eu fiquei bem mal com isso.
_
E seu irmão, Trace, e a Alex? Eu não os vi depois do acidente, eles nem mesmo
me ligaram.
_
Meu irmão foi o primeiro a sair do hospital e no outro dia já estava em saindo
para balada, você sabe, ele não toma jeito. – disse ela rindo. Realmente Trace
não para, ele conseguia ser mais fanático por festas e baladas que eu, se ele
estivesse no meu lugar agora, sem poder ir a festas, por tempo indeterminado,
ele já teria morrido. _ Já Alex ficou puta com o Travis e não conversa mais com
ele, nem mesmo comigo, ela teve que cancelar várias apresentações de danças e
ficou muito nervosa com isso.
_
Acho que eu já esperava esta reação. – falei triste, por saber que, talvez, eu
tenha perdido sua amizade. _ Acho que ela não deve tá nem querendo olhar na
minha cara.
_
Awn amiga, não fique assim. – disse Miley, se levantando e vindo me abraçar na
cadeira. _ Nós ainda estamos aqui.
CONTINUA...
Postado, espero que tenham gostado, já vou avisando que o próximo
capítulo será bem quente (no bom sentido), postarei até quarta-feira.
Quero ver todo mundo comentando ok?
Bjss.
Káh
Lovatic: Fico feliz que tenha gostado. Postado. Muito obrigada por
comentar. Bjss.
Yumi
H. e Rafa S.: HAHAHAHA Bom... foi quase isso. Postado. Muito obrigada por comentar.
Bjss linda.
Respostas
aos comentários do post “Selinhos”:
Faanyh:
Ei linda, muito obrigada pelo selo J
Bjss.
Anônimo:
Oi linda, seja bem vinda, fico feliz que tenha se interessado em ler o blog
desde o começo e mais ainda que esteja gostando da fic Amor em guerra. Confesso
que até reli o capítulo para poder entender o que você estava falando, e,
realmente, lê-la com In Case de música de fundo é para abalar as estruturas.
Espero que logo você alcance os capítulos de Aprendendo a Amar e espero que
você goste também. Bjss.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk To achando que elas vão dar algo como laxante pro Joe , seria engraçado ele com dor de barriga kkkkkkk ou sei lá, algo assim.
ResponderExcluirNossa eu ri muito com a cena das baratas , foi hiláriooooooooooo, mas não sei o que eu faria se fosse comigo, eu tenho terror de baratas, eu provavelmente iria gritar e entrar em estado de nervos, horrivel.
bom, como vc sabe, eu ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei ♥♥♥
possssssta logoooo
Adorei,mais q coisa BARATAS nossa esse Joe é d+
ResponderExcluirPOSTA LOGO;D
vc poderia dar uma passadinha no meu blog;
www.sangedeprincesa.blogspot.com.br
ahhhh viciada quero mais
ResponderExcluirAhhh Joe pegou pesado né fas foi engraçado kkkk
ResponderExcluirTu escreve muito bem menina,eu leio e é como se eu estivesse na cabeça da Demi sei lá é legal,parabens pelo blog,bjo
ResponderExcluirGih
xoxo