sábado, 29 de novembro de 2014

Melhores de 2014 - votação aberta



Oi leitoras (es). Bom, é com muita felicidade que anuncio que fui nomeada a categoria “Melhor História/Fanfic escrita”, no concurso: “Melhores  de 2014”. Esse concurso foi criado por CDF em parceria com o Reviver Stories e tem como objetivo eleger as melhores histórias que chegaram a eles em 2014, e nesta etapa do concurso, abre-se espaço para votação direta dos fãs das escritoras, então aqui estou eu, pedindo para vocês votarem em mim. Não sei se vou ganhar, mas por ser minha primeira nomeação já me sinto extremamente grata. Espero poder contar com os seus votos.
Para votar é bem simples, na categoria em que fui nomeada, pode-se votar por dois concorrentes, então caso na categoria tenha outra fic que você goste, não precisa sofrer muito para escolher, a votação é feita via comentário (no blog da CDF, colocarei o link mais abaixo), e para a sua proteção, os comentários não são públicos, então podem votar sem medo J
Para saber mais > click aqui < aí tem a postagem com todas as regras e indicados e também o local de votação.

Aqui está minha categoria:
Melhor História/Fanfic escrita:
- Thief of Hearts de Fofolety.
- Uma Vida Eterna de Diana.
- The Way I Love You de Letícia Alvares.
- The Big Apple de Nanda Carol.
- Effect Wolf de Maicla Moura.


Muito obrigada a todos. Teremos capítulo novo mais tarde J

domingo, 23 de novembro de 2014

20. Beijo da Meia-Noite (parte final) – The big Apple


_ Então? – perguntou Joe.
_ É... – empaquei. Eu sabia o que dizer, mas não sabia por onde começar, parecia tudo meio complicado, tipo: Oi, então, sobre sua filha desaparecida, ela está no meu carro lá fora, mas tipo, eu não raptei ela não tá? E Joe, eu ainda quero que você investigue sobre meu pai, ah! E claro, me beija de novo? _ Talvez fosse recomendado que vocês se sentassem. – falei, vai saber como eles reagiriam a noticia. Percebi Denise arregalar os olhos e puxar Paul para se sentar, Joe ficou de pé e ignorou o olhar da mãe que, após voltar ao tamanho normal, olhou-o como se estivesse profundamente irritada. Suspirei. Só espero não estar em uma posição fácil de ser atacada, caso um deles resolva não ficar muito feliz com minha interferência na história. _ Hoje cedo eu recebi uma visita. – comecei. _ E essa pessoa me pediu ajuda e é por isso que eu estou aqui.
_ Cadê ela? – perguntou Joe sem ponderar. É, ele já tinha intendido a história.
_ Ela não virá enquanto não entrarmos em um acordo. – falei.
_ Demi. – disse Denise chocada, ela estava com os olhos cheios de lágrimas, Paul parecia ainda estar confuso demais para se manifestar.
_ Desculpa Denise...
_ Ela está bem? – interrompeu-me.
_ Está. – respondi com o coração partido.
_ O que ela quer? – Joe parecia extremamente nervoso, nervoso demais para mostrar educação ou esperar o meu tempo.
_ Autorização para ser modelo.
_ Depois de fazer uma merda destas? – esbravejou Joe.
_ Claro. – levantou Denise, foi até a mim e segurou minhas mãos. _ Eu autorizo, assino tudo, essa era uma promessa que eu já havia me feito. – falou olhando em meus olhos quase que implorando para que eu cresse em sua história.
_ Mãe! – gritou Joe.
_ Cale-se Joseph. – disse Paul, se manifestando pela primeira vez. _ Demetria. – levantou-se do sofá e dirigiu-se a mim com o olhar. _ Pois diga a Selena que sim, ela tem toda autorização que ela quiser. Mas. – fez uma breve pausa. _ a fuga dela lhe trará consequências.
_ Paul. – reclamou Denise, soltando-me e indo ao marido. _ Ela não vai querer voltar assim.
_ É a minha decisão, Denise, não podemos relevar sua fuga, ela não levou-nos em consideração. – Denise não disse mais nada, Joe não pareceu nada feliz, ele claramente não queria negociar, mas sabia que seria a única opção.
_ Vocês vão continuar com esse mesmo discurso após a volta dela? Ela não volta se não for garantida a vontade dela.
_ O que somos agora? Súditos da rainha Selena?
_ Joe. – reclamou Denise. _ O que você quer então? Deixa-la ir? Perde-la de uma vez?
_ Porque ela procurou por você? – perguntou Joe, ignorando a mãe.
_ E você quer que eu saiba? – perguntei, eu realmente não sabia o porquê eu ter sido escolhida. 
_ Não sei ué, você não se deram tão bem assim no natal, ela tem amigas que poderiam fazer o que você está fazendo, porque logo você? – mas que merda é essa, Joe? Não se pode nem mais ajudar não é? Mal agradecido.
_Olha eu só estou fazendo o que ela me pediu, ela me procurou e eu estou aqui. – exasperei. _ Se quiser fazer perguntas, faça a ela.
_ Tudo bem Demi, desculpe o Joseph, ele tem esse jeito desconfiado mesmo. – disse Denise. _ Nós prometemos, não ligue para ele, no final quem decide sou eu e Paul. – olhou a Joe com autoridade. Esperei por alguma mudança de ideia, mas tudo continuou igual.
_ Eu vou busca-la. – anunciei. Esperei mais alguns segundos para ver a reação deles. Andei até a porta, todos eles começaram a andar atrás de mim, o que foi desconfortante e constrangedor.
_ Eu abro a porta para você. – falou Paul, passando a minha frente e abrindo a porta.
Tentei não correr, mas andei o mais rápido que pude; sair dali tornou minha prioridade, e eu nem mesmo sei o porquê, o pior já tinha passado, não tinha?
Já estava perto do carro quando Selena, por conta própria, abriu a porta do carro e começou a sair, ela chorava.
_ Vá. – disse assim que me aproximei o suficiente. E assim foi, ela correndo de um lado e Denise correndo do outro, Paul vinha atrás, apressado, porém, mais contido que sua mulher, e depois vinha Joe, claramente feliz e emocionado, mas turrão demais para descontrolar-se.
A cena, sem duvidas, foi linda, nem mesmo o frio me incomodou, aquela família estava unida novamente, todos juntos, de uma maneira que a minha nunca mais estará.
_ Demi. – chamou-me Selena, gesticulando com os braços para que eu fosse até ela.
Juntei-me a um abraço coletivo da qual eu não fazia parte, mas fui incluída.
_ Muito obrigada Demi, muito obrigada.


...

Quando voltei, não tive muito tempo de descanso. Lara cuidava dos últimos detalhes, como decoração e ceia, mas em compensação, me colocaram para comprar as lembranças que daríamos com os convidados no final da festa. Camilla, Sam, Lawrence (um antigo amigo da família, que andava meio sumido, mas que resolveu reaparecer), acabei convidando a família de Joe, afinal de contas, eles haviam me recebido muito bem no natal, nada melhor que retribuir recebendo-os em minha casa no ano novo; Logan também viria junto a seus pais. Seria uma noite de casa cheia.
Para minha sorte, de última hora, Lauren decidiu ir comigo também, Lucas acabou não vindo, pois de acordo com ele, ele estava muito ocupado (dito isso ele novamente se virou para tela do computador, para jogar um jogo de tiro).
Aproveitamos as últimas lojas que ainda estavam abertas e compramos roupas novas para usar a noite, já que nem mesmo tínhamos olhado o que vestiríamos e, provavelmente não acharíamos algo em nossos armários mesmo... Tentamos comprar tudo o mais rápido possível, não digo que conseguimos, mas pelo menos ainda tinha um pouco da luz do sol quando saímos da última loja e fomos para casa.
O tempo que passei com Lauren, foi incrível, os assuntos foram bem bobos, mas legais, aos poucos nos tornávamos mais intimas e mais irmãs. Eu queria que nossa aproximação tivesse acontecido mais cedo, papai por varias vezes reclamara que não éramos amigas, ele se sentiria tão feliz ao nos ver conversando e saindo juntas sem estamos sendo obrigadas a tal, mas sim porque queríamos aquele momento juntas. Se realmente existe um céu, eu gostaria que ele lá estivesse e que pudesse olhar por nós aqui em baixo, pelo menos ele poderia ficar feliz, ver que seus desejos estavam se realizando, talvez tarde demais, mas estavam se realizando...


...

O primeiro a chegar foi Sam, e para minha surpresa ele chegara sozinho. Vestido um smoking com gravata borboleta, que, para minha surpresa, o deixou elegantíssimo, mesmo eu não gostando muito deste tipo de gravata.
_ Camilla não virá mais? – perguntei após cumprimenta-lo.
_ Virá. – respondeu. _ Daqui a pouco.
_ Aconteceu alguma coisa? – eles sempre estavam juntos e quase sempre saiam juntos, vê-los separados era até estranho.
_ Não. Mas se você me ajudar, vai acontecer. – Olhei-o com uma cara confusa e ele riu. _ Você vai gostar, eu acho.


O próximo a chegar foi Lawrence, não que eu tenha dado muita atenção a ele, eu estava feliz demais com a ideia de Sam para me importar com ele... Não foi por mal, ele é um cara legal, um médico respeitado e que sempre cuidou da saúde de nossa família, ele sempre foi bem quieto no canto dele, o que me encanta muito, pois sempre odiei os outros amigos de meu pai que sempre são atirados demais, acham que só porque tem dinheiro tem o direito de serem mal educados e que todas as garotas (com metade da idade deles) devem gostar deles. Nojo. Lembro-me de quando ele convidou Lara para ser enfermeira em seu consultório, havia sido uma grande oportunidade, seu consultório é gigante, um dos melhores do país, a recusa dela foi uma surpresa para todos, mas ela sua explicação foi convincente, sua jornada de trabalho iria aumentar muito (tudo bem que o salario também, não que ela precisasse de se preocupar com isso, claro.) e como Lucas havia acabado de nascer, nem mesmo tinha completado os primeiros nove meses de vida, decidiu que era melhor ficar onde ela estava mesmo. Mesmo com a recusa ele não se ressentiu e continuou frequentando nossa casa.        Nos últimos dois anos ele tinha desaparecido um pouco, aparecendo mesmo só quando convidado a algum aniversario, nada de visitas de fim de semana, não sei muito bem o motivo, mas não parecia ser nada grave, já que meu pai não comentara nada. Deixei que Lara fizesse as honras da casa.
Um pouco mais tarde Logan chegou com seus pais. John, seu pai, é um homem legal, na medida do possível, sua chatice está na sua mania de só pensar em trabalho, não importa a ocasião, ele vai dar um jeito de fazer com que o assunto principal seja trabalho e dinheiro, já Lea, ela não é o que eu chamaria de mulher legal, tudo bem que ela não chega a ser totalmente chata, seu problema é ver defeito em tudo, nada esta bom, ela é a única que sabe fazer as coisas direito, sempre anda com um nariz em pé, se sente superior aos outros pelo seu status de mulher casada há anos com um homem de negócios bem sucedido, de vez em quando ela tem seus momentos doces, e isso é o que a qualifica como suportável.

_ Demi, está tudo bem? – perguntou Logan, aproximando-se de mim. _ Você esta meio arredia, mal me deu atenção desde que cheguei. – nossa, que carência.
_ Estou é só que, eu estou animada. – falei, o que não era mentira, só não era o único motivo.
_ Animada? – desconfiou.
_ É, Sam fará uma surpresa bem legal hoje e eu estou animada por isso. – respondi.
_ Aé? E eu posso saber do que se trata a surpresa?
_ Não. – respondi, sem perecer que fui meio arrogante. _ É só para não correr riscos de estragar. – tentei melhorar.
_ Você não confia que eu posso guardar segredo, é isso?
_ Eu confio em você, é só que... Vamos parar por aqui? Sério, não quero brigas, não hoje. É Ano novo, celebração, começar o ano bem seria ótimo. – esperei por sua reação.
_ Tudo bem, só não fique assim tão distante, eu sei que não estamos mais tão bem, mas eu achei que depois da nossa conversa tudo voltaria ao normal.
_ E está. – mentira. _ Só espero os outros chegarem, prometo lhe dar mais atenção depois. – sorri.
_ Outros? Pensei que só faltava Camilla. – oh. Joe e Logan no mesmo lugar novamente... Será um ano novo bem interessante...
_ É, eu convidei um amigo e a família dele, eles me ajudaram bastante nos últimos dias, me receberam tão bem na casa deles, eu me senti na responsabilidade de chama-los, retribuir o que eles me fizeram. – falei, tentando justificar, antes que ele ficasse estressado.
_ Demi, tudo bem, não precisa ficar assim só por causa de alguns convidados. – riu e parou inesperadamente. _ A não ser – começou a dizer pensativo. _ que seja alguém que você sabe que eu não gostaria de ver. – todo sinal de sorriso desaparecera de seu rosto. _ Demi... – percebeu que eu não sabia responde-lo.
_ Olha, vai ser bom você conhece-lo melhor.
_ Não me diga que é quem eu estou pensando.
_ Eu não sei em quem você está pensando. – na verdade eu sabia muito bem.
_ O detetivizinho lá. – falou sem esconder sua insatisfação.
_ Eu já disse, eu tinha que retribuir pelo que ele fez por mim nesses últimos dias. – suspirou.
_ Que seja, só não inventa de achar que vamos ficar amigos, na verdade tentarei ficar bem longe dele.
_ Logan, isso é bobagem.
_ Não fale como se ele não fosse tentar fazer o mesmo.
_ Talvez não, ele é uma boa pessoa.
_ E eu sou o que? Uma má pessoa?
_ Logan, claro que não, só que... Sério, porque nós estamos brigando, nós não éramos assim! – eu sempre me gabei por sermos um casal que raramente brigava e agora não podíamos nem ficar cinco minutos perto sem que uma nova discussão começasse.
_ Desculpe, vamos recomeçar ok? Tá tudo bem, se ele vir o tratarei bem, só farei tanta questão em criar amizade, melhorou?
_ Bastante. – respondi. A campainha tocou. _ Vou ver quem é. – ele apenas sorriu fraco.
 Nicholas acabou atendendo a porta antes que eu e pude ver Camilla deslumbrante em um vestido branco até um pouco acima joelhos, com mangas até o cotovelo, um cinto marcava sua cintura, seu cabelo jogado de lado e seus brincos davam aquele toque todo especial. Ela finalmente tinha chegado, olhei de canto para Sam, e ele não escondia o nervosismo.
_ Camilla. – fui cumprimenta-la. _ Você está linda. – nos abraçamos.
_ Olha quem fala. – sorriu _ Você também está linda!
_ Entra vem, Sam já chegou. – falei, levando-a até a ele. _ Ele também está lindo, diga-se de passagem. – Ela sorriu tímida. Como são tão fofos?

Quando Joseph e sua família chegaram, já era quase onze da noite. Denise e Paul pareceram bem assustados quando entraram, talvez não esperassem que eu morasse aqui, afinal de contas, eles não sabiam muito de mim. Tímidos, acabaram ficando sentados durante todo o tempo, tendo bastante cuidado ao pegar o que os garçons os ofereciam, até eu estava achando o cardápio sofisticado demais, imagina eles. Joe ficou com eles, tendo ocasionais desaparecimentos, tentei não me preocupar muito, afinal de contas, Logan não iria gostar de me ver observando-o durante o tempo todo, já Selena, ela eu só vi quando fui cumprimenta-la, depois disso desapareceu sabe-se lá para onde.
_ Eu vou ver o que minha mãe quer comigo. – disse Logan, tentei olhar discretamente para sua mãe e vi que ela acenava discretamente para ele. _ Já volto.
_ Tudo bem. – demos um selinho. Fui até a mesa de frios e tive o prazer, ou não, de lá encontrar Joe, preparando um prato para ele.
_ Você não parece estar muito feliz por estar aqui.
_ Não é esse o problema, só que você sabe, esse não é o meu mundo, roupas chiques demais, comidas com nomes difíceis e saudáveis demais para mim, algo simples com uma roupa bem folgada seria mais meu estilo de começar o ano com o pé direto.
_ Então você não queria estar aqui. – conclui.
_ Sinceramente? Não, vim porque Selena pareceu bem empolgada em ver alguém por aqui.
_ Lara? – perguntei, elas haviam conversado bastando no dia anterior, só não sabia que dali tinha saído uma amizade assim tão forte.
_ Não. – respondeu. _ Na verdade, eu gostaria muito de saber sobre o Nicholas, quer dizer que ele é fotografo.
_ Sim.
_ E que foi ele que fez as fotos da Selena para a tal revista lá.
_ Sim.
_ Coincidência não?
_ O que você está querendo dizer com isso?
_ Nada, só... Especulando. – sorriu falsamente e saiu de perto.
Não sei o que me incomodara mais, Joe me tratando daquela maneira, pois já desconfiava de algo que infelizmente era verdade ou Nicholas e Selena se aproximando assim, não era ela que estava quase chorando por causa de Jacob hoje cedo? E desde quando eles estão próximos assim? É só eu que não me aproximo dessa garota?
_ Demi. – chamou-me Sam, bem ao meu lado, acordando-me do meu pensamento. _ Tá na hora.


_ Demi, é sério, os fogos já vão começar, não seria melhor voltarmos para sala? – perguntou Camilla, provavelmente ela deveria estar irritada comigo, só não demonstrava muito por ter excesso de educação. Mas fazer o quê? A causa era boa.
_ Você podia ficar quieta em? – falei.
_ E você podia ser menos chata.
_ Vamos ver quem é a chata daqui a pouco. Entra.
_ Na sala de cinema? Sério isso? Demi. – reclamou.
_ Camilla, eu vou te empurrar pra dentro se for necessário. – ela me olhou com um olhar mortal. _ Eu já te prejudiquei alguma vez? Para de ser medrosa, entra aí. Eu também estou perdendo os últimos minutos do ano aqui, ok? – ela bufou nervosa e entrou. No mesmo instante as imagens começaram a passar pelo telão, Camilla ficou parada sem intender nada, a voz de Sam começou a declamar “Annabel Lee” poema de Edgar Allan Poe, escritor que, graças a Sam, se tornou o favorito de Camilla.
“Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.”

A cada estrofe que ele terminava, eu podia sentir que Camilla ia entendendo mais o que acontecia...

“E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...”

Sam havia sido cuidadoso, escolhera as fotos em ordem de linha do tempo, desde quando ela ainda era um bebê, evoluindo aos poucos, chegando ao momento em que nos conhecemos em sua festinha de criança. Aos poucos as fotos começaram a ser realmente só deles e a cada ano o espaço entre eles diminuía mais e mais, os abraços ficavam mais apertados e os sorrisos maiores.

“Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.”

Segundo o combinado, neste momento eu já deveria estar fora da sala, Sam e Camilla já deveriam estar totalmente
sozinhos, logo após o fim do próximo estrofe ele sairia das sombras e pediria Camilla em namoro, dar-lhe-ia um anel de cristal, parecia exagerado para apenas um pedido de namoro, Logan havia sido bem mais simples ao me pedir em noivado, mas Sam estava se esforçando ao máximo para tocar Camilla, não que fosse muito necessário, ela já estava tocada por ele a muito tempo.
                Deixei Camilla ainda paralisada e já aos pratos, e abri a porta para sair, não saí, queria ver até o final também.

                “Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.”


Saí antes que Sam saísse das sombras, aquele momento, apesar de eu estar querendo ver mais que tudo, teria que
ser em particular, esse era um pedido que ele havia feito e eu deveria respeitar. Olhei para o relógio no corredor e faltavam exatos um minuto para o fim do ano, dei uma corridinha para chegar a sala, mas parei no meio do corredor, o escritório de meu pai estava aberto, as luzes acesas, olhei e lá vi a figura de um homem. Entrei preocupada, mas logo me acalmei ao ver que se tratava de Joe.
      _ Vão começar a contagem regressiva agora mesmo. – ele quase deu um pulo de susto. Sorri.
      _ Me desculpe, eu não deveria estar aqui. – entrei mais um pouco.
_ Não tem problemas. – falei. _ Esses eram os livros que minha mãe escreveu. – falei ao perceber o que ele tanto olhava.
_ Ela era escritora então?
_ Não exatamente, bom, ela escrevia muito, é o que me disseram. – dei uma breve pausa. _ Ela nunca chegou a publicar um livro, esses foram feitos só para meu pai.
_ Parecem bons.
_ Parecem mesmo.
_ Você nunca os leu?
_ Não. – falei, não existe uma razão para eu nunca tê-los lido, meu pai nunca incentivou, mas sei que ele não me proibiria, talvez eu tivesse medo ou talvez eu quisesse esquecer-me de tudo, lembra-la doía.
_ Desculpa-me sobre hoje. Não deveria ter lhe tratado aquele maneira, você nos convidou com tanto carinho e esta nos recebendo tão bem...
_ Tudo bem, talvez você esteja certo.
_ Pois eu prefiro fingir que estou errado desta vez. – falou.
_ Vamos para sala então? – perguntei.
_ Posso lhe perguntar uma coisa antes?
_ Claro.
_ O beijo. – disse e se virou para olhar-me diretamente. _ Aquele beijo significou alguma coisa para você? – assustei-me, o que responder?
_ Eu sou noiva. – foi tudo que conseguir dizer.
_ Eu não estou falando da Demi noiva, eu estou falando da Demi que me deu aquele beijo. – disse. _ Significou algo? – tornou a perguntar.
_ Joe...
_ Sem medo. – interrompeu-me. _ Pois significou muito para mim. – falou. Meu coração acelerou, senti como se o mundo começasse a ficar em segundo plano, Joe e eu éramos tudo o que existia agora. Eu podia escutar a contagem: dez; nove... Mas minha mente não se preocupava com nada daquilo, tudo o que eu queria naquele momento era o que estava na minha frente.
Seis; cinco; quatro...
_ Só me diga. – sua voz saiu suave e calma.
_ Sim. – respondi.
Um.
Deu meia noite, o momento em que os casais apaixonados beijam seus amados, e lá estava eu com Joe, olhando-o fixamente, sabendo que agora, o que eu não fiz durante aquela manhã, poderia acontecer. Parecia injusto com Logan, mas a tentação fora maior.
A meia noite, eu não beijei meu noivo.
 Foi a Joe, o meu beijo da meia noite.

Continua

Primeiro quero dizer o porque desse tempo sem postar, como sabem os capítulos já estão saindo atrasados desde o Enem, mas agora a culpa foi mais minha do que do tempo mesmo, eu sabia o que eu queria que tivesse no capítulo, mas tive um bloqueio de criatividade e não sabia como colocar minha ideia em palavras no papel. Quando vi já era sexta-feira e não tinha nem mesmo um paragrafo pronto, acabei não terminando até domingo e só consegui terminar esse capítulo ontem.
Se não acontecer esse bloqueio novamente, no próximo sábado teremos capítulo novo (terá que ser no sábado, pois no próximo domingo tenho prova de vestibular)
O capítulo ficou maior e bastante coisa aconteceu, espero que tenham gostado e comentem se puder J
Bjssss

Nessa: Bem que eu gostaria, mas por agora não posso, talvez durante as férias eu consiga fazer algo assim, de postar um dia sim um dia não. Espero que tenha gostado. Bjsss
Fernanda: Olá minha xará, bom, pode ser que esse noivado entre a Demi e o Logan tenha acabado de terminar, ou pode ser que não, no próximo capítulo já teremos uma ideia do que vai acontecer mesmo. Espero que tenha gostado. Bjsss
Carine: Oh se não ia kkkkkkk, bom ele tem outra oportunidade agora, vai saber onde esse beijo termina kkkkk. Bom, espero que tenha gostado. Bjsss
Faanyh: Sinceramente não sei se fui bem ou mal, digamos que ainda há esperança. Não duvide da capacidade dessas duas de aprontar kkkk... No fundo a Demi já sabe que tá caidinha pelo Joe, só não quer assumir mesmo... Bom, espero que tenha gostado. Bjsss
Cassia: Tem chance, mas só quando eu entrar de férias, por agora vai ter que ser só uma postagem por semana mesmo :\ Espero que tenha gostado. Bjsss

Rui: Muito obrigada pela indicação, já respondi J bjsss

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

19. Beijo da meia noite (parte 1) – The Big Apple


Eu não sei muito bem como tudo aconteceu entre mim e Logan, nos conhecemos quando ainda estávamos no fundamental, eu estava no segundo ano do fundamental e ele já quase saindo, indo pra o ensino médio, apesar de termos estudado na mesma escola, quem nos aproximou foram nossos pais que, por sua vez, foram unidos pelo banco. Nossa amizade cresceu aos poucos, eu sempre estava junto com meus amigos, em particular Sam e Camilla, e ele sempre andava com seus amigos, os quais desapareceram após terem se formado. Apesar disso, nossa amizade era bem forte, principalmente quando ele se formou e começou a frequentar mais nosso apartamento, no fundo por causa de seu pai, que sabiamente queria que ele trabalhasse junto ao meu. Ao se mostrar tão empenhado nos estudo e interessado pelo assunto, tornou-se um amigo de meu pai também. Quando Logan me pediu em namoro, foi uma surpresa, mas foi como se naquele momento um click tivesse mudado tudo, foi só após o pedido que percebi o quão maravilhoso Logan podia ser, afinal de contas, ele sempre me respeitou, sempre foi simpático e até tinha um senso de humor, não muito demostrado por ele, mas existente, fora de ser extremamente inteligente, elegante e o mais importante, não estava de olho em meu dinheiro. Quando ele me pediu em noivado, eu já não tinha duvidas sobre o nosso relacionamento, tínhamos passado por todas as fases e só nos faltavam mais duas, o noivado e o casamento. Sempre fui fiel e sempre o inclui em meus planos para o futuro. Mas agora, depois da morte do meu pai, nosso afastamento, e por último, o beijo em Joe, toda a solida estrutura que construímos juntos, a qual eu sempre achei indestrutível, se tornou rachada, um racho grande o suficiente para deixa-la em risco. A pergunta de Lauren não poderia te sido feita em pior momento, e ao mesmo tempo, sua pergunta não poderia ter sido feita em melhor momento.
_ Amo. – respondi, tentando parecer o mais segura possível. _ Por quê? – questionei-a. Ela hesitou. _ Você não precisa ter medo ok? Eu não vou falar nada. Só queria saber... – encorajei-a.
_ Não me leve a mal, mas... Vocês não parecem um casal, tipo, um casal realmente apaixonados, vocês são mais amigos, vocês parecem amigos, é como se vocês fossem ao contrario de Camilla e Sam, os dois são amigos que parecem namorados, e você com o Logan são namorados que parecem amigos. – falou. Bom e não seria a mesma coisa? Eu amo Logan, pois ele é o meu melhor amigo. Seria tão errado ser amiga do seu namorado?
_ Então você não acha que nos amamos? – continuei querendo saber sua opinião, mesmo discordando.
_ Você se gostam, mas não sei, não tem uma química...
_ Não tem uma química? – segurei o riso.
_ É... Sei lá, não vejo vocês dois juntos até o fim da vida.
_ E eu também não espero isso. – falei.
_ E isso não é errado? – perguntou. _ Se você o ama você não deveria querer viver com ele até o fim da vida?
_ Eu o amo, mas sei que nos dias de hoje, se manter com uma pessoa pelo resto da sua vida, não é algo fácil, por isso não espero tê-lo pelo resto da minha vida.
_ Então até quando?
_ Até quando?
_ Vocês vão ficar juntos. – especificou-se.
_ Não sei, não existe uma data, só não será eterno... Ou talvez seja. Eu só não posso garantir que será. – falei e comecei a perceber a gravidade, será que eu sou tão dura assim? Será que na idade da Lauren eu também queria um romance de contos de fadas? Se sim, o que aconteceu no meio do caminho? _ Então você acredita em um amor eterno?
_ Sim.
_ E já encontrou esse amor foi? – perguntei.
_ Não. – respondeu risonha.
_ Ah não? – virei-me a ela de novo e vi que ficara vermelha.
_ Não.
_ Sei, claro que não. – falei irônica.
_ Não é assim. – falou.
_ Então como é?
_ Sei lá, talvez eu goste de alguém. – falou e deu uma pausa. _ Mas ele não é pra mim.
_ E porque você acha isso? Você gosta realmente dessa pessoa? – perguntei, percebendo que agora era a hora de agir como uma irmã mais velha.
_ Acho que sim.
_ E qual é a duvida? Porque você não tem certeza?
_ Porque eu não sou o tipo dele. – falou triste.
_ Como assim você não é o tipo dele? Você é linda, você é o tipo de qualquer garoto. – isso é a mais pura verdade, Lauren sempre foi bonita, parecia até coisa de outro mundo.
_ Não é assim. – falou novamente.
_ Então?
_ Eu acho que ele é gay. – ops.
_ Talvez ele não seja gay, você já perguntou para ele?
_ Ele é fã de Lady Gaga e sabe andar de salto alto melhor que eu. – Péssimo momento pra ser a irmã mais velha.
_ Hmmm, sei lá, já pensou na possibilidade dele ser bi?
_ Sério isso? – ok, era não foi uma boa pergunta, mas o que ela quer que eu diga?
_ Hmmm, você ainda é jovem, vai encontrar alguém. – ela suspirou. _ Desculpa, eu não sou boa nisso.
_ Você nunca passou por isso não é?
_ Eu tive sorte, não precisei procurar muito para achar o Logan.
_ Você nem mesmo teve que procurar. – falou.
_ Eu só estava tentando diminuir a gravidade da situação. – falei. Daí ficamos em silêncio, e eu vi um futuro relacionamento entre irmãs escapulir entre meus dedos. Até que:
_ Ele é o meu melhor amigo, ele daria um ótimo namorado para mim.
_ Você está falando isso porque ele gosta das mesmas coisas que você ou porque você realmente o ama?
_ Acho que a primeira opção. Gostamos dos mesmos livros, filmes, séries, cantores e bandas, e mesmo aquelas que não gostamos em comum, nós não temos nada contra. Nós poderíamos sair juntos sempre nos mesmo lugar.  
_ Vocês podem sair juntos sempre nos mesmo lugar. – falei.
_ Mas seria mais legal se fosse como namorados. – eu ri.
_ Mas aí não tem graça, eu mesmo adoro obrigar ao Logan a sair comigo para assistir algum filme que eu sei que ele não gostar, ver a cara de tedio dele é ótimo.
_ E isso é bom?
_ Claramente que quando ele resolve fazer isso comigo eu odeio, mas é bem legal quando sou em quem faço. – ela gargalhou.
_ Tipo Halloween? – perguntou. Logan odeia comemorar Halloween, já eu amo, então Halloween é uma data em que sempre temos uma leve discursão – na qual eu sempre ganho. – e enquanto eu passo super feliz, ele passa com cara amarrada.
_ Tipo Halloween. – confirmei. _ As vezes é bom ter suas diferenças, ser igual demais deixa tudo meio tedioso.
_ É, talvez eu deva aceitar que nossa amizade é tudo o que eu posso ter dele. – suspirou. Ficamos em silêncio por um tempo.
_ Então quer dizer que você só acha que ele é gay?
_ Ele não se assumiu ainda.
_ Ele anda em salto alto melhor que você?
_ Ele anda de salto melhor que a mamãe.
_ E você ainda acha que ele precisa se assumir? – rimos juntas.
_ Seria bom, evitaria que meninas como eu, se apaixonasse por ele.  
_ Justo. – ponderei. Silêncio novamente.
_ Não ajuda muito que ele tem um Teddy Bear gigante no quarto dele. – ela disse totalmente séria, mas me desencadeou uma crise de risada. Lucas até mesmo acordou assustado.
_ Ahn? Alguém tá chegando? Demi me proteja! – agarrou-me, mas eu só sabia rir.
_ Não tem nada Lucas, volta a dormir. – disse Lauren, segurando o riso. Não sei se ele simplesmente a obedeceu ou se no fundo o sono dele era forte demais e o seu “acordar” foi mais reflexo do que realmente um acordar, pois ele virou-se na cama e voltou a dormir como se nada tivesse acontecido.
Respirei algumas vezes, acalmando-me.
_ E eu sempre achei que você era meio dark side demais para ter um amigo com um Teddy Bear gigante no quarto. – falei, sem saber se ela receberia de bom grado minha “critica”.
_ Bom, ele é meio que minha exceção. – disse meio tímida. _ Mas sério, eu não sou gótica, eu acho o preto uma cor poética.
_ Poetica?
_ Duvido que você pense em um poeta vestido com cores do arco-iris, você sempre vai pensar em um poeta, vestido de preto ou cores mais escuras.
_ Talvez faça sentido.
_ Viu? – ela riu. _ E você também gosta muito de usar um preto, viu senhorita Demi. Disse. Bom, pelo jeito a conversa ia ser longa.

E foi.


Acordei com dores, por dormir de mal jeito. No meio da noite, tive a infeliz ideia de esticar o braço e Lucas acabou se deitando encima do meu braço e assim ficou, não querendo assusta-lo novamente, por lá meu braço ficou, e digamos que estou a mais o menos cinco minutos tentando voltar a senti-lo. Lauren acabou acordando junto comigo, deu um bom dia e foi direto para seu quarto, já Lucas só acordou o suficiente para que eu tirasse meu braço e voltou a dormir.
Tomei um banho rápido, só para ver se deu dava uma acordada. Vesti-me o mais confortável possível, hoje não séria dia de ficar arrumada, apesar de que logo à noite Logan viria e passaríamos a noite de ano-novo por aqui. Mas até lá eu não me preocuparia muito.
Eu só não contava com um imprevisto: Selena.
Nem mesmo consegui sair da porta do meu quarto, e fui interceptada por ela.
_ Então, vamos falar com minha família? – perguntou, ela estava pronta para sair, vestia as mesmas roupas de ontem, já que não trouxe outras, mas desta vez estava menos coberta, afinal de contas, ela não precisaria mais se esconder.
_ Sério que precisa ser agora? – pô, eu queria comer, fora que eu estava tão confortável.
_ Se deixarmos para depois, você vai falar que não pode por causa da festa de fim de ano. – falou, e ela estava completamente correta. _ E caso você não tenha percebido, eu perdi tudo, eu preciso recuperar minha família, pelo menos isso.
_ Como assim você perdeu tudo? Você vai sair na revista, vai ganhar seu dinheiro, não exagere.
_ Caso você não tenha percebido, Jacob não veio, ele terminou comigo, e dessa vez é de verdade. – claramente que eu não percebi que ele não estava aqui, eu estava mais interessada em ser feliz ao lado da minha família. Suspirei frustrada, ao perceber que não teria saída. Eu sei que deveria estar com dó dela, e conforta-la sobre o termino do namoro, e no fundo eu estava com dó, não sou um monstro, mas deixei pra lá, leva-la a família dela seria o melhor consolo que eu poderia dar-lhe.
_ Só espera um pouco então, enquanto eu me arrumo. – falei e Selena se jogou em mim, dando um abraço tão forte que até agora eu estou querendo saber como uma pessoa miúda daquele jeito conseguia ter tanta força no braço.


_ Ok, eu falo que você foi me procurar hoje e que você me pediu para falar com eles. – repassei.
_ Isso. – confirmou. _ Mas eu só saio do carro, quando vocês tiverem entrado em um acordo. – relembrou-me.
_ Tudo bem. – falei e fiz menção de sair do carro.
_ Demi. – chamou-me Selena. _ Posso te chamar assim, não posso? – perguntou.
_ Pode. – falei sem dar muita importância.
_ Muito obrigada pelo que você esta fazendo por mim. – sorriu.
_ Não precisa agradecer Selena, eu que tenho que lhe agradecer a você por voltar. – no final das contas, não era só por ela, mas por mim e pelo meu pai também.
Ela apenas sorriu em resposta e eu saí.
Bati na porta e logo escutei um grito de Denise dizendo que já ia atender-me, não acho que ela sabia que era eu e com a cara de surpresa que ela fez a me ver, pude comprovar minha teoria.
_ Demi. – sorriu, não muito feliz como da última vez que a vi, mas pelo menos ela sorriu. _ Entre. – deu-me passagem e assim que entrei, ela me abraçou. _ O Joe não está. – falou. _ Mas ele já deve estar voltando, pode esperar se quiser.
_ hmm, tudo bem, eu acho que dá para falar só com você e seu marido. – talvez não fosse uma boa ideia ter Joe por perto depois de ontem.
_ Ah sim, pode sentar-se. – falou, guiando-me até a sala e até o sofá. _ Eu vou chama-lo. Precisa de algo?
_ Não, eu estou bem. – respondi.
_ Tudo bem, eu já volto. – falou e foi chamar Paul.
Não sei o que aconteceu, só sei que algo estava errado, se passara mais de cinco minutos e nada dela voltar, tentei ficar tranquila, ir atrás não seria educado da minha parte, mas que a demora me incomodava, isso é fato.

Escutei o barulho da porta abrindo e não precisava ser vidente para saber quem era.
Assim que ele apontou na sala, senti meu coração disparar de ansiedade. Como agir agora? Nossa despedida ontem já havia sido suficientemente constrangedora. 
_ Oi. – sorriu. Levantei-me do sofá.
_ Oi. – sorri também.
_ É... Aconteceu algo?
_ Sim. – silêncio.
_ Então?
_ Eu vim falar com você e com seus pais.
_ Ah sim. – sorriu novamente. Pude ver que ele estava tão nervoso quanto eu. Mordi meus lábios para ver se ajudava um pouco a disfarçar e ele começou a fitar-me fixamente, fazendo com que ficasse mais complicado de acalmar-me. Será que todos os nossos encontros a partir daquele momento seriam assim? Como manteríamos uma investigação séria, se nem mesmo conseguíamos ficar perto um do outro? Talvez fosse o momento de começar a procurar por outro detetive. Joe não daria mais. _ E vocês estavam me esperando?
_ Não necessariamente, sua mãe foi buscar seu pai, mas... Não voltou até agora. – pensei que ele ficaria desesperado, mas ele parecia concentrado demais em mim para se preocupar com... Com seus pais. Nada tão constrangedor que já não fosse antes.  Será o que ele estava pensando, será que assim como eu ele estava segurando uma vontade de repetir o beijo?
Era estranho, eu sabia que era errado, eu sabia que não deveria, sabia o quanto isso nos faria mal, mas eu queria, é como se o beijo dele fosse uma droga, da qual só experimentei uma vez, mas que me tornei uma viciada em potencial. Mas por quê? O que aconteceu de tão extraordinário? Eu nem mesmo gosto dele, somos amigos, cliente e detetive, mas nada nos liga, mas então por quê? Por que estou agindo como uma desesperada? É a Logan que meus beijos e pensamentos impróprios deveriam ser direcionados. Então porque tudo o que eu quero agora é no Joe?
_ Desculpe a demora, Demi. – pude escutar a voz de Denise falando, não que eu prestasse atenção, minha mente ainda era Joe e ele ainda me olhava, ambos parados, fitando um ao outro. Por um momento isso me fez pensar: Talvez Joe também queira o mesmo que eu.

Continua

Então galera, Enem passou, mas infelizmente não consegui postar como prometi, em compensação esse capítulo foi um pouco maior do que meus capítulos costumam serem durante essas últimas postagens.
Com o ano acabando e as férias chegando, as coisas aqui podem melhorar bastante, poderei postar mais e pretendo, lá pro meio de dezembro, fazer maratona, não vou marcar uma data por agora, mas posso confirmar que acontecerá.
Como podem ver esse capítulo terá parte dois e eu acho que vocês gostarão do final.
Comentem.
Bjsss

Nessa: Desculpa tortura-la por tanto tempo, mas foi necessário, espero ter compensado a tortura com esse capítulo. Obrigada por comentar. Bjsss
Cassia: hahahaha acho que só por esse final deu mais o menos para saber o que se passa na cabeça de Joe, ou não? Bom, mais pegação, vai demorar ainda um pouquinho pra chegar nesse nível, mas fique tranquila que vai chegar. Obrigada por comentar. Bjsss
Faanyh: Fico muito feliz em saber que estou conseguindo fazer com que gostem de todos os personagens, mesmo os menores. Sobre a confusão, saiba que só tá no começo e a amizade entre Lauren e Demi, digamos que também esta em construção, mas que essa noite juntas já foi um ótimo começo, isso foi. [Spoiler?] Essas duas ainda vão arrumar muita confusão nessa fic [/spoiler?]. Obrigada por comentar. Bjsss
Carine: hahahahaha, digamos que não está muito longe dela perceber que a resposta é “não”, mas que não vai ser exatamente agora, quem sabe no próximo capítulo? Obrigada por comentar. Bjsss
Kika: Eu não sou muito medrosa para filmes de terror, mas confesso que nesse, Invocação do Mal e Anabelle eu dei uns gritos digno de quem tem muito medo hahahaha. Espero que tenha gostado desse capítulo. Obrigada por comentar. Bjsss
Anônimo: Muito obrigada, espero ter ido bem e espero que goste desse capitulo. Bjsss

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Aviso

Olá leitoras e leitores, venho informar que não postarei capítulo neste domingo, sei que todos estão ansiosos pela  continuação mas, como devem saber, nesse final de semana acontecerá o Enem, e eu participarei, com as últimas semana dedicadas ao estudo mais intenso, acabei não conseguindo terminar o capítulo, pretendo termina-lo rápido afim de tentar postar um capítulo novo na Terça-feira, a partir de 12hrs (horário de Brasilia).
Agradeço pela compreensão e prometo boas surpresas em breve

😉

domingo, 2 de novembro de 2014

18. Será que eu ainda o amo? – The Big Apple




O que dizer sobre o beijo de Joe?
A primeiro momento, no seu susto e na minha adrenalina, nada pareceu realmente extraordinário, e o desconforto no final pareceu superar tudo.
Agora aqui estou eu, Joe acabou de sair pela porta, ainda meio atordoado e sem uma explicação coerente. E tudo o que eu posso pensar é em como sua boca era macia e em como suas mãos encaixaram em minha cintura, nada apressado, nada bruto, apenas um beijo, um surto, algo incrivelmente errado, algo extremamente bom.

Eu não sei onde Nick e Selena haviam se metido, nem mesmo sei quanto tempo eles ficaram, após eu beijar Joe, mas sei que ele viram, e sei que eles iriam me cobrar explicações.

Fui em direção de onde os quartos ficam, a cada passo ficava mais nervosa, o que dizer a eles? A verdade era a melhor opção, claro, mas será que eles se dariam por satisfeitos? Bom, desta vez eu tinha que me decidir e não fazer besteira, já que agora um beijo não me livraria da situação.
Quando cheguei perto do quarto do Nicholas, logo pude ver seu contorno na porta, e lá estava ele, com os braços cruzados, e sua face já me fazia a pergunta, antes mesmo que sua boca deixasse escapar qualquer ruído. Pude ver Selena sentada na cama dele, parecia bem desconfortável, e assim que me viu, levantou-se, foi até a porta e ficou logo atrás dele.
_ Eu sei que eu devo uma explicação. – falei.
_ Oh se deve. – disse Nicholas, no fundo eu sabia que ele estava era achando tudo muito engraçado, só fazia aquele jeito serio para me deixar sentindo culpada, afinal de contas, primos e irmão foram feitos para isso: torturar-te.
_ Foi no impulso, quando vi Selena lá, eu precisava impedi-lo de vê-la. – resolvi falar a verdade.
_ Você sabe que essa é uma péssima desculpa, não sabe? – falou ele.
_ Mas é a verdade. – comecei a exasperar.
_ Eu sei. Você é desesperada o suficiente para fazer isso, principalmente quando posta sobre pressão. – Sorri tímida, e observei que Selena parecia meio confusa com tudo.
_ Então está tudo bem agora? – perguntei.
_ Você. – falou pela primeira vez, dando um susto em Nick, que provavelmente pensava que ela ainda estava sentada em sua cama. _ Você – repetiu. _ e... Você e meu irmão... Vocês... É. Estão juntos? – perguntou por fim.
_ Não! – respondi de sobressalto.
_ Então o beijo...
_ Eu já expliquei, foi pra distrai-lo. – respondei, interrompendo-a.
_ Mas... – hesitou. _ Ele te correspondeu e... Você fez parecer... Natural. – ok, ela tinha batido em um ponto bem confuso de se entender, já que nem eu mesmo sabia o que tinha acontecido.
_ É, só pareceu mesmo, eu e ele não temos nada. Nada. – reforcei.  Nicholas e Selena se olharam de canto. _ Eu tó falando a verdade!
_ Tudo bem, Demi. Acalme-se. Eu só quero saber uma coisa antes de por um ponto final nessa história. – agora ele parecia estar realmente serio, não só fingindo para me fazer sentir mal. _ E o Logan?

A pergunta ficou sem uma resposta. E o Logan? Sei lá, eu o amo, mesmo com o abalo de nosso relacionamento, eu o amo, pelo menos eu acho que o amo, afinal de contas ele é meu noivo e eu devo ama-lo, não é? O beijo com Joe havia sido um acidente, nada mais do que um ato em desespero, mas o fato é: eu não parava de pensar no beijo e em como havia mexido comigo.


(...)

Assim que a porta abriu, escutei os passos apressados de Lucas, e, meu Deus, há quanto tempo eu não via aquele garoto? Não é possível que fazia tão pouco tempo, ele parecia ter crescido alguns centímetros e o cabelo parecia bem maior, já seu rostinho angelical, a voz naquela fase que todo garoto passa, que ainda não é de homem, mas já não é tão de criança, e o seu abraço, continuavam os mesmos; Lauren veio logo atrás, de mãos dadas com Lara; Pablo (coitado), vinha após as duas, lotado de malas, que pareciam ter se multiplicado em comparação com as que saíram daqui, provavelmente as compras tinham sido boas, como a parte praiana está fora de época, o preço de tudo deveria estar pela metade.
Lara parecia mais interessada em olhar se apartamento ainda estava em ordem, o que – não graças a mim. – ainda estava. Lauren ariscou um sorriso de longe, mas dava para ver que ela não estava feliz, não sei se porque ela não queria voltar ou se havia outro motivo por trás do olhar perdido.

O dia foi passando e depois de tudo bem explicado e matada a saudade, pude perceber que Lara parecia se dar muito bem com Selena, que, simplesmente, adorou-a de tal forma que eu ainda não entendi muito.
Nicholas, vendo que Lauren não estava tão bem, estava organizando uma noite de filmes, isso sempre foi um dos rituais da nossa família que mais nos agradava, tinhamos até feito um dos quarto uma sala do cinema, no final era apenas um quarto em que a janela sempre estava fechada com cortina de blackout, com uma TV de 70 polegadas, no fundo do quarto tem duas poltronas reclináveis e super confortáveis e o chão era acolchoado.

(...)

Bom, se a intensão era animar Lauren, eu não sei muito bem o porquê da escolha desse filme, Invocação do Mal, provavelmente isso é que dá deixar homem escolher filme, apesar de que sempre achei minha irmã uma gótica reprimida, e agora que posso ver ela, meio deitada, meio sentada ao lado de Nicholas, achando um filme de terror, lindo, pude perceber que minhas suspeitas são mais que prováveis.
O engraçado mesmo foi ver Lucas, que estava dando uma de machão, batendo o pé que queria ver o filme, quase se cagando de medo, agarrado a meu braço tão forte que não vai demorar muito até ele ficar roxo, sem circulação. Selena estava tão atenta que nem mesmo tocou na pipoca (pra falar a verdade, desde que o filme começou a ficar assustador ela não largou a pipoca que esta na mão dela, apesar de que agora a pipoca era imaginaria, já que no primeiro susto ela foi esmagada por Selena), e se tem uma coisa que Selena faz extremamente bem é gritar, por Deus, tem horas que se assusta mais com os gritos dela do que com o filme de verdade. Lara é um caso a parte, digna de passar por estudo cientifico, nem mesmo os trailers acabaram e ela já estava jogada na poltrona dormindo pesadamente, distando de nós, que estávamos espalhados no chão. Não que eu possa falar muito. O filme parecia ser interessante, mas minha cabeça não conseguia se concentrar, eu só podia lembrar-me de uma coisa, na verdade, de uma pessoa: Joseph.
No primeiro momento eu pensei que fosse culpa, afinal de contas eu estava comprometida. Depois pensei que foi pela sua reação, lembrar-me de como ele ficou assustado, e de como ele não insistiu em uma melhor explicação, apenas sorriu e disse que tudo bem, lembrar-me de como ele tinha me correspondido, e em como eu gostei de ter sido correspondida. Mas agora eu podia ver, eu não parava de lembrar, por que eu gostei, e por que eu queria mais.


Acabado o filme, levamos as vasilhas de pipoca – já sem nem um sinal de que um dia ali teve pipoca – e os nossos copos de refrigerante a cozinha, Selena, eu e Nicholas lavamos tudo, enquanto Lara, ainda sonolenta, levou Lucas e Lauren a seus quartos.
Mesmo tendo dado um pulo pra trás, não foi exatamente uma surpresa, quando vi Lucas no meu quarto, após terminar a arrumação na cozinha, na verdade a surpresa ficou para quando eu percebi que Lauren também estava ali.


Após deitarmo-nos, todos meio espremidos, mesmo a cama de casal sendo espaçosa o suficiente para nós três juntos, Lucas me fez rezar e prometer umas quatro vezes que eu iria ficar acordada para protege-lo, no final, o cansaço venceu e ele dormiu. Lauren, que não havia se pronunciado muito, demorou um pouco até falar.

_ Você sabe que foi o melhor, fugir não muda nada. – falei, após ela se explicar, pude entender o por que de sua cara de desanimo quando chegou, também pude perceber o quando ela precisava falar com alguém, só íamos a casa de praia nos verões em que não viajávamos para outro lugar, o que não acontecia muito, já que quase sempre viajávamos. Lauren – na verdade nenhum de nos – não conhece bem lá e nem mesmo tem amizades por lá, ficar sozinha, se comunicar só por mensagens ou telefone pareceu deixa-la muito sobrecarregada, cheia do que falar, sem ter com quem falar, talvez seja por isso que ela veio até a mim, mesmo nunca tendo um bom relacionamento comigo.
_ Eu não estava gostando de lá, mas... Era melhor do que aqui, aqui há muita lembrança, na casa da praia há tão poucas que nem mesmo ligo tanto.
_ Eu sei, não está fácil por aqui, mas, esquecer será impossível, estando aqui ou não.
_ É... – deu-se um silêncio, talvez ela quisesse que eu apoiasse a volta deles definitiva para a casa de praia, mas eu jamais faria isso, tê-los de volta foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, deixa-los ir não estava em meus planos. _Você está com sono? – perguntou.
_ Não. – respondi. Minha mente ainda estava viajando, viajando em um beijo dado mais cedo.
_ Podemos então conversar? – perguntou. _ Sobre outros assuntos? – complementou.
_ Claro, porque não? – falei animada, pois esse poderia ser o começo de uma boa amizade entre irmãs. _ Do que você quer falar?
_ Se eu te fizer uma pergunta, você jura não ficar chateada ou achar estranho, só... Responder. – virei-me para ela e vi que ela olhava para o teto, evitando olhar-me de frente.
_ Tudo bem, pode perguntar o que quiser. – falei, tornando a me virar para cima, seguindo seu exemplo.
_ Você realmente ama o Logan? – perguntou e senti meu coração gelar, não por medo dela saber o que aconteceu, mas por que a pergunta me parecia extremamente bem pensada e incrivelmente importante para me fazer. Será que eu realmente o amo? Será que eu ainda o amo?

Continua

Capítulo pronto e postado, como prometido, muitas duvidas na cabeça da Demi, e no próximo capítulo muitas delas poderão ser respondidas.
Espero que tenham gostado. Comentem ;)
Bjsss

Faanyh: kkkkk demorou, mas foi. Agora é ver como ela irá se resolver, já que se meteu em uma confusão. Bom, não teve beijo nesse, mas espero que tenha gostando tmb. Bjssss
Nessa: Queria muito poder ter postado mais, só que meu tempo delimitado não está ajudando muito na minha criatividade, por isso os capítulos estão demorando mais pra sair. Ainda assim, espero que tenha gostado. Bjsss
Carine: kkkkk postado J Espero que tenha gostado. Bjssss
Kika: Ei, saudades de você por aqui, não tem problema não, ainda bem que valeu a pena J espero que tenha gostado Bjsss.