tag:blogger.com,1999:blog-78886042588968134092024-02-19T04:16:19.699-03:00Nanda NevesFernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.comBlogger370125tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-75993515571847727812021-01-11T23:32:00.003-03:002021-01-11T23:32:17.590-03:00Papai Noel me Contou (coletânea de contos natalinos)<p> Bom, sei bem que já estamos em meados de Janeiro e o Natal já passou, mas gostaria de postar aqui um conto que fiz para uma coletânea de contos natalinos que foi publicado no Wattpad. Confesso que venho atualizando minhas histórias por lá com mais frequencia que aqui, por isso insentivo a vocês, que ainda me acompanham, se puderem, migrarem para lá, onde terão mais atualizações das minhas histórias. Prometo não abandonar aqui completamente, mas assumo que só conseguirei me manter ativa por lá mesmo. Deixo aqui meu perfil: <a href="https://www.wattpad.com/user/NANDAcNEVES" target="_blank">@NANDAcNeves</a>.</p><p><br /></p><p>Sobre esse conto, basicamente é o meu conto mais o conto de outros autores incriveis, deixarei a coletânea completa aqui também para que vocês possam ler todos os contos e sentir que o clima bom do natal ainda não passou kkkk : <a href="https://www.wattpad.com/story/252460604-enfim-%C3%A9-natal" target="_blank">Link da Coletânea</a></p><p>Agora sim, conto a baixo:</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinspibMiSZ4TIzyJcKCcfbOKUKOg-Q1sTBgArRgSmG-XrmNQftUtqcX4m-F8HsYI4DHLnCcOFTawR8_aaCk5eyRPHddu0AVgIwv4gZ0rvozu_AYGVmLhyphenhyphen9v1auc_c1Hj2mOGn9MEAVovg/s400/252460604-256-k819417.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="256" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinspibMiSZ4TIzyJcKCcfbOKUKOg-Q1sTBgArRgSmG-XrmNQftUtqcX4m-F8HsYI4DHLnCcOFTawR8_aaCk5eyRPHddu0AVgIwv4gZ0rvozu_AYGVmLhyphenhyphen9v1auc_c1Hj2mOGn9MEAVovg/s320/252460604-256-k819417.jpg" /></a></div><br /><p><br /></p><p>As luzes de natal encantam a crianças e adultos. Mesmo já passando das 21 horas, a praça decorada com pisca-piscas, enfeites no formato de anjos, sinos e papai noéis de todos os tamanhos, e uma grandiosa árvore de natal com luzes de led que projeta diferentes padrões a todo instante, estava cheia de pessoas a tirar fotos da bela decoração. O coral de crianças não mais cantavam as músicas natalinas, mas os vendedores ambulantes continuavam ali, aproveitando a noite de grande movimento que antecede o natal. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Pipoqueiros vendem sua pipoca salgada e doce, amendoins torrados e cocada. A noite não está quente, mas os vendedores de picolé gritam e disputam a clientela com seus sorvetes de sabores variados; porém os que mais estavam fazendo sucesso eram os vendedores de algodão-doce, que rapidamente vendiam seu estoque. No meio de todos esses vendedores, tem o João. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>O ano não havia sido fácil para ninguém. Para João, de 12 anos, moleque de pele negra e corpo franzino, muita coisa tinha mudado entre o dia primeiro de janeiro até hoje, dia 24 de dezembro. Sua mãe, Heloísa, que trabalhava dobrado como faxineira em um hotel durante a parte da manhã e nos finais de semana; e em um supermercado na parte da tarde e noite, agora trabalhava apenas no supermercado. O Hotel havia fechado as portas, deixando dezenas de desempregados desamparados. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>João, sua mãe Heloísa e sua avó, Dona Margarida, moram juntos num barracão de dois quartos, com um banheiro e uma mini cozinha na Comunidade Vila da Bandeira, no mesmo lugar também vive Milena, a irmãzinha de João, com seus 5 anos de idade. Milena é pequena demais para entender as dificuldades da vida... Enquanto João já sabia que nesse ano não receberia nenhum presente de natal, a irmãzinha sonhava com uma cozinha de brinquedo. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Na noite anterior João escutara a mãe chorando por toda a noite, pois a mulher sabia que não poderia realizar o desejo da filha e que a pequena menina, provavelmente, ainda jovem, já perderia o doce e puro encanto pelo natal e pelo Papai Noel.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>A meta de João era simples. Ele logo cedo saiu de casa sem dizer para onde ia, rumou até um supermercado de atacarejo e comprou 4 caixas de balas de goma com um dinheiro que ele passou o ano inteiro juntando. Se vendesse todas as balas, ele conseguiria ajudar a comprar pelo menos as panelinhas de plástico para a cozinha de brinquedo que a irmã tanto queria. Talvez, em alguma loja de camelô, ele conseguisse comprar também um fogãozinho simples de brinquedo, mas essa parte era apenas uma grande talvez.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Após passar o dia inteiro, ainda lhe faltava uma caixa para vender. Aquela estava sendo sua primeira vez como vendedor e demorou um pouco para que ele se soltasse o suficiente, mas a sua habilidade para venda havia melhorado muito nas últimas horas que se passaram. Entretanto, era difícil competir com tantas opções. Na maioria das vezes, ao se aproximar de possiveis clientes, eles o olhavam de cima a baixo, desconfiados do garoto negro e miudo com uma caixa de bala de goma na mão e chinelo de dedo nos pés. Alguns, mais contagiados pelo famoso gentil espírito natalino, compravam suas balas mais por dó do que por real vontade, mas estes eram poucos e uma meta que parecia simples de início, se mostrou ser bem mais complicada no final.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>A felicidade ao vender sua última bala se dissipa pelo ar ao ser inundado pela frustração. Já é quase meia-noite e João percebe que já é tarde demais para surpreender sua irmã com um belo presente. Naquela hora as lojas já estavam todas fechadas, nem o ônibus nem o metrô mais rodam nesse horário. Então uma realidade ainda mais atormentadora lhe recai sobre a mente: Ele saiu cedo de casa, escondido, sem dizer a ninguém, nem mesmo um recado havia deixado, ele tinha a esperança de voltar fazendo uma surpresa para irmã e de sobra alegrar a sua mãe, mas agora Heloísa e Dona Margarida devem estar desesperadas, achando que ele desapareceu!João havia se metido em uma bela roubada! </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Sem poder pegar um ônibus, João inicia uma caminhada de 30 minutos da praça até sua casa. Ele tem medo, as ruas estão praticamente vazias, já que além de ser bem tarde, agora, a maioria das famílias já estão reunidas para a ceia de natal. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Em sua jornada rumo a sua casa ele pensa numa desculpa para dar a sua mãe e sua velha avó, mas como explicar a loucura que tinha feito? Ele não queria que a mãe ficasse brava, tudo o que ele menos queria é que ela ficasse mais triste do que já estava. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Envolto por pensamentos que não o levava a lugar nenhum, João não percebe o que está acontecendo até que tudo esteja perto demais. Um barulho de cascos batendo no chão de forma ritmada o segue. Ele olha para trás e não vê nenhum cavalo ou qualquer animal a andar ou galopar para que se justificasse aquele barulho, contudo algo chama sua atenção para o céu, um objeto que ele não consegue identificar, se aproxima dele. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Antes mesmo de pensar no que pode ser, João já começa a correr desesperado. Ele não consegue entender o que é, mas sua primeira impressão é de que um pequeno avião ou helicóptero que está a cair, e se esse fosse o caso, ele estava perdido, pois por mais rápido que ele corra, o barulho segue em seu encalço. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Ele lança um breve olhar para o alto de novo e novamente não consegue distinguir o que está a cair, só sabe que agora o objeto voador está muito próximo ao chão, e pior, muito próximo dele. Num último ato de esperança, envolto de adrenalina do seu instinto de sobrevivência, João se joga ao chão, se põe em posição fetal, fecha os olhos e aguarda pelo fim.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Seu desejo é que não haja dor, talvez ele escute uma explosão, barulho de vidros se quebrando, algo parecido... Enquanto pensa no pior que está por vir, ele também pensa em como esse dia tinha sido o pior de sua vida: a madrugada a escutar sua mãe chorosa... O dia inteiro de pé, quase que implorando para que comprassem suas balas de gomas... A frustração de conseguir o valor que precisava apenas quando já não pode mais comprar o presente da irmãzinha... E agora, para finalizar... A morte? </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Enquanto esperava pelo seu fim, ele sentiu algo tocar seu braço de leve. João grita. Não de dor, não há dor, mas de medo, medo por não saber o que sentirá depois, seria esse toque o primeiro dentre os que virão logo após? O primeiro toque que antecede o seu fim? – Garoto? - uma voz masculina fala quando finalmente, João, que ainda está em posição fetal, de olhos fechados, e trêmulo, para de gritar. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Ao escutar a voz do homem João decide abrir os olhos. Ele se dá conta que ainda está no chão e que tudo a sua volta parece normal. Ele então aos poucos se desenrola e se põe sentado ali menos na calçada. Ele vê bem à sua frente o que parece ser um trenó com renas de chifres monumentais na cabeça; ele então olha para seu lado esquerdo e vê um velho homem, de barba branca volumosa que vai até a metade da sua barriga grande. Ele veste uma roupa vermelha e branca, tem no olho um monóculo e uma touca vermelha na cabeça. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>O homem está curvado, olhando João com atenção, mas mantém um sorriso simpático no rosto.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>João pisca duas vezes, olha para o trenó e para o velho homem; pisca novamente, coça os olhos com suas mãos de dedos pontudos e volta a olhar o homem que se mantém imóvel. Ele torna a olhar o trenó com as renas, que estão quietas, porém prontas para puxar o que quer que fosse. Então no céu tem papai noel? - João se pergunta.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Você me vê? - o velho tem uma voz grossa, porém ao mesmo tempo doce. João não responde de pronto. – Não me vê. - o velho conclui, se põe ereto e ruma para o trenó. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>João, boquiaberto, se levanta num pulo e isso chama atenção do velho, que interrompe sua caminhada até o trenó, e volta a fitar o garoto franzino. </p><p>– Você me vê? Sabe quem eu sou? - o velho tenta novamente.</p><p>– Deus? - João arrisca. Ele sabe bem que aquele velho está a usar roupas de Papai Noel, mas se ele está morto, não tinha como ver alguém além do que Deus, não é? </p><p>– Ho Ho Ho. - o homem ri com as mãos abraçando sua enorme pança. </p><p>– Não seja bobo, menino. - o velho, ainda com um sorriso largo, se reaproxima de João e o toca na cabeça. – Me chamo Nicolau, ou São Nicolau de Bira, ou São Nicolau de Mira... Mas creio que você deve me conhecer como Papai Noel. - se apresenta. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>João o olha desconfiado e torna a entrar no "transe" de mirar ao trenó e ao velho de vermelho, intercaladamente. </p><p>– Não é possível. - diz após longos minutos de análise.</p><p>– Eu sei... Eu entendo. - o homem suspira e também olha seu trenó de ponta a ponta. – Você não acredita em mim, não é? Pelo menos não mais. - ele faz uma feição triste, porém compreensiva.</p><p>– Acho que não... Quero dizer... Você é real, mas o Papai Noel não existe. - responde ainda confuso. </p><p>– Mas se eu existo, e sou o Papai Noel, como o Papai Noel não existe? - o velho pergunta se tornando novamente bem humorado. </p><p>– Você é só mais um dos milhões de Papai-Noéis que ficam por aí. Não passa de um velho fantasiado. - João se emburra e dá a entender que deixará o local e o velho para trás. </p><p>– Ah! Acha que sou um dos meus amigos... Entendo. - o velho observa o garoto começar a se afastar. – E por acaso não me viste a voar? - pergunta e João para para pensar. </p><p>– É só um truque. - dá de ombros.</p><p>– Quer testar? - o velho propõe. – Seria bom ter uma companhia hoje. Talvez possa até me ajudar, estou bem atrasado.</p><p><br /></p><p>João olha para o velho com a sobrancelha esquerda erguida.</p><p>– Isso é algum tipo de sequestro? Minha mãe não tem dinheiro para o resgate. - João ainda está bem desconfiado. – Na verdade minha mãe não tem dinheiro nenhum. - pensar em sua mãe o deixa triste novamente e preocupado, afinal, sabe que a mesma deve estar pirando atrás dele, enquanto ele conversa com um doido vestido de Papai Noel.</p><p>– Nada disso. Não quero deixar nenhuma criança longe de sua família no dia de hoje... Inclusive, eu adoraria te dar uma carona até a sua casa... Está muito tarde para um menino na sua idade estar na rua sozinho. </p><p>– E você pretende chegar com isso na minha rua? - João aponta para o trenó com um leve desdém. </p><p>– Impossível! Mas obrigada pelo convite. – João se põe a andar novamente.</p><p>– Eu posso chegar a qualquer lugar com meu trenó. - Papai Noel responde. João revira os olhos e não para de andar. – Caso não tenha percebido, nem todos podem me ver. - o bom velhinho evidencia. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>João então para para observar a sua volta, não há muito movimento, mas alguns carros esporádicos passam pela rua e parecem não se impressionarem pelo grande trenó com renas reais paradas no meio da rua.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>O garoto volta o seu olhar para o Papai Noel, logo agora que ele começava a acreditar no velho a sua frente, essa nova constatação o deixa desconfiado novamente. </p><p>– Por que... Por que você me perguntou se eu estava te vendo no começo? - João relembra.</p><p>– Como eu disse, porque nem todos podem me ver. - Nicolau responde sem hesitar. – Eu te vi correndo e com medo, por isso parei, percebi que poderia ser por minha causa, mas eu tinha que me certificar... Tem tanta gente doida nesse mundo. - o velho gargalha no final. </p><p>– E por que eu posso te ver? - continua o questionamento.</p><p>– Bom. - o bom velhinho abre um largo sorriso. – Isso significa que você é especial... Bem especial. - Papai Noel vai se empolgando ao dizer essas palavras. – Apenas pessoas de coração puro, de altruísmo aguçado e de alma evoluída podem me ver e me escutar. Infelizmente, até mesmo algumas crianças não são capazes de me ver... Adultos então... - finaliza. </p><p>– Você é um fantasma? </p><p>– Bom... Eu nasci há mais de 1.600 anos... Então... De certa forma, sim. - diz com um sorriso torto. </p><p>– E essas renas? Também são fantasmas? </p><p>– Ah, minhas renas... Não, elas são presentes. Elas foram dadas a mim para que eu as cuidasse e para que no dia de hoje eu pudesse cumprir minha missão. </p><p>– E qual é a sua missão? </p><p>– Ora! Qual é a minha missão? Presentar as crianças ao redor do mundo, levar a elas a felicidade! Dar-lhes algo que lhes faça feliz. - ele gesticula ao enunciar sua missão.João pensa no que dizer.</p><p><br /></p><p>Primeiro ele fica maravilhado com tudo o que está acontecendo. Ele está vendo o Papai Noel, o verdadeiro! Mas depois ele se lembra de tudo o que passara no dia de hoje, se lembra de como lutou muito para apenas tentar garantir metade do presente que sua pequena irmã tanto desejava, e ao lembrar disso ele sente raiva. </p><p>– Então você está fazendo um péssimo trabalho. - João diz e dá as costas ao Papai Noel.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>O bom velhinho o vê se afastar com um pesar no coração, como ele gostaria que João entendesse que ele não tinha culpa se o Natal cada dia menos parecia justo com aqueles que pouco tem... </p><p><br /></p><p><br /></p><p>João já está a uma quadra de distância de onde deixou Nicolau e suas renas quando uma luz acende em sua mente com uma ideia que seria capaz de resolver todos os seus problemas atuais. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>O garoto até tinha conseguido o valor almejado, mas neste momento nenhuma loja estaria aberta para que ele compre o presente de Milena, porém O Papai Noel está ali! Ele pode conseguir o presente de sua irmã! </p><p><br /></p><p><br /></p><p>João volta correndo, quando o velho já se prepara para alçar voo novamente. </p><p>– Papai Noel! Papai Noel! - o garoto grita para chamar sua atenção e impedir que o bom velhinho se afaste. O seu chamar dá resultado. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>O velhinho segura firme as rédeas que comandam as renas para que as mesmas diminuam a velocidade de sua decolagem.</p><p>– Venha garoto, pegue a minha mão! - Nicolau oferece uma das mãos a João, que se joga para agarrá-la no exato momento em que o trenó começa a sair do chão. O garoto então se joga dentro do trenó, que apesar de bonito, é bem mais duro do que parece.– Ho ho ho! Vamos voar meu bom garoto! - João sente uns trancos à medida que as renas começam a voar, levando com elas o trenó de madeira.</p><p><br /></p><p>Puxões nada gentis se estendem por todo o momento até que eles ganham uma boa altura e assim se estabilizam. Sentado ao lado do velho gordo, João se perde na admiração por olhar a cidade sobre seus pés.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>O vento frio em sua face não o incomoda, seus olhos estão tão vidrados a buscar por todos os detalhes; seu coração está acelerado, mas não há medo, apenas fascinação. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Quando finalmente consegue se recompor, João fita à Papai Noel, e o velho percebe que o menino já está pronto para uma pergunta.</p><p>– Sabe? Só agora percebi que nem mesmo sei o seu nome. - tem que falar alto, pois a corrente de ar que passa sobre eles, devido a velocidade em que as renas puxam o trenó, faz com que o barulho de vento seja bem alto sobre seus ouvidos. </p><p>– João. - o menino responde. </p><p>– Ah, tens um belo nome, João. - Papai Noel sorri. – E onde vive? Preciso deixá-lo em casa. - diz, mas o garoto o ignora. </p><p>– Papai Noel, posso pedir algo ao senhor?</p><p>– Claro! </p><p>– Preciso que o senhor dê uma cozinha de brinquedo para minha irmã, posso pagar pelas panelas. - diz pegando o amontoado de notas e moedas do bolso de seu short largo.</p><p>– Ah, meu garoto... - Papai Noel inicia com um sorriso triste de canto. – Não posso te garantir que serei capaz de fazer isso. </p><p>– Como não? Você não é Papai Noel? </p><p>– Claro que sou... Mas não tenho uma fábrica com duendes que produzem brinquedos aos montões, caso essa seja a sua próxima pergunta. - já deixa claro. </p><p>– Mas... Então como você presenteia as crianças? Você compra os presentes nas lojas? - ele não entende. </p><p>– Não, nada disso... - a velocidade das renas diminui, mas seguem em uma boa altura. – Eu não dou presentes a ninguém. – Mas... - João nem mesmo sabe o que dizer.– Quando eu estava vivo, sim, eu presenteava a todas as crianças que conseguia no meu povoado, mas... Como você mesmo disse, hoje sou um fantasma, ou algo parecido com um. </p><p>– Mas então para quê tudo isso? As renas, a roupa, você! - João se irrita. </p><p>– Você mesmo disse que tinha uma missão, agora me diz que não! </p><p>– Na verdade, eu não dou os presentes diretamente, apenas incentivo que pessoas especiais, pessoas como você, que são puramente boas e por isso podem me ver e escutar, presenteie as crianças por mim. - se explica. </p><p>– Como assim? </p><p>– Ao redor do mundo existem pessoas boas, pessoas que recebem minha visita, que me escutam, que atendem o meu chamado e fazem o que podem para presentear as milhares de crianças que não só precisam, como merecem receber um presente no dia de hoje. Contudo, nem todo mundo pode me ver, e nem todo mundo que me vê pode ajudar muito, mas os pedidos... Ah, os pedidos chegam aos milhares, são muitas crianças, mas poucos com coração puro. - lamenta. – Durante todo o mês, eu passo nas casas daqueles que sei que são capazes de me ver e sempre busco por novas pessoas bondosas; intercedo pelos pedidos dos que mais necessitam, para que nenhuma criança fique de mãos vazias... Aquelas crianças em que sei que os pais podem presentear, fico feliz, mas sei que muitas não tem isso, faço o que posso, as pessoas que me ajudam fazem o que podem também, mas... Isso é tudo. - sorri fraco ao ver a tristeza no olhar do garoto que agora pouco estava transbordando de felicidade. </p><p>– Ainda estou a buscar pessoas que podem me ajudar, talvez eu ainda consiga algo, nunca desisto, até o último momento, tentarei. - o velho garante, mas é tarde demais, nada mais é capaz de animar João. – Moro na Vila da Bandeira. - ele responde sem ânimo.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Papai Noel entende, o menino não quer mais ficar ali e não se sente bem com a nova revelação. Nada deixa o velho mais triste que isso, ver uma criança triste na noite de Natal. </p><p><br /></p><p><br /></p><p>Quando João se dá conta, ele já está em frente a sua casa. Sua mãe está com os olhos inchados na porta do barracão em que vive, as lágrimas impediram que ela percebesse a forma estranha com que o filho surge pela rua, mas ao vê-lo, ela corre em sua direção e o abraça forte.– Eu queria comprar o presente de Milena, mãe! - o menino se justifica, antes mesmo que a mãe tenha a chance de dizer alguma coisa. – Eu tentei. - A mãe não diz nada, o alívio por ver o filho só a faz chorar mais ainda, e enquanto isso ela o beija e o toca, para garantir que ele está bem.</p><p><br /></p><p><br /></p><p> ...</p><p><br /></p><p><br /></p><p>João passa a noite quase que em claro, só sente o sono dominar seu corpo quando o sol já começa a nascer.</p><p><br /></p><p>O menino não sabe que horas são, mas a luz do dia já invade o quarto que divide com sua velha avó quando escuta um barulho de buzina vindo da rua.</p><p><br /></p><p>Crianças gritam eufóricas e o ronco de um caminhão desperta a atenção de todos. João parte para a rua, lá, sua mãe, avó e irmã já se encontram a observar um jovem rapaz descer da boleia do caminhão e abrir a carroceria.</p><p><br /></p><p>Brinquedos que nem mesmo foram embrulhados começam a sair aos montes de lá e vão diretamente para mão das crianças carentes do bairro.</p><p><br /></p><p>Tímida, Milena se mantém junto a família observando a bagunça que se formou ali. O jovem rapaz, que descera do caminhão, pega uma caixa tão grande que o tampa por completo. Por não estar embrulhado é bem claro do que se trata: Uma cozinha de brinquedo completa, com pia, fogão, bancada, colheres, panelas, até mesmo uma mini batedeira. O homem deixa a caixa bem em frente a família de João. Milena pula de felicidade. Heloísa não sabe se ri ou se chora, Dona Margarida abraça ao rapaz desconhecido tão forte que o mesmo chega a perder o ar por alguns segundos.</p><p><br /></p><p>Após receber agradecimento de todos, João se põe bem perto do benfeitor e sussurra uma pergunta.</p><p><br /></p><p>– Como você sabia? - o rapaz benfeitor não hesitou em responder de volta.</p><p>– Papai Noel me contou.</p><p><br /></p><p style="box-sizing: border-box; font-family: "Source Sans Pro", "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222;" /></p><p> </p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-75135515324895467002020-12-14T16:05:00.001-03:002020-12-14T16:05:59.000-03:00 Capítulo 8: Um Jogo de Mestres (Parte 1) (Red Blood Lipstick)<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s1300/rbl+blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></a></div><br /><span id="docs-internal-guid-298db646-7fff-9aab-6fee-655580882d03"><br /><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Segunda maior cidade do país em questão de densidade populacional e quarta maior cidade em relação a território, nessas condições, achar uma pessoa apenas pelo nome seria como procurar uma agulha no palheiro. Rosa provavelmente deveria ter pensado nisso antes de sair da ONG, ela poderia muito bem ter ao menos pegado a pasta de Lisa, com as informações que ela coletou, sem dúvidas lá teria pelo menos o lugar em que ele estava se hospedando na cidade. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosa, em sua moto, está estacionada no estacionamento de um hipermercado, e ali ela procura pelas redes sociais qualquer dica de como encontrar o jornalista. Após ter que lidar com vários perfis trancados, ela finalmente encontra um perfil do instagram do jornalista que está aberto. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rafael tem poucos seguidores e segue muitas pessoas, com um total de 15 fotos sendo ⅓ de paisagens. Por sorte uma atualização nos stories feito há 6 minutos atrás dá a Rosa uma boa pista sobre por onde começar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O dia tinha amanhecido muito bonito, o sol brilhava pomposo num céu azul sem nuvem alguma, a temperatura da parte da manhã é amena, em torno dos 25º, tudo convidava para um passeio ao ar livre e um dos pontos principais da cidade, o parque municipal, se tornou o ponto mais movimentado. Esta era a primeira vez que Rafael ia até lá desde que chegara a cidade, sua investigação estava ocupando grande parte do seu tempo, já que a maior parte dos casos que ele estava acompanhando tinham um desfecho desconhecido e por conta própria o jornalista tenta encontrar a resposta. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Pessoas praticavam suas caminhadas e corridas, crianças brincavam no pequeno playground do parque e Rafael lê o jornal, a matéria que mais o chamava atenção era do empresário encontrado assassinado num quarto de motel, a forma em que tudo se deu ainda o choca, mas a falta de pistas e informações o deixa completamente perplexo. O que estava acontecendo nessa cidade? Por que tantos casos deixados em aberto? </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Já se aproximava das 11:30 quando o jornalista decide que irá retornar ao kitnet que ele está alugando enquanto faz a sua investigação. A distância é de 1,7 km entre o parque e o local em que Rafael está, serão aproximadamente 23 minutos de caminhada. </span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Antes de se tornar jornalista, Rafael trabalhou como assistente de detetive, na época, recém formado no ensino médio e sem nenhuma noção do que queria fazer da vida, seu pai lhe arranjou o emprego com um velho amigo. No tempo em que ajudou o detetive, na maior parte do tempo, a função de Rafael consistia em perseguir seja lá quem ele fosse designado a seguir, na sua maior parte maridos e esposas infiéis. Essa experiência como assistente de detetive ajudou-o em dois grandes quesitos na sua vida.</span></p><ol style="margin-bottom: 0; margin-top: 0;"><li dir="ltr" style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; list-style-type: decimal; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><p dir="ltr" role="presentation" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ele descobriu uma paixão pela investigação; e por isso decidiu se formar em jornalismo e se especializar em jornalismo investigativo.</span></p></li><li dir="ltr" style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; list-style-type: decimal; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><p dir="ltr" role="presentation" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uma intuição lapidada; </span></p></li></ol><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É difícil de explicar, nem mesmo Rafael sabe como elucidar o que sente, mas seu instinto aguçado o faz perceber pequenos detalhes, seja nas pessoas ou no ambiente a sua volta. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Suspeitos que poderiam lhe indicar um fechamento para seus casos não faltavam, por hora, uma delegada estava na sua lista, Vanda! </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A mesma porém parecia inacessível, sempre indisponível para conversar com ele, contudo, nesse exato instante, algo mais o chama atenção à sua volta. Ele ainda não pode afirmar, mas enquanto ele faz seu caminho de retorno para seu kitnet, ele pode sentir que alguém o persegue. </span></p><br /><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosa havia deixado sua moto no estacionamento do parque, lá é gratuito e há um grande número de guardas, claro que isso não era garantia de nada, mas sua decisão de ir atrás do jornalista era maior do que o medo de perder mais uma moto.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A mulher tenta disfarçar sua perseguição, na maior parte do tempo mantém uma distância de 3 metros para assim ter tempo de agir, se misturar ou se esconder caso o jornalista se volte para trás e a olhe. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Após 15 minutos de perseguição, Rosa percebe que o jornalista começa a diminuir a velocidade de sua caminhada e entra em uma cafeteria. Agora já era quase hora do almoço e a cafeteria estava praticamente vazia. A loja possui grandes janelas por toda sua fachada, o que possibilita uma boa visualização de todo o espaço do salão pelo lado de fora. Se aproveitando disso, Rosa decide cruzar a rua e manter-se a observar a loja e cada movimento do jornalista dentro da mesma de uma distância mais segura. </span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rafael observa o balcão, depois o cardápio, ele pede um café pequeno para viagem, mas quando recebe seu pedido, ele não sai da loja, ele se senta em uma das cadeiras e começa a se atentar a tudo e a todos a sua volta. Objetos, roupas, cheiros, rostos. Ele sabe que de início ele não poderá apontar ninguém ali como o seu seguidor misterioso, nesse momento se tratava apenas de reconhecer o que está a sua volta e se aproveitar disso num outro momento. Após observar a todos que estão dentro da cafeteria com ele, o jovem jornalista se concentra na rua, as grandes janelas translúcidas facilitam seu trabalho. Por razões óbvias ele não repara muito naqueles que passam andando pela sem nem mesmo olharem para dentro, contudo ele tenta fixar pelo menos um pequeno detalhe de cada pedestre, pois caso o mesmo detalhe fosse visto por mais de uma vez, isso poderia significar que alguém estaria indo e voltando pelo mesmo caminho, esperando que ele saísse da loja para prosseguir sua perseguição; ele mesmo já havia usado essa técnica várias vezes, na maioria das vezes ninguém repara no número de vezes que um mesmo estranho passa por si na rua. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Seu olhar então é chamado para uma mulher de cabelos castanhos, que apesar de não manter seu olhar fixo para a loja, age de forma estranha. A moça de alta estatura está do outro lado da rua e repetidamente vira-se brevemente para olhar a vitrine de uma loja de cosméticos, mas logo torna a mirar para a cafeteria em que Rafael está. O jornalista não a reconhece, não sabe quem ela pode ser, mas desconfia que ela pode ser a sua perseguidora. Decidido a constatar sua hipótese, ele se levanta da mesa e segue sua caminhada. Ele agora não mais caminha para seu kitnet, mas anda completamente sem rumo pela cidade, cruzando sinais desnecessários e virando esquinas aleatórias. Paradas estratégicas são feitas, geralmente em frente a uma loja ou em bancas de revistas, tudo apenas para que ele tivesse a chance de observar se encontrava algum detalhe que lhe remetesse a alguém mais da cafeteria ou se realmente só veria a misteriosa moça. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Nas primeiras breves paradas no caminho, Rosa conseguira se manter numa distância segura para não ser detectada pelos olhares de canto do jornalista, mas num certo momento, ele conseguiu vê-la pelo reflexo do espelho de um prédio comercial com faixada espelhada. A química porém disfarçou, pegando seu telefone para fingir que falava com alguém. A segunda vez que Rosa caiu nos olhares de Rafael foi quando ele parou de andar, simplesmente se manteve estático num sinal de trânsito, Rosa acabou tendo que atravessar após ele não se movimentar quando o sinal se tornou verde para os pedestres. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rafael não precisava de mais provas, ele tinha que reconhecer que Rosa era boa, mantinha sempre uma boa distância e estava sempre pronta para improvisar um disfarce, se ele não fosse quem é, ele sabia que a teria levado diretamente para seu endereço… Rosa, no fundo estava contanto com isso, mas após 30 minutos de caminhada que não parecia dar em lugar nenhum, a mesma percebeu que poderia ter sido descoberta.</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Isso era algo que ela não estava acostumada, normalmente ela conseguia perseguir seus alvos numa facilidade imensa e descobrir detalhes minuciosos sobre a rotina deles, mas ao que tudo indica sua experiência pouco importava agora, Rafael não é igual a seus alvos. Ela teria que mudar de estratégia. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rafael vira mais uma esquina, a rua é sem saída e é constituída por pequenos prédios familiares, esta é uma área muito valorizada da cidade, pois é uma rua bem tranquila, mas fica bem próxima ao burburinho da parte central da cidade. Distraída demais em construir um novo plano, Rosa não percebe que cairá numa armadilha.</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rafael para de andar assim que virar a esquina, preparado para flagrar a sua perseguidora e confrontá-la. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosa, ao virar a esquina, dá de cara com o jornalista. Com o susto, ela para de andar, seus olhos se arregalam e o jornalista sorri, vitorioso. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Posso saber porque você está me seguindo? - Rafael pergunta num tom educado.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">1x0</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Continua...</span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-71391327912567966392020-12-11T01:03:00.004-03:002020-12-11T01:07:37.389-03:00Capítulo 3 - O Filho Perdido (A Origem de Lincoln Campbell)<p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Não havia muito tempo para melhores explicações, Rosalind ainda tentava digerir a fuga dos agentes da SHIELD quando tem que lidar com o ataque num hospital. Durante o percurso Luther tenta lhe descrever o que aconteceu no vagão enquanto ela atendia a chamada, mas quando ele diz algo sobre uma mão protética, explosão controlada e container voador Rosalind se pergunta se o companheiro de time está bem da cabeça, não tinha como ele colocar isso no relatório da missão.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Quando Rosalind e sua equipe chega ao hospital que sofrera o ataque, os humanos modificados já haviam escapado. A enfermeira que havia chamado o socorro revela aos agentes que um dos modificados, responsável por parte da destruição deixada para trás, na verdade trabalhava como enfermeiro no hospital. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">A equipe então levanta a ficha do tal enfermeiro e quando Rosalind olha para a foto do humano modificado na tela do computador, ela, pela primeira vez em anos, não sabe o que fazer. Uma mistura de medo, raiva, confusão, alegria e tristeza inundavam seu coração. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Claro que ele não estava igual da última vez que o vira, anos haviam se passado, o mesmo agora tem uma barba rala, o cabelo está mais arrumado e não mais rebelde como quando na adolescência, mas continua no mesmo tom castanho claro. Ele agora não é mais um jovem universitário, mas um homem. Ainda assim, mesmo que anos se passassem, Rosalind jamais iria se confundir. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Aquele enfermeiro. Aquele humano modificado que aparece na imagem é o seu filho perdido.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="color: white;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind tinha que agir rapidamente. A sua equipe esperava isso dela, o </span><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">presidente</span><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> espera isso dela, suas mãos estão atadas, e neste momento a missão se tornara pessoal demais. Deveria ela revelar isso ao presidente? Mesmo Rosalind sendo chefe da U.A.C.A., o presidente deveria ser informado de tudo que acontecia na agência, o sucesso na contenção dos humanos modificados que por muitos eram considerados ameaças era importante para que o presidente mantivesse sua popularidade, porém se ela o contasse, a sua posição de liderança nesta força tarefa poderia ser comprometida e mais uma vez o filho lhe escaparia pelas mãos. Deveria ela esconder ele de tudo e de todos? Rosalind sabe que para isso teria que burlar leis e várias regras que por ela mesmo fora estipuladas e necessitaria da ajuda de mais algum agente, provavelmente Banks, mas este seria um movimento tão arriscado quanto a primeira ideia. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Lincoln precisa ser resgatado, Rosalind deve isso a ele. Nesse momento da sua vida, após ter perdido tanto, talvez até mesmo tudo, ela percebe que foi uma mãe ausente. Se ela o capturasse e o levasse para a U.A.C.A., seu filho poderia ser curado, poderia voltar a ser seu garoto, e quem sabe até mesmo ele a perdoria?</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Price… Price… - a voz de Banks a acorda de seus devaneios. – Está tudo bem? - o agente pergunta, pois percebe que a chefe parece um pouco desorientada. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Sim. - Rosalind ajusta a sua postura e respira fundo, recompondo-se. – Só está sendo um dia cansativo. - ela não mente. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– O que você deseja que façamos? - pergunta e enquanto ela pensa ele segue falando. – Recuperamos mais algumas imagens da câmera de vigilância, no total eram quatro modificados, ou pelo menos três…</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Como assim “pelo menos”? </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Bom, temos o enfermeiro, que não temos nenhuma imagem dele em ação, mas temos uma testemunha; tem uma mulher, ela veste um uniforme, provavelmente se acha uma heroína, talvez queira se inscrever para uma seletiva dos vingadores. - Banks dá uma risadinha desdenhosa, mas Rosalind se mantém séria, o que o faz voltar a seriedade instantaneamente. – Tem um homem negro, alto e muito forte, ele estava junto a mulher de uniforme, meu primeiro pensamento é que ele também era um modificado, mas ele usava armas normais, ou ele tem um poder bem inútil ou ele é um humano. - Banks segue. - Também tem um ser monstruoso, nem sei dizer se aquilo pode ser considerado um humano, mas sem dúvidas é bem modificado... Ele é o responsável pelos buracos na parede, ao que tudo indica ele faz… Buracos. - finaliza e Rosalind tem um estalo, só poderia ser isso! </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Você disse buraco? - pergunta para ter certeza de que sua ideia não é absurda. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Sim, posso te levar até um desses buracos.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Rosalind observa o buraco feito na parede de um corredor que dava para dentro de uma sala de consulta, a borda quase num círculo perfeito com uma margem escurecida envolvendo-o, como se algo tivesse sido queimado. O buraco é grande, uma pessoa de 1,70 m poderia passar pelo mesmo sem a necessidade de se esquivar. As proporções são claramente bem maiores, mas os aspectos muito se assemelham, Rosalind não crê em coincidências, só poderia ser esse ser monstruoso o causador das mortes que ela até então culpava serem causadas pela SHIELD </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– É o mesmo. - ela diz.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– O mesmo o que? - Luther pergunta ao seu lado. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Esse monstro que fez esse buraco é o mesmo que está fazendo os buracos no peito dos humanos modificados que estamos encontrando. - Rosalind exclaresse. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Você tem certeza?</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Claro!</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Então aquela coisa trabalha para a SHIELD? - pergunta.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Não. - Rosalind não hesita. – Eu acredito no Coulson.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Então devemos atacá-lo? </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Eu preciso falar com a enfermeira, a que viu meu… o enfermeiro. - Rosalind ignora a pergunta de Banks e quase fala mais do que deveria. – a que viu o enfermeiro. - se concerta. Banks não parece gostar muito da resposta da chefe, mas a acata sem perguntar duas vezes.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Vou providenciar um local para que vocês possam conversar. - diz se retirando e deixando Rosalind ali, devaneando sobre seu filho e em como ela poderá recuperá-lo. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Um dos poucos locais que não foi atingido pela confusão causada pelos humanos modificados é a ala da UTI do hospital. Rosalind, em condições normais, não teria a permissão de entrar ali, mas uma exceção é concedida a ela e no canto, bem perto da porta de entrada, duas cadeiras são dispostas frente uma da outra, Rosalind senta numa e a enfermeira que testemunhara Lincoln usando seu poder, se senta na outra. Seu nome é Christina e mesmo após horas do ataque, suas mãos seguem trêmulas. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Você disse que o enfermeiro tinha poderes, você tem certeza que era ele e não os outros que estavam com ele que usou poder? - pergunta, após se apresentar e tentar, inutilmente, acalmar a mulher. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Sim… Era uma luz forte, saia da mão dele. - garante. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– E porque você acha que ele fez essa bagunça no hospital? Houve alguma briga que pudesse tirá-lo do controle? - Rosalind sabia do temperamento nada calmo do filho, com poderes ele poderia muito bem causar um belo de um estrago quando fosse contrariado. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Não… Ele sempre foi muito bom, gentil… Calmo. - Rosalind estranha a descrição, será que ele havia mudado tanto? – Foi a coisa… O monstro que veio atrás dele… Quer dizer, ele perguntou sobre um… não humano… quer dizer… foi outra palavra… Inumano, acho que foi essa a palavra que ele usou. - diz forçando-se para lembrar exatamente o que escutara. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Inumano? - Rosalind nunca havia escutado aquela expressão. – Então você acha que o monstro estava atrás do Lincoln, para… matá-lo? - A última palavra engasga em sua garganta antes de ser dita, a ideia de perder seu filho novamente é intolerável. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Acho que sim, o enfermeiro Lincoln, o homem e a mulher estavam lutando contra a coisa. - responde. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Aquilo era tudo o que Rosalind precisava escutar, ela deveria agir ainda mais rápido do que planejara. Ela teria que utilizar de todas as suas forças e meios para recuperar seu filho, pois agora ser um humano modificado não era o seu único problema, ele também estava sendo perseguido por uma maquina de fazer buracos mortais. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Enquanto retornam para a base da U.A.C.A., Rosalind lista para Banks todo o seu plano de ação.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Preciso de uma força tarefa, desloque todos os homens disponíveis se for preciso, use de toda nossa inteligência para que o enfermeiro seja encontrado, monitore todas as câmeras, cubra todas as saídas, quero cada passo que ele tenha dado. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Senhorita Price… - Banks a interrompe com cuidado. – Não deveríamos estar atrás do monstro? - pergunta. Rosalind engole o seco. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Eu sei o que estou fazendo. - diz mantendo a pose de superioridade, relembrando a Banks o seu lugar na hierarquia da agência. O careca apenas assente, entendendo o recado. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Assim que localizarem devemos agir rápido, não podemos deixar que ele escape e, por nada, mas por nada nesse mundo o alvegem. - ela ordena com veemência. – As armas que forem usar não poderão serem letais, apenas armas para imobilizá-lo, e ainda assim, só atirem em último caso. - volta a exigir. – Eu o quero vivo! </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><b style="font-weight: normal;"><span style="color: white;"><br /><br /></span></b></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">A noite já estava quase se tornando madrugada, Rosalind observa de perto Banks recrutar dezenas de agentes de campo para uma captura que poderia ocorrer a qualquer momento, toda a inteligência da U.A.C.A. estava focada em encontrar apenas uma pessoa, todos sabiam que isso parecia loucura, nunca Rosalind se esforçara tanto por apenas um humano modificado, mas todos acatam suas ordens e rapidamente trazem os primeiros resultados. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><span style="color: white;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">– Senhorita Price! - o estagiário corre para alcançá-la meio ao galpão subterrâneo, lotada de agentes e carros equipados preparados. – Temos uma localização! - ele segura um papel com a mão no alto, empolgado com a noticia. – Encontramos o Lincoln. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; text-align: left; white-space: pre;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgilyurRRQC09rgXUod-UtpTPlOcep7I__9cv-WKszssOnGjny9v6rHhzx5r8Et9hpDANq1Slh7nWvBSFLYTBWEYRLRqVeMf9F385WKw0yC6kU0N4xs1vNR1XbjyFg28t9RpRp5qb2iUTE/s520/lincoln+%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgilyurRRQC09rgXUod-UtpTPlOcep7I__9cv-WKszssOnGjny9v6rHhzx5r8Et9hpDANq1Slh7nWvBSFLYTBWEYRLRqVeMf9F385WKw0yC6kU0N4xs1vNR1XbjyFg28t9RpRp5qb2iUTE/s320/lincoln+%25281%2529.jpg" /></a></div><br /><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span><p></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-56097910484219011702020-12-08T20:07:00.003-03:002020-12-08T20:07:24.443-03:00 Capítulo 5: O Segredo de Rebecca (Parte 3) (Secrets)<p><br /></p><span id="docs-internal-guid-7d653574-7fff-5996-635d-3d5790fb68f1"><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca pensa por alguns segundos.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Como você sabe que meu pai faliu? - ela pergunta e Lucas ri e se faz de difícil.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que você tem para me oferecer? - pergunta.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Lucas. - ela pede. – Por favor, me responda. - Lucas se mantém firme e Rebecca acaba cedendo. – Tem chá e suco. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Assim que eu gosto. Mansinha. - continua sorrindo. – Suco. Com adoçante. - exige e Rebecca bufa.</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Após se retirar da sala e ir até a cozinha da cobertura, que tem bancadas de mármore banco e uma grande geladeira, onde ela encontra a jarra de suco de uva. Logo após ela enche um copo de cristal, pega o pequeno pote de adoçante e retorna para sala. A garota entrega o copo com o suco e o adoçante para Lucas sem muita delicadeza, mas ele não parece esperar nada diferente da garota. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca então se senta no sofá de frente a ele e espera que o rapaz comece a falar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu estou ajudando meu pai na empresa dele. - Lucas começa, sem nem mesmo dar um gole do copo de suco. – Afinal de contas, herdarei o império dele. - diz orgulhoso e Rebecca revira os olhos.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Vá direto ao ponto. - Rebecca pede.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Para uma pobre você exige muito. - Lucas responde. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sua ajuda é essa? Me humilhar?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu não estou te humilhando. - Lucas não gosta da fala da moça. – Que seja. - ele então decide dar de ombros. – Seu pai apareceu na minha futura empresa hoje, ele tinha uma reunião com meu pai e eu pude participar. Seu pai foi pedir ajuda, queria que meu pai o emprestasse dinheiro, para que ele pudesse se reerguer.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E seu pai o fez? - Rebecca pergunta ansiosa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– As fábricas de seu pai estão completamente paradas, não há um funcionário que não esteja há pelo menos quatro meses sem receber o salário; ele tem quatorze processos trabalhistas correndo em segredo de justiça, e que provavelmente vai perder... Emprestar dinheiro para seu pai se reerguer seria jogar dinheiro fora. - Lucas diz e Rebecca fica sem ação. – Não me leve a mal, Rebecca, mas seu pai se permitiu chegar a esse ponto, e não cabe ao meu pai reergue-lo.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que você quer então? - Rebecca perguntou sem conseguir olhar nos olhos do garoto a sua frente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu venho cuidando de um negócio, próprio meu, para conseguir um dinheiro extra. Tenho ganhado bem, e creio que posso lhe contratar com um salário bem alto, maior que a média.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Negócio próprio? Você nem se formou ainda. - Rebecca desdenha.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu sou um empresário nato, está no meu sangue. - Lucas diz confiante. – Meu pai também começou pequeno e olha tudo o que ele conquistou… - Rebecca suspira, ela sabe que a relação de Lucas com o pai sempre foi conturbada e que o garoto apenas o enaltece agora para humilhar Rebecca ainda mais.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E porque você faria isso? - ela pergunta desconfiada. – Me ajudar?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Porque eu preciso de ajuda, e você precisa ser ajudada. Simples.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E o que seria? O que eu devo fazer?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Entregas. - responde simples.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Entregas? - ela quer saber mais. – Para isso existem motoboys, chofer, correios, coisas do tipo...</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– São entregas especiais. Não posso deixar na mão de qualquer um.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Especiais? - Rebecca não confia no garoto.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É tudo o que você precisa saber.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu preciso saber o quê estou entregando.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você precisa de dinheiro, Rebecca, é disso que você precisa. - Lucas contrapõe.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca não é boba, ela sabe que se aceitar a proposta de Lucas estará entrando em uma encrenca. Mesmo tendo se permitido relacionar com ele por breves semanas (e até se apaixonado por ele), ela sabe bem que nada do que vem dele é algo bom. Mas se o pagamento for real, ao recusar a proposta do garoto, ela também estará encrencada. Naquele momento ela não tinha nenhuma saída. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E eu posso lhe pagar um adiantamento ainda hoje, basta você parar de fazer perguntas e aceitar minha proposta. - Rebecca segue cautelosa. O que seria pior? Ficar pobre ou sabidamente entrar em uma encrenca?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca olha para o relógio pendurado na parede que fica atrás de onde Lucas está sentado. Agora já se passa das cinco e meia da tarde, ela ainda pode voltar à loja de roupas em que seu cartão fora negado e salvar seu nome, mas para isso ela teria que ser rápida.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Já se decidiu? - Lucas a pressiona.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você pode me adiantar um valor ainda hoje? - ela pergunta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Foi o que eu disse. - ele responde.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você pode me adiantar um valor agora? - ela se especifica e Lucas gargalha e suspira satisfeito.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você pode começar ainda hoje? - ele pergunta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O dinheiro primeiro. - ela insiste.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">[...]</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Os dois já haviam ido à loja para pagar a dívida de Rebecca e já haviam voltado ao apartamento da menina; agora ela se aprontava para seu primeiro dia de trabalho. Lucas não deu muitos detalhes, mas disse que ela deveria se vestir como se fosse a uma festa de luxo, porém com a roupa um pouco mais provocante. Elegante porém sexy.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca se veste e se maquia da melhor maneira possível, mesmo tendo salvado seu nome das más línguas da loja, nem tudo estava resolvido, ela ainda está preocupada com seu pai, que ainda não deu sinal de vida.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A garota veste um vestido preto de seda, ele é longo e possui um longo decote que vai até quase seu umbigo. Por já estar de noite, ela não economiza na maquiagem, apesar de Lucas ter deixado subentendido que essa parte não era tão necessária. Base, sombra, cílios postiços, batom vermelho vinho que fazem sua boca parecerem mais carnudas e delineador feito com perfeição. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao vê-la assim, Lucas assobia.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Maravilhosa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu sei. - ela responde e o garoto ri.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">[...]</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sorria, Rebecca. - Lucas ordena assim que os dois chegam a um prédio de dois andares, escuro, sem nenhuma identificação além do número 305. A fachada simplória deixa o lugar escondido e passa despercebido na avenida movimentada e iluminada.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Tem certeza que é aqui? - Rebecca pergunta nervosa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sim, desde o início ela sabia que estava entrando numa roubada, e ela aceitou apenas para limpar seu nome, salvar sua reputação enquanto seu pai arranja uma forma de se reerguer, porém, a total falta de informação sobre o que deve fazer, combinado com a lugar estranho que Lucas está a levando, a deixou mais apreensiva do que ela gostaria de estar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Claro que sim. - diz, abrindo com um forte empurrão a grande porta cinza escuro, que parece ser feita de algum metal maciço. Os dois passam por um corredor escuro. Ao percorrer o corredor, Rebecca vê que no fim há uma cortina de panos leves, que se esvoaçavam e revelavam uma música alta e animada e um jogo de luz intenso. Parece se tratar de uma boate secreta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que tenho que fazer agora? - ela pergunta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Coloque isso. - ele pede, aparecendo do nada com uma máscara veneziana, da cor preta, com brilhos na borda e algumas plumas no topo. Era exagerado para o gosto de Rebecca, mas ela não podia negar que era uma máscara bonita. Rebecca faz uma careta. – Eu disse que não precisava de tanta maquiagem. - Lucas a lembra.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não podia ser uma máscara mais simples? Que não escondesse tanto minha maquiagem?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não. - responde seco.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Por quê? - ela questiona.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Apenas faça. - Lucas começa a se irritar com as perguntas de Rebecca. – Eu fiz minha parte, não fiz? - Rebecca assente. – Então agora cumpra a sua. - ordena.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca coloca a máscara na face e Lucas a ajuda a amarrá-la atrás da cabeça da garota.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Após ajustar a máscara ao rosto, Rebecca suspira, se preparando para o que enfrentará após adentrar ao local.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É um grande salão, com pilastras no entorno, sem janelas aparentes e um pé direito bem alto, parece ser um lugar bonito, mas as luzes dançantes não permite que a garota capte os detalhes de imediato. Há muita gente, o público presente é principalmente de homens. Homens maduros, velhos, nenhum aparenta ter menos de 30 anos, a maioria parece ter saído de seu trabalho e vindo direto para cá, pois vestem ternos e trajes sociais. Há um bar extenso, onde garçons correm para atender a todos os clientes, há um palco grande, onde há um poste de fazer pole dance bem no meio, e do palco se estende uma passarela em formato de “T”, não há ninguém lá agora.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mulheres, em trajes curtos e justos se jogam nos braços dos homens e os acariciam. A menina logo percebe que as mulheres também usam máscaras venezianas, cada um tem um estilo, algumas coloridas e bem extravagantes, outras mais simples, mas sempre de máscara.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você não quer que eu... - Rebecca grita, mas Lucas a interrompe.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não, Rebecca, você fará entregas, apenas isso. Eu ficarei no bar e você chegará nos clientes que eu indicar, e entregará as encomendas da maneira mais discreta possível.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E quando você diz: discreta...</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sim, você vai agir como essas meninas, mas não será uma delas. - Lucas garante.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca suspira.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu já lhe paguei. - ele relembra.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu sei. - ela cerra os dentes. – Eu sou uma traficante agora. - ela bufa. – Não é? - pergunta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lucas poderia ter mantido segredo sobre seu negócio até aquele momento, mas Rebecca é esperta e aos poucos estava juntando os detalhes. Ela agora sabe do que se trata e o confronta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sim. - ele não nega. – E é melhor você começar a fazer seu trabalho rápido. Pois do mesmo jeito que eu lhe contratei, posso lhe despedir. - ele diz e Rebecca estremece pelo tom de sua voz.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Isso é temporário. - ela diz e Lucas ri.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu não me importo. - ele dá de ombros. – Só faça seu trabalho.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ninguém pode saber disso. - ela fala.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu te mato se você falar disso para alguém. - Lucas ameaça.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">E ali fez-se um acordo. Este era o segredo de ambos... Porém não é o único segredo de Lucas...</span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-79606792864194878852020-12-07T19:51:00.001-03:002020-12-07T19:51:09.769-03:00 Capítulo 7: Sorte (Red Blood Lipstick)<p><br /></p><span id="docs-internal-guid-84dd8e29-7fff-cc21-cfbf-31523d82f9cd"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sofia não tem uma boa noite de sono, uma nova tensão toma conta de si e faz com que sua mente e corpo fiquem inquietos. Ela teme pelo futuro da ONG, pela segurança dela e das amigas de grupo e também pelas decisões que deveria tomar amanhã logo cedo. Lisa havia lhe enviado uma mensagem ainda pela noite, enquanto a enfermeira ainda estava no estacionamento do bar com Felipe; a mulher de aparência frágil e desejos sádicos lhe informou que sua investigação a respeito do Jornalista já havia sido finalizada, logo cedo as duas se encontrariam no ONG para avaliar as descobertas. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Está tudo bem, filha? - o pai de Sofia aparece na pequena cozinha deles. Por ter se revirado na cama na tentativa de dormir o cabelo cacheado de Sofia estava totalmente emaranhado; ela usa um pijama de calça de moletom rosa e uma blusa cinza que não fazia parte de um conjunto de pijama, e que na verdade era de seu pai e ficava tão largo que provavelmente caberia três sofias dentro da mesma. O pai de Sofia, senhor Elias, estava com um pijama de calça comprida e blusa de manga longa, da cor azul marinho, a enfermeira havia lhe presenteado esse mesmo conjunto há dois anos nos dias do pais. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sim, pai. - Sofia sorri fraco, ela sabe que deveria estar dormindo, que provavelmente estará morta de cansaço no dia seguinte, mas o sono parecia estar com raiva dela, e por isso ela havia ido para cozinha e preparado um chá de camomila para tomar, como um último recurso de obrigar o corpo a descansar. – Só estou com insônia. - o pai se aproxima e dá um beijo carinhoso no topo da testa da filha, que naquele instante até parece esquecer suas preocupações, seu pai sempre tem esse efeito nela. – E o senhor? Porque está acordado?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sede. - ele responde, pegando um copo que estava no escorredor em cima da bancada da pia. – Venho tendo muita sede ultimamente. - ele pega uma garrafa de água na geladeira e serve seu copo. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu já disse que você deveria me fazer uma visita no hospital… Seria bom fazer um check-up. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É só uma sede, filha, não há nada de mal em beber água… Bom que fico hidratado. - ele brinca e Sofia acaba rindo, mesmo sabendo que o pai deveria levá-la mais a sério. – mas me diga, filha, porque você está com insônia? Algum problema no trabalho? </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Elias não sabia tanto quanto deveria sobre o trabalho da filha, só o fato de ela ter conseguido se formar já era razão o suficiente para ele se sentir orgulhoso, qualquer outro feito da filha era mais um bônus, algo a mais para ele poder se gabar entre os amigos. A única razão pela qual Sofia podia se manter presente na vida do pai e ainda ajudar Vanda na ONG é por causa da total falta de conhecimento sobre o que Sofia faz ou sobre os seus horários, o que deveria ser comum, normal ou não para uma enfermeira-chefe.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Muitas decisões para serem tomadas… É difícil. - nesse momento Sofia não estava falando sobre seu trabalho no hospital, apesar do grande cargo que ocupa, comandar as enfermeiras era uma trabalho bem fácil, todas ali tinham objetivos bem nobre e comunhão de ideias, já no grupo da ONG, por mais que as quatro mulheres lutassem por uma mesma causa, as formas de agir e a forma de ver a vida muito se diferenciava, manter todas em controle e garantir que ninguém fosse ultrapassar limites é algo que ela não sabia se conseguiria fazer por muito tempo. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É o seu trabalho, você não alcançou esse cargo atoa.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu sei, mas… </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Filha, se você não quiser me dizer exatamente o que está acontecendo, tudo bem, mas eu quero deixar algo claro para você. - o homem se senta ao lado da filha e garante que ela o olhe nos olhos. – Não hesite tanto em fazer algo que você quer fazer, acredite na sua intuição! Erros vão ser cometidos por todo mundo, não deixe que o medo de errar te impeça de mostrar seu potencial. Você não passou por tudo o que passou para parar agora. - Sofia absorve cada palavra dita por seu pai, por mais que ele não soubesse sobre todas as suas dúvidas e dilemas, suas palavras podem lhe vir a calhar. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E se uma decisão minha prejudicar alguém que não merece? - Sofia pergunta, ela ainda não sabe o que Lisa irá lhe revelar ao amanhecer, mas ela sente por dentro que provavelmente não será o que ela espera ou deseja: Uma razão para matar o jornalista. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você nasceu para fazer o bem, Sofia, para ajudar. - o pai diz. – Se você deve fazer algo que cause sofrimento em alguém, pense bem… Será mesmo que não há outra saida? </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">…</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A fala do pai de Sofia era o que ela precisava para decidir o que fazer, mas isso tampouco deixou sua noite de sono mais calma, tudo o que ela conseguiu foi tirar um breve cochilo antes do seu despertador a acordar as 6:30 da manhã. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Antes de ir para o hospital, Sofia faz uma parada na ONG. Vestida com uma calça jeans, uma blusa de cetim verde esmeralda de mangas grossas. Seu cabelo, como quase sempre quando está fora do hospital, está solto e seus cachos estão volumosos e definidos.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Já na entrada a enfermeira encontra Lisa. A mulher usa um vestido estilo pin-up, de fundo vermelho e bolinhas brancas com um decote coração, quando a mesma não está em missão ou no seu trabalho no necrotério, ela gosta de usar vestidos nesse estilo; seus cabelos pretos e curtos, hoje chegam a brilhar de tão bem hidratado; usando quase nada de maquiagem além do seu já tradicional batom vermelho nos lábios, suas sardas envolvem toda suas bochechas. Nas suas mãos ela segura uma pasta com aba elástica da cor preta. Provavelmente, ali há todas as informações coletadas sobre Rafael, o jornalista. Fazer fichas como essas, com todas as informações possíveis do alvo é algo comum entre as mulheres, assim elas poderiam estudar a melhor forma para atacar, os pontos fortes e fracos e vários outros dados que venham a ser preciso sobre o alvo. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando Lisa e Sofia se encaminham para a sala de reunião, encontram com Rosa no meio do caminho, ela vem do escritório onde Vanda fica. Ao se depararem ali, as três se entreolham confusas, não havia nenhuma reunião marcada, portanto, não havia nenhuma razão para que a maior parte do grupo estivesse ali. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Está acontecendo alguma coisa? - Sofia é a primeira a perguntar se direcionando a Rosa, que hesita em responder.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Vim conversar com Vanda. - Rosa responde por fim. – Ela me chamou… Para fazer um pedido. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Pedido? - Lisa questiona. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ela precisa de alguns medicamentos… Ela tem uma missão pessoal. - se explica. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Uma missão pessoal? - Sofia suspeita. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ela não me disse muito, mas suspeito que possa ter algo haver com Vanessa.- Rosa confessa. Com sua inseparável jaqueta de couro preta, Rosa também usa uma calça jeans de cintura alta e uma blusa branca por debaixo da jaqueta. Seus cabelos estão amarrados num coque improvisado, que se mantém preso apenas por um lápis, uma bota de cano curto completa seu look. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">As três ali presentes ficam em silêncio absoluto por alguns segundos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você acha que ela fará algo de mal a Vanessa? - Sofia pergunta. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não sei. E... - Rosa parece se recompor e afastar de si o pensamento ruim. – Não deveríamos nos importar com isso, pois ela não se importou com a gente. - conclui. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sofia não concorda completamente com a fala da amiga, mas não discute. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E vocês? O que fazem aqui? - Sofia ainda está um pouco pensativa sobre a tal missão de pessoal de Vanda, mas Lisa, preparada, já revela a razão da reunião das duas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Tenho as informações sobre o jornalista. - diz, segurando a pasta preta próximo ao peito.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Que ótimo, e porque não marcamos uma reunião com todas para falar sobre ele? - Rosa questiona. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lisa suspira antes de responder.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Porque não há nada. - adianta o resultado final</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Como assim não há nada? - Rosa parece não acreditar.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não há nada, mal mal uma multa de trânsito. - Lisa também parece frustrada com a descoberta, todas queriam que o jornalista tivesse algo em seu nome, talvez que ele tivesse assediado alguém, qualquer coisa que fizesse sua morte um pouco mais justificável. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Talvez Vanda ache algo, podemos falar com ela. - Sofia finalmente sugere. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não acho que esta seja uma boa ideia no momento. - Rosa interrompe os planos da enfermeira. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E porque não? - ela questiona.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Vanda está de malas prontas para uma pequena viagem, creio que parte ainda hoje. - revela. – Algo me diz que ela odiaria ter essa viagem interrompida por algo assim… Algo que nós podemos resolver. - finaliza. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Como você sabe de tudo isso? - Sofia começa a se incomodar com os níveis de informação que Rosa vem recebendo enquanto ela de nada sabe. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Relaxa, Sofia. - Rosa percebe o descontentamento da amiga. – Você é a líder interina, provavelmente ela iria te ligar ou te chamar para passar essas informações, talvez você receba até mais informações do que eu recebi… Vanda só precisava de mim primeiro e você sabe que eu não faço nada sem fazer muitas perguntas. - Rosa ri, deixando com que a tensão ali se torne mais amena. A enfermeira aceita a justificativa da moça a sua frente. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Bom… Então creio que o destino do jornalista deve aguardar o retorno dela. - ao terminar a frase Sofia sente como se tivesse tirado um grande peso do seus ombros. Entre todas, ela é a que mais se opõe a atacar qualquer pessoa que possa ser inocente. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não concordo. - Rosa logo se posiciona. – E se ela demorar? E se ele agir antes? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ele é inocente, não é como se pudéssemos fazer algo! - Lisa diz. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não podemos matá-lo, infelizmente não poderemos usar Jane no nosso plano… E como ela mesmo disse, nenhuma de nós pode arrancar as informações necessárias melhor que ela… Mas Vanda pode arranjar uma razão para interrogá-lo.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Para isso ele precisa ser suspeito de algo. - Lisa relembra o óbvio a Sofia. – Coisa que ele não é. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Por enquanto. - Rosa diz e abre passagem entre as amigas que estão à sua frente, rumando então para a saída.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Rosa! - Sofia grita, chamando-a. – Não faça nada! - ordena. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Desejem-me sorte. - Rosa grita já ultrapassando a porta de entrada. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu não, tá doida? - Lisa diz em resposta, porém por não gritar, apenas Sofia, que está ao seu lado, a escuta. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ela vai fazer merda. - Sofia lamenta.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E você tem alguma dúvida? - Lisa não parece surpresa com a reação de Rosa, a mesma, apesar de sempre se demonstrar fria na questão sentimental, é bem impulsiva quando crê que algo deve ser feito, não pensa duas vezes, apenas age. – Você como líder deveria ir atrás dela, pelo menos para saber onde terá que apagar o fogo. - sugere. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sofia não pensa duas vezes antes de acatar a sugestão e vai em disparada atrás de Rosa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A química já está no sua moto (uma diferente da que ela usou na última missão) quando Sofia a intercepta. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Rosa, você precisa parar agora!</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sofia, sai da minha frente. - Rosa pede com educação, porém pouco paciente. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você precisa pensar melhor no que vai fazer, você mesmo falou que a Vanda vai viajar, você não precisa agir agora. E se der errado? Quem vai te ajudar?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você vai me agradecer depois, só confia. - Rosa liga a moto e começa a dar pequenos solavancos com a mesma, abrindo passagem aos poucos, pois Sofia se vê obrigada a abrir espaço para que a motoqueira passasse e assim não ser atropelada. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E se der errado? - Sofia pergunta antes de dar o último passo que dará a total liberdade para que Rosa siga seu caminho.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Só me deseje sorte. - Rosa repete e parte sai sem rumo pela tranquila rua familiar. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3i0_Y3jL0pdidjJmVxgjW2gjkuxC_psbgv55UAdYK2GY9uc1asagPKr0KUnznP6QBVTRbjAeVidLtmgmbTrqZ-N9p2IlqjwUTaelYiXwaD_avqSNHBMpOqihc02_2oPGt_gqJeMi3QZI/s1300/rbl+blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3i0_Y3jL0pdidjJmVxgjW2gjkuxC_psbgv55UAdYK2GY9uc1asagPKr0KUnznP6QBVTRbjAeVidLtmgmbTrqZ-N9p2IlqjwUTaelYiXwaD_avqSNHBMpOqihc02_2oPGt_gqJeMi3QZI/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-66834829521119724782020-12-03T22:43:00.005-03:002020-12-03T22:43:34.590-03:00Capítulo 6: Amigos (Red Blood Lipstick)<p> Felipe sai do carro e corre para ver o que causara. Sofia, a contra gosto vai atrás.</p><p>– Ele morreu? - ele pergunta enquanto Sofia procura pela pulsação do homem que está desacordado e tem arranhões nos braços, mas não apresenta nenhuma fratura exposta nem sangramento externo.</p><p>– Não. - para o azar (ou sorte) de Sofia, o seu alvo estava bem vivo.</p><p>– Você consegue fazer algo? Ele tá apagado. - Felipe pergunta.</p><p>– Farei os primeiros socorros, mas é melhor já ligar para a emergência. - Sofia diz sem ânimo nem urgência.</p><p><br /></p><p>Após 10 minutos chega a primeira viatura, Sofia não sabe se são policiais da delegacia de Vanda, mas torcia para que fossem. Mais 5 minutos se passam até que a ambulância finalmente chegue para levar o homem, ainda desacordado, até o hospital. Sofia torce para que seja o hospital em que trabalha, apesar de pelo que ela pôde avaliar do homem, ele não parecer ter sofrido nada grave e seu desmaio possa ser mais pelos sonífero do que pelo atropelamento em si, caso amanhã cedo ele ainda esteja internado, ela sabe que lá ela terá uma nova chance de terminar seu serviço e impedir que ele abra a boca.</p><p>– Sofia o seu nome, correto? - um dos policiais chegam próximo a ela. Ele está fardado, tem uma barbicha engraçada e olhos negros, um pouco mais baixo que Sofia, não está 100% em forma, parece já estar na meia idade e não muito longe de se aposentar.</p><p>– Sim.</p><p>– Gostaria de tirar seu testemunho. Para entender o que aconteceu.</p><p>– Foi apenas um acidente. - ela resume e o policial ri da pressa da moça.</p><p>– Eu sei disso. - ele diz divertido. – Mas preciso de detalhes e pegar algumas informações suas também. Só para concluir a chamada. - diz como se não fosse nada. – Já falei com o colega ali, mas preciso das duas versões. - explica. – Ele disse que vocês dois estavam juntos, que você e o acidentado iriam ir para algum lugar juntos quando ele interveio. Você confirma essa história?</p><p>– Sim. - Sofia decide que irá responder da forma mais simples possível e assim evitar qualquer chance de se comprometer.</p><p>– Você me confirma que o nome da vítima é Arnaldo? - o policial questiona.</p><p>– Sim.</p><p>– E de onde você e o Arnaldo se conhecem?</p><p>– Daqui mesmo... Do bar. - o olhar do policial pede por mais e Sofia completa. – Nós nos conhecemos hoje. - o policial então olha para Sofia de cima a baixo, ele não diz nada de inicio, mas pelo seu olhar ela sabe o que ele está pensando: Seu vestido com uma fenda aberta na perna direita, que deixa suas grossas e torneadas coxas amostra, juntando com seu decote era provocante demais.</p><p>– Você tem que ter mais cuidado como sai e com quem sai. - ele a aconselha. – Você teve sorte. Você pode ter sido salva pelo nosso colega de farda ali. - aponta para Felipe, que conversa com outros policiais. Sofia quer revirar os olhos, mas apenas dá um sorriso forçado. – Eu vou precisar dos seus documentos e endereço.</p><p>– E porque? - Sofia questiona, ela até tem seus documentos, mas ela não não gostaria de tê-los que mostrar e assim, mesmo que de forma acidental, entrar no sistema da polícia.</p><p>– É protocolo, só para o caso desse incidente gerar algum tipo de investigação... Não creio que vai dar em nada. - ele a tranquiliza. – A vítima não tem uma boa ficha criminal, o motorista em questão já fez teste do bafômetro e está limpo, a vítima acabaria se dando bem mal caso decida abrir um processo, no final ele está até mais errado, atacando a vocês.</p><p>– Então porque dos documentos? - o policial levanta uma das sobrancelhas.</p><p>– Me desculpe... Está sendo uma noite longa. - Sofia disfarça. – É protocolo e eu vou respeitar.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p> ...</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Após permitir que os policiais pegassem as suas informações, os mesmo partem sem levá-los a delegacia, o fato de Felipe ser policial e a vítima do atropelamento ter uma ficha considerável fez com que os policiais não quisessem levar o caso mais adiante.</p><p><br /></p><p>Sozinhos e com a noite prestes a virar, o reboque do seguro chega para levar o carro de Felipe para o mecânico da seguradora; Sofia então decide que já é hora ir embora, Felipe aproveita e decide pedir um favor.</p><p><br /></p><p>– Você pode me dar uma carona? Não estou hospedado tão longe daqui, mas... Eu posso pagar a gasolina. - ele pede. Sofia queria negar, seria o mais inteligente a se fazer, afinal, seu carro está cheio de ferramentas que denunciariam que algo está errado, mas como ela poderia dizer não sendo que há pouco tempo ele estava disposto a dar carona para ela? Se não fosse no mínimo uma ação má-educada, poderia até mesmo ser considerada uma ação suspeita.</p><p>– Tudo bem. - Sofia responde após um longo suspiro.</p><p><br /></p><p>Quando Felipe lança um olhar para o banco traseiro, em que uma sacola preta e bem grande está disposta, o coração de Sofia erra o compasso. Dentro daquela sacola há duas pás e uma picareta que estavam preparadas para a missão de cavar uma cova rasa, onde o alvo de Sofia seria enterrado, mas agora a missão estava cancelada. O policial em questão não decide se importar com o estranho saco no banco de trás, mas não pode deixar de perceber a tensão da enfermeira.</p><p>– Está tudo bem? - ele pergunta.</p><p>– Claro. - ela ri para disfarçar.</p><p>– Se eu estiver incomodando...</p><p>– Não, não é incomodo nenhum. - Sofia o interrompe e dá partida no carro. – Você não me passou seu endereço. - ela percebe. – Coloque no gps do carro, que assim não tem erro. - ela pede. O policial obedece e após saber para onde ir, Sofia segue pela rua perpendicular a do bar e entra em uma grande avenida, que neste momento está quase totalmente vazia.</p><p>– Você tem medo de mim? - Felipe pergunta, após os dois passarem breves segundos em total silêncio.</p><p>– Não. - Sofia responde sem titubear. Felipe ri e ao estranhar sua reação ela pergunta. – Porque? Eu deveria?</p><p>– Talvez. - ele responde. – A primeira vez que você me viu eu estava ensanguentado, fui um grosso e agora eu te atrapalho num encontro e para completar eu atropelo uma pessoa. Em pouco tempo eu só te encontrei em situações... Situações no mínimo inusitadas. - ri e Sofia o acompanha.</p><p>– Sobre o hospital, acontece. - ela responde ao virar a direita numa rua estreita. – Você não foi o primeiro... Louco... - ela o olha de esgueio para ver sua reação e ele parece divertido com sua descrição, ao constatar isso, ela continua. – ...que me apareceu no hospital, na maior parte das vezes estou na área de emergência e pronto atendimento, já vi de tudo um pouco.</p><p>– Ainda assim, me desculpe, você estava fazendo seu trabalho, muito bem feito por sinal, acho que não vai ficar nem marca. - diz apontando para os pontos em sua cara.</p><p>– Vai ficar sim. - Sofia ri ao responder. – Mas nada que te deixe feio.</p><p>– Você me acha bonito? - ele pergunta e Sofia para num sinal vermelho. Ela não responde de pronto, parece perceber apenas agora que a conversa estava tomando um rumo bem inesperado.</p><p>– Sim. - responde não demonstrando muita empolgação, como se a beleza dele não significasse nada para ela, o que não deixa de ser uma verdade. Tímido, o policial então se cala.</p><p><br /></p><p>O silêncio torna a dominar o carro e poucos quilômetros separam os dois do destino final do policial. Após pensar muito sobre sua ideia, Felipe decide fazer a pergunta que tanto queria.</p><p>– Sabe... - ele tenta iniciar com uma breve introdução que embase seu pedido, para que assim ele tenha mais chances de sucesso. – Eu acredito que terei que ficar mais tempo que o previsto aqui na cidade, por causa da procura pela verdade sobre a morte do meu irmão... - ele começa a se enrolar e quando Sofia vira a direita chegando no quarteirão do Apart-Hotel do qual o policial estava morando, ele sente a pressão para chegar a uma conclusão. – Eu não conheço ninguém aqui, nem nada, toda vez que saio acabo arrumando alguma confusão... Você está sendo bem gentil comigo mesmo depois de tudo e não se assusta fácil... Eu estava pensando... Talvez fosse melhor se eu tivesse alguém que pudesse me ajudar um pouco... Não sei... Você poderia ser minha amiga? - pergunta e Sofia freia o carro bem frente ao local em que Felipe ficará.</p><p><br /></p><p>Sofia parece confusa no início e o olha. A enfermeira percebe que ele está ansioso por sua resposta.</p><p>– Amiga? - Ela pergunta desconfiada.</p><p>– Sim, seria mais para... Sei lá, sairmos de vez enquando... Se você puder me apresentar a lugares novos... Ser um rosto conhecido, alguém de confiança para mim nesta cidade. - ele tenta explicar melhor o que quer.</p><p>Sofia sorri gentil, sabendo que a resposta certa a se dar seria um "não", mas no fim ela aceita.</p><p>– Bom... Acho que não há nada de errado em sermos amigos. - responde.</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s1300/rbl+blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-12128147128491487742020-11-16T02:00:00.001-03:002020-11-16T02:03:14.602-03:00Capítulo 5: Um Policial Inconveniente (Red Blood Lipstick)<p> Sofia não tardou em agir com sua missão, sabia que teria muito o que fazer quando a mesma fosse finalizada.</p><p><br /></p><p>Lisa já havia reportado o sucesso da sua missão, não que houvesse a necessidade disso, naquela tarde a notícia do homem esfaqueado encontrado morto no Motel dominara todos os meios de mídia. Lisa não é do tipo que limpa a bagunça ou a esconde, ela deixa suas vítimas bem visíveis. Ela cuida apenas para garantir que seu material genético não seja encontrado (e caso seja, Vanda esconderia as evidências), no mais se divertia com alvoroço que seus crimes causavam.</p><p><br /></p><p>Rosa havia dito que também agiria hoje cedo, porém ainda não havia anunciado se tudo havia corrido bem. Sofia estranha a demora para ter notícias, mas sabe que a química é esperta o suficiente para se virar sozinha no caso de algum problema.</p><p><br /></p><p>O Alvo de Sofia é caminhoneiro, e tem uma rotina de viagens bem intensa. Ao contrário da maior parte dos Alvos que Vanda seleciona, esse não se limita a ser violento apenas com mulheres, mas com todos que possam estar em seu caminho. Ele constantemente se envolve em brigas de bares e brigas de trânsito, já até levou uma facada numa dessas confusões, mas saiu vivo e andando do hospital no mesmo dia.</p><p><br /></p><p>Contudo, seus crimes contra as mulheres tendem a serem mais violentos. Ele se aproxima delas, as seduz para levá-las até onde ele se hospeda, e ao contrário de cumprir o prometido, enchendo essas mulheres de carícias, ele as agride de forma muitas vezes cruel.</p><p><br /></p><p>Sofia sabia que o mesmo ficaria na cidade apenas até a madrugada de hoje, na manhã do dia a vir, ele partiria com uma entrega para outro estado.</p><p><br /></p><p>Não foi difícil de chamar a atenção dele, os critérios do homem são quase inexistentes, basta ser mulher e você já se candidata a ser sua próxima vítima.</p><p><br /></p><p>O jogo ali era duplo: Ele, achando que havia conquistado Sofia, se preparava para levá-la a um apartamento que alugou para pernoitar na cidade e lá ele se aproveitaria como pudesse dela. Sofia "aceitou" ir a seu apartamento, mas dessa vez ele que se machucaria. E muito.</p><p><br /></p><p>Os dois supostamente se encontram acidentalmente num bar perto de onde o homem se hospeda. Provocante, Sofia fez de tudo para que ela fosse a única a chamar a atenção dele naquela noite, não dando abertura para que nenhuma outra mulher pudesse se tornar a nova vítima. Em um vestido vermelho provocante, vários homens apareceram se oferecendo a pagar-lhe uma bebida, mas ela apenas aceitou a de um.</p><p><br /></p><p>Quando o homem se aproximou da mesa em que ela se sentava sozinha, após ela ter aceitado sua oferta de um drinque, Sofia percebeu que suas investidas com olhares indiscretos e roupa chamativa tinha funcionado.</p><p><br /></p><p>Se não soubesse do passado do homem, a enfermeira poderia dizer que não seria totalmente impossível de ser galanteada pelo homem. Apesar de ter uma beleza mediana, seu xaveco é excepcional. Juntos os dois conversam e bebem. Sofia batiza a bebida do homem com um sonífero bem fraco, apenas para deixá-lo mais vulnerável. A enfermeira é forte e bem habilidosa com armas e luta, porém o local de hoje tem vizinhos bem próximos, barulho de briga poderia chamar atenção indesejada, por isso queria deixá-lo o mais bêbado e sonolento possível.</p><p><br /></p><p>O garçom chega com a saideira e Sofia finge rir de uma nova piada feita pelo alvo.</p><p>– O apartamento é perto? Eu posso nos levar de carro. - Sofia diz. Ela mais fingira beber do que realmente bebeu, mas havia tomado alguns goles de bebida alcoólica.</p><p>– Nada disso. Eu levo a gente. - ele dá uma piscadela. Sofia adoraria a ideia, ele provavelmente causaria um acidente e morreria no processo, economizando sua energia. Mas ela deveria seguir seu plano, e com sorte ele iria perceber, assim que levantassem, que está muito embriagado para dirigir.</p><p><br /></p><p>Último copo de bebida terminado, conta paga. Os dois se levantam para deixar o bar. O homem segura a mão de Sofia como se ambos fossem já íntimos, seu cheiro alcoólico faz com que Sofia queira vomitar, mas ela segue forte. Infelizmente ele parece mais firme do que deveria estar, não bambeia as pernas e anda ereto ao seu lado.</p><p><br /></p><p>Quando os dois já estão prestes a cruzar as portas do bar, um homem alto os interrompe.</p><p>– Sofia! - ele a cumprimenta saudoso. Sofia não o reconhece de primeira, a pouca iluminação não a ajudava.</p><p>– Quem é você? - é o homem que acompanha Sofia quem pergunta. O policial o olha de cima a baixo antes de responder.</p><p>– Felipe, amigo de Sofia, não se lembra, hoje tem menos sangue né? - ele ri e Sofia finalmente o reconhece. Ele é o policial que gritou com ela no hospital, ele é o policial que está investigando sobre a morte do irmão, irmão do qual Sofia ajudou a matar.</p><p><br /></p><p>Hoje sua aparência está bem melhor. Suas roupas estão mais casuais, com uma calça jeans e uma blusa simples de gola V. Seu olho não está tão inchado, mas levemente roxo, sua boca parece totalmente recuperada, seus pontos são visíveis, mas não o deixam feio. Como ela já podia imaginar anteriormente, ele é bonito.</p><p>– Ela está comigo! - o homem fala.</p><p>– Percebo. - o policial diz indelicadamente. – Sofia, posso falar com você em particular? - ele pede.</p><p>– Ela está comigo! - o homem repete.</p><p>– Eu sei! - o policial agora perde sua paciência. – E eu estou falando com ela! Dá para você se afastar?</p><p><br /></p><p>Sofia teme. Ela sabe que o homem que a acompanha tem temperamento explosivo, ele vai querer brigar, e mesmo sem conhecer a Felipe, ela acredita que o policial não seja muito diferente.</p><p>– Não levante a voz para mim não cara! - o homem solta a mão de Sofia e infla o peito para falar com o policial.</p><p>– Quem você acha que é para mandar em mim? - pergunta Felipe.</p><p>– Porque você não vai para o carro enquanto falo com meu amigo? Eu te encontro lá. - a enfermeira apazígua a situação. O homem ignora sua fala de início.</p><p>– É, cara, porque você não vai para o carro? - o policial provoca.</p><p><br /></p><p>O homem ao lado de Sofia parece rosnar de raiva, mas sem tirar o olhar de Felipe, decide seguir o conselho da enfermeira e a esperar no carro.</p><p>– Se você não aparecer em 10 minutos eu venho te buscar. - ele anuncia.</p><p><br /></p><p>Sofia espera que seu Alvo saia de vista e encara o policial.</p><p>– Então somos amigos agora? - ela pergunta.</p><p>– Me desculpe. - ele sorri. – Mas foi necessário.</p><p>– Como você lembrou meu nome? - pergunta. – Você está me seguindo? - ela cruza os braços.</p><p>– Não... Esse encontro foi totalmente acidental. - ele levanta as mãos se rendendo. – E ainda bem que aconteceu. - completa, mas Sofia ainda espera por mais. – Enquanto você fazia os pontos na minha sobrancelha meu campo de visão ficou na altura do seu crachá. - ele justifica. –Fiquei uns bons minutos apenas lendo o seu nome e vendo sua foto. - ri para tentar acabar com a tensão que sente vindo de Sofia.</p><p>– E o que você quer?</p><p>– Esse cara... - o policial olha em volta esperando localizar o homem, mas não o vê. – Ele é encrenca, você não pode sair com ele.</p><p>– Olha...</p><p>– Não estou tentando te atrapalhar. - o policial não deixa que Sofia fale nada. – Mas sou policial.</p><p>– Que bom. - novamente Sofia ironiza.</p><p>– Algo me diz que você não gosta muito de policiais.</p><p>– Nada contra. - ela mente. – Só não gosto muito dos inconvenientes. - Felipe faz uma cara feia, como se tivesse sentido dor.</p><p>– Nossa! - fica sem ter o que falar. – Essa foi dolorida... - Sofia nada diz. – Esse cara com que você vai sair, eu já o prendi por duas vezes, ele é extremamente violento, ele inclusive é dado como foragido na cidade em que trabalho. - revela. – Ao ser inconveniente eu posso estar salvando sua vida. - conclui e Sofia se vê sem saída.</p><p>– Tem certeza disso? - ela queria que ele estivesse errado, mas ela sabe que não está.</p><p>– Infelizmente. - o policial é firme e Sofia percebe que terá de recuar. O policial a reconheceu e também reconheceu o homem, Felipe é uma possível testemunha, o que não pode ocorrer, principalmente agora em que já há tanto em risco. – Olha, você é muito bonita, pode encontrar alguém bem melhor. - ele diz e Sofia ignora.</p><p>– Obrigada por me salvar então. - ela diz após um longo suspiro de frustração. – Vou para minha casa.</p><p>– Eu posso te acompanhar. - Felipe diz ao vê-la seguindo a pé até o carro dela.</p><p>– Não, obrigada. - ela começa a andar mais rápido pelo estacionamento que fica a frente do bar. O bar não é grande, mas fica localizado num centro comercial bem extenso e o estacionamento é comum para todas as lojas, por isso o número de vagas para estacionar é espaçoso. Por ser noite e a maior parte das lojas já estarem fechadas, poucos carro estão parados ali.</p><p>– Só pela sua segurança. - ele vai atrás dela, insistente.</p><p>– Não, obrigada. - repete.</p><p>– Olha... - o policial a alcança e a segura pelo braço de leve, mas forte o suficiente para fazê-la parar. – Eu estava falando sério quando disse que ele é perigoso. Eu posso te levar em segurança, te deixo na porta da sua casa e vou embora, nada mais que isso. - Sofia olha para onde deixou seu carro estacionado, o seu alvo está perto dele, mas parece indeciso se aquele carro é mesmo o dela, já que a unica informação que Sofia havia lhe dado, quando ainda conversavam dentro do bar, é que ela tinha um carro vermelho.</p><p>– Você não tem nada mais o que fazer? - Sofia pergunta tentando não soar grossa, porém falhando. – Você ia até o bar, não é? Encontrar alguém? Algum amigo? - ela prefere se livrar do seu alvo ao chegar no carro e perder a chance de completar sua missão, do que ter o policial em seu encalço.</p><p>– Não, venho sempre aqui na verdade. - confessa. – E pensando bem, talvez seja melhor eu me afastar um pouco de bares. - ri. – Ainda não estou totalmente recuperado. - aponta para o olho que não mais está inchado, mas que a pele arroxeada mostra que ali houve uma lesão há não muito tempo.</p><p>– Você não vai ficar insistindo para que eu libere a ficha do seu irmão, vai? - pondera.</p><p>– Não, isso é passado. - ele a tranquiliza. – Já encontrei outra forma para continuar a investigação.</p><p>– Como assim outra forma? - a enfermeira o questiona.</p><p>– Calma, é totalmente legal e tampouco envolve ficar te irritando. - ele garante. – Meu carro está logo ali. - ele aponta para um carro preto que está estacionado bem perto, a apenas dois carros de distância. </p><p><br /></p><p>Sofia porém não olha para onde ele aponta, ela tinha entrado quase que em transe, pensando em 500 coisas ao mesmo tempo:</p><p><br /></p><p>O que o policial quer dizer com "conseguiu uma outra forma"? Estaria Vanda ciente disso? Sofia tinha que descobrir um pouco mais sobre a nova forma que Felipe encontrou para continuar com sua investigação... Será que ele está mentindo? Seria essa uma forma de persuadi-la para depois tentar convencê-la de liberar a ficha?</p><p>– Sofia? - Felipe chama a sua atenção.</p><p>– Eu... Deixar meu carro aqui... Não me parece uma boa ideia. - ela finalmente "acorda" – Mas... - ela sabe que tem que aproveitar essa chance que o policial está dando para descobrir mais coisas, então negar a carona não parece ser uma boa ideia. – Acho que aqui é seguro... - ela dá um sorriso forçado.</p><p>– Posso vigiar o seu carro pela noite, se você me prometer pegar bem cedo. - ele ri ao se oferecer. </p><p>– Porque você está sendo tão cordial? - Sofia começa a achar estranho o empenho desproporcional do policial.</p><p>– Ah... - dá de ombros. – Você "costurou" minha cara e eu fui um grosso com você... Não tenho muito o que fazer por agora... Acho que essa é uma boa forma de pedir desculpas, agradecer e me ocupar. - responde por fim.</p><p>– Acho que devem ter câmeras e seguranças que vigiam o centro comercial. - Sofia diz por fim, ela não tem certeza, mas deixar o policial tão perto do seu carro onde tem uma grande quantidade de materiais para queimar e enterrar um corpo, além de armas e munição não lhe parece uma boa ideia.</p><p>– Você quem sabe, mas não me importo de ficar aqui. - sorri.</p><p><br /></p><p>Sofia se rende. Ambos vão até o carro de Felipe, um Chevrolet Onix preto e se acomodam. Quando Felipe dá partida no carro, um barulho de vidro trincando os assusta. Sofia olha para o vidro traseiro do carro e lá está seu alvo, com uma grande pedra na mão. Claramente transtornado, ele irá atacar o carro novamente.</p><p><br /></p><p>Por impulso Felipe dá marcha-ré e atinge o homem em cheio. Ao sentir que o atropelou, Felipe freia e fica estático com a mão no volante, por mais bem treinado que seja, naquele momento ele não sabia o que fazer. Sofia o olha também assustada. Ela queria matar o homem, mas não dessa forma. </p><p>– Ai meu Deus, eu o matei, não foi? - Felipe pergunta assustado. </p><p>– Talvez. - Sofia sussurra em resposta.</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s1300/rbl+blog.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Olá, estou repostando o Capítulo 5 de Red Blood Lipstick que deu um erro na última semana, ainda não consegui descobrir o porque.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Por razões pessoais, já deixo em aviso, que nessa semana não conseguirei atualizar a história "A Origem de Lincoln Campbell". Espero conseguir continuar a postagem das outras histórias normalmente, caso veja que também não conseguirei, vou deixar avisado aqui.</div><div style="text-align: center;">Muito obrigada pela compreensão e até mais.</div><p style="text-align: center;"><br /></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-24847534710746636182020-11-13T20:09:00.006-03:002020-11-13T20:09:44.168-03:00 Capítulo 4: O Segredo de Rebecca (Parte 2)<p><br /></p><span id="docs-internal-guid-79c36818-7fff-fca5-18b3-f7ac81cee028"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Finalmente "aceitando" sua nova condição. Rebecca se recolhe em seu quarto, e chora por horas. Ela pensa em tudo o que fez para contribuir para a falência de seu pai e também pensa na humilhação que será quando todos seus amigos descobrirem.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O celular de Rebecca toca. É Sara. A melhor amiga de Rebecca desde sua infância.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca atende. E Sara logo dispara a falar, pois está ansiosa pelo dia de amanhã, quando seu namorado finalmente voltará de sua viagem como voluntário para construção de casas para pobres. Ao pensar nisso Rebecca se pega querendo rir, será que Ricardo construirá uma casa para ela e seu pai quando não mais conseguirem pagar as contas do condomínio do prédio em que vivem?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sara está tão animada que a princípio não percebe o desânimo de sua amiga, mas após longos minutos falando praticamente sozinha, a Sara resolve perguntar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Becca, você está bem?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Estou. – Rebecca confirma, mas não a convence.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Tem certeza? Não está doente nem nada? – insiste.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não. – Rebecca diz, mas percebe que não vai chegar a lugar nenhum assim, Sara a conhece bem demais. – Estou com um pouco de dor de cabeça, só isso... – isso não era necessariamente uma mentira. Todo o choro e desespero tinha lhe dado uma enxaqueca.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você quer que eu vá aí? – sugere Sara, preocupada com a amiga.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não precisa. Eu já tomei um remédio, devo ficar bem em breve. – ela responde. – E você sabe como funciona esses remédios, não é? Daqui a pouco eu vou apagar de sono.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Tem certeza?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Tenho, de verdade. Amanhã eu vou estar bem melhor, e a gente vai poder conversar bem mais... Quer dizer, isso se o Ricardo deixar. – força uma risada.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Ai, estou tão feliz pela volta dele... – Sara volta a falar sobre o assunto, deixando de lado a preocupação com a dor de cabeça da amiga.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A campainha bate. Rebecca ignora. Alguém irá atender, mas depois ela se lembra, não há mais ninguém, não há mais funcionários, não há mais mordomias.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sara, eu preciso atender a porta, tem alguém chamando. – diz, dando claros sinais de que quer encerrar a ligação.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você? Atender a porta? – a amiga pergunta com voz de humor. – Deixe que algum funcionários atenda. – diz. – Vamos conversar sobre você, só eu falei a ligação inteira. – O coração de Rebecca dá um pulo ao perceber a gafe que acabara de cometer.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Meu pai resolveu dispensar todos os funcionários mais cedo hoje. – Rebecca mente. – Então sobrou eu para lidar com isso.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Mas que horror. Porque seu pai fez uma loucura dessas? – Sara pergunta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não sei. – a campainha toca novamente. – Sara, eu realmente queria continuar a ligação, mas preciso mesmo desligar. – diz, enquanto se levanta da cama, para ir atender a porta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Tudo bem. – Sara diz um pouco cabisbaixa. – melhoras, amiga. – deseja.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Obrigada. Até mais.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando as duas se despedem, Rebecca já está na sala, a poucos passos da porta de entrada.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca abre a porta e dá de cara com a última pessoa que queria ver na vida. Lucas.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Eram poucas as pessoas capazes de gostarem de Lucas, ele é brincalhão, mas não do tipo que todo mundo gosta, ele é mais do tipo que irrita, perturba, mexe na ferida. Isso o faz ser alguém com poucas amizades na escola, e as suas amizades, na maioria, são claramente falsas, por puro interesse, mas isso nunca o incomodou. Rebecca, pode-se dizer, é uma das poucas pessoas que o suportam, mas isso varia muito, o relacionamento dos dois vai de amor ao ódio em questão de minutos e isso tinha ficado bem explícito nessas férias.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que você está fazendo aqui? – ela pergunta já nervosa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você deveria ser mais gentil comigo. – diz o garoto, que sorri largo.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Se você já se arrependeu do nosso término, saiba que eu ainda não...</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Deixe de ser metida. – Lucas a interrompe. – Aquilo não foi nada para mim. – ri.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca e Lucas tiveram um brevíssimo relacionamento nas últimas duas semanas. Desde o início foi combinado que seria apenas um lance, nada sério e que não era algo que deveria ser espalhado para ninguém. Rebecca havia contado apenas a Sara, que claramente a julgou muito, mas foi obrigada a aceitar; já Lucas se manteve calado e não contou nada a ninguém. Juntos, os dois passaram dias de puro fogo e intensidade, mas o fim foi numa briga fulminante. Desde então os dois não se falaram. Rebecca não queria assumir, mas ela tinha nutrido um sentimento um pouco mais forte por Lucas durante esses poucos dias de namoro e a separação não tinha sido tão fácil como ela pensou que seria.</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Vai deixar-me entrar ou não? – ele pergunta. Como resposta ela apenas permite que ele passe e adentre ao seu apartamento.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lucas entra como se morasse por lá. Senta-se espalhado pelo sofá e coloca o pé encima da mesa de centro. Ele participa do time de futebol da escola e graças a isso conquistou um corpo escultural, cabelo preto, pele branca, olhos esverdeados, recentemente, num ato de rebeldia, colocou um alargador em sua orelha esquerda.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você não vai me oferecer algo para beber? – pergunta assim que vê Rebecca se sentar no sofá a sua frente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu não estou no clima para sua má educação, Lucas, diga o que quer logo. – Rebecca começa a se estressar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu sei que você não está no clima. – ele diz óbvio e divertido. – Quem ficaria no clima para qualquer coisa quando se é pobre? – ri.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não sei do que você está falando. - Rebecca tenta disfarçar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não sabe? - Lucas se ajeita. Sentando-se mais elegantemente no sofá e olhando diretamente para Rebecca. – Você e seu pai estão falidos, totalmente falidos, pobres, muito pobres, pobrissimos…</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Cale a boca. - Rebecca grita, interrompendo-o. – Saia de minha casa. - ela se levanta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você não deveria tratar assim a única pessoa que está disposta a te ajudar.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s1000/1a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="1000" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s320/1a.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p data-p-id="5be00d19f46a18686009053b7bc25a9f" style="background-color: white; box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="color: #222222; font-family: Source Sans Pro, Helvetica Neue, Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 18px;">Olá a todos(as), resolvi cortar O Segredo de Rebecca em 3 partes para que não fique um capítulo muito grande, para compensar esse monte de cortes na história dela, tentarei postar o próximo capítulo ainda amanhã. </span></span></p><p data-p-id="5be00d19f46a18686009053b7bc25a9f" style="background-color: white; box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="color: #222222; font-family: Source Sans Pro, Helvetica Neue, Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></span></p><p data-p-id="5be00d19f46a18686009053b7bc25a9f" style="background-color: white; box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="color: #222222; font-family: Source Sans Pro, Helvetica Neue, Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 18px;">Obrigada e bjss</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-85962421286401784652020-11-12T18:24:00.001-03:002020-11-12T19:54:02.101-03:00 Capítulo 4: Rosa (Red blood lipstick)<p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><b style="font-size: 18px;">Atenção! Essa história aborda assuntos como abuso, sexo, drogas e violência, e pode não ser adequado a todos. Por favor, se algum desses assuntos é gatilho para você, não prossiga com a leitura, e caso você seja menor de idade, não leia esta história, há muitas outras mais indicadas para você!</b></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><b><br /></b></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><b>Agradeço pela compreensão, e aos que podem, boa leitura.</b></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><b><br /></b></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Para todos que conheciam a família que morava na casa em uma rua sem saída no tranquilo bairro familiar, aqueles pais e aquelas crianças educadas, eram o exemplo de família perfeita. O pai trabalhava como corretor de imóveis, e sempre andava muito arrumado e sorridente; a mãe, dona de casa, era um exemplo de dedicação aos filhos, sempre presente nas reuniões com os professores, sempre indo nas festas dos amiguinhos dos filhos e sempre ajudando as outras mães em tudo o que precisavam. Os filhos, dois meninos mais velhos e gêmeos e uma menina, a caçula, eram extremamente educados. Cheios de "por favor", "obrigado", com roupas impecavelmente limpas e cabelos castanhos com corte perfeitos, eles sempre eram colocados como exemplos a serem seguidos pelas outras crianças.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">O que as roupas, os sorrisos, os domingos na igreja e a educação admirável escondiam, eram dias e noites de torturas.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Não existia uma justificativa, nem mesmo a tentativa de uma, o processo era o mesmo desde muito pequenos, tanto que numa certa idade as crianças entenderam que aquilo deveria ser normal.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Os pais de Rosa a deixava passar fome por dias a fio, a mesma tinha ossos pontudos, que eram escondidos pelas roupas, na sua maioria, vestidos bufantes e cheios de relevos e cores, que ela era obrigada a usar quando saia de casa, ela os odiava com todas as forças. Quando os filhos podiam comer, comiam restos, algumas vezes coisas estragadas, intragáveis, mas após mais de 10 dias sobrevivendo com alguns pingos de água, contatos num conta gotas, até mesmo pedra parecia apetitoso.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Na escola, Rosa e os irmãos tentavam se alimentar, bebiam água o tempo todo até sentirem que o estômago estava cheio de líquido, mas os pais nunca lhes davam dinheiro para que comprassem o que comer, e como estudavam em escola particular, não tinha como comerem de graça, eles tinham que ficar pedindo pedaços dos lanches dos amigos mais próximos. Isso os sustentavam durante o ano letivo, mas quando as férias chegavam...</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">A tortura física também era constante. Chicotadas, noites acordados obrigados a ficarem ajoelhados... Os espancamentos sempre se limitavam a partes do corpo que poderiam ser facilmente escondidas com roupas. Os atos de maus-tratos não eram cometidos apenas pelo pai, mas também pela "bondosa e dedicada" mãe, que parecia ser a que mais gostava de cometer tais atrocidades.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa só foi resgatada quando já estava para completar 12 anos, um dos seus irmãos mais velho, na época já com 16 anos, adoeceu. Parecia ser apenas mais uma das milhares de gripes que eles já tiveram, mas o constante desgaste físico causados pelas torturas e dieta precária, não permitia que o corpo oferecesse bons anticorpos. Como nada foi feito enquanto o menino apenas espirrava, tinha febre e dores de cabeça, a doença evoluiu. Quando o irmão foi encaminhado ao hospital (apenas após uma das professoras contactar os pais, pedindo para que algo fosse feito, o que os deixou sem saída) o mesmo já tinha uma pneumonia grave. Os médicos, desconfiados do estado do menino, denunciaram ao conselho tutelar, que descobriu sobre os maus-tratos.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Os pais de Rosa fugiram antes mesmo que a investigação tivesse sido concluída, fugiram antes que o filho, que estava em estado grave, chegasse a óbito. Os dois simplesmente o abandonaram internado, deixando os três filhos sem ninguém.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa e o seu único irmão sobrevivente, passaram o resto da adolescência no orfanato. Vanda, ao escutar a notícia foi prontamente oferecer ajuda a garota, que ao completar 18 anos foi direcionada à ONG de Vanda, que na época ainda estava em reforma para se tornar o que é hoje. Neste meio tempo, a mesma perdera o contato com seu irmão, e mesmo que não diga, isso é algo que a incomoda.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa não foi prontamente requisitada a participar do grupo secreto da ONG, Vanda não acreditava que a mesma seria capaz de acrescentar muito. Mas quando ela começou a se enturmar melhor, se abrir mais, Vanda percebeu o grande potencial que Rosa tinha. A benfeitora lhe pagou uma faculdade de Química, entre outros cursos técnicos na área da biologia.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Mesmo após estar no grupo secreto, e já tendo concluído algumas missões dentro do mesmo, foram necessários mais de dois anos até que os pais de Rosa fossem localizados e ela pudesse se vingar. Ela preferiu não seguir o exemplo de suas colegas, que escolheram uma morte rápida.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Os pais de Rosa estavam em outro estado, numa cidade interiorana morando em uma casa isolada. Perto dali, Rosa construiu um porão subterrâneo. Para não chamar atenção, Rosa, Jane e Vanessa (a mesma que hoje traiu o grupo), construíram o local com as próprias mãos, sem a necessidade de envolver pessoas de fora do grupo na obra. No projeto de construção, as mulheres fizeram questão de que as paredes de cimento fossem grossas e impenetráveis e que a porta de entrada fosse bem pesada e impossível de se abrir por dentro.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa sequestrou seus pais durante a noite, quando os mesmos já adormeciam. Quando eles foram deixados no porão, com as mãos amarradas, a filha apenas os observava sem dizer nada. Havia muito rancor no seu coração, revê-los não estava sendo fácil. </span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Os dois tampouco pareciam os mesmos, antes sempre andavam arrumados, e agora estavam velhos e usando maltrapilhos, o destino parecia tê-los feito pagar pelo que fizeram e Rosa seria a responsável por fechar o ciclo.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa os explicou como desatar o nó que prendia as mãos deles, e os deixou com uma garrafa de água de 500 ml e um saco de 500g de farinha de trigo. A água já estava quente, mas era limpa, o saco de farinha de trigo estava furado, mas não estava estragado. Aquele seria o kit sobrevivência dos dois.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">A química então os deixou lá, presos, impossibilitados de sair ou de serem escutados por qualquer um. O porão é abafado e a saída de ar era quase inútil. Rosa não sabe dizer quanto tempo levou para os pais falecerem, provavelmente de inanição. Ela retornara ao porão apenas 4 meses após a noite do sequestro e os encontrou num estado de decomposição muito avançado. Rosa não chorou, não se abalou, não sentiu nada. Apenas voltou a fechar o porão, deixando os restos de seus pais jazer ali para sempre.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Sempre empenhada a fazer o melhor, Rosa podia se dar bem em diversos tipos de missões, sendo muitas vezes útil em missões das outras colegas também. Com seus cursos e graduação, Rosa não só tem acesso aos químicos como tem o conhecimento para criar venenos fatais e letais. Quando gostava de algo mais simples, usava de armas para fazer com que seus alvos fossem atingidos. Algumas meninas acham isso ruim, pois geralmente Rosa atira de longe e o alvo não sabia o por que tinha sido alvejado, mas para Rosa o saber o porquê está morrendo, não é tão importante, o fundamental é o resultado final: menos um criminoso a solta.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">No caso de hoje Rosa teria que se envolver um pouco mais do que geralmente gosta, a rotina do seu alvo é intensa e o mesmo raramente está sozinho, e para agir sem chamar muita atenção ela teria que ser esperta e paciente.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Durante todo mês ela observou a rotina de seu alvo. Geralmente essa observação dura pelo menos dois meses, mas seu alvo lhe facilitou muito a vida, seguindo horários e rotas fixas todo santo dia, passar mais 30 dias observando-o seria uma perda de tempo.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Ainda cedo ele se dirige ao trabalho no banco, a rota é curta, mas o prédio em que ele trabalha não oferece estacionamento, e ele tem que deixar seu carro num estacionamento pago que fica a duas quadras do banco, este era um dos seus momentos mais vulnerável.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Andando pelo caminho contrário, Rosa propositalmente esbarra no homem e para não cair com a trombada, ela segura forte em seu braço. O homem tem dificuldade para não cair sobre Rosa, o susto pela pancada lhe deixou despreparado e a forma quase agressiva que a mulher desconhecida o segura, não o deixa confortável.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa retoma seu equilíbrio e pede desculpas ao homem, que a olha de cima a baixo e não fala nada em retorno.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Sua falta de educação já era de conhecimento de Rosa, o mesmo parecia tratar quase todos a sua volta com ignorância.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Enquanto o homem volta a sua rota até seu trabalho, Rosa começa a sua espera.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Seu plano era simples, começara no momento em que os dois "acidentalmente" trobaram. De forma discreta Rosa segurava em sua mão uma agulha embebida num veneno não difícil de produzir, tampouco difícil de se detectar, mas que em uma boa dose, leva alguém ao óbito em questão de minutos. Este porém não era o objetivo de Rosa, a quantidade que ela conseguira injetar através da agulha era ínfima, mas faria seu efeito no tempo certo.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Os primeiros sintomas irão surgir em torno das próximas 4 horas, com fortes dores abdominais. Rosa espera que o seu alvo acredite que tudo não passa de uma indigestão pós almoço e que não se importe o suficiente para ir a um médico ou retornar a sua casa antes da hora, mas caso uma das duas situações venham a ocorrer, a mesma tinha como contornar tudo a seu favor.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Hoje é o dia em que a sua doméstica, que fica 24 horas no trabalho, tem uma folga. A mesma ficaria 8 horas longe, deixando-o sozinho, mas caso ele retornasse para casa cedo demais, enquanto a empregada ainda não finalizara seu turno, ela poderia acabar levando-o ao hospital. Para impedir que isso ocorra, Rosa, conseguiu, de forma astuta, furar o pneu do carro do homem, mesmo o carro estando estacionado num estacionamento privado e vigiado. Isso não o impedirá de retornar a sua casa, mas o atrasaria, o que seria o suficiente para ela.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Caso o mesmo fosse procurar um hospital, o mais próximo, coincidentemente, é o que Sofia trabalha, se ele por lá fosse, Sofia a ajudaria a mandá-lo para casa no momento e horário que fosse mais oportuno para Rosa.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Por sorte, o plano mais fácil funcionou, o homem, mesmo com dor, manteve-se trabalhando até o final e quando chegou no estacionamento, furioso, fez com que os funcionários do local trocassem o pneu. O tempo ali perdido já tinha sido mais que suficiente para que a empregada do alvo de Rosa deixasse a residência dele.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Pelo suor que escorria da testa do homem e sua feição pálida, Rosa sabia que o veneno já estava agindo. Explodindo-o vagarosamente por dentro, a começar pelo intestino. Até o fim daquele dia, todos os órgãos daquele homem vão estar rompidos.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Pelo caminho de volta, Rosa persegue o homem com sua moto, e o mesmo, provavelmente sentindo dores horríveis, dirige pessimamente, quase se coloca em um acidente por pelo menos umas três vezes. Quando chega em casa, sai do carro se arrastando, Rosa não sabe dizer se o mesmo já pediu ajuda ou socorro médico, então, mesmo sabendo que ele ainda agonizaria por pelo menos mais 4 horas até finalmente morrer, ela decide agir rapidamente.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">O homem não se preocupou (ou talvez não tenha conseguido) em trancar a porta de entrada, Rosa entra na grandiosa casa dele sem precisar se esforçar. O mesmo não tem cachorros ou qualquer animal que pudesse denunciar sua presença, a casa não possui nenhum sistema de segurança. Fácil até demais.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa o encontra debruçado sobre a pia na cozinha, ele cospe sangue e a olha com ar de esperança.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Socorro. - ele diz com dificuldade, o mesmo já respira com esforço. – Não sei o que... Está... Acontecendo. - puxa o ar com força. Talvez o efeito nele estivesse mais forte do que os cálculos de Rosa indicavam, na situação em que o mesmo está, ele não passaria mais que 2 horas vivo. Talvez ele tenha algum tipo de doença crônica que esteja acelerando seus sintomas. Entretanto, isso tampouco importa, Rosa tem mais o que fazer.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Sem mais hesitação, Rosa tira do bolso da sua calça jeans um par de luvas e logo após, duas fotografias que haviam sido dobradas em quatro partes. Na imagem estava a ex-mulher do homem e a filha do casal, quando a mesma ainda tinha apenas dois anos de idade. Rosa joga as duas imagens sobre a bancada que fica ao lado da pia em que o homem se escora.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Seus olhos se arregalam e ele torna o olhar para Rosa, confuso.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Você a matou por ciúmes, na frente da sua filha, quando ela tinha 4 anos. - Rosa é direta. – 28 facadas por todo o tórax da sua mulher. - o homem procura por um suporte, para que possa se afastar de Rosa, que se aproxima cada vez mais dele.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Não fui eu. - desiste de fugir. – Foi o amante dela. - sua voz sai por um fio.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Foi nisso que a justiça acreditou, mesmo com a menina jurando ter visto o pai cometer o crime. Um homem inocente ficou 10 anos na cadeia pelo que você cometeu.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Foi ele. - o homem lentamente cai sobre o chão da cozinha. – Foi ele. - repete.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Faz dois meses que conseguiram provar a inocência dele, finalmente concluíram que a imagem da câmera do estabelecimento em que ele trabalhava na hora do assassinato era real e prova o suficiente para inocentá-lo.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Injusto. - se limita a dizer.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Injusto? - questiona Rosa. – Realmente, foram necessários 10 anos para verem o obvio. A sua palavra sozinha se valeu por cima de todas as outras evidências, sobrepôs a voz de sua filha, se sobrepôs às imagens dele no local de trabalho, sobrepôs a todas as testemunhas que foram depor a favor dele...</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Se... - respira fundo. – Se está achando... Que não me importo... Que sou... Culpado... Só porque não... Reabri o... Caso... Não é... Verdade... Só acho que... Ele já... Pagou.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Pagou pelo quê? Por ter se envolvido com uma mulher casada? Esse foi o crime dele. Agora, 10 anos na cadeia por uma traição é um pouco demais, não é?</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Foi ele. - mais sangue corre por sua boca, Rosa pode ver pelo seu olhar que o mesmo está dominado pela dor, mas nem mesmo forças para gritar ou expressar a dor ele tem.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Todas as evidências apontavam para você, apenas sua palavra apontava para ele. Todo mundo sabe que foi você, mas ainda assim quem foi parar na cadeia foi ele... Eu me pergunto, esse resultado teria sido diferente se você não fosse um homem branco, com boa condição financeira, amigo de pessoas importantes na política e ele não fosse um simples porteiro, negro, pobre que ainda morava com a mãe? - o homem não diz nada. – O que te irritou de verdade foi o fato dela ter te traído ou o fato dela ter se interessado por homem como ele? Pobre e negro... Ela estava para escolher ele, não estava? Ela ia te largar para ficar com ele. - o homem tosse e mais sangue sai por sua boca.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Aquela vadia está no inferno. - quase rosna ao falar.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Se assim for, em breve você vai encontrá-la. - Rosa responde com desdém.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Eu chamei o socorro, vão me salvar e você vai apodrecer na cadeia, sua idiota.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– No estado em que você está não existe nenhuma possibilidade de ser salvo. - Rosa diz.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Se o efeito estivesse um pouco mais brando, Rosa não poderia descartar a possibilidade do homem sair vivo no caso de ser socorrido em breve; mas por alguma razão, talvez uma doença prévia ou o uso de algum medicamento controlado que ajudava na condução do veneno na sua corrente sanguínea, o efeito está bem mais forte e mais rápido. No ponto em que está, no melhor (ou pior, para Rosa) do casos, ele seria colocado em coma induzido e posto imediatamente numa hemodiálise (sem garantias de que isso funcionaria). Para salvar-se o mesmo teria que ter procurado ajuda ainda na primeira hora do primeiro sintoma, e teria que torcer para que os médicos suspeitassem de pronto do envenenamento, caso contrário, nem mesmo isso teria o salvado.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa escuta o barulho das sirenes se aproximando, o homem não estava blefando, ele havia chamado o socorro.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">– Você vai se fud... - Rosa agarra os cabelos do homem e com toda sua força bate a cabeça dele duas vezes contra o chão. A força que a mesma faz é tão grande, que ela pode escutar o trincar do crânio dele, se foi uma fratura grande ou pequena, naquele momento não importava, ela só o fizera para que o homem desmaiasse e assim não falasse sobre ela aos socorristas. Se tiver sorte, quem socorrê-lo achará que uma queda provocou tal ferimento em sua cabeça. Fora isso, Rosa sabe que Lisa estará no IML e se encarregará de esconder toda e qualquer evidência de um envenenamento.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Enquanto os socorristas entram na casa, Rosa corre para se esconder no segundo andar da residência. Ela sabe que muito em breve policiais também seriam chamados ao local, devido a estranha morte do homem, por isso ela teria que ser rápida na sua fuga, afinal sua moto estava estacionada bem em frente a casa, isso poderia gerar suspeitas o que levaria a um investigação direto para ela.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Ela escuta os paramédicos se comunicarem, tentando reanimar e imobilizar o homem que não tem mais salvação. Cuidadosamente ela abre a janela de um dos quartos da casa. A janela dá para a área de trás da casa, e se ela quisesse sair de lá rápido, teria que pular.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">A queda não é agradável, mas Rosa não tem tempo para se recompor adequadamente, e ainda sentindo as dores do impacto da aterrissagem se levanta e corre, dando a volta pela parte de fora da casa, tentando sair pela porta da frente, onde está sua moto, mas logo um dos socorristas a vê e desconfiado vai até sua direção.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Rosa age rápido e antes mesmo que o socorrista consiga se aproximar o suficiente, ela corre para o outro lado, entrando mais no quintal da casa do homem que ela acabara de matar.</span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">O socorrista é rápido, mas Rosa ganha vantagem quando a mesma começa a escalar o muro que separa a casa em que estão, da casa do vizinho. Por sorte não há nenhum animal que ataque a Rosa nessa invasão improvisada, e quando o socorrista, com muito esforço, consegue subir no muro, ele para sentado ali mesmo, desistindo de persegui-la, sem dúvidas ele chamará reforços. </span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><span style="font-size: 18px;">Agora, Rosa, para se livrar, teria que contar não só com a ajuda de Lisa no IML, mas também de Vanda na delegacia. </span></p><p data-p-id="5d4547742458bc444fe16c94e5bea7d9" style="box-sizing: border-box; line-height: 24px; margin: 0px 0px 24px; padding: 0px;"><br /></p><span id="docs-internal-guid-956145a6-7fff-7856-9d8d-9f1413a7b269"><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcMXMZtjxjcsrfcEJ1j3c8D-Ncl1wAxQOsLZCgXnoeFVnKCi7GTmKi1_lg93PHGdPXrOdVeuAgckDVBDjBbTOwkIVtvPR136QNhfQVZkKWjo_YaSWEQlzxZwNBb6sBrMJxecXJSAFdJ2k/s500/rbl+wappet.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="330" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcMXMZtjxjcsrfcEJ1j3c8D-Ncl1wAxQOsLZCgXnoeFVnKCi7GTmKi1_lg93PHGdPXrOdVeuAgckDVBDjBbTOwkIVtvPR136QNhfQVZkKWjo_YaSWEQlzxZwNBb6sBrMJxecXJSAFdJ2k/s320/rbl+wappet.jpg" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-31187042114956787282020-11-10T21:31:00.001-03:002020-11-10T21:31:13.452-03:00 Capítulo 3: O Filho Perdido (A Origem de Lincoln Campbell)<p><br /></p><span id="docs-internal-guid-99f0a51a-7fff-6a2a-3d39-1d64bbe680f6"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando Rosalind e sua equipe chega ao hospital que sofrera o ataque, os humanos modificados já haviam escapado. Ao interrogar a enfermeira que havia chamado o socorro, eles descobrem que um desse humanos na verdade trabalhava, também como enfermeiro, no hospital. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A equipe então levanta a ficha do tal enfermeiro e quando Rosalind olha para a foto do humano modificado na tela do computador, ela, pela primeira vez em anos, não sabe o que fazer. Uma mistura de medo, raiva, confusão, alegria e tristeza inundavam seu coração. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Claro que ele não estava igual da ultima vez que o vira, anos haviam se passado, o mesmo agora tem uma barba rala, e o cabelo está mais arrumado, e não mais rebelde quando na adolescência. Ele agora não é mais um jovem universitário, mas um homem. Ainda assim, mesmo que anos se passasse, Rosalind jamais iria se confundir. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Aquele enfermeiro. Aquele humano modificado que aparece na imagem é seu filho.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind tinha que agir rapidamente. A sua equipe esperava isso dela, o </span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">presidente</span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> espera isso dela, suas mãos estão atadas, e neste momento a missão se tornara pessoal demais. Deveria ela revelar isso ao presidente? O mesmo deveria ser informado de tudo, porém se ela o fizesse, inclusive sua posição de liderança nesta força tarefa poderia ser comprometida e mais uma vez o filho lhe escaparia pelas mãos. Deveria ela esconder ele de tudo e de todos? Rosalind sabe que para isso teria que burlar leis e necessitaria da ajuda de mais algum agente, provavelmente Banks, mas é um movimento tão arriscado quando a primeira ideia. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lincoln precisa ser resgatado, Rosalind deve isso a ele. Hoje, após ter perdido tanto em sua vida, ela percebe que esteve ausente na vida do filho, se ela o capturasse e o levasse para a U.A.C.A., ele poderia ser curado, poderia voltar a ser seu filho, quem sabe até mesmo perdoá-la?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uma força tarefa é criada as pressas, Rosalind deixa claro a Banks que ele deve capturar Lincoln vivo a todo custo, ela não diz o porque para ela esse humano modificado é tão importante, mas é bem óbvio que ela tem um interesse enorme no enfermeiro. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Não demora muito para que o encontrem, um grande grupo de agentes é enviado até onde ele se localiza, numa parte mais interiorana, de mata fechada. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind aguarda pelo retorno do time com agonia. Em seu escritório ela anda de um lado para o outro, com o seu telefone na mão ela aguarda uma chamada, de minuto em minuto olha pela janela que dá ao lado de fora do prédio, talvez eles não a telefonem, apenas retornassem com o seu filho já capturado, seguro e muito em breve salvo.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O telefonema finalmente chega, Rosalind atende de pronto.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sim, como foi a missão? Já estão retornando? - questina ansiosa.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Senhorita Price, nós o perdemos, teremos que chamar a todos para essa missão. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O coração de Rosalind se aperta, ela não gostaria de ter que dar o próximo passo, mas suas opções estavam se acabando.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A agente sabia que seu filho não se renderia fácil, ela conhece o seu temperamento forte, mandar agentes armados atrás dele talvez não tivesse sido a melhor jogada, mas ela tampouco poderia aparecer para ele de cara limpa, pois sabe que talvez isso seria ainda pior. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Fotos de Lincoln são divulgadas em todos os meios de mídia. Agora a U.A.CA., a polícia e o FBI o procuram. Sua cara está pública, civis também sabem de sua existência e alguém em algum momento fará uma denúncia.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind tem uma noite horrível, se revira na cama sem conseguir dormir, ela tem esperanças de que logo receberá alguma notícia, mas a espera é um tormento. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Logo cedo ela se reencontra com Banks. No carro oficial eles conversam sobre a falha missão de captura e sobre as mais de 24 horas sem nenhum sinal de Lincoln.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ele não sumiu. - ela devaneia entre todas as possibilidades. – a menos que sim… Ele não consegue fazer isso, consegue? - Rosalind pergunta ao agente que está a seu lado.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não. - ele garante.– o negócio dele é eletricidade… Ele vai aparecer. - Banks garante. – Por isso avisamos a população, ele não tem onde se esconder.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu espero que sim. - Rosalind se força para não deixar seu desespero aparecer em sua voz, mas não faz um bom trabalho. Pela primeira vez em toda sua vida profissional, ela teme. – Precisamos começar a fazer progressos, mostrar resultados… - ela tenta fingir que seu empenho descomunal era apenas pela expectativa de reportar resultados ao presidente. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uma outra agente, de cabelos castanho e rosto redondo e traços simples a interrompe. Ela senta no banco da frente do carro, ao lado do motorista. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Senhora Price, tem uma chamada de vídeo para você.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Pede para esperarem. - ela responde sem hesitar. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É a Casa Branca. - a agente informa. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind suspira de olhos fechados. Ela sabe que não será uma ligação muito agradável.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Pode passar para minha tela. - Rosalind ordena, após gastar alguns segundos tentando se recompor. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind se sentiria aliviada, se não estivesse tão apreensiva por tudo o que já estava acontecendo ao seu redor. Ao contrário de ver a imagem do presidente na chamada de vídeo, é o rosto de Phil Coulson que aparece. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Coulson. - ela diz monotonica. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Me chame de Phil. - ele diz, como sempre mais solícito do que o necessário. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu não posso é chamá-lo de presidente. - ela responde não tão gentil. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você não é a única pessoa conectada com a casa branca… Bom, a minha é uma conexão pirata via satélite que logo será descoberta, então serei breve. - o seu bom humor é indestrutível. – Está fazendo muito barulho, e francamente me sinto um pouco insultado, está pedindo ajuda para todo mundo: para o FBI, a polícia local e agora para a população… - enquanto Phil fala, o telefone de Banks começa a tocar, ele atende a chamada e Rosalind mantém sua atenção nas lamentações de Coulson. – A todos, menos as pessoas que realmente sabe das coisas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você quer dizer: você.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu quis dizer, sim. - Coulson assume. – Então vamos nos encontrar. Só nós dois, pessoalmente… – Banks chama a atenção de Rosalind, ele não mais fala no telefone. – terreno neutro… - Rosalind nem mais presta atenção no que Phil está falando. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É… Pode me dar licença um momentinho? - Rosalind não espera por uma resposta e já muta a conversa. Ela então se dirige a Banks.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que foi? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Já temos a localização do Lincoln Campbell. Ele está hospedado em um apartamento no subúrbio de Chicago.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Já sabe o que tem que fazer. - Rosalind diz e logo retorna a chamada com Phil. – Tudo bem Phil, vamos nos ver, acho que teremos muita coisa para conversar. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A aceitação de Rosalind para conversar com Coulson pouco tinha haver com uma real vontade de cooperação dela. Perspicaz, ela logo viu uma chance de resgatar Lincoln sem a intromissão da SHIELD. Se ela fosse capaz de manter o diretor da agência fantasma ocupado o suficiente para que a U.A.C.A tomasse a liderança, ela já poderia contar isso como uma vitória. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Banks monta um time com os melhores em campo e partem num avião de combate ultraveloz para chegarem a Chicago, de lá usam carros para chegarem ao prédio em que a denúncia foi feita, e assim não chamarem tanta atenção. Porém agentes com equipamentos de proteção e armados quase que até os dentes não passam despercebidos facilmente. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao chegar no apartamento indicado, Banks percebe que Lincoln provavelmente os viu chegar ou foi alertado por alguém. O denunciante, um homem de meia idade, corpulento e entradas nas laterais, está no chão, desacordado. Agentes vasculham por todo o apartamento, mas não encontram o que tanto queriam.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Enquanto isso, Rosalind se desloca até o local de encontro sugerido por Phill. Dirigindo seu próprio carro, ela estaciona em uma bahia próximo a uma praia onde gaivotas cantam e voam livremente. Phill já a aguardar quando ela chega. Ele veste um terno preto e usa óculos escuro. Na sua mão esquerda (que hoje ela sabe que não é real) uma luva preta camufla a prótese tecnológica que ele utiliza no lugar. Parece intimidador, mas Rosalind não se amedronta por aparências. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É… Admito que fiquei bem surpresa quando você me ligou. - Rosalind se permite confessar.– Olhe para cá. - ela ordena ao perceber que Phil tem os olhos fixos em seu carro conversível. Pego no flagra Phil sorri.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Me pegou, desculpe. Obrigado por vir me encontrar. - ele agora presta atenção total em Rosalind. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você me deu uma desculpa para dirigir pela costa. - mente. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ela tem um nome? - Phil se refere ao carro de Rosalind. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu amo meu carro, mas é apenas um carro. - ela responde. – E é ele. - brinca e Phil ri, deixando-se distrair novamente pelo possante. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É… Da última vez que nos encontramos, você me desarmou com suas táticas evasivas. - Rosalind ainda tinha dificuldade para entender como Hunter e Phil, sozinhos, escaparam de uma armadilha com mais de 10 agentes altamente treinados da U.A.C.A.. A história contada por Banks parecia até mesmo mentira, de tão pitoresca, mesmo ela entendo que a mão protética de Phill ser equipada com vários itens que os ajudaram a fugir, toda a situação lhe parecia um tanto louca demais para ser real.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Entendi a piadinha.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não, não! Eu tenho que admitir, fico pensando o que mais tem debaixo da manga.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– De verdade. Eu entendi. - Phil leva as provocações de Rosalind na brincadeira. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Imagino que eu não seja a primeira. - diz se referindo as piadinhas sobre a ‘mão’ de Phill.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Acho que é sim, é bem recente. - Phil explica. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É… Desculpa. - Rosalind fica sem jeito. – Eu sei que não deve ser fácil. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– É… - a história sobre como ele perdera a mão é longa e complexa demais para a ocasião. – Não foi isso que viemos discutir. - Coulson muda de assunto e retira seus óculos com a mão verdadeira.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind suspira, queria ganhar mais tempo, mas sabia que não poderia enrolá-lo para sempre. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você está usando a abordagem errada. Deixar a população em pânico? Não funciona. Continue fazendo isso e a coisa vai ficar feia. - Coulson começa a orientá-la, o que não a agrada, mas ela o escuta. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Olha só, a minha agência só existe porque a sua acabou. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Mas nós voltamos, embora com menos propriedades e mais escondidos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Esse ‘escondidos’ é que é o problema, ninguém sabe que vocês existem, mas eventos bizarros estão acontecendo, as pessoas tem que se sentirem seguras. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Essas notícias sobre ameaças alienígenas é para que as pessoas se sintam seguras? - ele a questiona. – Olha, na verdade é que você não entende com o que está lidando. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E você sim? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Sim, por isso que eu estou pedindo para que a minha equipe resgate o Lincoln. - Rosalind então percebe que Phil e ela jogam o mesmo jogo. – Se nós o pegarmos será fácil, se forem vocês pessoas se machucarão. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Olha, pode até ser, mas… Eu sinto muito, eu não posso concordar. - Rosalind o desfia. Ela não abrirá mão de ter seu filho novamente ao seu lado e nada que Phil venha a dizer poderá mudar isso. Nem mesmo que ela tenha que jogar sujo. – Ele é extremamente perigoso.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não se estiver sob nossa custódia. - Phil o defende sem saber que nem mesmo Rosalind acredita no que fala.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não vamos desmembrá-lo para pesquisa, se é isso que lhe preocupa. Nós não somos a HYDRA.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você diz isso agora. O que tem de tão importante? - Phil começa a desconfiar das reais intenções de Rosalind. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você está falando sério? Lincoln consegue derrubar um avião...</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu tenho outra teoria. O presidente fez esse grande discurso sobre a organização que ele está formando… Imagino a pressão que está sofrendo para mostrar resultados.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não está errado. - Rosalind se contorce por dentro por ter que admitir isso. – É por isso que vou prendê-lo. - mas ela aproveita a deixa e faz com que as suspeitas de Coulson pare por aí. Ele não precisa saber que existe ainda mais por trás do seu interesse em resgatar Lincoln. – Mas porque estamos aqui, Phil? Nós vamos ver o pôr do sol juntos? Porque se não veio aqui fazer um acordo, o que você quer? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você tem uma carta na manga e eu cansei de esperar você usá-la. - Rosalind sorri, sabendo do que se trata. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ah! Então é isso? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você tem as filmagens do hospital, o que significa que tem uma outra imagem que escolheu não divulgar na TV.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind pega seu celular a procura da imagem que Coulson fala.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Um rosto bem bonito. Mas não tem nome, certidão de nascimento ou nenhum outro documento… Ela é um deles, e ela trabalha para você, não é? - Rosalind o pressiona. Phil pela primeira vez se mostra desconfortável. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que faço para manter isso em segredo? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você sabe o que eu quero. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind sabia que guardar o segredo da humana modificada que está a serviço de Phil poderia vir a calhar em algum momento, só não imaginava que isso poderia ser usado tão rapidamente. Mas o que mais importava no final é que graças a isso, nada mais a impediria de resgatar o seu filho perdido. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">...</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWNFmK6seKWNcBCBRjzfHzWjcMIMfKEM0VaX6BPttjd8gB5_XXMtfubJXtCrLXBuZbjbq6OHNcGK8ip3lfUxRNoja5TwNE5yCgfkoFBWIkjw_FnMs1TgZEMG1i8aBe2iB5GP-ZiGGyHQY/s520/lincoln.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWNFmK6seKWNcBCBRjzfHzWjcMIMfKEM0VaX6BPttjd8gB5_XXMtfubJXtCrLXBuZbjbq6OHNcGK8ip3lfUxRNoja5TwNE5yCgfkoFBWIkjw_FnMs1TgZEMG1i8aBe2iB5GP-ZiGGyHQY/s320/lincoln.jpg" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Olá olá, eu sei que esse capítulo deveria ter sido postado ontem, mas vários pequenos ocorridos me impediram de postar o capítulo do dia correto. Ainda assim corri para hoje ter o capítulo postado e espero realmente que gostem, tentarei fazer um capitulo extra nessa semana, mas não consigo prometer nada por agora. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Até amanhã com mais um capítulo de Red Blood Lipstick</span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-46411335682507073432020-11-08T22:08:00.001-03:002020-11-08T22:08:41.099-03:00 Capítulo 3: O Segredo de Rebecca (Parte 1) - (Secrets)<p><br /></p><span id="docs-internal-guid-2ec59dfa-7fff-5643-fabb-b4710deedee3"><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um novo vestido, isso era tudo o que Rebecca precisava para se esquecer da mais nova decepção amorosa que teve. E se a ocasião pede um vestido, nada melhor do que ir à loja Ralph Lauren.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao chegar lá, Rebecca se joga a experimentar tudo o que pode, ela não precisa nem mesmo gostar das roupas, pois não está ali porque precisa de roupas ou tem algum lugar importante para ir, ela está ali porque precisa relaxar e sua maneira de relaxar é comprando.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Comprar roupas para Rebecca é algo fácil, ela é magra, até tem algumas curvas que a valoriza, como seios fartos, nada exagerado, mas grandes o suficiente para dar destaque a seu corpo. Morena e de cabelos liso e compridos, Rebecca é claramente bonita, e apesar de jovem, ela já tem aparência de uma mulher adulta, isso a irrita um pouco, mas é algo que a convém em determinadas situações, como para ir às baladas.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No fim ela escolhe dez peças: Três vestidos longos: um floral, azul escuro, com as alças caídas e uma leve transparência do joelho para baixo; um preto com rendas na parte de cima; e um branco com duas camadas, com flores em tons diferente de azul, com uma fita para marcar a cintura e um decote em V avantajado. Uma jaqueta jeans, lavagem clara, estilo boyfriend. Três vestidos curtos, um xadrez, outro todo branco com detalhes em crochê na alça, e um último listrado, que se ajusta ao corpo. Um short jeans com detalhes de rosa, uma calça jeans skin azul escuro, com detalhes de dois zíperes e para terminar, um novo roupão.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– 1.017,51. – diz a atendente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sim, Rebecca assume que tinha exagerado um pouco, mas esta não seria sua compra mais cara, então ela dá de ombros.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca entrega à atendente o cartão de crédito que seu pai lhe deu no ano passado como presente de aniversário. Rapidamente a atendente dá a maquininha de cartão para que Rebecca insira a senha. A garota o faz e espera, porém logo vê o olhar incomodado da atendente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– A transação não foi aceita. – a atendente diz sem graça.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Faça novamente. – Rebecca diz rapidamente, não quer que ninguém ali a veja nessa situação. O cartão novamente é inserido na máquina e novamente Rebecca digita sua senha, desta vez mais vagarosamente, pois quer ter certeza que não a errará.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Assim que a atendente volta novamente seu olhar a Rebecca, a garota percebe que mais uma vez deu erro, mesmo sem que a moça que a atende tenha dito nada.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca sorri amigavelmente, para tentar esconder o susto e vergonha que está sentindo.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu vou fazer uma ligação, e já retorno. – ela diz.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca deixa as compras e o cartão no caixa, e não vai muito longe, apenas chega a um canto mais isolado da loja.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ela liga para o escritório do pai, mas ninguém a atende. Então ela liga para o celular do pai.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– O que foi Rebecca? – ele a atende sem muito carinho.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Meu cartão não está passando. – ela diz desesperada. – Faça alguma coisa. – ela ordena.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Quanto deu? – ele pergunta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– R$ 1.017,51. – ela responde.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Mas que caramba você andou comprando? – o pai pergunta bem alterado.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Roupas. – ela responde estranhando o tom do pai, ele nunca a repreendeu assim, principalmente só por ela estar fazendo umas comprinhas.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Mas que roupa é essa? É bordada em fios de ouro por acaso?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não, pai. São várias peças, e são lindas. – ela diz animada.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Deixe isso aí, você não precisa de mais roupas.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Pai, eu só preciso que você olhe com o banco o que está acontecendo, pare de ser chato. – ela fala, já sem paciência.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu não vou olhar nada em lugar nenhum, você que vai devolver essa compra e vai voltar para casa. – o pai praticamente berra do outro lado da linha. – E é agora! – ele ordena.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Pai, porque o senhor está fazendo isso comigo? – ela pergunta confusa, algo de errado deveria estar acontecendo, seu pai está claramente fora do seu normal. – Eu não posso fazer isso, o que vão falar de mim? – ela o indaga.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca sempre frequentou esta loja, todas suas amigas frequentam ali. Ela já conhece todos os funcionários e sabe sobre as fofocas que rodam por essas araras. Se ela devolver as compras, ela tem certeza que o seu cartão recusado será o mais novo assunto.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Rebecca, eu não tenho paciência para suas meninices. – ele não grita, mas ainda tem um tom raivoso em sua voz. – Faça o que eu disse. – ele ordena e desliga o telefone sem se despedir.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca se desespera.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O que fazer agora? Sair deixando tudo para trás, inclusive o cartão? Voltar ao caixa e dar uma desculpa? Tentar mais uma vez, quem sabe agora o cartão passa? Quem sabe o pai estava apenas a brincar e ele vai ligar para o banco para resolver a sua situação?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Respire, Rebecca.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca decide voltar ao caixa e tentar dar uma desculpa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Assim que retorna ao caixa, Rebecca lança seu melhor sorriso, e com a voz calma e gentil diz.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Meu cartão deu um pequeno problema, creio que seja no chip, tem como você guardar minha compra? Meu pai irá passar aqui para pagar até o fim do dia.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A atendente assente gentil, e devolve o cartão para Rebecca.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A garota sai da loja sem saber se seu disfarce deu certo, nesse exato momento o nome dela já pode estar correndo pela loja, mas existe uma possibilidade de que sua desculpa tenha funcionado, a probabilidade é pequena, ela sabe, ela já escutou nomes importantes virarem chacota naquela mesma loja por muito menos, porém sua educação com a atendente poderia ser o diferencial; e para garantir isso, ela teria que convencer o pai a pagar as roupas antes que a loja feche. Como já se passa das duas da tarde, ela não tem tanto tempo assim.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca não vive longe da loja, um quarteirão é tudo que separa o apartamento de luxo que ela vive com seu pai, da avenida em que lojas de moda se espalham, e, ao contrário de sua melhor amiga, Sara, Rebecca ama andar pela cidade, nada de táxi ou limusines, se a caminhada não for muito pesada, ela não se importa de ir a pé.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Assim que chega ao apartamento ela procura por seu pai, e o encontra na sala. Rebecca pensa em já chegar ordenando que ele se explique, porém, antes que possa falar algo, ela nota que na mão do pai há um copo cheio com o que ela crê ser Vodka e isso a paralisa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando a mãe de Rebecca morreu, há oito anos, o pai da menina entrou em depressão e como forma de aliviar sua tristeza, ele recorreu à bebida. Foram noites e dias penosos para garota. Bêbado ele ficava violento, nunca chegou a agredi-la fisicamente, mas isso se dá graças aos funcionários da casa, como sua antiga babá, o motorista particular do pai, a cozinheira e a faxineira, que sempre tentavam protegê-la. Foram mais de três anos de penúria até que ela finalmente conseguiu convencê-lo a procurar ajuda.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Seu pai sempre se mostrou orgulhoso de ter se recuperado, e há pouco ele tinha comemorado dois anos seguidos sem colocar um pingo de álcool em sua boca. Mas hoje...</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Pai, o que está acontecendo? – Rebecca pergunta. No fundo ela tem esperança que seja só um copo, afinal de contas, dois anos de controle é um bom tempo, ele não seria capaz de jogar isso fora, seria?</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O pai de Rebecca a olha nos olhos e sorri grande para ela, mas o sorriso dura pouco, pois sem motivo aparente ele começa a chorar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A menina não entende o que está acontecendo e teme descobrir o que se passa, seria outra morte? Talvez de sua avó, que morava longe, mas claramente era muito amada tanto pelo seu pai quanto por ela... </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca se aproxima do pai, e o abraça de lado. De início o pai aceita o carinho da filha, mas logo depois se esquiva, se levantando abruptamente do sofá e com pouco equilíbrio se pondo de pé.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Pai, eu posso te ajudar, você não precisa disso. – Rebecca diz ao se levantar e tentar tirar o copo da mão de seu pai. Porém ele não aceita e quase empurra a filha para defender seu copo de bebida. Naquele momento a garota percebe que está perdendo o pai para o álcool novamente. O pavor domina sua mente. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tudo menos isso! - ela repetia constantemente em sua mente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Você não pode ajudar, você só pode atrapalhar, só isso! – com a voz claramente embriagada ele diz.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Você pode voltar para a clínica, eu juro que não conto para ninguém. – a menina insiste.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> – Que clínica, garota? – ele se vira para a filha e berra. – Não tem clínica, não tem nada, acabou tudo! Estamos falidos… Falidos!</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca não podia acreditar no que o pai dizia… Ela sabe que não deveria desejar algo assim, mas ela queria que seu pai estivesse muito, mas muito bêbado mesmo, e que tudo que ele dizia fosse delírios de sua mente embriagada.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Para que não ficassem dúvidas, Rebecca não perde tempo e corre até seu quarto para pegar seu Ipad, lá ela entra no aplicativo de seu banco e, ao ver o seu saldo, ela se senta a cadeira para que não caia direto ao chão. Trinta reais e nada mais..</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Não concordando com aquilo, Rebecca decide entrar na conta do pai, ela sabe a senha dele, então nem mesmo precisa sair do lugar. Rebecca se choca ao ver que o estado da conta do pai está pior do que a dela, apenas doze reais.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">As mãos de Rebecca tremem e seus olhos embaçam, ela começa a chorar compulsivamente. Mesmo vendo os números, a garota não consegue crer que isso realmente está acontecendo. Seu pai deve ter alguma outra conta, uma conta escondida, e nesta conta deve haver muito dinheiro, dinheiro suficiente para salvá-los.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rebecca volta à sala, mas não encontra o pai.</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Desesperada ela percorre todo o apartamento, e a cada cômodo vazio, mas cheio de tristeza, ódio e desespero, seu coração fica. Não há nenhum funcionário, não há mais ninguém ali. Ela está totalmente sozinha.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O seu mundo está caindo, ela não sabe como agir, não sabe onde está seu pai, não sabe como chegaram a este ponto, não sabe como será o amanhã...</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s1000/1a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="1000" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s320/1a.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Capítulo de Secrets surpresa para vocês, espero que gostem, na quarta-feira teremos mais ;)</span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-25406888241409703522020-11-04T22:36:00.007-03:002020-11-04T22:36:56.687-03:00 Capítulo 2: O Segredo de Sara (Pare 2) - (Secrets)<p><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Os dois passam a tarde a conversar, e apesar de Heitor deixar bem claro que não queria que ela fosse para o caminho errado, mas apenas que ela se libertasse, ela acabou bebendo um pouco, apenas para se sentir mais relaxada. Heitor a acompanhou.</span></p><span id="docs-internal-guid-5edd0a12-7fff-5da9-1665-1be7d5467457"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No início os assuntos saíram mecanicamente, eles não tem muita coisa em comum, e o longo relacionamento de intrigas não permitia que as conversas fluissem, contudo, aos poucos eles acham pequenos assuntos que rendem e faz com que o momento juntos se tornasse mais agradável.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando o sol se põe, eles decidem sair e irem a um barzinho. Lá os dois dançam até não mais sentirem os pés e acabam bebendo até não mais conseguirem pronunciar seus nomes propriamente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sara se diverte como nunca, ela sentia falta disso. Desde os 15 anos ela sempre aproveitava os fins de semana nas melhores e mais caras boates da cidade. Bebia muito e tudo utilizando sua carteira de identidade falsa. Isso tudo sem seus pais nem mesmo desconfiarem, o que não era uma tarefa difícil, dado a pouca atenção que ambos davam a ela.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Já é madrugada quando eles decidem pegar um táxi para voltarem para casa, mas Heitor, num último surto de consciência, decide levar Sara para casa onde vive com seus avós e seu irmão, pois sabe que se a moça chegar na casa dela nesse estado, caso os pais dela estivessem por lá, poderiam não gostar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sara argumenta, ou pelo menos tenta argumentar, dizendo que os pais nem mesmo a veriam e que não prestariam atenção nela, contudo ela está muito alterada para conseguir convencer ao cunhado. Heitor dá apenas o seu endereço ao taxista.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um praticamente carrega um ao outro para entrar na casa. Como já é madrugada, não há muitos funcionários ali, apenas alguns poucos seguranças, que não deixam de perceber a cena, mas em respeito, não dizem nada (apesar de que provavelmente falarão sobre isso nos bastidores da mansão); e uma faxineira que já deve estar repousando no pequeno quarto dos fundos.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Se Sara estivesse apenas um pouco mais sóbria, ela entraria em desespero, tentaria comprar o silêncio dos funcionários e faria de tudo para que nada daquilo saísse dali, ela jamais permitiria que esse assunto corresse o risco de chegar aos ouvidos de Ricardo, mas este não é o caso agora.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao mesmo tempo em que o pouco número de funcionários trabalhando na casa é bom, pois assim quase ninguém presencia esse momento lamentável, é ruim, pois não há ninguém que possa ajudá-los a chegar a algum lugar, ou impedi-los de fazer mais alguma bobagem…</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Bêbados demais para irem muito longe, ambos se jogam no chão da sala de estar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sara ri do seu estado e Heitor a acompanha.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu sentia falta disso. - ela assume.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Isso é tão errado. - Heitor lamenta. – Mas você é bem melhor assim… Quando não tenta ser perfeitinha. Sendo uma santinha você fica chata, mas assim, se divertindo…- os dois se entreolham intensamente.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Heitor já sabia desse lado de Sara, ele já havia visto ela em bares e boates antes dela começar a namorar seu irmão, mas esta é a primeira vez que Sara vê a Heitor dessa maneira, e ela não pode negar: ela também amou este lado dele.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Eu realmente gosto do seu irmão… Mas eu não sei exatamente o porquê. - ela enfim confessa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Meu irmão gosta de você. - Heitor diz. – De verdade… Me desculpe pelo que eu falei hoje cedo, sobre ele aparentemente não gostar de quem você é …- Sara agora fita o teto da sala. – Eu aposto que ele não ligaria de você sair com suas amigas ou usar roupas curtas ou maquiagem forte se não fosse meus avós.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Você nunca se curvou às regras de seus avós.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Quando meus pais morreram eu já tinha 11 anos, minha mãe sempre fez de tudo para que eu e meu irmão tivéssemos toda a liberdade que ela não teve por causa dos meus avós. Eu fui criado livre, nada de igreja todo fim de semana, regras para vestimenta, regras de como falar, de como agir, do que ser, do que pensar… Nada disso! Eu tive isso por 11 anos, eu tive a chance de criar meus próprios desejos, pensamentos, personalidade… Eu não bebo por causa de rebeldia, é frustração, porque eu não só perdi meus pais, eu também perdi minha liberdade completa, quem eu era… Já o Ricardo não, quando eles morreram ele tinha só 4 anos, tudo o que ele sabe sobre nossos pais é o que eu conto. O trauma de perdê-los foi tão grande que ele apagou praticamente tudo o que viveu antes dos 4 anos de idade da mente. - Heitor faz uma pausa, ele começa a chorar e Sara se aproxima dele numa tentativa falha de consolá-lo. – Para Ricardo a realidade que nossos avós o impuseram é a que existe, ele realmente foi criado assim, ele não experimentou a liberdade que eu experimentei… Já se fazem 14 anos, mas eu nunca superei, e eu nunca esquecerei. - Ele suspira entre as lágrimas.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Porque você continua aqui? Se te faz tão mal? Você já é maior de idade, pode seguir sua vida… - Sara pergunta olhando fixamente para Heitor, que desvia o olhar, envergonhado.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Parece bobo, e talvez seja, mas… Eles são tudo o que eu tenho… Meu irmão e meus avós… Sem eles eu não tenho mais ninguém. - ao terminar de falar Heitor toma coragem para olhar para Sara, que o olha com compaixão, algo que surpreende até mesmo a ela, que não consuma ter esse tipo de sentimento.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Eles ficam em silêncio por alguns segundos, apenas se olhando. Sara toma a iniciativa e o abraça. Heitor retribui.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Porque você me aconselhou a soltar meu cabelo? - Sara pergunta após o fim do abraço. Heitor parece não entender sua pergunta de primeira. Apesar de manterem uma conversa, ambos ainda não estavam sóbrios. – Hoje cedo, quando você…</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Porque eu sei que você gosta dele solto. - Heitor a interrompe, respondendo sua pergunta. Logo após ele soluça.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– E como você sabe disso? - insiste.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Antes do meu irmão… - ele a fita e sorri fraco. – Você sempre usava ele solto.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Seu irmão não gosta do meu cabelo solto. - lamenta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Ele é besta. Você fica bem melhor com ele solto. - Heitor garante.</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mais uma vez o silêncio impera. Sara sente que deve retornar para sua casa, mas seu desejo é de continuar ali, junto a Heitor.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Heitor se mostra ser o típico bêbado carente e novamente se acomoda num abraço com Sara, que não reluta em tê-lo em seus braços.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Se você perguntar a Sara, ela dirá que não sabe como chegou àquele ponto, talvez seja a falta de comida no estômago, combinado com o excesso de álcool nas veias, se quiser, pode levar em conta a saudade que ela sentia dessa liberdade, junto com o momento honesto e sensível que ambos acabaram de trocar, mas talvez, só talvez, o fator determinante fosse o quanto ela desejava que alguém tocasse seu corpo.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É algo errado, pecado, mas ela não irá parar.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Assim que separam o abraço, ambos continuam próximos um do outro, próximo demais... Os olhares se intensificam. Heitor já não chora e o olhar de Sara não demonstra mais compaixão, mas sim desejo. A proximidade diminui e em questão de segundos seus lábios tocam ao de Heitor de maneira feroz, seus corpos se conectam numa dança perigosa, a pele quente e suadas dos dois mostra o quanto eles se jogaram nesse ato de traição.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Naquele momento nenhum dos dois se importaram com funcionários ou familiares, nada os parava. Apenas o desejo e a loucura consumia os dois.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando termina, ambos se jogam ao chão, nus, ofegantes e ainda em êxtase. Não há mais volta.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Após o ato consumido, após a respiração normal restaurada, e agora que o frio volta a tocar suas peles. A consciência pesa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Meu Deus, o que fizemos?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s1000/1a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="1000" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s320/1a.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-18659109823684190402020-11-02T19:51:00.002-03:002020-11-10T20:34:36.162-03:00 Capítulo 2 - Confronto entre Agentes (A Origem de Lincoln Campbell)<p>A última missão havia sido um fracasso, nem Rosalind nem o presidente estavam satisfeitos com o que estava acontecendo. Ao mesmo tempo em que o time liderado por Luther Banks, um homem branco, careca, com feição séria e carrancuda, que é antigo amigo de Rosalind nos seus tempos de serviços no FBI; estava a cada dia resgatando mais e mais humanos modificados, contendo-os, impedindo que eles se tornassem uma grande ameaça a população geral e lhes dando a oportunidade de serem salvos num futuro, se possível, próximo; o número de corpos encontrados com um buraco no meio do peito, demonstrava que o projeto estava falhando, e isso não poderia continuar desta maneira.</p><p><br /></p><p>Um dos privilégios do novo cargo foi uma lista atualizada de informações consideradas as mais sigilosas de todo o governo. Uma delas, em questão, fez o estômago de Rosalind contorcer, Coulson estava vivo, ele foi trazido de volta a vida por ordens de Nick Fury. Ela não estava triste por isso, mas saber que um recurso como este existe e o mesmo nunca foi apresentado ao restante do mundo, que nunca foi apresentado a seu marido, a machucou...</p><p><br /></p><p>Focando, porém, na parte que realmente importa, Rosalind sabe que Coulson está por trás dos humanos modificados que ela não foi capaz de salvar, sabe também que o mesmo coordena a SHIELD, mesmo a agência sendo considerada extinta pela população em geral. Rosalind não sabe quais são as intenções de Phill Coulson com os humanos modificados, mas sabe que ele parece ter muito interesse nessas pessoas, e estava constantemente a atrapalhando em capturá-los. Rosalind também sabe que ele sabe sobre a U.A.C.A. e consequentemente sobre ela e tem consciência de que o mesmo estava investigando-a.</p><p>– E o que você pretende fazer? - Luther a questiona.</p><p>– Deixarei que ele me investigue. - responde. – criarei uma rotina pelas próximas semanas, com uma brecha em que ele poderá se mostrar para mim, mas claro, nesse momento preciso ter uma pequena equipe na retaguarda, sempre em disfarce, para me proteger e contra-atacar, caso seja necessário. Quero surpreendê-lo. Quando ele achar que me pegou, na verdade eu o terei pego.</p><p>– E se ele desconfiar? Perceber que é uma armadilha? - Luther sabe do prestígio que Coulson tem e duvida que um plano tão simples pode funcionar.</p><p>– Phill é um agente excepcional, contudo é sentimental. Seus sentimentos o torna descuidado. Algo me diz que os humanos modificados para ele é muito mais que apenas parte do trabalho. Ele irá cair. - Rosalind não pestaneja.</p><p><br /></p><p>Sua confiança se torna sustentável mais rápido do que se espera, após dias a fio mantendo uma rotina especial, totalmente planejada para que Coulson aparecesse, o mesmo aparece.</p><p>Nos últimos dias Rosalind, religiosamente, pegava a mesma linha de metrô todas as noites, ao fim do seu expediente, o vagão que ela usava, era esvaziado de civis e para distração, agentes disfarçados simulavam serem passageiros. Havia um intenso cuidado para que alguns agentes saíssem ou entrassem no metrô em estações alternadas, evitando que uma ligação entre eles e Rosalind fosse detectada. Hoje, porém, havia a presença de dois intrusos. Coulson, de meia idade e cabelos ralos e castanho escuro, sua feição é dócil mesmo quando ele está sério, olhos escuros e sem barba; e um homem de estatura mediana, cabelos loiro escuro, de cavanhaque e feição séria. Os dois homens, agentes da SHIELD, simulavam não se conhecerem, assim como Rosalind e os outros 12 agentes disfarçados dentro do vagão.</p><p>Luther tinha dificuldade de acreditar que o tão famoso e estimado Coulson poderia agir de forma tão amadora. Como ele trouxera o reforço de apenas um agente? Rosalind é uma boa espiã, tem boas técnicas de combate, ela poderia derrotá-los numa luta, talvez não sem muito esforço, mas ela poderia escapar dos dois se assim desejasse.</p><p>Enquanto Rosalind simula estar respondendo a emails em seu tablet, sentada sozinha em um banco do metrô, Coulson decide interceptá-la. Ele e seu outro agente se levantam e caminham até Rosalind, que ao percebê-lo se aproximando, não esboça nenhuma surpresa.</p><p>– É uma pessoa difícil de localizar. - Coulson diz num tom seguro, porém discreto, ele claramente não quer causar alarde entre os outros passageiros.</p><p>– É sério? - Rosalind ironiza. – Pois localizá-lo não foi problema nenhum. - nesse exato momento os "passageiros" do metrô se revelam agentes, apontando suas armas em direção aos dois agentes da SHIELD, deixando-os sem ter como fugir.</p><p><br /></p><p>Enquanto os seus agentes disfarçados algemam Coulson e o outro agente da SHIELD, que agora ela sabe que se chama Hunter e que se trata de um britânico com um humor bem ácido. Rosalind inicia sua conversação.</p><p>– Eu teria enviado um carro, mas, então, teria desconfiado de alguma coisa, Sr. Coulson.</p><p>– E como é que lhe devo chamar? - Coulson não reluta, parece inclusive bem tranquilo com toda a situação, mesmo estando cheio que agentes armados, preparados para qualquer ação dele. – Senhora Kinley? Senhora McBride? Tantos nomes falsos, por onde escolher...</p><p>– Me chame de Rosalind.</p><p>– Rosalind... Sei que é esse o nome que utilizou na NASA.</p><p>– Na NASA, eles têm o hábito de utilizar apelidos, na verdade. - a agente não tem pressa em tirar a verdade de Coulson, ela sabe que tem o controle da situação e que o fará falar quando quiser. – Toda essa história de mentalidade do exército está tão profundamente enraizada.</p><p>– E, de alguma forma, você parece estar ligada ao Departamento de Defesa...</p><p>– A Exploração Espacial e o Departamento de Defesa já não trabalham separadamente. - explica.</p><p>– E também não gostam de compartilhar informações... Você tem a tendência de desaparecer, e depois materializar-se no interior de uma agência rival. Sinto que estou falando com um fantasma.</p><p>– E eu estou a falar com um cadáver. - Rosalind não hesita e Coulson parece surpreso, pela primeira vez desde que começaram a conversar. – Você não é o único que fez suas pesquisas.</p><p>– Parece que não mesmo. - Coulson concorda.</p><p>– Aos olhos do público, a SHIELD já não existe. E você foi morto muito antes da agência para a qual trabalhava ter sido encerrada... Mas, ainda assim, ambos ressurgiram das cinzas... Se eu não estivesse tão intrigada, estaria aterrorizada.</p><p>– Sinto que nada a assusta. - Coulson retruca.</p><p>– Não é verdade. - Rosalind confessa. – Mas, certamente, não me sinto intimidada pelo fato de ter andado a vigiar o meu caminho habitual para casa, recorrendo a técnicas de intimidação do KGB.</p><p>– Eu não saberia disso. Não passei tanto tempo como você a trabalhar com a Contra-inteligência Russa.</p><p>– E eu não passei tempo algum no Tahiti, embora tenha ouvido dizer que é um lugar mágico. - novamente Rosalind pode perceber que surpreende Coulson com uma informação que deveria ser confidencial. – Vamos concordar que nós dois apreciamos um bom segredo, embora os meus aparentem ser insignificante perto dos seus</p><p>– Tem que acompanhar os tempos, Roz. Você não vai querer ficar ultrapassada - Coulson mostra o seu humor.</p><p>– Por isso que eu planejo prendê-lo... Para que isso pare de acontecer.</p><p>– Temos duas equipes em posição na próxima parada, senhora. - Luther informa a Rosalind.</p><p>– Isso é uma equipe para cada um de nós. - Hunter, que até então se mantivera bem quieto, destaca o óbvio. – Mais uma vez, matemática.</p><p>– Eu espero que possamos continuar a nossa conversa num local mais íntimo. - Rosalind ignora a intromissão de Hunter.</p><p>– Terei prazer em responder a qualquer pergunta que venha ser necessário para você, o encerramento não me parece ser necessário.</p><p>– Muito gentil da sua parte ser tão acolhedor, mas então, me diga. Onde você está a escondê-los? - Rosalind se levando do banco do metrô e se aproxima mais de Coulson. – Estes humanos modificados são uma ameaça, e eu fui encarregada de neutralizar essa ameaça.</p><p>– "Custe o que custar" parece ser a frase que vem a seguir. - Coulson a interrompe. – E para quem você trabalha?</p><p>– Senhor Coulson, são os outros que respondem a mim... As leis da natureza mudaram, e até que as leis humanas façam refletir isso, apenas poderemos fazer aquilo que nos parece correto.</p><p>– Creio que concordo. - ele responde.</p><p>– Eu sei que você concorda.Então... compreendo o rastro de corpos que anda deixando para trás. Os mortos não me interessam. Quero aqueles que você protege.</p><p>– Mortos? Eu não matei ninguém. - Coulson parece realmente confuso. – Tivemos desaparecimentos antes que pudessemos protegê-los.</p><p>– Então como você me explica os cadáveres que encontramos atingidos por algum tipo de arma energética?</p><p>– Não foi a SHIELD! - garante.</p><p>– Nem nós. - Rosalind responde.</p><p>– Ainda estamos a ser cautelosos e ironicos ou, de repente, estamos sendo honestos? - Coulson pergunta.</p><p>– Se você não está matando aqueles indivíduos, então, quem está? - Rosalind sente um leve medo pelo desconhecido.</p><p><br /></p><p>Os celulares de Rosalind e Coulson começam a tocar no mesmo instante.</p><p>– Se nós dois estamos recebendo uma chamada, então acho que sabemos do que se trata.</p><p>– Me dê licença. - Rosalind irá atender a ligação; para isso ela muda para o outro vagão, garantindo a privacidade que necessita para o assunto que provavelmente trataria. Por mais que os dois agentes da SHIELD estejam cercados e, ao que tudo indica sejam inocentes a respeito dos cadáveres, ela ainda quer manter as informações em sigilo.</p><p>A notícia não podia ser pior, um dos humanos modificados atacara um hospital, e deixou o local destruído. Se não bastasse isso, outros dois humanos modificados também foram avistados no mesmo complexo hospitalar.</p><p>Rosalind não tem muito tempo para arquitetar um plano para tentar capturar os três humanos antes que fosse tarde demais, pois um barulho vindo do vagão em que ela estava a conversar com Coulson chama sua atenção e quando ela retorna ao mesmo percebe que os dois agentes, de forma inexplicável, conseguiram fugir.</p><div><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span><div><span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div><div><span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWNFmK6seKWNcBCBRjzfHzWjcMIMfKEM0VaX6BPttjd8gB5_XXMtfubJXtCrLXBuZbjbq6OHNcGK8ip3lfUxRNoja5TwNE5yCgfkoFBWIkjw_FnMs1TgZEMG1i8aBe2iB5GP-ZiGGyHQY/s520/lincoln.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWNFmK6seKWNcBCBRjzfHzWjcMIMfKEM0VaX6BPttjd8gB5_XXMtfubJXtCrLXBuZbjbq6OHNcGK8ip3lfUxRNoja5TwNE5yCgfkoFBWIkjw_FnMs1TgZEMG1i8aBe2iB5GP-ZiGGyHQY/s320/lincoln.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Olá, espero que todos tenham tido um bom feriado, venho com mais um capítulo de A Origem de Lincoln Campbell, para aqueles que já assistiram a série, podem perceber que as falas foram tiradas do próprio episódio e será assim que pretendo fazer nessa história, contanto o que vimos e o que não vimos ser retratado na série. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Espero que gostem, amanhã tem mais postagens, então, não sumam ;)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">bjsss</div><a href="https://fanmadehistorias.blogspot.com/2020/10/capitulo-1-o-segredo-de-sara-pare-1.html?showComment=1604357244798#c5604401099140630290" target="_blank">Resposta ao comentário</a><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div></div>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-7520181484359710072020-10-29T22:23:00.003-03:002020-11-08T22:42:46.675-03:00Capítulo 1: O Segredo de Sara (Pare 1) - (Secrets)<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="color: white; font-family: Arial;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Restava apenas uma semana para o fim das férias, mas Sara evita pensar nas voltas as aulas. Agora seria o momento perfeito para começar a aproveitar ainda mais os dias de folga, principalmente com a volta de seu namorado, Ricardo, que passou a maior parte das férias ajudando a construir casas para os mais pobres. Toda vez que Sara se lembra do tempo que perdera longe de seu namorado para que o mesmo se dedicasse aos miseráveis, os olhos da garota reviram.
Ao contrário de Ricardo, Sara não se vê no meio de voluntários, ajudando a aqueles que precisam, colocando a mão na massa... Ela até é benevolente, por varias vezes doara parte de sua grande mesada para alguma instituição, isso lhe rendeu boas postagem nas redes sociais e muito engajamento, o que era o que realmente lhe importava.
Mas hoje é um dia especial, Ricardo volta e nenhum pensamento ou ninguém poderá atrapalhar isso.
– Senhorita Sara, o seu banho já está pronto. - diz Malai, sua empregada.
Malai é uma mulher baixinha de meia idade, de origem tailandesa, possui pele dourada e cabelos longos e bem pretos. Uma pequena cicatriz em seu queixo é tudo o que restou de anos de sofrimento em um relacionamento abusivo da qual a mesma já se livrara.
Malai já trabalha para os pais de Sara desde quando a menina ainda engatinhava, e por estar sempre presente, já que dorme no serviço de segunda a sexta-feira (retornando a sua residencia original apenas nos finais de semana), pode-se dizer que conhece todos os gostos e caprichos da jovem patroa. Ainda assim, Sara nunca deixou-se ser amiga da empregada, sempre que pode, deixa claro qual é o seu lugar na hierarquia da casa.
– Você colocou pétalas de rosas na banheira? - Malai suspira e sorri ao responder.
– Sim senhorita, coloquei as pétalas como me pediu.
– E porque você está rindo? - Sara pergunta séria. – Você está rindo de mim? Me acha boba, Objeto de piada?
Os olhos de Malai se arregalaram diante da reação de Sara, mesmo que já acostumada aos seus mandos e desmandos, nem sempre ela consegue prever o humor da garota.
Sara revira os olhos e respira fundo, ela não quer se irritar por tão pouco.
– Quer saber? Pouco me importo com suas risadinhas inconvenientes, saia daqui, vá limpar algo. - ordena e Malai sai sem pestanejar.
Sara então ruma para o banheiro de sua suíte. Lá a banheira já está cheia, com bolhas de espumas na medida certa, assim como as pétalas de rosas. Malai podia ser inconveniente, ao olhar de Sara, mas nem mesmo ela pode negar que a empregada faz um bom trabalho.
O banho de banheira dura quase meia hora, e nesse meio tempo Sara se preocupa apenas em relaxar e planejar o que faria com seu namorado nos próximos dias.
Ao sair da banheira, Sara seca seu cabelo loiro e depois o amarra em um coque alto. Geralmente Sara gosta de usá-lo solto, gosta de fazer babyliss nas pontas, deixando-as onduladas, mas Ricardo, seu namorado, gosta de seu cabelo amarrado e ela sempre tenta agradá-lo.
Cabelo arrumado, hora de desembrulhar-se de seu fofo roupão rosa claro e procurar pela roupa ideal.
O closet, mesmo grande, está cheio, são roupas novas e de grife na sua maioria, algumas peças, por já serem consideradas itens da coleção passada, brevemente irão para o lixo, ou, caso decida que é hora de novamente postar sua caridade para que os outros curtam, ela doará para uma instituição qualquer.
Sara procura por algo comportado, pois sainhas e shortinhos não são bem vindos a casa do namorado, tais looks só podem serem usados na ausência do mesmo. Ela escolhe, por fim, um vestido branco e florido, ele vai até os joelhos. O vestido tem alças finas, o que talvez ainda seja um pouco arriscados para os padrões do namorado, mas o calor do verão poderia fazê-lo aceitar uma roupa mais "devassa". Para o sapato há muitas opções e após muito escolher, ela decide por um sapato de salto cor rosa nude.
Com o look completo, a garota se senta em sua penteadeira e se maquia bem levemente. Ainda é dia, e se ela exagerasse na maquiagem, além de ficar feio, não seria bem vista pelos avós do namorado, que consideram maquiagens forte um pecado. Uma base, um brilho labial e um blush bem de leve é tudo o que ela se permite passar. Para finalizar, ela coloca no dedo seu luxuoso anel de noivado, avaliado em 50 mil reais e um colar de ouro, de corrente fina e delicada, com um pingente de coração de rubi rosa.
Já pronta, Sara desce para o primeiro andar de sua casa e encontra seus pais na sala. Isso é algo raro.
Sua mãe muito se parece com ela, os cabelos loiros, as pernas longas, o nariz fino. Como profissão, a mãe de Sara é médica, assim como seu pai, que é cirurgião plástico.
A mãe de Sara está concentrada em seu Ipad, provavelmente analisando ou estudando melhor alguma futura cirurgia, faz alguns anos que a mesma se dedicou a se tornar uma médica cirurgiã neurologista e com muito empenho ela já está se tornando referência no país; já o pai, que já pode ser considerado um dos cirurgiões plásticos mais famosos do mundo, está lendo o jornal.
Ambos se sentam no sofá, um ao lado do ouro. Alheios a presença deles mesmos e mais ainda a presença de Sara. Como sempre.
Esse tratamento indiferente não surpreende a Sara, desde que se lembra sempre foi assim, seus pais são duas pessoas ocupadas, sempre estão no hospital, é quase como se os dois só existissem dentro daqueles corredores, vestidos em seus jalecos. Para ser mais sincera, toda a família de Sara é assim, as últimas quatro gerações da família de seu pai e as últimas duas gerações da família de sua mãe, eram médicos, na sua maioria de cirurgiões. Ambos claramente esperam, ou melhor dizer, exigem que Sara continue o legado, se tornando uma médica cirurgiã. Sara não em objeções sobre esse desejo dos pais, foi criada recebendo esse estímulo e no fundo acha que é melhor assim, por isso ela nunca pensou em outro curso.
Após decidir que não irá tomar seu café da manhã e mesmo faltando horas para a chegada do namorado, ela resolve ir até a casa dele, assim poderá fazê-lo uma surpresa.
A casa de Ricardo não fica longe, apenas dois quarteirões os separa, mas ainda assim Sara não recusa usar seu motorista particular e seu carro de luxo para chegar até lá.
No curto caminho ela decide ligar para sua melhor amiga, Rebecca. As duas haviam conversado na noite anterior e Rebecca não parecia se sentir muito bem, mas tampouco revelou o que estava acontecendo. Isso incomoda Sara em altos níveis, pois ambas sempre compartilhavam tudo, de segredos sujos até as roupas caríssimas.
O telefone chama, chama e chama, mas Rebecca não atende. Sara pensa em talvez ir a casa da amiga, afinal, Ricardo, seu noivo, não chegaria em menos de duas horas...
– Chegamos senhorita. - diz Rick, o chofer. Sara não responde, ainda está indecisa se ela irá ver a amiga ou se fica e faz uma surpresa ao namorado. - Senhorita? - Rick a chama, sem saber se a patroa escutou seu primeiro chamado.
– Já escutei! - Sara responde grosseiramente e por ficar irritada, decide descer ali mesmo. Ela ainda teria outra chance para conversar com a amiga.
Os funcionários da casa dos avós de Ricardo já conhecem bem a Sara, então ela não tem nenhuma dificuldade para passar pela portaria e chegar até a grande sala de estar da casa.
Quando chega, Sara se senta confortavelmente no sofá, mas logo se sente incomodada com a aparição de Heitor, o irmão mais velho de Ricardo.
Fisicamente, Heitor e Ricardo muito se parecem, ambos são altos, cabelos castanho, queixo pronunciado, olhos verdes e corpos definidos. Ricardo porém já tem barba e é mais forte que seu irmão, os dentes de Ricardo são mais brancos que de Heitor e as suas sobrancelhas são mais finas do que a do irmão mais velho. A voz de Heitor é bem mais profunda e grossa, e em questão de personalidade os dois muito se diferem.
– Sinto lhe dizer, mas perdeu sua viagem. - Heitor diz, sem cumprimenta-la, ele nem mesmo a olha direito.
– O que você quer dizer com isso? - Sara pergunta.
– O voo do meu irmão foi cancelado, parece que há uma tempestade na região em que ele está, e isso está atrapalhando o tráfego aéreo por lá. - Heitor responde sem dar muita importância, mas Sara entra em desespero.
– Como assim uma tempestade? - pergunta de olhos arregalados, levantando-se do sofá num pulo.
– Fique tranquila, ele agora está em um hotel e lá ele estará bem seguro. - o cunhado dá de ombros. Sara fica um pouco mais calma, mas extremamente chateada, pois será mais um dia longe de seu amor.
– E seus avós? - ela pergunta.
– Viajaram também. - ele responde. – Caribe, conhece? - ele pergunta sorridente e sarcástico.
– Não finja amizade, você não gosta de mim. - Sara diz.
– Eu não tenho nada contra você. - Heitor acha graça. – Só não entendo vocês.
– Vocês? - Sara não entende o que o rapaz quer dizer.
– Você e meu irmão. - Heitor se explica enquanto vai ao armário de bebidas do avô e pega uma garrafa de uísque. – Vocês não fazem sentido.
– Você que não faz sentido. - Sara contrapõe.
– Não se faça de besta! Você gosta de mostrar que é a "doce menina boba". - ele a zoa e a entrega um copo com uísque. – Quer? - ela hesita.
– Você me xinga e agora me oferece uma bebida? - Heitor levanta as sobrancelhas e sorri divertido. – Não estou te xingando. Você está me interpretando errado, eu já disse que não tenho nada contra você. Quer? - oferece novamente.
– Não!
– Sim, você quer. - ele garante. – mas é como eu disse: você tem que manter a face de "doce menina boba", pois é esse tipo de menina que meu irmão gosta.
– Você não sabe nada... - Sara tenta continuar, mas é interrompida.
– Eu conheço você, Sara. Você não é o tipo de garota que espera pelo casamento para se relacionar sexualmente, nem mesmo que nega bebida ou que larga a balada para participar de grupos de orações, nem mesmo que fica se cobrindo com panos e panos de roupas... - Sara quer contrapor, mas Heitor tinha razão, ainda assim ela se esforça para não deixá-lo vencer a discussão.
– Eu mudei, seu irmão me mudou.
– Não mudou não. - Heitor diz. – E é isso que eu não entendo. Se ele não gosta de você pelo que você é, porque você insiste em continuar com ele? Não é pelo dinheiro, pois você também é rica, talvez até mais rica que nós... Não é por sexo, porque isso ele não te dá...
– Ele é carinhoso. - responde Sara sem titubear e Heitor parece pensar. Ele toma um pequeno gole da bebida que pôs para ele e torna a falar com ela.
– Você é realmente tão carente que larga tudo por apenas um pouco de carinho? - Heitor pergunta. Sara fica surpresa consigo, pois ao invés de responder, ela se pega pensando na pergunta.
– Acho que vou embora. - Sara diz por fim.
– Ei! - Heitor a chama. – Me perdoe, não queria te ofender, só queria te entender melhor. - Sara para e encara a Heitor.
– Você nunca vai entender... Eu posso sim ser uma pessoa melhor, eu estou sendo uma pessoa melhor, mesmo que não pareça real para você.
– Você não sente falta? - ele pergunta. – De como era antes?
– Olha, eu nem posso legalmente beber e você vem me oferecendo bebida, você acha que eu estou errada por resistir e recusar? Olha a hora, ainda por cima é cedo, não é hora para encher a cara.
– Não é sobre isso Sara, eu te via com 16 anos entrando em boates que você não deveria entrar, fazendo coias que você não deveria fazer e sim, isso era errado, ilegal, irresponsável, não estou falando que era algo bom ou bonito, meu objetivo aqui é outro. Sara... Você era livre. - resume.
– Toda pessoa em um relacionamento fica um pouco presa, isso é totalmente normal, você saberia se conseguisse levar algo a sério. - Heitor ri de canto.
– Eu entendo o porque você está na defensiva agora... Mas seu conceito do que é um relacionamento não está certo, você mudar para melhor é algo bom, você se prender e viver uma farsa apenas para que o ouro te aceite é algo completamente diferente. - Sara se cala novamente diante dos seus pensamentos, porque ela estava deixando as palavras de Heitor a atingirem de forma tão profunda?
– E o que você quer que eu faça? - ela pergunta.
– Tire o dia de hoje para aproveitar. - Heitor sugere. – Meu irmão deve chegar só amanhã. Aproveite o dia de hoje para matar a saudade da sua antiga versão. - ele insiste.
– E porque você está fazendo isso? - ela pergunta. – Porque você se preocupa tanto com isso?
– É como eu disse, eu não te odeio... E eu não vou ficar tentando atrapalhar a vocês dois, mas você merece essa folga. Ele não está aqui, nem mesmo meus avós, você não precisa se prender... Seja livre.
Sara pondera. A sua impressão sobre Heitor nunca foi das melhores, os dois mal se falavam, mas quando isso acontecia sempre surgia uma tensão que só era apaziguada pela presença de Ricardo. Os dois, apesar de já se conhecerem mesmo antes do início do romance entre Sara e Ricardo, nunca conversaram assim, sendo, na medida do possível, sinceros um com o ouro; a possibilidade disso acontecer nunca passara pela cabeça de ambos. Mas cá estava Sara, considerando aceitar a proposta de Heitor e por um dia voltar a ser quem era antes.
– Acho que nem sei o que fazer. - ela percebe.
– Eu posso te ajudar. - se oferece.
– O que você sugere?
– Eu ia dizer para começar com o uísque, mas, isso não é sobre você ir pelo mal caminho e fazer coisas erradas. - ele devaneia e Sara se permite sorrir. – Porque então você começa soltando seu cabelo?
</span></span></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s1000/1a.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="1000" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqCtXk8zAK6LbHsj5y43t9tbR2_c7AGNnZEVgmQawocZ2RnhmxiH98sZszIo_Sr4kVEKkbUfXMT1E1LzoytV1Mt99kYw36jY3HI4ZFoAxbBjhSLGLVS3NeoL3g7PLGhx2ylCFA6U41ORM/s320/1a.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="color: white;"><br /></span><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">...</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Olá a todos, como prometido, estarei repostando a história Secrets desde o início, peço desculpas a quem acompanhou a primeira versão, mas acredito que esse recomeço será muito positivo e a história ficará bem melhor. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Depois de tanto tempo sumida, estou me redobrando para conseguir abastecer a todos com várias histórias. Caso olhem para a barra lateral, verá os dias de postagem para cada uma das três histórias que estou (re)escrevendo ultimamente. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Bom, espero que gostem.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: transparent; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="color: white;">Bjsss</span></span></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-59917236555188117822020-10-27T23:17:00.002-03:002020-11-12T14:43:35.019-03:00 Capítulo 3: Lisa (Red Blood Lipstick)<p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s1300/rbl+blog.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjMDq9aow5Qx4HyrfqYR0Zg1lrzfDYaMcO5zu4T1-v2oZk6HkkcZPYrYAoQ7atd5DdcFAt1cdM0pH6cIJpQ5ojaOUiIMeGnq_J5L_CltMZW4PV1dItuGk924bq0UtEP58OYOKpcaxMlU/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span><p></p><span id="docs-internal-guid-19bc553a-7fff-9ad7-87fe-616a6847b35d"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><b>Atenção! Essa história aborda assuntos como abuso, sexo, drogas e violência, e pode não ser adequado a todos. Por favor, se algum desses assuntos é gatilho para você, não prossiga com a leitura, e caso você seja menor de idade, não leia esta história, há muitas outras mais indicadas para você!
Agradeço pela compreensão, e aos que podem, boa leitura.
</b>
Vanda tinha menos de dois meses no seu novo posto como delegada no 33º batalhão da cidade, quando Lisa apareceu em sua vida. A jovem garota de pele branca chegou junto a seus pais, ela olhava o tempo todo para baixo e era visível que se pudesse, cavaria um buraco no meio da delegacia e pularia nele, deixando que seus pais testemunhassem por ela.
A sua história não é incomum (infelizmente). Ela era bonita, menor de idade e influenciável, prato cheio para que um homem por volta dos 50 anos a seduzisse com pequenos agrados e presentes em troca de favores que não pareciam muito graves de início... Mas após um tempo, as exigências do homem se tornaram asquerosas e quando percebeu no que se metera e tentou fugir, Lisa viu sua intimidade espalhada por toda internet. Fotos de seu corpo mion servia de estímulo para várias pessoas ao redor do mundo.
Seu caso tinha tudo para se tornar um exemplo de justiça, havia provas e um testemunho conciso, mas os pais de Lisa não puderam pagar por um bom advogado e o promotor de justiça escalado para defendê-los não foi perspicaz o suficiente para prever a jogada planejada pelo advogado do réu.
No fim, convenceram ao júri que o fato de nunca ter existido conjunção carnal, o velho não poderia ser considerado um abusador violento, convenceram também, que Lisa tinha total consciência do que estava fazendo e gostava dos presentes que recebia, que no final era ela quem tomava a iniciativa de retribuir com fotos e vídeos íntimos, e como uma cartada final, de alguma forma, comprovou que os pais de Lisa não só sabiam do envolvimento dos dois, como apoiava e se aproveitavam disso.
O pedófilo passou apenas quatro anos e meio na cadeia, seu comportamento exemplar e a pena pequena conquistada graças a forma em que ele conseguiu quase se colocar como a vítima, fizeram com que sua pena fosse reduzida ao extremo. Já os pais de Lisa, não só perderam sua guarda, fazendo com que a menina passasse 3 anos vivendo num orfanato, como também foram presos, acusado de maus-tratos e abandono de incapaz, passaram 5 anos atrás das grades. Quando os pais de Lisa conquistaram a liberdade, a mãe, desgostosa da vida, sucumbiu-se a depressão e seu pai, apesar de ainda fazer questão de manter-se presente na vida da filha, nunca esconde o ressentimento que tem por ela e que a culpa pela destruição de sua família.
Quando foi recrutada para fazer parte do grupo secreto da ONG de Vanda, ela foi a única a ter o prazer de já na sua primeira missão vingar-se do seu abusador. O vídeo de sua morte ainda corre pela internet e pode ser facilmente encontrado em site com conteúdos macabros.
Seus métodos nada ortodoxos no início foram reprimidos, mas após um tempo e algumas conversas com psicólogos, contatou-se que a sua forma de agir fazem parte de uma forma conturbada para superar o seu abuso, por isso Vanda não a reprime e muitas vezes usa isso como vantagem nas missões que lhe encarrega.
A próxima (e até então última) missão de Lisa seria contra um homem de 30 anos, empresário, possuidor de todos os privilégios que o mundo pode oferecer a alguém com dinheiro, boa aparência e boa influência.
Com um ego imensurável e a necessidade de se mostrar como o desejado, suas festas são regadas de bebidas caras, buffets exclusivos e modelos exuberantes. A lista de denúncias de abusos e violência por parte das modelos contra o homem é extensa, ainda assim, nunca nenhuma delas foram capazes de provar suas versões, a maioria inclusive se contentava em apenas fechar um acordo onde ele pagava um bom montante de dinheiro; aquelas que não aceitavam tal acordo ficavam com a carreira manchada e eram taxadas de mentirosas e gananciosas, já que o empresário sempre falava que as modelos só o denunciava para lhe arrancar dinheiro e aquelas que ainda não tinham aceitado tais acordos o negava apenas porque pediam por valores acima do que ele seria capaz ou estaria disposto a pagar.
Lisa está encarregada de fazê-lo pagar por seus crimes há aproximadamente três meses, desde então ela vem se infiltrando em suas festas e assim observando seus pontos fracos e podendo também comprovar suas maldades que variam de toques inapropriados nas modelos até mesmo tapas, empurrões na piscina e ameças de morte como tortura psicológica. A própria Lisa tinha passado por tal situação, em uma das festas que se infiltrou, foi obrigada pelo empresário a sentar-se em seu colo, enquanto ele passava as mãos sobre sua perna e virilha, o homem nem mesmo se importava que os convidados vissem tais atos.
O plano de Lisa seria simples, por ter sido uma "modelo obediente" nas festas dos últimos meses, a mesma tinha a confiança do empresário, que quando recebeu uma mensagem com uma proposta de encontro a sós, não recusou.
Para o homem Lisa não passava de uma modelo interessada em seu dinheiro, não é a primeira vez que uma modelo o chama para algo assim, ele só não fazia ideia de que desta vez seria a última.
O recepcionista do motel não estranhou quando Lisa chegou com um óculos escuro, mesmo estando de noite, e com uma roupa que cobria quase todo seu corpo, é normal que algumas mulheres sintam vergonha de frequentar motéis. O empresário tampouco se importou quando a suposta modelo apareceu loira e de franja, o cabelo continuava curto e liso, o que o fez pensar que havia sido uma mudança no visual, claro que era apenas uma peruca, para dificultar a sua identificação caso investigassem e procurassem por suas imagens nas câmeras de vigilância do motel. Excitado demais pela noite que teria, o empresário também não reparou que na identidade exigida na recepção, Lisa aparecia com o nome de Emanuele. A identidade era tão falsa quanto a peruca.
Já no luxuoso quarto, de cama redonda, espelho no teto, luzes baixas e um balde de champagne disponível, o empresário se sente à vontade. Sem paciência para as preliminares, mal adentram o quarto e ele já tira sua blusa e desabotoa seu cinto. Apesar de sempre ter preferido mulheres corpulentas, com bundas grandes e peitos volumosos, ele está empolgado por experimentar Lisa, sua aparência inocente e corpo mion lhe faz sentir ainda mais poderoso e se há algo que ele ama é o poder.
No início parece que a promessa de uma noite perfeita será cumprida, Lisa veste uma lingerie vermelha que deixa todos os seus trejeitos destacados. Porém, pouco a pouco Lisa o coloca na posição ideal para que seu plano possa ser executado. Algemas seguram suas mãos no suporte próximo a cama, a posição não o deixa confortável, mas antes mesmo que possa fazer algo mais, percebe que seus pés estão amarrados com uma corda, sua excitação não permitiu que o mesmo percebesse isso antes que fosse tarde demais.
– Me solta, vai... - o empresário ri. – Eu prefiro que você fique algemada. - dá uma piscadela. Lisa morde os lábios e sorri travessa, ela sabia que ele gostava de ser o dominador, ficar na posição de dominado já era por si uma espécie de castigo para ele.
– Fique calmo. - ela fala. – Vai ser legal. - ela retribui a piscadela enquanto pega o cinto que o mesmo veio vestido.
– O que você está pensando em fazer? - ele pergunta, pela primeira vez aparentemente preocupado.
– Umas brincadeirinhas. - responde com o cinto em sua mão e a maldade em seus olhos.
– Que tal pularmos a parte das brincadeiras? Vamos direto para ação. - o homem pede, tentando se salvar daquela situação.
– Tem certeza disso? - agora Lisa se encontra bem próximo ao homem. – Eu estava pensando em pegar leve com você... - ela se ajoelha na cama, próximo ao rosto do homem. Ele ri nervosamente.
– Precisa disso não... Só me desamarra, posso ser rápido se preferir. - ele agora já está nervoso e não é capaz de esconder.
– Lembre-se, foi você que pediu direto ao ponto.
Lisa se afasta, mas antes de ir até a bolsa que trouxe, para buscar seus materiais, ela golpeia o empresário com o cinto em sua mão, na parte de baixo da barriga do homem, que berra de dor.
– Você está louca, garota? - ele a pergunta e começa a se contorcer para soltar-se. Lisa porém não se abala, ela sabe que ele não conseguirá escapar e ela ainda tem muito a fazer com ele.
Da bolsa Lisa tira barbantes, gomas de amarrar cabelo, alicate, tesoura, fita crepe, uma faca e uma máquina fotográfica.
– É dinheiro que você quer? - ele diz enquanto ela retorna para começar sua missão. – Eu posso te deixar rica! Só falar... Fale seu preço! - o homem se desespera.
Lisa já está ao lado do homem novamente, sorrindo enquanto começa a mexer na fita crepe.
– Eu vou receber meu pagamento. - ela diz convicta. – Com o seu sofrimento. - antes que o homem possa responder a mesma já tapou sua boca com o durex.
</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Ele se contorse, tenta grita, pedir socorro, mas apenas gemidos podem ser escutados com sua boca tampada.
Ele se contorce, e de tanto raspar seus pulsos sobre as apartadas algemas, sua pele já se abria, aos poucos seus gritos foram ficando mais baixos, pois já não conseguia manter o fôlego. Lisa tira fotos de cada feição de desespero do homem, sua humilhação a satisfaz.
Por fim, passam-se agonizantes 40 minutos para o homem e mais de meia-hora prazerosas para Lisa, que sente que já é hora de pôr fim às suas brincadeiras.
Lisa sobe sobre o homem, suas pernas atravessam seu tronco e o homem fica imóvel, sem saber o que esperar. Numa de suas mãos ela tem a faca, pequena, mas de serra e de ponta bem afiada; na outra ela tem um pedaço do barbante de aproximadamente 60 cm.
– Para você ver como sou boazinha, vou deixar você escolher dessa vez. - ela diz. – Eu posso usar a faca. - diz e levemente encosta a ponta da faca bem no meio do peitoral do homem. – Eu faria vários furinhos, e outros não tão furinhos assim. - sorri. – Você vai sangrar muito, eu vou ficar bem suja, tudo aqui vai ficar bem sujo... Mas você vai poder viver por mais tempo, o que é bom, não é? Prolongar sua vida. - dá de ombros. – Ou eu posso usar esse barbante no seu pescoço. Eu apertaria, mais e mais, você vai sentir dor, vai sentir como se o barbante estivesse lhe decapitando, talvez isso aconteça, depende de você, se sua traqueia for atingida rapidamente eu não preciso me esforçar tanto, eu odeio isso de cabeças cortadas. - ri divertida. – Se você prefere a primeira opção, pisque uma vez, bem forte para eu ter certeza. Se for a segunda opção pisque duas vezes. - ela ordena e o homem arregala os olhos não permitindo-se piscar, como se isso fosse lhe salvar. – Ah, quanta rebeldia, você é muito mal agradecido, estou lhe dando opções, coisa que você nunca deu a ninguém. - diz brava. – Já que é assim, acho que vou querer me sujar um pouquinho, tem uma banheira maravilhosa no banheiro onde eu posso me limpar depois. - seu sorriso é largo e a ironia de ver uma mulher com feições meigas, mas perversidade ilimitada é quase inacreditável.
Lisa começa as facadas por partes menos vitais, ela quer que ele sinta a dor, que sangre, que saiba porque está sofrendo, porque tudo aquilo está acontecendo, ela não o deixará morrer sem que saiba o que o fez parar nesta situação.
</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">A cada novo golpe, o nome de uma de suas vítimas e seu assédio eram revelados. Lisa sempre fazia questão de decorar uma por uma, mesmo que fosse uma lista grande, o esforço valia a pena. A sensação de quando ela podia ver a reação nos olhos dos criminosos, dando conta do que estavam pagando é impagável.
– Este é por Mariana. - as facadas agora estavam começando a atingir áreas mais perigosas, ela não estava usando força o suficiente para que atingisse algum órgão, pelo menos não por enquanto, pois ela queria ter certeza que o mesmo estaria consciente até que a lista terminasse. – Por ter enfiado seus dedos nojentos em sua vagina quando a mesma ainda era virgem; Este é por Olivia, por quase tê-la afogado na piscina da sua mansão, jogando-a a força, após a mesma falar que não sabia nadar; Este é por Júlia, por ter arrancado sua roupa a força, para que seus amigos pudessem vê-la nua e se masturbassem com essa visão. - este golpe o atingiu bem no estômago, o colchão já se encharcava com o sangue que jorra de seu corpo e o mesmo já agoniza. – Este. - Lisa posiciona a faca bem no coração do homem. – É por me obrigar a sentar em seu colo e tocar-me como se eu tivesse lhe permitido algo.
A força necessária para que aquela faca atingisse o coração do homem é descomunal, mas aquela não era a primeira vez de Lisa, a experiência lhe trouxe precisão.
Após certificar-se que o homem morrera, Lisa observa o cenário que deixará para trás, uma verdadeira obra de arte em vermelho. Enquanto ela toma banho na banheira com hidromassagem do motel, já imagina, ansiosa, pela notícia de sua missão estampada na primeira página dos jornais.
</span></span></p><div><br /></div><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-70769983332102770122020-10-26T23:10:00.000-03:002020-10-26T23:10:26.049-03:00Capítulo 1 - A Separação dos Campbells (A Origem de Lincoln Campbell)<p> </p><span id="docs-internal-guid-8b865044-7fff-74cd-e6d7-d03ae13b5100"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><br /></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A primeira infância de Lincoln foi boa e normal, Rosalind (que sempre se apresentava aos outros com o nome de Margaret) ainda estava trabalhando para o governo americano e Edwin se tornara chefe da área da cardiologia do maior hospital da cidade de Cincinnati. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Por volta dos seus 9 anos, porém, Rosalind foi remanejada para um cargo maior dentro da NASA. Rosalind estava por isso por anos, depois de tudo que passara e fizera, ela finalmente estava reconquistando seu prestígio dentro dos órgãos do governo e voltando a ocupar altos títulos. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No seu novo cargo o sigilo e a dedicação tomavam quase todo o seu tempo, e a sua quase sempre ausência na vida do filho foi sentida profundamente pelo mesmo, que aos poucos notou que sua relação com a mãe se tornou fria. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Apesar de ser mais apegado ao pai, a relação dos dois tampouco era tão próxima, assim como Rosalind, o cargo no trabalho de Edwin lhe sugava muito tempo e energia, porém, o dedicado pai sempre se desdobrava para passar um tempo com o filho que tanto ama. Sempre lhe tentando lhe ajudar nas tarefas escolares, fazendo passeios aleatórios no cinema, em partidas de basquete e beisebol... </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Já adolescente, com um temperamento nada fácil de se lidar, os poucos momentos em que a pequena família passava reunida eram um desastre. Lincoln se tornara impulsivo, Edwin não conseguia controlá-lo, nem mesmo se esforçava muito, pois sentia-se culpado pelo mal comportamento do filho e acreditava que aceitá-lo desta forma era a melhor forma de ajudá-lo. Rosalind, por outro lado, não conseguia se manter calma quando filho se mostrava rebelde e no fim os dois sempre discutiam muito. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind ama o filho, o marido e seu trabalho, e não se arrependera de escolher nenhum dos três, mas aos poucos ela sentia que seu filho, seu tão amado filho, escapava-se pelas suas mãos. O mesmo ocorria com seu marido. Edwin continuava sendo o mesmo homem dedicado a ser um bom marido e fazer Rosalind feliz, ele em nenhum momento revelou a sua verdadeira profissão, sempre se dirigindo a ela como Margaret quando estava em público, nem mesmo para sua família (o qual o mesmo tanto estimava) ele disse algo. Mas o pouco contato, o constante cansaço por parte dos dois (graças ao trabalho intenso) e as discussões dos encontro em família, tornou o relacionamento distante.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Após se formar no Ensino Médio, Lincoln decidiu que tentaria seguir os passos de seu pai e começou a estudar medicina. Edwin ficara tão orgulhoso do filho. O levou para conhecer todas as melhores faculdades de medicina, o ajudou a escolher para qual queria ingressar. Esta foi uma das fases em que os dois mais se aproximaram. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lincoln, fisicamente muito se assemelha a seu pai, cabelos loiro escuro, o formato do rosto com curvaturas bem definidas, sobrancelhas grossas e olhos claros, o nariz, porém, é da mãe, assim como o formato da boca e o temperamento forte. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Após as inúmeras visitas e pesquisas, o jovem decidiu-se por uma faculdade que se localizava no mesmo estado em que nascera, mas não na mesma cidade, dessa forma o mesmo não se afastaria completamente de onde já estava acostumado a viver, mas poderia se esquivar das desastrosas reuniões familiares. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No dia que se mudou para o dormitório da faculdade, Rosalind e Edwin fizeram questão de acompanhá-lo. Durante o trajeto havia uma tensão, todos estavam esperando pelo momento em que a briga começaria, mas Rosalind decidiu que não discutiria com filho naquele dia, o mesmo agora estaria ainda mais longe dela e ela não queria que sua breve despedida fosse marcada por gritaria e acusações. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ainda no primeiro período do curso, Lincoln conheceu sua namorada, Gabriela que era sua colega de turma. Sua vida parecia estar finalmente entrando nos eixos. Ele ia bem nas matérias, ele amava sua namorada, e, longe da casa de seus pais, ele se sentia mais calmo. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind e Edwin aprovaram o namoro de Lincoln, o que não era de se estranhar. Gabriela era uma menina doce e simpática, não gostar dela era quase impossível. Ela sempre se preocupava com Lincoln e sabia sobre o constante sentimento de vazio que o mesmo sentia.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ele não sabia o porquê, talvez a ausência de seus pais lhe fizesse sentir incompleto, talvez fosse a crescente pressão sobre si mesmo a medida que ele se aproximava da graduação,.ou talvez fosse outra coisa da qual ele ainda não sabia explicar... Por mais que Gabriela tentasse ajudá-lo, o vazio começou a tomar controle da mente do rapaz, a drenar sua energia, a dominar sua vida… Lincoln afundou-se nas bebidas, por várias vezes chegara na sala de aula de ressaca, mas o pior mesmo era quando ele chegava na faculdade ainda bêbado. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sua namorada fazia o que podia para ajudá-lo, aguentava seu temperamento imprevisível, buscava-o desacordado nos bares e o levava até seu dormitório, cuidava das suas ressacas. Ela acreditava que o seu amor iria curá-lo em algum momento. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O ponto baixo da vida de Lincoln porém, iniciou-se no dia em que foi expulso da faculdade por, bebado, discutir com um professor que lhe chamou a atenção. Apesar de ter sido rapidamente controlado pelos colegas de classe, Campbell chegou a agredir o professor. Aquele era o limite, a instituição não poderia mais aceitá-lo. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Na noite do mesmo dia, sua namorada tentou fazer uma intervenção, ela queria que o mesmo procurasse ajuda, do AA ou de um psicólogo, igreja, qualquer coisa. Ela estava disposta a ajudá-lo no que fosse preciso. Mas Lincoln, ainda transtornado e ainda mais bêbado do que na manhã daquele dia, transformou a tentativa de intervenção numa discussão calorosa.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando a discussão começou a sair do controle, ele decidiu se afastar da situação, e foi para o carro. Preocupada, sua namorada não o permitiu ir muito longe. Ela entrou no carro junto a ele, e tentou de toda forma fazê-lo parar. Ela sabia que ele estava bêbado, que não seria capaz de dirigir daquela maneira. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lincoln usava de sua força bruta para manter-se na direção e impedir que a namorada o coibisse. Ela tentava acalmá-lo, mas ele nem mesmo a escutava. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lincoln não se lembra de todos os detalhes, sua embriaguez não permite. Mas a visão do carro batido no poste e da sua namorada agonizando, prestes a morrer, presa no banco do passageiro nunca saiu de sua mente. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ali ele atingiu seu ponto baixo, mas também foi ali que uma nova chance lhe foi dada...</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao receber a chamada do acidente Edwin caiu ao chão, sem forças para lutar. O carro tinha sido consumido em chamas, os bombeiros informaram que não havia restado nada. Rosalind só foi informada sobre o ocorrido um dia após o acidente, pois estava numa missão que a deixou totalmente desconectada do mundo exterior. No mesmo instante ela pediu licença do trabalho e se juntou ao luto com o marido.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando o relatório final da polícia chegou, uma surpresa, não havia provas de que o Lincoln morrera no acidente. Tal revelação coincidiu com a volta, misteriosa de Gabriela. Ela estava desmemoriada, porém totalmente saudável. Uma grande investigação foi aberta, mas nenhuma pista surgia e Gabriela não recobrava sua memória por nada. A polícia parou de tentar descobrir algo e arquivou o caso. Rosalind, porém, não desistiu, algo dizia que seu filho ainda estava vivo.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Novamente ela largou tudo e afundou-se no trabalho. Conseguiu uma transferência para o FBI e usou de todo seu conhecimento e influência para encontrar alguma pista sobre o paradeiro de seu único filho. Foram anos de pura frustração, sentimento que só aumentou quando ela recebeu outra notícia avassaladora. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Edwin estava com câncer. Rosalind queria estar próximo a seu marido, mas ela queria mais ainda encontrar o filho, para que o mesmo pudesse ver seu pai e dá-lo a força necessária para se recuperar… Todos sabiam que a perda de Lincoln afetara muito a Edwin e indicavam que o avanço rápido de sua doença se dava exatamente por essa tristeza profunda. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rosalind só parou de buscar pelo filho quando percebeu que já era tarde demais… O médico informara que Edwin não viveria mais que um mês. Rosalind tinha perdido muito tempo, foram anos distante, um mês ao lado do homem que tanto amou não foram o suficiente para que o sentimento de culpa fosse sanado. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando seu marido faleceu, ela se viu completamente perdida. Ela odiava trabalhar para o FBI e por isso pediu demissão, ela perdera o filho e o marido. Seus três grande amores não mais existiam. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Oito meses após enterrar seu marido, Rosalind (que se desfez completamente do personagem de Margaret Campbell), foi convocada pelo próprio presidente para uma nova missão. Ela seria a responsável por uma nova organização, responsável por controlar uma nova ameaça: Os humanos modificados. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A ATCU traria algo que Rosalind desejava que tivesse sido lhe apresentado antes. A possibilidade de </span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">congelar </span><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">e manter seguros os humanos afetados por esse estranho surto, até que uma cura fosse encontrada… Como ela gostaria que Edwin tivesse tido essa oportunidade…</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Pela primeira vez em sua vida, Rosalind não aceitaria o cargo apenas por ela, mas por crer que era o melhor a se fazer. Que ao lutar pelo humanos que estavam sendo transformados em armas potencialmente letais, ela estaria honrando seu falecido marido.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgilyurRRQC09rgXUod-UtpTPlOcep7I__9cv-WKszssOnGjny9v6rHhzx5r8Et9hpDANq1Slh7nWvBSFLYTBWEYRLRqVeMf9F385WKw0yC6kU0N4xs1vNR1XbjyFg28t9RpRp5qb2iUTE/s520/lincoln+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgilyurRRQC09rgXUod-UtpTPlOcep7I__9cv-WKszssOnGjny9v6rHhzx5r8Et9hpDANq1Slh7nWvBSFLYTBWEYRLRqVeMf9F385WKw0yC6kU0N4xs1vNR1XbjyFg28t9RpRp5qb2iUTE/s320/lincoln+%25281%2529.jpg" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-51627626675234720722020-10-24T14:37:00.002-03:002020-11-08T23:58:18.514-03:00 Capítulo 2: As Próximas Missões (Red Blood Lipstick)<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcMXMZtjxjcsrfcEJ1j3c8D-Ncl1wAxQOsLZCgXnoeFVnKCi7GTmKi1_lg93PHGdPXrOdVeuAgckDVBDjBbTOwkIVtvPR136QNhfQVZkKWjo_YaSWEQlzxZwNBb6sBrMJxecXJSAFdJ2k/s500/rbl+wappet.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="330" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcMXMZtjxjcsrfcEJ1j3c8D-Ncl1wAxQOsLZCgXnoeFVnKCi7GTmKi1_lg93PHGdPXrOdVeuAgckDVBDjBbTOwkIVtvPR136QNhfQVZkKWjo_YaSWEQlzxZwNBb6sBrMJxecXJSAFdJ2k/s320/rbl+wappet.jpg" /></a></div><br /><span id="docs-internal-guid-288e0d9c-7fff-0927-e02b-e371f04ed997"><div>As vozes tagarelas inundam a sala de reuniões, o que deixa Sofia confusa, sem saber em quem prestar atenção, e a quem responder, ou com quem concordar. Se Vanda estivesse aqui isso não estaria acontecendo, a mesma tem uma autoridade que não permite que uma confusão como essa ocorra, talvez ela tenha escolhido mal, Sofia era passiva demais para liderar, mas Vanda lhe havia confiado tal missão e a enfermeira teria que cumprir.</div><div><br /></div><div>– Falem uma de cada vez! - se exalta para ser escutada.</div><div><br /></div><div>– Então nosso grupo vai acabar? - Jane pergunta lamentosa.</div><div><br /></div><div>– Não! - Sofia responde instantaneamente. – Vamos apenas fazer uma pausa.</div><div><br /></div><div>– Temos que fazer algo! - Rosa se exacerba. – Vanessa não pode ficar agindo assim, como bem entende!</div><div><br /></div><div>– Rosa... - Lisa tenta acalmá-la, mas é interrompida pela amiga ainda raivosa:</div><div><br /></div><div>– Ela que está nos traindo, não só nos abandonou, mas agora também está nos traindo.</div><div><br /></div><div>– Não podemos fazer nada contra ela, fizemos um voto. - Sofia a lembra.</div><div><br /></div><div>– Ela quebrou o voto no momento em que decidiu ir embora, porque temos que manter a nossa parte? - Rosa questiona, mas nem mesmo espera por uma resposta de Sofia. – Você está sendo muito condescendente, você sempre é assim. - reclama.</div><div><br /></div><div>– Não estou sendo condescendente. - se defende. – Vanda já está cuidando disso, não precisamos agir, eu sei que Vanda fará o que é melhor para todas.</div><div><br /></div><div>– Vanda é ainda mais boba que você. - Rosa revira os olhos. – Aposto que ela ainda tem esperanças de que poderá trazer Vanessa de volta ao grupo, e que vai nos obrigar a recebê-la de braços abertos.</div><div><br /></div><div>– Se esse for o plano da mãe, teremos que respeitá-la. - Jane encerra a discussão. – Devemos isso a ela! - Rosa cruza os braços, insatisfeita.</div><div><br /></div><div>– Olha... - Sofia reinicia, tentando manter um tom conciliador. – Não é como se fosse o fim do grupo, vamos considerar como uma folga. - Rosa bufa. – Eu sei o que isso significa! - Sofia cerra os dentes. – Mas se quisermos continuar, teremos que ceder!</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Todas parecem aceitar sua fala, até mesmo Rosa, que segue injuriada, concorda que a medida é necessária.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>– Então apenas uma missão e descanso. - Lisa resume.</div><div><br /></div><div>– Sim, todas nós já sabemos os nossos próximos alvos, creio que não há muito mais o que discutir sobre eles, ou ainda existe alguma dúvida? - Sofia pergunta.</div><div><br /></div><div>– Eu já fiz concluí minha missão ontem a noite. - Jane revela.</div><div><br /></div><div>– Jane! - Sofia chama sua atenção. – Você sabe bem que deve nos avisar!</div><div><br /></div><div>– Eu sei! Mas eu estava estudando a rotina dele e ontem era um dia particularmente bom, onde ele ficava mais vulnerável... Fora que ele estava planejando uma longa viagem nesse final de semana, eu teria que viajar para cumprir minha missão.</div><div><br /></div><div>– E qual é o problema? Você é a responsável pelas missões fora da cidade ou estado. - Sofia não deveria, mas se irrita pela atitude da amiga de grupo.</div><div><br /></div><div>– É, eu sou a única que não trabalha, ou tem responsabilidades e que vive apenas pelo grupo. - diz reclamona. – Mas eu não quero viajar agora, é sempre mais difícil cumprir as missões fora da cidade, eu odeio isso.</div><div><br /></div><div>– Tá, mas talvez esse fosse um bom momento para que você concluir sua missão fora da região! - a líder interina sente que o controle escapa pelas suas mãos.</div><div><br /></div><div>– Do que você está falando? - Jane pergunta.</div><div><br /></div><div>– Tem mais coisas... - Sofia se enrola, as garotas se mantém em silêncio, esperando por uma resposta completa. – Um jornalista...</div><div><br /></div><div>– Um jornalista... - Lisa a incentiva.</div><div><br /></div><div>– Um jornalista foi conversar com meu pai, sobre o que ocorreu com minha mãe. - inicia a explicação. – ele disse que está a trabalho de um grande jornal e fala sobre casos que não tiveram justiça, ele pareceu bem interessado em conversar com Vanda e saber mais sobre a ONG... Ele me deu o cartão dele, onde eu pude ver o blog que ele escreve e existe uma série de reportagens intitulada "A conclusão dos casos inconclusos"</div><div><br /></div><div>– Poético. - Lisa ironiza.</div><div><br /></div><div>– Ele notifica casos que ocorreram ao redor do país em que a justiça falhou ou que deixou a desejar num certo ponto, mas que de alguma forma os criminosos pagaram, na maior parte ele conseguiu finalizar as reportagens apontando que houve uma vingança ou uma tragédia inexplicável, mas alguns casos acabam de forma misteriosa, sem explicação... Basicamente todos esses casos misteriosos são daqui, da nossa cidade. - ela pausa por poucos instantes. – Todos os casos são nossas missões. - As mulheres se entreolham, estarrecidas pela nova informação. – Eu não sei se ele sabe sobre nós, mas algo me diz que ele desconfia. - Sofia acrescenta. – No blog dele os casos reportados são recentes, não faz sentido ele querer colocar o caso da minha mãe no meio, a não ser que esse grande projeto dele envolva casos mais antigos... Mas...</div><div><br /></div><div>– Precisamos elimina-lo. - Rosa a interrompe.</div><div><br /></div><div>– Concordo, não podemos deixar ele ir mais longe na investigação. - Jane complementa. Todas esperam que Lisa diga algo e a mesma sente a pressão para se posicionar.</div><div><br /></div><div>– Concordo com vocês. - inicia. Sofia sabia que elas provavelmente já decidiram pela morte do jornalista, infelizmente o mesmo estava colocando o nariz onde não havia sido chamado. – mas... - Lisa não gosta muito de ser a que "estraga" os planos das outras, mas ela teria que fazê-lo desta vez. – Se ele realmente estiver trabalhando para um grande jornal, quem garante que só ele saiba sobre nosso grupo? - ela tinha um ponto.</div><div><br /></div><div>– Provavelmente ele deve estar passando algo para o editor do jornal, matá-lo só iria fazer com que investigassem com mais afinco. - Jane percebe.</div><div><br /></div><div>– Teríamos que fazer algo muito bem feito, teria que parecer um acidente.- diz Rosa.</div><div><br /></div><div>– Ainda assim, quem ele estiver informando suas descobertas ainda continuará vivo, outro jornalista pode aparecer, isso virará uma bola de neve. - Sofia conclui.</div><div><br /></div><div>– Então o que vocês querem fazer? - Rosa pergunta.</div><div><br /></div><div>– Temos que descobrir se ele está passando as informações para alguém. - Sofia sugere.</div><div><br /></div><div>– Mas como? - Rosa pergunta.</div><div><br /></div><div>– É, mas como? - Lisa reforça a pergunta.</div><div><br /></div><div>– Não sei. - Sofia custa para responder e se sente fracassada ao perceber que não faz ideia de como deveria agir. Geralmente as missões delas não envolviam recolher informações, apenas investigar a rotina do alvo, planejar e executar sua justiça.</div><div><br /></div><div>– Eu sei como. - Jane diz e todas se entreolham preocupadas. – Eu vou descobrir.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Sofia suspira.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>– Jane... Eu não acho que essa é uma boa ideia...</div><div><br /></div><div>– E porque não? Nenhuma de vocês podem fazer isso melhor que eu. - não é a intenção, mas Jane acaba soando presunçosa.</div><div><br /></div><div>– Todas nós somos capazes de fazermos de tudo. - Rosa a corrige.</div><div><br /></div><div>– Não estou falando sobre matar, mas sobre retirar informações... Com todo o respeito, mas... Você, Sofia. - Jane se dirige a morena. – Você é do tipo simples, você estuda seu alvo e executa, raramente você tem contato com o alvo antes, você apenas causa um acidente ou algo do tipo e sai ilesa... Rosa, você pode envenenar alguém ou acertar um tiro certeiro na cabeça de uma pessoa mesmo estando a mais de 20 metros de distância, você é ótima, mas isso não tira informações de ninguém... Lisa... Bom...</div><div><br /></div><div>– Eu posso descobrir coisas. - ela sorri travessa.</div><div><br /></div><div>– Sim, talvez você consiga algo, mas no seu caso é um 'talvez', no meu caso é um 'com certeza'. Em algum momento ele vai sucumbir e falar tudo o que eu preciso. Vocês sabem disso.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Todas miram a Sofia, esperando por sua reação. A enfermeira sente como se estivesse carregando o mundo nas costas, Vanda sempre fez com que as delegações de missões parecessem tão fáceis, ela conhece o ponto forte e fraco de cada uma, sempre sabia qual a mais adequada para cada tipo de alvo.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Apesar de toda sua dúvida, Sofia sabia que Jane tinha razão em vários pontos. A enfermeira até teria mais facilidade em entrar em contato com o jornalista, já que o mesmo já a conheceu e tinha deixado seu contato, porém sua capacidade de persuasão não é das melhores, seria ela capaz de tirar-lhe informações sem que isso o deixasse desconfiado?</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Rosa é multitalentosa, mas infelizmente nesse momento seus aparatos pouco valiam para algo, a não ser que a química tivesse descoberto ou criado algo como o soro da verdade, ela seria um total fracasso nessa missão.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Lisa... Bom, Lisa já havia conseguido confissões, mesmo quando não era necessário, suas técnicas de dominação muitas vezes tornava seus alvos comunicativos, mas não era algo que funcionava com todos. E se o jornalista fosse imune a suas investidas? E se ele não fosse do tipo de ceder facilmente? E se ele apenas sentisse prazer ao ser dominado, assim como vários outros?</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Apenas Jane teria a frieza e as técnicas necessárias para obter a verdade do jornalista.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>– Esta será a missão da sua vida, Jane, você não poderá falhar! - Sofia deixa claro.</div><div><br /></div><div>– E em alguma vez eu já falhei? - pergunta.</div><div><br /></div><div>– Você terá que matá-lo depois. - Rosa diz. – Não tem como você fazer o que irá fazer e deixá-lo sair ileso. - quase um minuto de silêncio toma conta da sala.</div><div><br /></div><div>– Posso pesquisar, talvez exista algo no passado dele que faça sua morte mais justificável. - Lisa se dispõe.</div><div><br /></div><div>– E se não tiver nada? - Rosa insiste.</div><div><br /></div><div>– Teremos que quebrar nosso voto. - Sofia constata penosa. – Teremos que matar um inocente. </div><div><br /></div><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">...</span></div><div style="text-align: center;"><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sim, isso mesmo, postagem surpresa para vocês! </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quem também me acompanha no <a href="https://www.wattpad.com/user/NANDAcNEVES" target="_blank">meu Wattpad </a>já estava sabendo que hoje eu iria postar com capítulo surpresa, este será o última capítulo da fase mais "Clean" da história, já nos próximos capítulos vocês poderão ver as meninas em ação e a história por trás de cada uma. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Bom, espero que tenham gostado desse capítulo surpresa, na terça-feira venho com mais Red Blood Lipstick para vocês.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Bjss e até mais.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-47751052807392183682020-10-20T13:16:00.005-03:002020-11-09T00:01:08.168-03:00 Capítulo 1: Inimigos a serem combatidos (Red Blood Lipstick)<p>Após 16 horas de puro descanso, Sofia se prepara para mais um turno no hospital, desta vez ela não faria plantão, trabalharia apenas por 6 horas e logo depois poderia ir a ONG de Vanda, onde ela lhe contará sobre o jornalista e juntas elas decidirão a melhor forma de pará-lo.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Durante seu turno ela faz seu trabalho com gosto, apesar de enfermagem não ter sido uma escolha totalmente sua, Sofia com o tempo se apaixonara pela profissão.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>O seu último paciente do dia passaria por um atendimento rápido, um homem que havia entrado numa briga e precisava de alguns pontos perto da sobrancelha e abaixo do nariz.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Sofia não pode deixar de reparar no paciente a sua frente, suas feridas, apesar de precisar de pontos, não são muito grandes, e, a julgar pelo sangue que mancha toda a sua blusa social branca, a briga tinha sido feia. Seu olho já começa a inchar e sua esclerótica está totalmente avermelhada, o canto direito do seu lábio está bem vermelho e não há dúvidas de que irá ficar roxo. Enquanto ela termina os pontos na sobrancelha, ela percebe que a mão do homem está bem machucada nos ossos dos dedos, o mesmo deveria ter socado muito o seu oponente.</p><p><br /></p><p>– Você é a chefe das enfermeiras. - o homem diz enquanto ela se prepara para começar a dar dos pontos no nariz do paciente.</p><p><br /></p><p>– Sim. - ela responde, apesar de saber que não havia sido uma pergunta.</p><p><br /></p><p>– Você consegue entrar no sistema? - ele pergunta e Sofia não pode deixar de estranhar sua questão. – Sou policial. - ele se justifica.</p><p><br /></p><p>– Devo lhe parabenizar? - pergunta irônica e inicia os pontos.</p><p><br /></p><p>– Preciso de informações do sistema.</p><p><br /></p><p>– Você é policial, peça uma autorização judicial e qualquer um abrirá o sistema para você. - diz concentrada no procedimento que está fazendo.</p><p><br /></p><p>– Não posso. - ele responde.</p><p><br /></p><p>– Então não posso te ajudar.</p><p><br /></p><p>– Você estaria me fazendo um grande favor. - Sofia termina a segunda incisão e pausa antes de finalizar o terceiro e último, para olhar melhor o paciente.</p><p><br /></p><p>Ele é claramente forte. Alto, cabelo castanho claro, mesmo após apanhar tem o topete intacto, olhos claros, por baixo de todo o sangue, vermelhidão e inchaço ele provavelmente é bem bonito, padrão demais para o gosto de Sofia, mas ainda assim inegavelmente bonito. Contudo o que Sofia realmente quer analisar é o nível de sobriedade do homem, pois sua conversa indica um grau alterado, somado ao fato dele ter tido uma briga feia, a enfermeira aposta que o mesmo está bêbado.</p><p><br /></p><p>– Eu estou dando pontos nos seus ferimentos, creio que isso já é favor o suficiente. - responde.</p><p><br /></p><p>– Estou investigando a morte do meu irmão, ele veio para esse hospital, preciso da ficha dele. - responde e Sofia vê pela sua dicção que o homem não está bêbado, talvez transtornado, mas apenas isso.</p><p><br /></p><p>– A delegada responsável pelo caso provavelmente irá resolver essa situação. - ela responde e começa o último ponto debaixo do nariz do homem.</p><p><br /></p><p>– Não, não vai. Fecharam o caso. - ele diz e Sofia não fala nada, apenas segue com seu trabalho. – Falaram que foi overdose, mas ele não mexia com essas coisas, eu sei que ele foi assassinado. - ao terminar o ponto Sofia suspira e tenta acalmar o paciente.</p><p><br /></p><p>– Eu sei que é difícil, mas acontece muito, muitas vezes não enxergamos que termos alguém com vícios dentro de nossa casa, a não ser quando é tarde demais. - diz gentilmente.</p><p><br /></p><p>– Não, ele não morava com a gente, ele estava na moradia dos estudantes, ele passou na faculdade daqui e se mudou.</p><p><br /></p><p>– Mais comum ainda, infelizmente jovens fazem esse tipo de coisa. - ela começa a fazer o descarte dos materiais que precisam ser descartados e guardar os outros que podem ser reaproveitados.</p><p><br /></p><p>– Você não está entendendo, tem algo estranho nesta história! - ele grita.</p><p><br /></p><p>– Senhor, eu sinto muito pelo que você está passando, mas eu exijo respeito no meu ambiente de trabalho. - diz séria e o paciente bufa. – Se a polícia determinou que o caso foi uma overdose, o senhor deveria aceitar, mas se não quer, vá a justiça e peça pela reabertura do caso, no mais, não há nada que eu possa fazer pelo senhor. Passar bem. - vira as costas. Ela odiava se irritar com seus pacientes, mas ela odiava ainda mais que gritassem com ela.</p><p><br /></p><p>Após se acalmar, Sofia troca de roupa, bate o ponto e ruma para a ONG.</p><p><br /></p><p>A ONG de Vanda se chama Recomeço, lá mulheres e crianças que passaram por situações de violência são acolhidas e assim tem o apoio necessário para enfrentar seus traumas. Serviços como assistência médica, psicológica, cursos profissionalizantes e abrigo temporário são oferecidos gratuitamente. A maior parte do abrigo é financiado pela própria Vanda, que decidiu seguir uma vida bem simples, com pouco, para garantir o sucesso do trabalho voluntário, mas muitos também se colocavam a disposição de fazer doações, seja monetária ou com serviços trocados, a psicóloga, por exemplo, é uma voluntária, que atende a todos sem cobrar nada de Vanda, assim como a professora de gastronomia e a professora de defesa pessoal.</p><p><br /></p><p>Sofia também ajudava voluntariamente, principalmente na questão da assistência médica, mas seu trabalho ia muito além deste e era um cargo quase que exclusivo e muito secreto.</p><p><br /></p><p>A ONG fica numa rua calma, numa casa que foi adaptada para receber a infraestrutura necessária: Uma cozinha industrial, uma pequena biblioteca, uma pequena quadra poliesportiva, uma sala para as psicoanálises, um pequeno consultório para emergências e primeiros-socorros, banheiros, sala de artes, recepção, um grande quarto com espelhos que servia tanto para aulas de dança, ioga e de música; dois quartos dormitórios que podiam acolher 4 pessoas cada, escritório e a secreta sala de reuniões.</p><p><br /></p><p>Sofia estaciona na esquina e passa direto pela recepção, apenas cumprimentando Sandra, que é uma das meninas que foi ajudada pelo projeto e atualmente havia sido contratada para trabalhar como recepcionista da ONG.</p><p><br /></p><p>A enfermeira encontra Vanda na cozinha industrial, a mesma checa a lista de pedidos feito pela professora de gastronomia, mantimentos que seriam utilizados para a próxima aula, porém antes mesmo de dizer 'oi', Sofia percebe que algo está diferente na benfeitora.</p><p><br /></p><p>– Está acontecendo algo? - pergunta, após se cumprimentarem. Vanda hesita. Ela sempre foi de compartilhar tudo com Sofia, a mesma havia sido sua primeira protegida, mas as coisas estavam saindo do seu controle e isso era algo difícil de se admitir.</p><p><br /></p><p>– Vanessa. - se limita a dizer.</p><p><br /></p><p>– Vanda, ela não vai falar nada, ela pode se sair mais prejudicada falando do que se ficar calada. Não tem como ela nos denunciar sem se denunciar também - Sofia a acalma.</p><p><br /></p><p>– Eu também achava isso, mas as coisas vem ficando complicadas... - suspira. – Há alguém investigando um dos nossos casos. - a mulher confessa e Sofia logo lembra do jornalista, claro que Vanda já sabia sobre ele, ela sempre está um passo a frente de tudo. – Eu sempre faço o possível para manter nossos casos o mais afastados dos policiais, o que é ruim, já que muitos deles cometem crimes que também não são apropriadamente julgados, mas creio que deixamos um caso passar despercebido. - Sofia então percebe que talvez ela não esteja falando sobre o jornalista.</p><p><br /></p><p>– Matamos um policial? - Sofia pergunta sussurrando.</p><p><br /></p><p>– O irmão de um. - Vanda responde sem pudor. – o policial não é da cidade, mas vem se enturmando entre os policiais daqui e é claro que estão tomando suas dores, em algum momento terei que ceder a pressão e reabrir o caso. Se juntam a denúncia de Vanessa com o caso do irmão do policial, nosso grupo estará em risco. - confessa.</p><p><br /></p><p>Sofia então se lembra do paciente que atendera por último, seria ele o policial em questão? O caso parece bater.</p><p><br /></p><p>– Eu acho que posso te ajudar. - Sofia diz. Ela facilmente pode encontrar o endereço do policial e garantir que o mesmo desapareça.</p><p><br /></p><p>– Sim, você pode. - diz Vanda. – Você foi a minha primeira protegida, a primeira que treinei, a primeira que escalei para as missões, você me ajudou a escolher e a treinar as outras garotas, confio em você como a ninguém mais para garantir a continuidade desse grupo. - Vanda segura as mãos de Sofia e a olha diretamente nos olhos. – Preciso me afastar da liderança por um tempo, só para focar nesses problemas e resolvê-los com calma e sabedoria. - diz Vanda. – Preciso que você tome as rédeas do grupo, que lidere as outras meninas... Na verdade, quero apenas que lidere as missões que já estavam programadas e que depois fiquemos um tempo paradas, esperando que a poeira abaixe, assim tenho mais confiança que nós sairemos ilesas. - diz.</p><p><br /></p><p>– Vanda... Eu nem sei o que dizer...</p><p><br /></p><p>– Apenas aceite. Por favor. - quase que implora.</p><p><br /></p><p>– E se eu falhar?</p><p><br /></p><p>– Você nunca falhou antes, e te treinei bem o suficiente para que você saiba o que fazer... É algo temporário. Aceite.</p><p><br /></p><p>– Tudo bem. - Sofia aceita ainda receosa. Vanda estava lidando com muitos problemas. Vanessa, uma desertora do grupo, estava ameaçando desmarcar a todas, denunciando o secreto grupo da ONG Recomeçar. O tal policial podia lhe obrigar a abrir um caso que iria ligar Sofia e Rosa (outra das protegidas de Vanda) a morte de seu irmão e isso poderia se desenrolar muito mais, chegando a todas as 4 protegida e a sua líder e protetora, Vanda. E pior, no meio disso tudo, ainda havia o jornalista.</p><p><br /></p><p>Sofia sabia que deveria falar com Vanda sobre o jornalista, mas decide não fazê-lo, a protetora estava tão atordoada com os problemas que ja sabia da existência, não havia necessidade de colocar mais um nas suas costas. Sofia decidirá junto as outras garotas o melhor a se fazer.</p><p><br /></p><p> ...</p><p><br /></p><p>Quando todas já estão presentes na sala de reunião, Sofia explica a situação de Vanda e a decisão da mesma de colocá-la temporariamente na liderança. Ninguém parece se opor a tal decisão.</p><p><br /></p><p>O grupo era originalmente formado por 5 meninas que passaram por grandes traumas, as 5 foram acolhidas por Vanda e todas tiveram ajuda e treinamento para se tornarem as defensoras das injustiçados. Elas fazem a justiça com as próprias mãos, onde as leis ou os juízes falham, elas corrigem.</p><p><br /></p><p>Contudo, Vanessa havia se delisgado do grupo após uma discussão. As regras de convivência e a constante doação a causa não lhe condizia e por isso a mesma fez tal decisão. Tudo estaria bem se a mesma agora não estivesse ameaçando destruir todo o projeto. Ninguém sabia se ela tinha as provas necessárias, mas ela tem o conhecimento de toda a organização, se lhe dessem ouvidos, tudo que Vanda construíra cairia em ruínas.</p><p><br /></p><p>Nem todas as meninas que eram ajudadas na ONG subia para o grupo seleto de vingadoras, às 4 remanescentes tinham papéis essenciais para que tudo funcionasse.</p><p><br /></p><p>Sofia havia sido encaminhada para a faculdade de enfermagem e empregada como chefe das enfermeiras no melhor hospital da cidade para que pudesse acobertar ou praticar sua justiça dentro do mesmo.</p><p><br /></p><p>Rosa, uma menina de cabelos longos, castanho escuro, alta e magra de corpo atlético, de pele branca e olhar marcante, se formara em química. Apesar de se destacar em vários aspetos, como luta e mira, sua especialidade era produzir venenos quase que imperceptíveis aos exames post mortem.</p><p><br /></p><p>Lisa é a que Vanda gosta de brincar falando que é a assassina perfeita. Sua baixa estatura, seu cabelo curto, liso e preto feito o céu da noite, seus traços delicados e sardas nas bochechas, a fazem parecer completamente indefesa, mas numa luta pode derrubar alguém com o dobro do seu tamanho e sua personalidade levemente sádica, a faz ter uma técnica de matar um tanto controversa.</p><p><br /></p><p>Para finalizar tem Jane, a mais nova do grupo, mas talvez a que tenha o passado mais sombrio. O caminho para recrutá-la fora mais longo, as regras para ela foram mais rígidas, mas ainda assim a jovem de cabelos loiros escuro, de olhos grandes e pele branca e aveludada, de corpo sinuoso e rosto fino; venera Vanda como nenhuma outra do grupo, pois a mesma lhe deve a vida. A admiração é tanta que Jane chama Vanda de mãe, tal é sua importância para ela. Talvez pela infância perturbada que teve, seus métodos são de longe os mais assustadores, Jane não apenas se vinga matando, ela se vinga torturando.</p><p><br /></p><p>– Então é isso? Vanda terá que nos deixar- Rosa pergunta.</p><p><br /></p><p>– Não exatamente. - Sofia responde. – Vocês não sabem de tudo, mas temos mais alguns inimigos a serem combatidos. </p><p><br /></p><span id="docs-internal-guid-cd0ec2ae-7fff-ca50-fdef-f46ca85a679b"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1SRvRWJCZaN64VkuKbOOCvgToSNR-ZksvxCt1_gOi034lu8XfoWFVjvDmHvXWOXjOQaSXp2_TNLsine4saCJPkEgeQskps-EYrZYlNUkmaxW5b9zgG23KbUqo7G86fLQotP4y64nsQsg/s1300/rbl+blog.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1SRvRWJCZaN64VkuKbOOCvgToSNR-ZksvxCt1_gOi034lu8XfoWFVjvDmHvXWOXjOQaSXp2_TNLsine4saCJPkEgeQskps-EYrZYlNUkmaxW5b9zgG23KbUqo7G86fLQotP4y64nsQsg/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Olá, como prometido, ontem postei o capítulo de "A Origem de Lincoln Campbell" e hoje vim com a continuação de "Red Blood Lipstick". Como deixei claro anteriormente, esse início é bem introdutório, e aos poucos irei apresentando os personagens principais e os dilemas que irão enfrentar. O próximo capítulo também será mais leve e será o último dessa parte de introdução geral. Logo logo vocês poderão conhecer ainda melhor cada garota desse grupo e ver como elas agem. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Então, fiquem comigo, volto na próxima semana com um capítulo totalmente novo! </div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-68455382161845380622020-10-19T23:29:00.002-03:002020-11-10T14:22:04.354-03:00Prólogo (A Origem de Lincoln Campbell)<p> <span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"> </span></p><span id="docs-internal-guid-e9de53f4-7fff-cb91-eb7c-88f3832dfa39"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpj3tuwGr88JfuJugiNkMzVpbfeDHGCXPBtkcx1AZlht8-xgAzfPQjlz1Y84CcI6Bbo5yG3A5gVBHZ-xXuMOw8u6EuUvopetC0NPFZDBUHphfxI_yHIbYUtHnf6aMtNt1IcjNf9LW7jTU/s520/lincoln+%25281%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpj3tuwGr88JfuJugiNkMzVpbfeDHGCXPBtkcx1AZlht8-xgAzfPQjlz1Y84CcI6Bbo5yG3A5gVBHZ-xXuMOw8u6EuUvopetC0NPFZDBUHphfxI_yHIbYUtHnf6aMtNt1IcjNf9LW7jTU/s320/lincoln+%25281%2529.jpg" /></a></div><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Edwin tem dificuldade para digerir tudo o que escutou. Sentado na cadeira de seu escritório, o mesmo tem o olhar vago, perdido, como se procurasse pelo rumo que ele acabara de perder.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">No fundo ele sabia que havia algo de errado, estavam juntos havia três anos, sendo que no último ano Margaret vinha agindo de forma estranha, desaparecendo por dias a fio e retornando sem desculpas boas o suficiente para convencê-lo. Ele tinha várias teorias, a de traição era que mais lhe parecia provável, mas ele a amava tanto que preferia fechar os olhos, fingir que não novata, esperaria que ela confessasse seu erro e ele a perdoaria sem pestanejar. Margaret é a mulher de sua vida, mas agora ele nem mesmo sabe qual é o seu real nome.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Edwin Campbell é britânico e é 8 anos mais velho que Margaret e quando a mesma foi trabalhar como sua assistente, ajudando-o na sua clínica de cardiologia, ele logo se sentiu atraído pela jovem. Ele demorou para confessar seus sentimentos, temia que a mesma o rejeitasse por ser velho demais para ela, ou que ela confundisse seu afeto com assédio.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Ele não tinha ideia que a chegada daquela jovem mulher, com estatura mediana, cabelos longos, castanho escuro e franja, não tinha sido um golpe de sorte do destino em sua vida, mas sim parte do trabalho dela como espiã. Infelizmente o médico tinha como cliente um homem que estava sendo investigado pela CIA, o cliente em questão tinha uma grave doença afetando o funcionamento de seu coração e isso o levava constantemente ao consultório de Edwin, infiltrar-se como ajudante do cardiologista seria uma ótima oportunidade para ter contato com o suspeito sem chamar sua atenção.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">A investigação de Margaret demorou dois anos para ser concluída, foram necessários muitos investimentos para comprovar que o mesmo estava envolvido com terroristas que estavam atuando tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra. Dois anos haviam sido o suficiente para que Margaret acabasse se entregando a paixão. Paixão que ela não deveria sentir, afinal, sua vida ao lado daquele médico cardiologista era uma grande mentira, era estritamente proibido que uma espiã se relacionasse com pessoas que estivessem envolvidas na investigação, não importando qual o grau de envolvimento do indivíduo.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Agora o relacionamento já havia se tornado noivado e Edwin, mesmo na incerteza da fidelidade da noiva, ainda ansiava pelo casamento. Mas o que fazer agora? Tudo era uma mentira!</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Margaret nunca tinha passado por tal situação, no último ano tentou resolver essa confusão da qual se metera, o que a obrigou a deixar a Inglaterra e voltar para os Estados Unidos inúmeras vezes. Por ter dedicado bons anos sendo uma profissional exemplar, recebeu o perdão do governo americano e seria transferida da CIA para a NASA. Como castigo ela estaria num cargo menor e recebendo menos, teria acesso a menos informações confidenciais, mas poderia continuar ajudando a seu país, como sempre quis e ainda quer continuar a fazer. Com o tempo ela trabalharia para retomar a confiança do governo, porém não por agora. Nesse momento ela luta para reconquistar a confiança do homem que tanto ama, mesmo sabendo que não merece um voto de confiança do mesmo.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">A ex-espiã estava se arriscando naquele momento, ela não sabia como seria a reação do homem que tanto amava, e se ele não a aceitasse? Pior, e se ele não fosse capaz de manter esse segredo? Ele poderia ser assassinado! Apesar de ter sido perdoada pelo governo de seu país, foi deixado bem claro as novas regras que seriam impostas a ela, caso a mesma decidisse manter sua relação com o médico. Inclusive, em seu novo contrato havia uma cláusula bem clara que a proibia de dizer a verdade sobre seu passado na CIA, ela até poderia manter sua relação com Edwin, mas deveria mantê-lo no escuro.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Margaret, porém, decidiu que deveria ser honesta, ela não queria que sua vida continuasse a ser uma mentira, Edwin não merecia isso. Ele desde o início sempre lhe tratou com todo respeito, sempre lhe acolheu, ele é um bom homem. O homem de sua vida.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Qual o seu nome? - ele pergunta após longos minutos de completo silêncio. – O verdadeiro. - pede. Ele não olha para Margaret, ele ainda fita o horizonte distante, como se, apesar de estar se recuperando do baque, ainda não estivesse totalmente ali.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Rosalind. - ela responde com a voz serena. – Rosalind Price.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Edwin torna-se para ela, olhando-a pela primeira vez desde que ela terminara sua confissão, mas ele não consegue manter seu olhar nela por muito tempo, ele logo abaixa a cabeça, olhando para sua mesa milimetricamente organizada, como sempre.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Rosalind era quem deveria estar se sentindo envergonhada, mas era ele que se sentia assim. Como ele poderia ter sido tão idiota? Como ele se deixara enganar assim? Tudo bem, ela é uma espiã, fora treinada para enganar, manipular, infiltrar-se... Ele era apenas um efeito colateral.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Então é tudo mentira. - ele diz, sua voz está trêmula, ele quer chorar, mas se segura.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Não! - Rosalind garante e se permite aproximar-se dele. Ela quer que ele a olhe diretamente, mas ele não o faz. – Me pergunte. - o incentiva. – Me pergunte o que você realmente quer saber.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Edwin respira fundo. Ele não está preparado para a possível resposta.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Você... - ele hesita. – Nós... Você realmente... me... ama? - sua voz se afunda mais a cada palavra.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Sim. Eu te amo Edwin. Sobre isso eu nunca menti. Eu realmente te amo! - ela não hesita em responder, ela quer que ele acredite nela, ela se arriscou demais por ele, e ela estava preparada para se arriscar ainda mais se assim fosse necessário.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Um minuto se passa até que ele decida fitá-la novamente. Desta vez ele mantém seu olhar.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– E a criança? - ele se odeia por fazer essa pergunta, se sente um lixo de homem, mas depois de tantas descobertas, ele duvidava até da própria sombra. Rosalind sabia que o mesmo faria essa pergunta, esperava que não fosse necessário responder, mas o compreendia por questionar. – É meu filho? - pergunta sobre a recém descoberta gestação.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Sim. Podemos fazer o exame de DNA após o nascimento...</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Não. - ele a interrompe. – Não precisa. - ele volta seu olhar para a mesa. Edwin suspira novamente e depois se levanta. Ele ainda mantém seu olhar baixo, mas parece decidido a se recompor.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Você pode me perdoar? - Rosalind pergunta e engole o seco.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Eu te amei incondicionalmente como Margaret Williams. - responde e o chão de Rosalind começa a desmoronar. – Acho que posso tentar aprender a te amar como Rosalind Price. - ele a olha, seu olhar é triste, Rosalind não esperava outra coisa, mas ele dá um sorriso fraco, ele ainda a ama, talvez ele fosse um tolo por isso, mas o homem, apesar de cardiologista, não manda no coração.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">O sorriso de Rosalind é bem menos discreto, o alívio que sentia por saber que ainda o teria em sua vida é demais para que ela escondesse.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Obrigada. - ela não sabe mais o que dizer.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– É... Eu te apresentei a todos da minha família como Margaret... - diz coçando a cabeça e fazendo uma careta. Ele tentaria manter sua relação com a ex-espiã, mas não fazia ideia de como.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Posso manter esse nome, é apenas um nome... O que importa é o sentimento. - ela diz e se aproxima ainda mais de Edwin. Delicadamente ela toca em seu queixo e o faz levantar a cabeça e assim olhá-la diretamente. – E o sentimento é real. Inteiramente real. - Edwin assente.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Você aceitaria mudar seu nome mais uma vez? - ele pergunta olhando-a.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Você quer que eu assuma meu nome? - pergunta incrédula. Ela sabe que não pode fazer isso. Nem mesmo Edwin poderia saber sobre ela, não tinha como ela contar para mais gente.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">– Gostaria de acrescentar mais um. - sorri tímido. – Você gostaria de se chamar Margaret Campbell?</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"> ...</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">No dia 17 de abril de 1985, Nasce Lincoln Williams Campbell, num hospital nos Estados Unidos, onde seus pais moravam agora.</p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">Tudo indicava que aquela seria uma família perfeita, mas o tempo provou que uma vida cheia de segredos e mudanças não se sustenta. </p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><br /></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">...</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No dia 17 de abril de 1985, Nasce Lincoln Williams Campbell, num hospital nos Estados Unidos, onde seus pais moravam agora. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tudo indicava que aquela seria uma família perfeita, mas o tempo provou que uma vida cheia de segredos e mudanças não se sustenta. </span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-37401585004320041962020-10-19T21:00:00.000-03:002020-10-19T21:00:42.315-03:00Sinopse de "A Origem de Lincoln Campbell"<p><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Rosalind Prince é uma espiã que em uma das suas missões acabou se envolvendo num relacionamento com um médico cardiologista. Deste romance nasceu uma criança da qual pouco teve a atenção da mãe, isso graças ao seu trabalho que sempre exigiu que a mesma estivesse em longas viagens e mantivesse pouco contato com ele. </span></p><span id="docs-internal-guid-350a8490-7fff-5609-cc9f-37293a864183"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando adulto o mesmo evita se relacionar com seus pais e para azar de ambos, a nova missão da espiã envolve prender seu próprio filho. </span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-40890330728159838192020-10-15T23:10:00.000-03:002020-10-15T23:10:30.752-03:00Notícias, Novidades e Informações! <p>Olá pessoas, inicio essa publicação com uma boa notícia: Tive a sorte de novamente ser uma das ganhadoras do Desafio do mês de Setembro (Ficção à Brasileira) com a história "A Lenda". </p><p>Desta vez cheguei em 3º Lugar (para ver os outros ganhadores basta clicar <a href="https://www.youtube.com/watch?v=8e9_wzOdsYM" target="_blank">- aqui -</a> ) e digo que estou muito feliz, pois como eu havia dito antes, o tema fantasia sempre foi o meu favorito de ler, porém nunca senti que poderia escrever e sempre que tentava escrever algo do gênero, mantinha o resultado guardado comigo. Agora com esse feedback sinto que posso me arriscar mais nesse tema, o que me deixa MUITO animada e isso já nos leva ao próximo assunto, a parte de novidades (tá, talvez tenha um pouco de informação misturado no próximo parágrafo)</p><p>Para quem não me conhece, já informo que sou apaixonada com filmes e séries de super-heróis e recentemente fui tomada pelo desejo de escrever uma história em específico. A história será baseada em um tweet do <a href="twitter.com/coulsondosertao" target="_blank">@Coulsondosertao</a> a respeito de um personagem de uma das minhas séries favoritas de TODOS OS TEMPOS ---- Agents Of SHIELD ------- Se você não assistiu, super recomendo (por favor, não julgue pela primeira temporada, pode parecer não tão empolgante no inicio, mas fica MUITO bom ao passar das temporadas); caso você já tenha assistido, será ótimo ver a reação de vocês com esse novo rumo na história de um dos personagens. </p><p>Para aqueles que não assistiram (e não pretendem ver) a série, mas querem acompanhar essa nova história, fiquem tranquilos, tentarei formula-la de forma que mesmo que você não faça ideia de que herói estou falando, você possa entender o enredo.</p><p>Nos próximos meses dividirei as publicações do blogger entre as duas histórias, e para que não vire uma verdadeira bagunça, lhe trarei mais informações no próximo paragrafo. </p><p>Terei dias específicos para postar cada capítulo. Isso não só lhe ajudará a saber quando deve vir olhar se tem novidades, como também me ajuda a continuar escrevendo, já que com faculdade + trabalho + responsabilidades domiciliares, é fácil querer parar ou se distrair da escrita.</p><p>A história "Red Blood Lipstick" será atualizada todas as terça-feiras (não posso dizer um horário específico, pois isso vai além de mim, mas o dia é esse mesmo kkkkk)</p><p>A nova históra que (até então) se chama "A Origem de Lincoln Campbell" será postada todas as segunda-feiras. </p><p><br /></p><p>Bom, essas foram as notícias, novidades e informações. Espero que tenham gostado pelo menos de uma e nos vemos na segunda-feira 😘😚</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhILiuLNXoxOkwaIVexDiUdfwDuFqZ6YjNkdjUO3ncbL0vqi8Zl22a8gjnph3oQiJdWJbTzrNyJyrlHERL0Vi1MW2KWva9KELKIVaCtZYIL7vwiOE3nButO0jmXE0Mrp44LhJtPofOHmKg/s500/rbl+wappet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="330" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhILiuLNXoxOkwaIVexDiUdfwDuFqZ6YjNkdjUO3ncbL0vqi8Zl22a8gjnph3oQiJdWJbTzrNyJyrlHERL0Vi1MW2KWva9KELKIVaCtZYIL7vwiOE3nButO0jmXE0Mrp44LhJtPofOHmKg/w211-h320/rbl+wappet.jpg" width="211" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-3kkd5dRe0xFl7sO6edbhob9tca4R7dldpQGaXyAO2ZEQu9dQ8rh9BKyiP5kzd1fUyMHng39qdzApG7sBJsYWxavBc9IyiP-csBS0c8UTAf25kbzjmfYgrwtzbFJrgAe6gEIUUdACKzg/s520/lincoln.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-3kkd5dRe0xFl7sO6edbhob9tca4R7dldpQGaXyAO2ZEQu9dQ8rh9BKyiP5kzd1fUyMHng39qdzApG7sBJsYWxavBc9IyiP-csBS0c8UTAf25kbzjmfYgrwtzbFJrgAe6gEIUUdACKzg/w250-h320/lincoln.jpg" width="250" /></a></div><p><br /></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-44930661929835452722020-10-14T11:45:00.002-03:002020-11-08T23:21:28.857-03:00 Prólogo (Red Blood Lipstick)<p><br /></p><p><br /></p><p>– Bom... Minha filha, Sofia... Ela é uma bela menina, forte, guerreira... Ela se tornou uma mulher honesta, feliz, mesmo com tudo que ocorreu com ela quando ela era pequena. Eu não sou um homem muito instruído. – o velho pausa para dar uma leve risada. – Estudei apenas até o quarto ano, nunca me formei, mas ela não, ela se formou e hoje ela é enfermeira chefe do maior hospital daqui da cidade. – agora ele pausa para dar um sorriso orgulhoso. – ela é tudo para mim, minha pequena, sempre minha pequena.</p><p><br /></p><p>– O senhor claramente a admira muito. – o jornalista observa. – e carrega em si muito orgulho.</p><p><br /></p><p>– E como não ter? – não hesita em responder. – Foi a primeira de minha família a se formar na faculdade... Provavelmente é uma das poucas que fará isso nesse bairro, você não precisa ficar tímido, doutor, não estamos no melhor bairro da região, se sobressair aqui é raro, é louvável, e minha menina conseguiu isso mesmo com tudo indo contra ela.</p><p><br /></p><p>– Não precisa me chamar de doutor, senhor Elias, sou apenas um jornalista investigativo.</p><p><br /></p><p>– Para alguém como eu, qualquer pessoa é doutor, doutor jornalista.</p><p><br /></p><p>– Estou começando achar que na verdade o senhor esqueceu meu nome. – sorri amigável, após acusá-lo.</p><p><br /></p><p>– Tem um pouco disso também... Idade... Vai demorar, mas você vai saber ainda.</p><p><br /></p><p>– Rafael, meu nome é Rafael, senhor Elias... Mas me diga mais uma coisa, você disse que algo ocorreu com ela quando ela era pequena, o que seria? – o senhor Elias podia não saber, mas esse era exatamente o ponto em que o jovem jornalista investigativo queria chegar desde o início, pois sua próxima grande reportagem seria sobre um assunto no qual ele já vem investigando por anos e tudo indica que Sofia é um ponto importante para solucionar o quebra-cabeça.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Elias não responde tão prontamente, ele parece debater consigo mesmo se deve ou não dizer algo, ou como dizer algo. Sem dúvidas aquele não era um assunto que ele gostava de falar sobre.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Quando ela tinha apenas 5 anos ela presenciou a morte da mãe. – ele pausa, é difícil falar sobre o ocorrido. – Foi um assassinato. – ele finaliza.</p><p><br /></p><p>– Sinto muito por isso, senhor Elias. – o jornalista queria mais, porém entende que deverá ir mais devagar..</p><p><br /></p><p>– Já se passaram vinte e seis anos, mas acho que nunca superei. A culpa, a injustiça... Não há uma semana que passe e eu não me lembre dela. - o velho agora fala sobre a sua falecida esposa.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Elias se levanta do velho sofá em que estava sentado com dificuldade e se dirige a estante que está logo atrás do mesmo. Lá ele pega um porta-retrato com todo o carinho do mundo. Ele olha a foto que lá está e sorri, depois dá um breve abraço no porta-retrato e depois o entrega ao jornalista.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Na foto há uma versão bem mais jovem do senhor Elias, que hoje é praticamente careca, apesar de não ter muitas rugas é bem óbvio que já passou dos 70 anos. Agora ele é gordo, antes era atlético e mesmo a foto sendo antiga, provavelmente feita pelas primeiras máquinas capazes de fotografar em cores, sua pele retinta chega a brilhar; sua altura, que até hoje impacta ao olhar, deixava a mulher ao seu lado parecendo frágil e miúda, mesmo que ela provavelmente tenha tido estatura mediana. Hoje, no olho direito do senhor Elias há sinais de catarata, seus dentes não são mais tão brancos e seu sorriso tampouco é tão grande. Ao lado dele, na imagem, há uma jovem mulher, de cabelos alisados num penteado típico dos anos 70. Ela veste um vestido branco simples, mas muito bonito e os dois posam perto a um enorme bolo. Era uma foto do casamento do senhor Elias com a mãe de Sofia.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Ela se chamava Marta. - Elias diz. – Quando a conheci ela trabalhava como faxineira no shopping que eu trabalhava como segurança. Em menos de cinco meses já estávamos com o casamento marcado. - ele ri. – Era muita paixão, se é que me entende. - Rafael apenas assente. Os tempos eram outros... – Quando nos casamos começamos a planejar ter um negócio próprio, um mercadinho próximo a onde morávamos, seria algo melhor, mais trabalhoso, porém seríamos mais felizes. Quando conseguimos juntar dinheiro o suficiente para começar a montar a loja, estávamos tão felizes que parecia até mesmo que tínhamos ganhado na loteria. De certa forma era quase como se tivéssemos ganhado mesmo. Ganhávamos bem mais e sofríamos bem menos, não era nada fácil trabalhar naquele shopping, muita gente rica, os olhares de superioridade eram humilhantes... Na loja não, estávamos rodeados pelos nossos vizinhos, gente como a gente. </p><p><br /></p><p>"Dois meses depois de abrirmos a loja, Marta descobriu que estava grávida. Foi muito bom, nada planejado, mas estávamos indo bem, achamos que ia ser possível conciliar tudo... Mas não foi tão simples assim... Os gastos aumentaram, claro, tínhamos que trocar de casa, já que morávamos num kitnet, pois para economizar para abrir loja fizemos muitos sacrifícios. Tive que dobrar minha jornada de trabalho. Eu ficava durante a parte da manhã e início da tarde trabalhando no nosso mercadinho e durante a outra metade da tarde e noite eu trabalhava como segurança na casa de um homem muito rico, as vezes ele me fazia de motorista também, o que era bom, pois me pagava um extra. Marta cuidava da loja sozinha na parte da tarde e noite."</p><p><br /></p><p>"Quando eu saia do trabalho de segurança, eu ia busca-la. Fechávamos a loja juntos."</p><p><br /></p><p>"Com Sofia os horários ficaram mais complicados, mas demos um jeito, a medida que ela foi crescendo ficou mais fácil, já que ela foi pra creche. Mas ainda assim, ela sempre estava com a mãe dela durante a noite, quando eu ia buscá-las"</p><p><br /></p><p>"Infelizmente nosso bairro se tornou perigoso, não por culpa nossa ou dos nossos vizinhos. Muitos arruaceiros de outros bairros vinham mexer com nossa gente, por isso começamos a ficar mais receosos com a lojinha, mas naquele ponto não poderíamos simplesmente fechar."</p><p><br /></p><p>"Sofia tinha 5 anos, ela já tinha chegado da creche, geralmente a irmã de Marta a buscava e a deixa lá, era muito gentil da parte dela... Naquele dia meu chefe pediu para que eu fizesse um trabalho como motorista dele, claro que eu aceitei, mas acabou demorando mais do que o esperado... Quando eu cheguei na loja para buscá-las... " - a voz do velho homem falha, ele engole o seco, se esforça para manter-se firme, mas no fim as lágrimas vencem. Ele tenta disfarçar, enxugando-as rapidamente com a alça de sua blusa de frio feito de tricô.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Rafael respeita o tempo de Elias, deixando-o se recuperar, deixá-o decidir se deve continuar ou não.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Destruíram tudo. Estava tudo em chamas... Minha mulher lá... Sofia escapou. - resume o fim da história.</p><p><br /></p><p>– Descobriram quem fez isso? - Rafael pergunta.</p><p><br /></p><p>– Sim... Mas eram uns... - ele tem dificuldade em continuar a conversa. – Eles eram ricos e conseguiram se livrar... No fundo acho que o juiz também odiava os negros. - há um tom raivoso em sua voz.</p><p><br /></p><p>– Foi um crime de ódio? - Rafael o questiona.</p><p><br /></p><p>– Sempre foi... Eles vinham, pichavam nossas portas, quebravam nossas janelas, ameaçava e xingavam nosso povo: "Ladrões! Vagabundos! Macacos!" urinavam em nossas portas, mas... Mas o que fizeram com minha mulher... Foi mais que ódio... Não existem palavras.</p><p><br /></p><p>– Sinto muito. - Rafael sente que é o momento de parar, o assunto era bem mais pesado do que estava esperando. Ele havia lido algumas reportagens feitas na época do ocorrido e claro que as manchetes foram bem mais dóceis e solidárias com os "jovens complicados que numa noite de loucura, invadiram uma loja, agrediram uma mulher, que segundo eles os atacou com uma faca e acidentalmente, durante a fuga, deixaram que um isqueiro caísse aceso próximo a umas garrafas de bebidas alcoólicas que foram derrubadas durante a briga." Em nenhuma reportagem eles foram tratados como criminosos ou assassinos, em nenhuma reportagem o senhor Elias, Marta ou Sofia eram retratados como as únicas vítimas.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Para Rafael toda aquela história contada nos jornais da época era uma grande desculpa esfarrapada, um crime horrendo havia sido cometido, mas os pobres jovens inconsequentes e imaturos demais para saber a gravidade do que estavam fazendo saíram praticamente ilesos do julgamento. Não passaram nem mesmo um dia atrás das grades, apenas foram obrigados a pagarem a quantia de 500 mil a Elias e nada mais.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Como você acha que Sofia conseguiu superar isso? Ela hoje é formada, trabalha num bom lugar...</p><p><br /></p><p>– No melhor hospital da cidade! - Elias o corrige. Falar sobre Sofia parece surtir um efeito positivo no velho, que parece se esquecer da sombria noite em que perdera a mulher e da injustiça do seu caso.</p><p><br /></p><p>– Desculpe... Ela trabalha no melhor hospital da cidade, como você acha que conseguiu superar isso?</p><p><br /></p><p>– Gostaria de dizer que foi apenas mérito meu, mas... Nossa advogada, Vanda, ela nos ajudou muito. Mesmo depois do julgamento ela acolheu Sofia, pagou pela psicóloga dela, pagou até mesmo pela faculdade dela. Nunca pediu nada em troca.</p><p><br /></p><p>– Porque ela te ajudou tanto? - a bondade extrema de Vanda intriga ao jornalista, infelizmente sua área de atuação o deixa desconfiado muito facilmente e ele também aprendeu a pegar todos os detalhes, tudo poderia ser a porta de entrada para algo ainda maior.</p><p><br /></p><p>– Vanda é uma boa mulher, sempre se preocupa com as vítimas... Ela inclusive tem um ONG, que ela mesmo criou para ajudar na recuperação de vítimas de crimes violentos. - Rafael aceita a resposta, mas uma pulga atrás da orelha o faz desconfiar que há algo mais, que a ONG ou Vanda pudesse ser importante para que ele conseguisse fechar sua investigação.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>O barulho da chave destrancando a porta chama a atenção dos dois homens. Elias se apressa para recepcionar a filha. Rafael se levanta da poltrona xadrez na qual sentara desde que chegara e sorri para a enfermeira que acabava de voltar de um plantão. Na sua face era bem óbvio o cansaço, mas seu olhar de confusão ao ver o jornalista ali era ainda mais pronunciado.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Ele é um jornalista. - Elias diz. – Está falando sobre casos que não tiveram justiça, como a nossa. - resume. Sofia o cumprimenta com um breve aperto de mão, ela parece desconfiada.</p><p><br /></p><p>– Sou Rafael, jornalista investigativo. Estou fazendo uma reportagem bem extensa sobre casos onde houve um claro erro de justiça na hora do julgamento.</p><p><br /></p><p>– Entendo. - Sofia diz. – Creio que meu pai saberá lhe dizer nossa história. - a garota se esquiva do jornalista.</p><p><br /></p><p>– Sim, ele já me contou, sinto muito por tudo. - Sofia apenas lhe dá um sorriso fraco, querendo encerrar o assunto. – Seu pai me falou sobre Vanda...</p><p><br /></p><p>– O que ele falou sobre Vanda? - pergunta com urgência, chamando a atenção de Rafael.</p><p><br /></p><p>– Falou sobre como ela lhes ajudou... - a enfermeira parece relaxar com a resposta dada. – Ela tem uma ONG que ajuda vítimas de crimes, correto? - Sofia confirma com a cabeça. – Eu adoraria falar com ela e talvez com algumas pessoas que sejam ajudadas na ONG, como posso entrar em contato?</p><p><br /></p><p>– Ah, eu tenho o telefone dela... - Elias começa, mas Sofia o interrompe abruptamente.</p><p><br /></p><p>– Ela é muito ocupada, não terá tempo para entrevista e não acho que as pessoas atendidas na ONG seriam capazes de lhe ajudar. A maioria ainda está num momento muito difícil da recuperação do trauma. - ele a sente na defensiva.</p><p><br /></p><p>– Me desculpe, acho que seria melhor se você me conhecesse melhor. - ele abre sua bolsa cor bege, quadrada e claramente velha, e de lá tira um cartão. – Comecei uma série de reportagens há uns anos neste blog aqui, de maneira independente. - ele mostra o site no cartão, que tem apenas seu nome: Rafael Souza, Jornalista; o link do seu blog e um número de telefone fixo. O fundo é branco e tudo está escrito em azul. Simples e direto. – Essas reportagens chamaram a atenção de um jornal conceituado e agora estou trabalhando num projeto bem maior para eles. - ele diz. – Mas pelo blog você poderá ver melhor o meu trabalho, ver que é algo sério, não tenho a intenção de atrapalhar uma pessoa que lhe ajudou tanto. - Sofia fita o cartão o tempo todo, pensando em como afastar aquele jornalista de Vanda ou da ONG.</p><p><br /></p><p>– Eu falarei com ela. - diz por fim. – Se ela tiver interesse eu peço para que ela entre em contato. - finaliza.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Fisicamente Sofia muito se assemelha a sua mãe, o corpo esguio, a pele negra, os olhos cor jabuticaba, mas outros traços remetem a seu pai, a boca carnuda, os longos cílios, o queixo pronunciado e o nariz pequeno.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>– Agradeço por isso, espero que possa me ajudar com essa entrevista, sinto que será de muita valia para meu projeto. - Rafael insiste.</p><p><br /></p><p>– Tudo bem. - Sofia concorda. – Estou cansada. - diz olhando diretamente ao jornalista. Ela quer afastá-lo de todo modo e sua frase soa como uma indireta, ela quer que ele vá embora, quer que perceba que sua presença a incomoda.</p><p>– Acho que já vou indo. - Rafael entende o recado e sua desconfiança ganha ainda mais força. – Muito obrigada pela entrevista senhor Elias. - o velho o abraça para se despedir. – Até mais, Sofia. - Sofia sorri. – Leia meu blog quando estiver melhor... Acho que nos veremos novamente em breve. - se despede</p><p>Sofia está exausta, mas assim que se dirige a seu quarto ela entra no blog do tal jornalista. Não é necessário procurar muito para encontrar as reportagens das quais ele se referiu, e a enfermeira logo percebe que existe uma grande chance de ele não estar investigando simples crimes sem justiça, mas sim a ela, a Vanda e suas amigas.</p><p><br /></p><p>Algo deve ser feito para pará-lo! </p><p><br /></p><span id="docs-internal-guid-d690dde9-7fff-5d4c-bb08-e5f13772361a"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">......</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Olá, finalmente comecei a postar a nova história, nesse início os capítulos serão bem introdutórios e creio que não abordará de forma muito explicitada nada que possa ser gatilho para vocês, <b>mas </b>caso você tenha algum problema em ler história que aborde temas como </span></p><div style="text-align: center;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><b> abusos (sexuais, físicos e </b></span><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><b>psicológicos</b></span><b style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">), sexo, racismo, drogas e </b><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><b>violência</b></span><b style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">, essa história pode não ser adequado a você. </b><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Nos capítulos em que esses assuntos estiverem presentes de forma mais expressiva, deixarei um aviso logo no início, assim ninguém correrá o risco de acidentalmente ler algo que não é adequado ao mesmo. </span></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">No mais, espero que gostem dessa nova história, estou me dedicando bastante para que a mesma saia com a qualidade, comentem e divulguem se assim for possível. </span></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Arial;"><span style="font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Muito obrigada e bjss</span></span></span></div></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-71754311419075805612020-10-08T19:17:00.003-03:002020-10-14T11:45:28.883-03:00Red Blood Lipstick - Sinopse<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmwXC98_NeyZM7-Bz7r_j7j6cmHDV_xBGQqNMBFcebYCaQyEfonPGLhgyfIIICbek9NyJw4LLG53h7LtPGUXGOXMkkZzZYWSG9xB3g6y-g7V0WJyrtyQNVI9ZT1Eo6zUeSMbmurpqNtL8/s320/rbl+blog.jpg" width="320" /></div><p><br /></p><span id="docs-internal-guid-4240eb46-7fff-77f6-4dd4-7014f7522129"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sofia passou por um grande trauma na sua infância, a mesma teve a ajuda de Vanda, uma jovem advogada, para se recuperar e se tornar uma respeitada enfermeira, que se dedica inteiramente aos seus pacientes, sempre ajudando a salvar vidas. O que quase ninguém sabe é que Sofia mantém uma vida dupla, onde matar também é salvar. </span></span><br /> <p></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-47276330550202972272020-10-04T21:00:00.002-03:002020-10-14T11:45:47.870-03:00Nova história: Red Blood Lipstick <p> Olá a todos (as), venho com boas novidades, irei falar um pouco sobre a próxima história que estarei postando por aqui. Não será uma fic, mas sim uma história original e se chamará Red Blood Lipstick. Já venho planejando a mesma há pelo menos 3 anos, mas seu tema é pesado (a história será +18) e não me sentia preparada para abordar os temas da forma correta.</p><p>Confesso, quando comecei a imaginar essa história, eu a criei como uma série, na época queria testar minhas habilidades de roteirista e pude então descobrir algumas coisas: </p><p>1) Eu não tenho nenhum dom para ser roteirista;</p><p>2) Não fazia sentido eu tentar escrever essa história como uma série se eu não tenho como gravá-la</p><p>3) Essa história tem tudo para prender a atenção dos leitores de uma forma incrível (isso depende também, claro, da minha capacidade de escrevê-la da forma adequada, aproveitando todo seu potencial), mas também tem tudo para ser uma história que você odeie logo de primeira. Não tem mais ou menos, ou você irá gostar ou vai achar ridículo. </p><p>Bom, se essa pequena introdução lhe deixou pelo menos um pouco curioso (a), fique atento (a) aqui, pois ainda nesta semana postarei a sinopse, a história porém só irá começar a ser postada a partir do dia 11/10</p><p>Até mais </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivUZ7ttSzuSVWZX2kTc3Z2f11bP-GdMjIHP10msQG910YAjZxB5Bv4pib2zIy2iGdAQkPPzOqVqYazKUlyYsPaSJaUywbGQuEPVVTiO8kX8G4HTlTuUh68bck_noSXVj5Wb4WWg45kELQ/s520/rbl+wappet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivUZ7ttSzuSVWZX2kTc3Z2f11bP-GdMjIHP10msQG910YAjZxB5Bv4pib2zIy2iGdAQkPPzOqVqYazKUlyYsPaSJaUywbGQuEPVVTiO8kX8G4HTlTuUh68bck_noSXVj5Wb4WWg45kELQ/s320/rbl+wappet.jpg" /></a></div><br /><p><br /></p>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7888604258896813409.post-29097754545875435422020-09-29T22:52:00.003-03:002020-09-29T22:52:52.951-03:00A Batalha<p> <span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; white-space: pre-wrap;">Quando acorda, a primeira imagem que Lia vê é o céu cheio de estrelas que brilham como nunca. Aos poucos ela se levanta e percebe com espanto que não há ninguém nem nada ao seu lado. Ela ainda pode reconhecer a aldeia em que chegara junto a Quaraça, mas agora tudo está vazio, não há índios, nem ocas, fogueira. Nada. Por milésimos de segundos ela pensa que talvez tudo tenha sido uma grande alucinação sua, desde o início, desde o encontro com pássaro homem quando ia comprar gasolina até o momento em que veio parar neste lugar.</span></p><span id="docs-internal-guid-99758598-7fff-874d-4095-d395debde77c"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ao se levantar, porém, ela sente que há alguém ali. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sobre as árvores que rodeiam o grande campo aberto em que a aldeia havia sido montada, algo lhe chama a atenção. O canto do pássaro lhe conforta o coração. Ela começa a caminhar em sua direção, mas o pássaro voa alto e se afasta dela. Lia sente que deve segui-lo e assim o faz.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia dirige com sua atenção dividida entre a estrada e o pássaro que voa incansavelmente sobre o céu. Quando menos percebe, já está de volta à capital mineira, ela para seu carro na esquina da avenida Amazonas com a Avenida Afonso Pena, algo inimaginável num dia comum, mas cá estava ela se vendo como em seu sonho. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A avenida está vazia, a luz brilha grande no céu, ela não vê o pássaro, mas de longe o escuta. Ela começa sua caminhada pela avenida se prolonga até que chega perto do Parque municipal. Algo dentro dela ferve, vibra, como se seu instinto lhe dissesse que há algo de errado ali.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uma figura pálida, cadavérica, de olhos pretos e profundos. A figura começa a vagarosamente a sair por entre as árvores do canteiro central e assim sua figura horrenda ganha mais detalhes. Com a camada de pele seca que está totalmente incrustada no esqueleto, fazendo com que cada osso e cada espaço vazio ficasse pronunciado com sombras e relevos, Os olhos negros e grandes se constratam com a palides de sua pele ressecada. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Corpo-Seco.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia sente seu estômago revirar, a figura horrenda anda em sua direção e então ela percebe que aquilo é real, não mais parte de um sonho, não é apenas um pássaro que se transforma, mas um ser tão sinistro que nem mesmo o próprio inferno quis receber, tão repulsivo que a terra lhe vomitou e que mesmo morto continua a fazer o mal a pessoas inocentes e ela, somente ela poderia pará-lo, mas como? </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia se mantém parada, esperando por uma ideia, um sinal, o ritual deve lhe iluminar, deve estar acontecendo algo dentro de si para derrotá-lo, mas a cada passo que o monstro a sua frente dá, fazendo com que seu cheiro podrido seja percebido pela mulher, menos ela se sente confiante de que algo acontecerá num passe de mágica. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Pouco menos de meio metro lhes separa, mesmo sem expressão Lia sente que o Corpo-Seco ri, feliz por achar mais uma vítima. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia olha em volta a busca de algo que pode usar como arma, ela não sabe lutar, nunca precisou aprender, mas agora teria que fazê-lo. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia vê um pedaço de galho a poucos passos à sua direita, ela corre para pegá-lo. Dá para ver que o galho não é muito resistente, mas neste momento está é a sua única defesa. O monstro a sua frente não é muito rápido, com sua mudança de trajeto, mesmo que mínimo, o deixou levemente desorientado. Mas logo ele se volta para ela e retoma uma caminhada um pouco mais rápida do que a primeira. Lia sente que o irritou e percebe que isso o torna mais perigoso. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O monstro a ataca, mas ela o bate com toda a força com o galho em sua mão. Isso parece freia-lo, porém não é o suficiente para detê-lo. Lia o bate mais uma vez e escuta um estalo, ela tem a esperança de ser uma fratura no monstro a sua frente, mas é seu galho, que não irá sobreviver por muito mais tempo. Lia corre, foge de Corpo-Seco, mas sua teoria de que irritá-lo o fazia mais forte se mostra real e o monstro que antes arrastava os pés ao caminhar, agora anda rápido, quase que corre atrás dela.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ela sabe que não deve fugir, que tem que encará-lo, mas não sabe o que fazer, não é como se existisse uma caverna próxima na qual ela pudesse prendê-lo. Teria ela que correr até outra cidade para aprisioná-lo? Ela teria forças para fazer isso? Ele continuar a segui-la após quilometros? Lia não estava preparada para isso, ela deveria ter perguntado mais, porém na urgência de salvar vidas, se jogou numa aventura que, ela até poderia ser predestinada a enfrentar mas, não sabia como proceder.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia para e joga de lado o galho, no chão, perto da calçada, vê umas pedras soltas, ela pega e as joga contra o monstro, o que parece fazer mais efeito no monstro do que o galho, mas, como previsto, não o para, apenas o enfada. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Internamente Lia clama por Uirapuru, para que ele a guie e a salve dessa situação, mas nem mesmo a voar sobre o céu ela o vê mais. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Corpo-seco volta a ficar próximo demais dela e como uma última tentativa de defesa ela resolve atacá-lo com um soco, porém, mais ágil do que deveria ser (para um ser morto), o mesmo bloqueia seu golpe e a segura fortemente pelo braço. Lia começa a sentir uma dor descomunal em seu pulso e vê que na parte onde o monstro a toca, sua pele começa a enrugar-se. Ele estava a matando! </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia tenta se soltar, mas o mesmo agora parece ter a força de um touro e tenta agarrá-la pelo outro braço, ela desvia, tenta golpeá-lo, tenta chutá-lo, mas a dor que sente em seu braço, que agora já se seca até os cotovelos a deixa fraca para lutar. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Aquilo não podia ser real. Lia deseja que seja mais um sonho, que ela ainda esteja na aldeia desacordada, ou que esteja dormindo em seu sofá, mas ao abrir os olhos novamente ela ainda está ali, sendo tomada pela dor, tendo o seu braço dissecado por um ser maligno que parece ganhar força com sua fraqueza. Num último grito de esperança, Lia clama novamente pelo pássaro e desta vez ela é atendida. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Seu piar se torna claro, o monstro a sua frente percebe e, apesar de não soltá-la, afrouxa o aperto em seu pulso. Quaraça surge como pássaro a sua frente e começa a rodear o monstro que se distrai com sua presença e assim solta a Lia. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Uirapuru então voa alto e ao descer novamente a terra, se torna humano. Ele se posiciona entre Lia e o Corpo-Seco. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Chame pelos seus antepassados, Lia! Chame pelos guerreiros, pelos escravos, pelos inocentes que por ele morreram! - o índio diz e o inesperado ocorre. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Corpo-Seco o ataca num abraço forte, crava suas unhas sobre suas costas nuas, seus dentes em seu pescoço. Quaraça não reluta, não se torna pássaro novamente, apenas cai de joelhos, provavelmente agoniado pela dor intensa que deve estar a sentir, seu corpo aos poucos se seca e Lia se desespera, grita e lágrimas escorrem pelo seu rosto. Um ódio a consome e ela pula no monstro, o golpeando com tapas e soco até que ele solte a Quaraça, mas é tarde demais para ele, o mesmo já está mais seco do que vivo. O monstro torna a Lia, sedento por também a dissecar, mas Lia pensa em sua avó, pensa em seu cheiro, no cheiro de sua comida feita no fogão a lenha. Uma paz em meio ao ódio lhe invade e como numa explosão Lia irradia uma luz, a luz da fogueira, a luz que revela os espíritos que a ela se uniu. Um a um, lado a lado, prontos para encarar junto a ela o corpo-seco. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sua avó está bem a seu lado, com seu meigo sorriso costumeiro. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Onde vamos prendê-lo, vozinha? - Lia pergunta, sentindo-se poderosa, porém ainda perdida. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Não vamos mais prendê-lo, minha pequena. Desta vez vamos derrotá-lo! - diz convicta. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Mas ele não pode morrer. - indaga.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">– Há muito mais que a vida e a morte, minha pequena, há muito mais do que podemos sonhar. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia não discute, apenas confia. Os espíritos começam a fechar o círculo em volta de corpo-seco e o mesmo parece sentir que poderá ser derrotado. Ela se põe em posição de ataque, mas não sabe a quem atacar. Muitos dos espíritos que ali estão foram vítimas dele e querem redenção através de sua derrota. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O círculo se fecha da vez mais e Corpo-Seco fica mais acuado, sem saber o que fazer. Quando o círculo já está fechado demais, os espíritos se unem novamente no corpo de Lia, mas desta vez o sentimento é diferente, desta vez ela os sente, ela sente a força que possui. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Corpo-seco, ao vê-la novamente “sozinha”, volta a ataca-la, mas desta vez o seu toque não a machuca, até mesmo seu braço que havia murchado está como antes novamente, graças a força dos espíritos. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Desta vez o toque do monstro causa dor nele, fumaça sai da mão que a toca e ele logo a solta e vê sua mão tornando-se cinzas. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O monstro se afasta, mas Lia não permite ir muito longe. O que ela faria seria por todos os que sofreram pelas mãos deles, quando o mesmo ainda estava em vida e depois quando se tornara o monstro que é. E principalmente pela morte de Quaraça. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia o agarra, assim como ele fizera com Uirapuru. Ela sente a luz irradiar novamente de seu corpo e isso aos poucos destrói a Corpo-seco que se esfarela com cinzas no chão. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando já nada mais sobra do monstro, Lia desaba no chão, exausta. Ao olhar para o céu, ela vê as almas que a ela se uniu, elevarem-se. Ela sorri quando a alma de sua avó e se alegra quando vê o pássaro entre os que se elevam. Ele canta. Ela canta para ela, para parabeniza-la. </span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Lia venceu. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">...</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #202122; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Fim da história, agradeço a todos que acompanharam a história até aqui e espero que tenham gostado. Tentarei começar uma nova história ainda no inicio do próximo mês, então, fiquem de olho no blogger ;)</span></p></span>Fernanda Neveshttp://www.blogger.com/profile/12140483696035847720noreply@blogger.com0