sábado, 17 de maio de 2014

22º Capítulo “Let Me Go” – Entre o Céu e o Inferno



Parabéns a leitora Erii que está fazendo aniversario hoje

Música Let Me Go da Avril Lavigne e Chad Kroeger, sugestão da leitora Diana

Demi’s POV

O que dizer quando o único homem, que não seja seu pai, que te amou verdadeiramente na vida diz que não pode viver sem ti?
Joe sabe como enfraquecer todas as minhas barreiras, ninguém mais faz isso igual a ele, e era claro que naquele momento a única coisa que eu queria era me jogar em seus braços e dizer que eu era dele, que nos daríamos outra oportunidade, e que desta vez tudo daria certo.
Mas eu estaria sendo junta com ele?
Joe, assim como eu, tem seus problemas, e o nosso relacionamento é 100% delas, mas ainda assim, com uma coragem que eu não sabia que ele tinha, ele conseguiu se decidir e seguir em frente. Ele estava pronto para mim, inteiramente pronto, só bastava eu dizer sim.
Joe não é nem 1% dos meus problemas, com uma mãe doente que faz tratamento com remédios caros, um ex-namorado possessivo e perigoso que passa grande parte do seu tempo na porta de onde eu vivo, só para irritar e intimidar... Largar tudo seria algo muito complicado, muito mais do que foi para Joe...
Amaldiçoou o dia que conheci a Joe, mesmo tenho sido o melhor acontecimento em minha vida depois de tempos de tristeza.

(...)

_ Por favor, me diga alguma coisa. – insistiu Joe, eu tentava não olhar pra ele, eu sabia que se o olhasse me entregaria e eu sei que se me entregasse naquele momento, novamente iriamos dar errado. Ele tinha aberto as portas para que pudéssemos viver nossa vida sem problemas e para que pudéssemos ser um casal de verdade. Agora era minha vez de fazer o mesmo.
_ Me dê um tempo. – falei, da maneira mais decidida que eu consegui.
_ Demi...
_ Não, Joe. – interrompi. _ Eu sei que você quer minha resposta agora e que eu já te fiz esperar muito, mas eu preciso disso. É o melhor que eu tenho para te oferecer.
_ Olhe para mim. – pediu. Hesitei, mas olhei-o. _ Não é isso que você quer dizer.
_ Não é. – confirmei. _ Mas é necessário.
_ Não, não precisamos esperar mais. – insistiu. Em resposta apenas me levantei do balanço.
_ Vamos. – falei de pé. _ Prometemos que não iriamos demorar. – falei. Vi a decepção nos olhos de Joe, eu odiava estar fazendo isso, mas se eu não fizesse seria bem pior, era necessário desatar os nós para que eu pudesse finalmente me libertar.


(...)


Para os padrões de Lewis, aquela festa provavelmente estava sendo ótima, mas para mim, nascida na cidade do brilho, não poderia ser uma festa mais fracassada. O fato da mãe de Joe não parar de me olhar com ódio e de eu não conhecer muita gente ali não ajudou muito.
Joe tentou se aproximar, mas me senti na obrigação de afasta-lo, não só por mim, mas também por ele, senti que a mãe dele não se controlaria muito se a ‘provocássemos’ como estávamos fazendo. Rachel tentou me introduzir para alguns conhecidos, mas depois de muita conversa, da qual eu nunca sabia sobre quem era o alvo da fofoca ou de qual versículo da bíblia tal frase tinha sido tirada, eu percebi que aquele não era meu mundo. No final Rachel ficou comigo por todo o tempo.
 Não tínhamos tanto assunto, na maior parte do tempo ficamos caladas, olhando para todos se divertindo a nossa volta, mas ainda assim a sua companhia era agradável, nunca pensei que depois do que eu tinha lhe feito ela iria me tratar com tanto respeito assim. Era como se ela ignorasse tudo o que tivesse acontecido, éramos novamente somente primas, eu não era a culpada pelo fracasso do seu casamento.

Já era sete da noite quando decidi ir embora.
_ Tem certeza? – perguntou Rachel. _ Você pode dormir aqui se quiser.
_ Não, amanhã terei que trabalhar cedo. – sorri.
_ Não vai querer se despedir de Joe? – perguntou. Hesitei.
_ Acho que ele deve estar chateado comigo. – falei, pensando em como ele ficou quando pedi para ele parar de falar comigo durante a festa.
_ Vocês são mais complicados do que eu esperava.
_ Tudo na minha vida parece ser assim.
_ Não se sinta mal por isso, na minha vida tudo sempre foi bem simples, e isso é um tédio.
_ Fugir não vai fazer as coisas ficarem melhor.
_ Mudar às vezes é necessário. – disse.
_ Sei que pode parecer irônico eu falar isso, minha vida é uma completa bagunça, mas se você precisar de mim, você sabe como me encontrar. – Rachel sorriu e me abraçou forte.
_ Direi a Joe que você o ama, mas que não o achamos para você se despedir.
_ Me parece uma boa ideia. – sorri.
_ Volte logo. – falou.
_ Voltarei. – prometi antes de partir. Mas eu não sabia se conseguiria cumprir aquela promessa.


(...)

Chegar em casa era ao mesmo tempo triste e reconfortante.
Triste porque aquele lugar era cheio de más lembranças, todos os erros que eu cometi, tudo de ruim que já fizeram estavam guardadas naquelas paredes mofadas. Mas reconfortante, afinal de contas, aquela é minha casa, onde eu tenho minha família, onde eu vivo.

Entrei com cuidado, não querendo acordar ninguém, Gabriela e minha mãe dormiam juntas, o que me deixou com a cama toda livre para mim.
Não demoraria muito para que eu tivesse que acordar novamente para ir trabalhar, apesar de não ter feito nada eu podia sentir o cansaço do meu corpo, mas eu não conseguia dormir, queria que o dia passasse rápido, queria resolver tudo o mais rápido possível.

A ansiedade ainda tomava conta do meu corpo quando olhei para o relógio e vi que já era hora de acordar. Eu podia sentir meu corpo querendo ceder, mas minha mente – a mil por hora. – não queria descanso.
Quando entrei na cozinha, minha mãe já estava lá, sozinha.
_ Bom dia, mãe. – dei-lhe a um beijo na testa. _ Já de acordada... – falei, minha mãe não tinha muito para fazer em casa, não é uma apartamento grande e arruma-lo não é complicado, e se Gabriela esta dormindo e eu fora de casa ela fica sem ter o que fazer, se eu fosse ela aproveitaria a cama o máximo possível...
_ Bom dia minha filha. – falou. _ Fiz chá, o dia está meio nublado hoje. – falou.
_ Obrigada. – respondi assim que ela me entregou a xicara que estava quase transbordando de chá.
_ Como foi em Lewis? – perguntou. Recostei-me na prede da cozinha, assoprando um pouco o chá para que eu pudesse tomar e minha mãe se recostou perto do fogão, fazendo o mesmo.
_ Foi legal, perguntaram sobre você. – falei, ela sorriu, era tão bom ver seu sorriso, mas tão doloroso ao ver como tudo tinha mudado desde que ela adoecera, ela parecia ter envelhecido tanto no processo do tratamento...
_ Você viu o Joe? – perguntou.
_ Vi. – eu sabia que ela queria que eu continuasse a falar, mas eu não queria.
_ O fato da Rachel não ter contado nada para ninguém, como ela tinha prometido na ligação, ajudou muito não é?
_ Sim.
_ Rachel é uma boa moça. Não merecia isso. – falou.
_ Eu sei mãe.
_ Eu sei que você sabe, você não é uma menina ruim. Eu te conheço muito bem. Fui eu que te criei caso não se lembre. – falou.  
_ E você me deixa esquecer? – perguntei brincando, ela riu e eu acabei rindo junto. _ Sabe... Acho que seria um bom momento para um conselho de mãe.
_ Ah minha queria. – deixou a xicara na pia, e veio até a mim, tocou em meu rosto carinhosamente. _ Eu vou lhe dever essa. Mas, caso você faça besteira. – riu fraco. _ Eu vou estar aqui para te consolar. – falou.
_ Eu só te dou problema né? – perguntei sem jeito.
_ E para quê servem os filhos afinal? – riu.
_ Mãe. – reclamei.
_ Brincadeira filha. Você é meu orgulho, você é uma mulher forte, que se meteu em confusões, mas que nunca desistiu e que faz tudo por mim e pela filha, eu não sei o seu futuro, mas você merece o melhor deles.
_ Eu te amo mãe. – abracei-a.


(...)

Cheguei à lanchonete em cima da hora. O horário da manhã é bem tranquilo e não tinha nenhum cliente por lá, coloquei meu uniforme, guardei minha bolça e fui para o balcão. O horário de Marissa só começava daqui á quatro horas e o movimento fraco me fez ficar com um tédio incrível, limpava o balcão – mesmo ele já estando mais que limpo. – olhava se as mesas estavam limpas e prontas, se todos os cardápios estavam no lugar... Até que o movimento começou, fraco, mas suficiente para me distrair com outras coisas.
Quando Marissa chegou o movimento já estava maior e mal pudemos conversar.
No horário de almoço a lanchonete encheu mais ainda, se engana quem pensa que o fato do lugar não vender almoço é desvantagem... Mas em compensação assim que o horário de almoço acaba, tudo fica tão parado e tedioso quanto de manhã.

_ E você acha que vai dar certo? – perguntou Marissa, acabávamos de limpar todas as mesas e passar os talheres para a cozinha, onde a lavadeira iria deixar tudo limpo novamente.
_ Eu tenho que tentar. – falei.
_ Eu vou sentir sua falta. – meu coração se partiu em dois. Marissa era minha melhor amiga desde sempre, sem ela eu não teria conseguido nem metade do que eu tenho, tudo bem que não é muito, mas é o suficiente para que eu sustente minha família, ela sempre foi uma pessoa que eu podia confiar e que me protegia como uma irmã mais velha.
_ Isso não vai ser pra sempre. – falei.
_ Espero que não seja mesmo.


(...)

O sol ainda estava firme e forte no céu quando saí da lanchonete, mandei uma mensagem para Jonathan, e assim como especificado na mensagem, ele me esperava na porta da lanchonete.
_ Oi minha Demetria. – disse vindo me abraçar, afastei-me.
_ Nem comece.
_ Pensei que você também estava sentindo minha falta. – tentou se aproximar novamente, e eu me afastei como da primeira vez. – afinal foi você que me chamou.
_ Eu quero conversar com você. – falei séria. _ Mas não tente nada mais.
_ Conversar sobre o que? Sobre aquele estranho que você tá pegando?
_ Indiretamente, sim. – respondi.
_ Af Demetria, se eu soubesse não tinha perdido meu tempo vindo aqui. – fez menção de sair.
_ Você me deve essa, Jonathan. – ele se virou para mim, parecia ofendido.
_ Eu não te devo nada.
_ Se você está vivo é graças a mim.
_ Se eu estou fodido é por sua culpa. – acusou. _ Você acha que eu fujo dele porque? Foi porque eu tentei largar tudo para ser um bom pai para nossa filha.
_ Não tente mentir para mim, você foge dele porque você tem dividas com ele. Se drogou até não poder mais e agora foge como um ratinho. E eu estou lá, toda noite pagando ele para você. E o que eu recebo de volta? Você me atormentando a vida!
_ Você faz isso porque me ama.
_ Um dia eu já te amei, você costumava significar tudo para mim, mas agora você não significa nada, tudo o que você me remete é apenas a dor e arrependimento.
_ Eu ainda te amo. – falou.
_ Oh, Jonathan, por favor me poupe.
_ Mas é a verdade.
_ Não há mais nada que você possa dizer, já é tarde demais. Acabou.
_ Você fala como se não fossemos nada, nós somos destinados, eu tenho uma filha com você!
_ Você só está assim agora porque percebeu que eu não sou mais sua. Eu me libertei de você.
_ Me dê uma chance. – falou após alguns segundos.
_ Não Jonathan, eu agora só darei uma chance para quem realmente merece. E você não é essa pessoa.
_ Mas eu posso ser...
_ Eu não vou mais cair na sua, eu me livrei disso e estou feliz por isso, eu vou esquecer o que você me fez, e vou parar de construir muros para atrapalhar aqueles que realmente merecem ter minha atenção. Eu não ligo mais sobre o que vai acontecer com você, eu não ligo mais para você. Eu cansei de me sacrificar por você.
_ Você não vai fazer isso.
_ Eu já estou fazendo.
_ Você não pode me esquecer.
_ Você não percebe que não é essa a questão? Eu estou seguindo em frente, eu não vou te esquecer...


CONTINUA



Oi, como prometido, capítulo postado, como podem ver a fic já eesta chegando ao fim, amanhã, assim que eu postar o próximo capítulo também abrirei uma enquete que será importante para a construção da próxima fic, vocês terão uma semana para votar.
Muito obrigada.
Comentem se puder.

Bjssss

2 comentários:

  1. Ai Meu Deus
    Amei demais o capitulo
    É uma pena estar a acabar
    Posta logoooo
    Bjs

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  2. Obrigada querida.
    Amei o capítulo, mais uma vez Rachel mostrou o coração enorme que tem. Ansiosa pelo final

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