domingo, 18 de maio de 2014

23º Capítulo “Chuva de Novembro” (Antepenúltimo) – Entre o Céu e o Inferno


 


Esse Capítulo será em homenagem a Arthur Breno, já se passa uma semana desde sua morte. Os alunos do Ensino Médio do Colégio Pedro II sempre sentirão sua falta.


Música Chuva de Novembro do Projota, sugestão da leitora Thaah Lovatic

Joe’s POV

Parecia até miragem, mas não, estava claro, o nome da tela era realmente dela, Demi estava me ligando.
Sem pensar muito mais, atendi.
_ Demi?!
_ Oi Joe. – respondeu, com um suspiro.
_ Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
_ Ah... Não, quer dizer... Sim... Na verdade, quase isso. – disse.
_ Isso não foi muito esclarecedor. – ri, pude sentir o nervosismo dela do outro lado, mas ela riu fraco também.
_ Eu sei, desculpe, eu vou explicar agora. – falou e sorriu fraco novamente. _ Desde aquela conversa que tivemos naquele parque, eu venho pensando muito, ao mesmo tempo em que você tinha seus problemas, eu tinha os meus, e nós não conseguíamos seguir em frente e nos assumir de verdade. Você começou a fazer tudo, a resolver seus problemas e eu continuava parada, só olhando, sem reagir. Mas não mais Joe, eu agi, eu resolvi meus problemas também... Agora só me resta uma pergunta: Depois de tudo isso, de toda essa espera, você ainda me aceita?


(...)

Se eu fosse avaliar minha vida nesses últimos meses, eu resumiria tudo como uma montanha-russa cheia de altos e baixos, e com um volta de ponta cabeça quase que inacreditável. A todo o momento era outra surpresa, mas nenhuma foi tão satisfatória como esta última. Messes de confusão agora seriam totalmente validos, pois o final feliz enfim chegaria.


Sentei-me com meus pais na mesa no café da manhã do dia seguinte, pensei em como começar a dizer tudo, mas não era medo que me fez parar para pensar, pois eu sabia que com eles me apoiando ou não, eu iria seguir minha vida com Demi, o que me fez parar para pensar foi que talvez, dependendo da maneira com que eu falasse, eles ficassem calmos, não houvesse brigas, que se fosse para ter uma despedida, que não fosse uma com sentimentos de raiva.

_ Mãe, pai. – comecei. _ Eu e Demetria vamos assumir nosso namoro, gostaria de saber se vou ter ou não a aprovação de vocês.
_ Noah, me passe a salada.
_ Mãe, eu não quero ser ignorado.
_ E eu quero minha salada. – disse, Noah olhou para mim como se esperasse por uma autorização, mas no final acabou entregando a vasilha com a salada.
_ Você pode prestar atenção em mim agora?
_ Quando você tiver algo de inteligente para falar, sim.
_ As coisas poderiam ser tão mais fáceis...
_ Concordo, você já poderia ter se casado e estar com a mulher que foi feita para você.
_ Até mesmo Rachel já se conformou, porque você não faz o mesmo?
_ Rachel não se conformou, aceitou porque te ama e quer seu bem.
_ Se você me amasse faria o mesmo.
_ Rachel vê o seu ‘bem’ de agora, eu vejo o seu ‘bem’ para o futuro e nele você não será feliz se continuar com essa ideia idiota. – minha mãe estava furiosa.
_ Pai? – ele não tinha se pronunciado até o momento, mas se ele dissesse ‘sim’, não havia nada que minha mãe pudesse fazer.
_ Ela não tem os mesmos costumes das pessoas de Lewis, e... E ela é uma mulher da vida, Joseph, não será aceita por aqui.
_ Então eu terei que ir embora. – conclui.
_ Não se precipite meu filho.
_ Eu já pensei bastante, pai.
_ Você vai voltar chorando e arrependido, e eu vou falar que te avisei.
_ Fico feliz em saber que vai me receber de volta, caso necessário. – falei.
_ Eu não concordo nem um pouco com sua escolha Joseph, mas eu sou sua mãe, e sempre será assim.

(...)

Fui para o trabalho normalmente, fiz todas as minhas funções como deveria ser feito, esperei até de desse meu horário de saída, e liguei para Rachel. Ela atendeu já no segundo toque.
_ Oi Joe.
_ Oi Rachel, já está pronta? – perguntei.
_ Prontíssima. – confirmou.

Saí da minha sala, fui para a de Nicholas.
_ Então cara? O combinado ainda está de pé, não esta?
_ Claro que está. Meu horário termina daqui a quinze minutos, rapidão chego em casa, mas fica tranquilo, não vai ter nenhuma stripper lá para você se apaixonar não tá?
_ Haha, engraçadinho.
_ Não vamos correr o risco né? – riu.
_ Vou te dar um livro de piadas, pra ver se eu consigo rir de alguma.
_ No fundo eu sei que achou graça. – falou.
_ Melhor eu ir mesmo, mas tarde nos vemos.
_ Você vai rir quando chegar no seu carro. – gritou ele, enquanto eu já partia para buscar Rachel em Lewis.


(...)


Acho que nunca fiz o caminho de trabalho- Lewis tão entusiasmado, eu ajudaria Rachel e logo estaria ao lado de Demetria também, eu, Demetria e Rachel construiríamos nossas vidas na capital, seriamos felizes, seguiríamos em frente.
Minhas coisas já estavam prontas, apenas entrei em casa para pegar minhas malas e me despedir.

_ Não se esqueça de nos visitar, sua mãe está chateada, mas ficará muito feliz se você não se esquecer de nós. – pediu meu pai.
_ prometo vir todo final de semana. – falei.
_ Irei cobrar. – me abraçou forte.

Noah observava tudo, não tinha demonstrado sua opinião sobre os acontecimentos, mas não iria mudar muito caso dissesse. Já minha mãe era claramente contra e se recusara a se despedir de mim.
_ Sabe Noah? Vou sentir falta da sua ‘anti-socialidade’ também.
_ Essa palavra não existe. – falou.
_ Também sentirei falta da sua ‘nerdisse’.
_ Essa também não existe. – disse.
_ Eu acho que não vou sentir tanta falta sua assim no final. – falei, ele riu.
_ Você é legal, espero que dê tudo certo para você lá na capital. – falou.
_ Obrigado maninho. Talvez eu sinta sua falta.
_ Eu sei que você vai sentir... – nos abraçamos.



_ Sua mãe sabe de alguma coisa? – perguntei. Rachel já tinha posto todas suas coisas no porta malas do carro, estávamos passando pela rodovia para chegarmos Salt Lake City.
_ Não, mas contei para Lara, vão ficar bem bravos, mas levando em consideração a condição dela, não irão brigar muito.
_ Bela tática.
_ Às vezes isso é necessário.
_ Quem diria que um dia nós estaríamos juntos fugindo de Lewis...
_ Eu gosto mais disso do que viver lá o resto da minha vida, eu preciso de algo novo, e é em Salt Lake City que eu acharei.
_ Eu não tenho duvidas disso.
_ E você e Demi, para onde irão?
_ Hoje irei de ônibus para Las Vegas, passarei um dia lá e depois iremos todos para Salt Lake, Nicholas já arranjou um apartamento para nós por lá. Será no prédio dele mesmo.
_ Então iremos morar todos juntos.
_ Acho que é assim que deveria ser não é?
_ Sem duvidas.

(...)

Quando deu nove da noite cheguei à rodoviária, o ônibus já estava prestes a partir, não havia muitos passageiros e sentei-me sozinho, a viagem seria de sete horas, no céu não havia nenhuma estrela.
Não tinha nem meia hora que a viagem tinha começado, e uma chuva fraca, mas, consistente começou.
Depois de duas horas de viagem tivemos a primeira parada, comprei uma bolacha, um salgadinho e refrigerante, comi o salgado e tomei metade do refri, deixei a bolacha para mais tarde, caso eu tenha fome dentro do ônibus.
 O ônibus parte novamente e começo a tentar dormir. Dou uns cochilos, mas acordo toda hora, o vidro tá embaçado, e a chuva do lado de fora parece aumentar, ainda consigo ver um pouco dos contornos das montanhas lá fora, mas nada muito nítido. Viro para o outro lado e tento dormir novamente.
Quando acordo novamente, penso que já estamos quase chegando, mas quando olho para o relógio, apenas se passaram quatro horas que saímos da rodoviária de Salt Lake.
Penso em como os dias sem ver Demi são cruéis, se eu tivesse mais dinheiro guardado teria comprado uma passagem de avião e nessa hora já estaria lá, abraçado a ela, mas com o aluguel do apartamento novo, tudo o que eu tinha foi gasto, quando eu voltasse teria que me virar com o pouquinho do que sobrou do meu último salario para mobiliar tudo.

Ligo para o celular de Demi, torcendo para que ela ainda esteja em casa. Espero que ela atenda, mas cai na caixa postal, deixo uma mensagem:
_ Oi amor, já estou indo, vou chegar aí às quatro da manhã, tem como você me esperar na rodoviária? Te amo muito viu? Nós vamos ser muito felizes.

Uma da manhã, e todos já dormiam, o silêncio no ônibus só me fez pensar mais em Demi, em como seria nosso reencontro...  Acabo dormindo novamente.  
Acordo novamente no susto, com uma virada brusca do ônibus. Escuto pessoas gritando, o ônibus não para de girar, sinto meu celular no bolso vibrando, eu sei que é Demetria. Barulho de chuva, pneu, escuridão. Por impulso aperto uma tecla em meu celular, sinto a chuva no meu rosto, sinto uma dor imensa em meu corpo, fecho meus olhos, não sei se estou dentro ou fora do ônibus, nem mesmo sei se ainda há ônibus, mas no fundo eu escuto uma voz baixinha que reconheço. Ela me deixou uma mensagem de voz.
_ Oi Joe, meu amor, eu vou para a rodoviária assim que sair da boate, devo atrasar uns minutinhos, mas eu vou te encontrar viu? Eu sei que nós seremos muito felizes, beijos... Ah é, só mais um coisa, toma cuidado, há muitos acidentes na estrada por causa das chuvas de Novembro.

CONTINUA

Confesso que já escrevi bastante capítulos tristes, mas esse foi o único que realmente me fez chorar no processo, mas também, a música sozinha já faz querer chorar, ficar escutando ela para tirar inspiração e não chorar nem Chuck Norris consegue.
O próximo capítulo será só na sexta.
 Bjsss


Kika: Oi kika, como está, então como está? E então, gostou do capítulo? Espero que sim. Muito obrigada por comentar. Bjssss 

6 comentários:

  1. Ai meu Deus Joe nao pode morrer ..Voce ja me fez chorar logo cedo com esse capitulo. E ainda vai postar so na sexta isso é tortura..

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  2. Oiii, eu estou bem e tu?
    Amei mas chorei né
    O Joe não vai morrer pois não???
    Não tens que agradecer
    Bjsss

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  3. Oh meu Deus �� o que aconteceu? Oh céus .... E obrigada novamente.

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  4. Agora que as coisas estavam pra ficar bem! Sempre tem alguma coisa pra atrapalhar!
    OMG estou morta com esse capitulo gente! Sempre li sua fic só que meu celular é uma coisa horrível pra comentar! Vou comentar sempre que der!!
    Beijos!

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  5. Oiee , desculpa nunca comenta é que eu sempre tinha preguiça hahaha , mas então como é o ante-penúltimo acho meio que ia fica feio ser não deixasse nada aki , sobre capitulo olha vou logo dizendo adoro coisa dramática coisa dramática pra mim mostra que nem tudo é "feliz para sempre" então kkkkk eu ia adora um drama (vai te pessoas que vai ser contra mais tudo bem)
    aaa sobre a enquete voltei em jemi por que achei melhor tipo eu acho lindo nick é demi mais pra mim ele vai ser sempre da miley sabe? sou tão (niley) é sobre dilmer eu não shippo, sei que a demi ta com ele mais ser ela ta feliz então tou feliz tbém (mais sou louca que eles termine ) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk assim como joe é a Songa Monga é testuda da blanda :D Deus você tem talento pra coisa viuu kkkkkk :D

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  6. Ai mds quase tive um ataque :, (
    Quando eu acho q vai acontecer uma coisa boa acontece isso... q triste. Mal possoe esperar até sexta!!
    Está perfeito. Você é uma escritora maravilhosa!!
    Bjs.

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