sexta-feira, 11 de abril de 2014

18º Capítulo “Till I Collapse” – Entre o Céu e o Inferno





Música ‘Till I Collapse do Eminem, sugestão da leitora Diana.


Se há algo que aprendi, é que o tempo nem sempre é seu amigo. Nem mesmo percebi o tempo passando quando Demi levantou-se e começou se arrumar para ir trabalhar novamente.

_ Tem certeza que não pode faltar mesmo? – perguntei. Ela já estava pronta para sair. Vestia suas roupas normais, porem já se via um pouco da diferença, já estava um pouco maquiada, não com todos os brilhos que ela usa na boate, mas já era bem mais forte do que costumava ver nela.
_ Joe... Você não se cansa de receber um ‘não’ como resposta? – perguntou sorrindo.
_ Tentar não custa nada. – respondi.
_ Mas se eu falar que ‘sim’, irá custar muito para mim, e você deveria entender isso...
_ Eu entendo, mas eu queria ficar mais tempo com você, amanhã de tarde já terei que voltar para casa...
_ Eu vou tentar sair mais cedo hoje, talvez dê para aproveitarmos mais um pouquinho.
_ Bom, você sabe meu telefone, eu te direi onde estarei.
_ Você não irá ficar aqui? – perguntou com surpresa.
_ Na sua casa?
_ É. – falou. _ Bom, você já está aqui não está? – disse com certa timidez. _ Eu sei que não é muito chique, não chega nem perto da comodidade de um hotel, mas você não precisa gastar dinheiro, tem tudo o que você precisa para passar uma noite.
_ Mas... E sua mãe? – perguntei.
_ O que tem ela?
_ Ela não parece me querer aqui...
_ Ela te falou isso? – perguntou.
_ Não, mas...
_ Você tirou conclusões por si só. – concluiu.
_ Eu só...
_ Fique, Joe, converse com ela se achar melhor, ou não fale nada se preferir. Ela não é uma má pessoa. Ela não vai te morder. – hesitei. _ Você vai ficar? – perguntou novamente.
_ Se acontecer algo...
_ Você poderá ir. – interrompeu-me. _ Se você quer construir uma vida ao me lado, saiba que ela irá comigo, e tentar evita-la não ajudará em nada. – suspirei.
_ Tudo bem, eu fico. – Demi sorriu grande. _ Você não se cansa de estar certa? – perguntei.
_ E você não se cansa de estar errado? – riu. _ Brincadeira. – riu novamente.

...

Assim que Demetria saiu, eu fiquei parado, sem saber o que fazer.
A mãe de Demi estava na cozinha, parecia preparar algo para Gabriela. Que estava junto a ela, sentada em uma cadeira própria de criança e rabiscando a um papel.
Sentei-me no sofá e fiquei por lá, tentei mexer em meu celular, mas nada atraia minha atenção, não estava nem um pouco a fim de ligar para minha família e ligar para meus amigos não era o meu plano principal, apesar de saber que, pelo menos com eles, eu não seria julgado e talvez até tivesse um apoio.

_ Está com fome, Joseph? – perguntou ela, nem mesmo a vi se aproximar, mas ela já estava com ao meu lado e com Gabriela no colo quando me fez tal pergunta.
_ Não, eu estou bem. – falei. Eu não estava com o que se chame de fome, mas uma comida agora não me faria mal... Eu me sentia novamente como uma criança na casa de um amigo, em que você fica com vergonha de dizer que esta com fome ou de dizer que não gosta de tal tipo de comida e acaba comendo assim mesmo, só para não parecer folgado ou mal educado.
_ Eu fiz apenas uma sopa simples, ela ainda está quentinha, se você quiser é só falar que pego para você. – falou e se retirou com a pequena nos braços, novamente para a cozinha.
Talvez eu estivesse exagerando, talvez ela não vesse problemas em mim, talvez até me aceitasse.
Eu deveria fazer tudo o que estivesse em meu alcance para poder me aproximar dela, eu sabia que Demi tinha total razão quando disse que se eu a quisesse em minha vida, eu automaticamente deveria incluir sua mãe, elas são realmente bem unidas e separa-las não faria bem a ninguém.

Levantei-me do sofá e a passos lentos segui em direção da cozinha, Gabriela novamente estava sentada em uma cadeirinha especial, com uma mesinha própria na frente, na mesinha havia uma baciazinha rosa. A fumaça que saia era perfumada e fez meu estomago roncar.
Gabriela olhou-me e deu um sorriso. Era incrível como se parecia com a mãe quando sorria, provavelmente ela tinha alguns trejeitos do pai, mas eu, mesmo sem conhece-lo, podia ver que tinha mais a ver com Demi do que com ele.
A mãe de Demetria olhou-me, e ao contrario da neta, não esboçou nenhum sorriso. 
_ Quer algo? – perguntou. Na sua voz não havia nenhum gesto de sentimento, não parecia feliz ou triste, apenas perguntava. Isso me deu certo receio de continuar, e se sua gentileza não fosse real, mas sim por pura educação, já que não havia escapatória para ela?
_ Acho que vou repensar sobre a sopa. – falei hesitante. _ Tem um cheiro tão bom que abriu meu apetite só de sentir. – falei dando um sorriso, tentando parecer mais amigável e, quem sabe, despertar um pouco da sua simpatia.
Ela não disse nada, largou a colher que usava para alimentar a Gabriela, se levantou e pegou uma vasilha para por para mim, colocou duas conchas cheias de sopa na vasilha.
_ Quer mais? – perguntou.
_ É... Acho que está bom... – falei. Ela pareceu perceber um pouco da minha hesitação e se virou, colocando mais duas conchas cheias. Fui até a ela para pegar a vasilha. _ Não, vá para a mesa, eu o sirvo lá. – falou, com um tom calmo, mas que lembra muito da ordem de uma mãe, firme.
Obedeci-a, andei pela frente até chegar à mesa e sentei-me. Ela pôs a vasilha na mesa e fez menção de sair.
_ Dianna. – chamei-a.
_ Sim. – respondeu, voltando-se a mim.
_ Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta...
_ Pode falar. – disse calma.
_ O que você acha da minha relação com a sua filha? – perguntei, senti-a ficar tensa. _ Eu quero que você seja honesta na resposta. – completei. _ É muito importante para saber sua opinião sobre isso... – Dianna hesitou mais um pouco antes de falar.
_ Eu espero que você não ache que eu estou feliz com isso. – falou dura. Um silêncio incómodo se instalou na sala, meus piores temores estavam lá, prestes a se concretizar.
_ Eu queria que você soubesse que eu amo a sua filha.
_ Eu sei.
_ Eu não quero machuca-la...
_ Você já a machucou. – respondeu. Meu coração acelerou, senti minhas mãos ficarem frias.
_ Eu já resolvi tudo, não a farei sofrer mais.
_ Jonathan disse a mesma coisa quando voltou da cadeia. – falou. Acho que ela percebeu minha confusão e completou. _ Jonathan é o pai de Gabriela.
_ Eu não sou o Jonathan. – defendi-me.
_ E eu agradeço a Deus todos os dias por isso.
_ Eu jamais faria o que ele fez com Demetria.
_ Eu sei. – respondeu. _ Você não me conhece, mas eu te conheço, quando saí de Lewis você ainda era um bebê de fraudas, mas eu conheci seus pais antes deles se casarem e eu sabia muito bem que seus filhos seriam criados com mãos de ferro, como manda a tradição da boa família tradicional de Lewis. Sei muito bem que não és Jonathan e que não faria o que ele fez, mas eu também sei que não é de sua índole fazer o que fez com Demetria e Rachel.
_ O que indica que não farei novamente, que foi um erro único. – falei.
_ Se Rachel lhe beijasse agora, você a afastaria ou corresponderia? – perguntou.
_ Eu... Afas... – fui interrompido por ela.
_ A verdade, Joseph, eu não contarei nada desta conversa a Demetria, apenas se você quiser. – hesitei.
_ Eu... Não sei. – falei por fim. Dianna não sorriu, mas por algum motivo me pareceu satisfeita com a resposta.
_ Conheço muito minha sobrinha, posso ter perdido muito da vida dela, mas presenciei o suficiente para saber que ela é tinhosa, não vai desistir tão fácil, nem mesmo aceitar a traição da prima. E me perdoe, mas não acho que vá consegui-la afastar... Se ela insistir demais... – deixou a continuação no ar. Lembrei-me do meu encontro com Rachel, e em como caí em suas investidas sem muita resistência, era claro que Dianna conhecia tanto a mim quando a Rachel. _ Infelizmente Demetria me puxou no quesito dedo podre no que se diz a homem. Sofri muito com o pai dela, e infelizmente ela sofre o tanto quanto com o pai de Gabriela... Eu só espero que você o faça feliz o suficiente, para que compense o sofrimento que virá depois. – falou e novamente fez menção de sair.
_ Isso quer dizer que vai aprovar meu relacionamento com ela? – perguntei, levantando-me da cadeira, ela não olhou para mim, continuou de costas em direção da porta da cozinha.
_ Não aprovo, mas não impedirei nada. – disse e voltou para a cozinha.

Eu tinha muito a pensar, a sopa estava ótima, mas meu estomago estava revirando junto com minha mente. Se eu e Demetria fossemos ficar juntos, não seria nada fácil, dos dois lados da família tínhamos resistência, a Dianna parecia disposta a me aturar, mas isso não tornaria a nossa convivência agradável e Demi um dia perceberia isso, e provavelmente me largaria pela sua mãe, não que eu a jugue por isso, mas é claro que é algo que não quero que aconteça.
Tomei a sopa e lavei a vasilha, Dianna estava pondo Gabriela para dormir. Olhei pela janela, que dava direto para a parede do prédio ao lado, porém, ao se aproximar, era possível ver uma pequena brecha da rua, nessa pequena brecha vi um homem, escorado em um carro velho, olhando diretamente para a janela em que eu estava. Seus braços estavam cruzados e sua expressão estava séria.
_ Se eu fosse você, sairia daí. – falou Dianna, surgindo do nada, como, pelo jeito, sempre. Olhei para ela assustado, mas após o susto desaproximei da janela. Ela me olhava, novamente com uma expressão vazia. _ Aquele é Jonathan. – falou. Demorei um pouco para perceber o que ela estava tentando me dizer.
_ O homem lá fora? – ela apenas assentiu. Gabriela não estava ao seu lado, por isso concluí que ela já havia adormecido. _ Temos que chamar a policia, não? – perguntei preocupado, Dianna riu fraco e foi em direção a janela, acompanhei-a com o olhar. Queixo erguido e expressão raivosa, essa era a sua mensagem corporal enviada a Jonathan.
_ Ele não fará nada a você, não aqui dentro.
_ Mas ele pode fazer algo a Demi...
_ Ele faz algo a Demi e morrerá logo depois, a vida de Jonathan depende da Demi continuar na boate, morta ou ferida, ela não irá e ele morrerá.
_ Mas porque Demi não para?
_ Porque ele seria apenas a primeira vitima. A cabeça de todos que ele um dia conheceu esta em perigo, e a única que nos salva é minha filha. – saiu da janela e foi se sentar na cadeira de balanço ao lado do sofá.
_ Eu quero falar com ele. – falei, após uns segundos de silêncio.
_ Não seja tolo, Joseph.
_ Eu só quero conversar.
_ E você acha que ele só vai querer conversar com você? Reze para sair vivo dessa. – falou.
_ Mas ele não pode fazer nada comigo, pois isso afetaria também a Demi que iria tomar as minhas dores e desistir de poupa-lo e assim fugiríamos mais rápido. – falei.
_ Você realmente nasceu em Lewis. – falou e ligou a TV. _ Jonathan foi estupido o suficiente para ficar devendo um traficante perigoso, mas isso não significa que ele não seja perigoso. Você nem nunca deve ter visto uma arma na sua frente, irão rir da sua cara, enquanto lhe chutam no chão. – falou tranquila. _ Eu, velha, doente, os causaria mais medo, pelo simples fato de morar aqui e ainda estar viva.
_ Eu já senti muito medo em minha vida, está no momento de parar.
_ Péssimo momento pra ser corajoso.
_ Não senhora Dianna, este é o meu momento. – respondi com uma convicção que nem mesmo eu sabia que tinha.

...

A medida que me aproximava de Jonathan comecei a repensar em toda essa coragem, ele não era mais alto que eu, mas sem duvidas era mais musculoso e tinha uma cara fechada de dar medo, eu podia sentir minhas entranhas tremendo, mas agora já era, eu estava ali, frente a frente com o ‘inimigo’, eu tinha que encontrar a minha força interior, jogar todo meu medo fora e ter motivação para não desistir. Eu não iria sair dali sem lutar, perdendo ou não eu deveria continuar tentando, pois eu não sei se um dia terei a mesma oportunidade novamente.

_ Então você é o novo brinquedinho da minha mulher? – perguntou assim que me aproximei.
_ Se você está falando da Demi, sim... Só que você está meio mal informado, pois ela não é mais sua mulher e eu não sou apenas um brinquedinho. – Jonathan continuou com uma cara de superioridade, me encarando de cima a baixo.
_ Você não é daqui, não é?
_ Não, algum problema? – perguntei com a mesmo sonoridade superior que a dele.
_ Se fosse você teria mais cuidado ao falar comigo. – disse se desencostando do velho carro e dando um passo para frente, se aproximando de mim.
Pelas sombras eu vi pessoas se aproximando, não muitas, mas o bastante para aumentar a tensão. Na sua maioria homens, com típicas roupas largas, cuecas a mostra e bonés de aba reta, comuns em guetos. Eles pareciam ameaçador, mas sua aproximação não pareceu amedrontar Jonathan, o que me dizia que, em uma possível briga, eles ficariam do lado dele e não do meu.
_ Eu não vou ter medo de um homem que depende de uma mulher para manter-se vivo. – falei. Foi o primeiro momento que vi a sua cara superioridade dar sinais de abalo, ele deu mais um passo para frente, e cuspiu no chão, quase pegando em meu pé.
_ Acho que você não sabe com quem você está falando. – disse.
_ Eu tenho certeza com quem eu estou falando, você que não sabe com quem fala. – a ‘plateia’ em volta de nós, se agarrava a cada palavra, fazendo ruídos baixos, mas ainda assim auditáveis, de vaia, de riso ou de uma falsa ‘dor’ quando a tirada era pesada.
_ Sei o suficiente para saber que você só sai daqui de duas maneiras: correndo, cagando de medo, ou morto.
_ Isso é uma ameaça? – perguntei.
_ Se você entende isso...
_ Vou te ajudar com uma coisa... Eu não dou a mínima para você. – falei, bom, metade disso era verdade, eu não dou a mínima para ele, mas isso não significa que não temesse o que ele poderia fazer, o cara é perigoso, mas perigoso que eu, mas eu já estava nisso, tentando conseguir o máximo possível, e quando acabar eu saberei dizer que é o fim.
_ Aé? Então vou fazer você se importar agora. – falou arregaçando as mangas da blusa. Ali eu já soube o que vinha depois. Mas eu não arredei o pé. Se ele quiser me atacar eu irei revidar, até o telhado sair fora, até as luzes se apagarem, eu, eu não vou cair, eu vou ficar de pé, me sentir como se ninguém me atingisse, eu iria lutar até eu ter um colapso.
CONTINUA

Olá galera, primeiro quero dizer porque não postei no final de semana passado, bom no final de semana eu não estava em casa, mas sim no interior daqui de Minas, e lá estava sem sinal de internet, por isso não foi possível postar, fora que o capítulo ainda não estava todo finalizado, ainda faltava algumas partes aqui e ali.
Porque eu estou postando hoje? Porque amanhã novamente eu iriei viajar, só que desta vez será para São Paulo (capital) só voltarei na terça e como já que estou bem atrasada com vocês é melhor postar agora mesmo.
Bom, esse capítulo foi um pouco complicado de fazer, a música me dá muitas oportunidades e opções, e eu tentei aproveitar a maioria das ideias, mas ainda assim ficou coisa faltando, pois fiquei com medo de ficar grande demais e eu acabar me perdendo no meio do caminho, eu estou pensando em fazer uma parte dois desta canção, mas isso eu ainda olharei, por isso não colocarei ‘parte 1’ ou ‘parte 2’.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss

Erii: Pois então se prepare, que essa música do Anselmo será daqui a dois ou três capítulos, tudo depende se farei parte dois ou não desta música. Kkkk pois é estas arrasando, sempre em primeiro aqui :D Muito obrigada por comentar. Bjsss
Kika: Ei Kika, que saudade, já ia até mandar uma mensagem no face perguntando se estava tudo bem, mas que bom que você voltou. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Samara: Bom, vontade de continuar postando por muito e muito tempo eu tenho, temos que ver se o tempo vai permitir, já que próximo ano já vou estar na faculdade, então não sei como vai ser minha vida, mas fique tranquila que eu vou tentar postar sempre que puder, mesmo quando eu já estiver velhinha se possível kkkkkkk como sempre, fico muito agradecida com seus elogios e nem mesmo sei como responde-lo. Muito obrigada mesmo por tudo. Bjssss

Shirley Barros: KKKK e então como esse capítulo lhe deixou? Tá feliz? Está triste? Tenho vontade sim, e claro que você pode dizer suas ideias, estarei sempre a escuta-la. Meu face é: https://www.facebook.com/fernanda.carolina.3133?ref=tn_tnmn e meu whasapp é: 51 31 75957000. P.S.: Também amo essa música *-* . Muito obrigada por comentar, Bjssss. 

2 comentários:

  1. Hello capitulo perfeito
    Ameii
    Saudade mesmo era eu que tinha de comentar aqui
    Despareci por causa de coisas da escola e isso...
    Tu postaste no meu dia de anos mas mesmo assim acho que vou ser a 1° a comentar
    Bjs e posta logo ^_^

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  2. Perdi o poder :(
    2 capítulo a, vou ter um treco. team Rachel :)))
    Diverte-te nests Viagem e volte a tempo para Divar. Beijos

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