sábado, 15 de junho de 2013

12º CAPITULO “Não há tréguas” – Aprendendo a Amar



SUPER DIVULGAÇÃO:


_ Então é guerra.

Eu me sentia como se estivesse pisando em ovos, tudo era motivo de desconfiança, a guerra já estava declarada, se antes já estávamos brigando e armando um para o outro, imagine agora?

_ Aqui está o almoço. – disse ele colocando um prato de macarrão a bolonhesa no meu colo. Olhei-o e ele parecia tranquilo, mas se tem uma coisa que eu aprendi é não me deixar levar pela cara de uma pessoa. Ele ainda estava com a mesma roupa que usou para dormir. Provavelmente ficaria assim até achar outra maneira de se vestir. Isso me deu um pouco de dó, talvez eu tenha pegado um pouco pesado, mas internamente eu estava rindo. Não me juguem. A ideia de Travis foi ótima.
_ Você não vai comer? – perguntei.
_ Mais tarde. – deu de ombros. _ Eu não estou com fome agora. – respondeu.
_ Então porque você fez o almoço agora? – perguntei.
_ Porque você não tomou café da manhã, pensei que talvez você esteja com fome. – respondeu, ele sentou-se no sofá, mas me olhava fixamente. Ele estava certo, eu realmente estava com fome, mas a desconfiança era maior.
_ O que você colocou neste macarrão? – perguntei.
_ Bom... Tem molho de tomate...
_ Você me entendeu. – interrompi-o.
_ Af garota. Não tem nada de mais, minha intensão não é lhe matar ok? – disse mal humorado.
_ Se alguma coisa acontecer comigo, saiba que minha vingança será bem pior ok? – deixei claro.
_ Ok. – confirmou confiante.
Eu ainda devo ter esperado uns minutos, analisei bem o meu prato e parecia estar tudo bem, o cheio, o aspecto, eu experimentei um pouco e o sabor estava bom.  
_ Eu já te disse que não pus nada. – falou ele, ao perceber que eu não comia.
_ Eu não confio em você – falei. Joe virou os olhos sem paciência.
Neste momento eu tinha apenas duas opções, ou eu comia, correndo o risco de ter alguma intoxicação ou sabe-se lá o que Joe poderia ter armado, ou eu iria para cozinha, tentar fazer algo para mim. Levando em consideração o fato de eu não saber cozinhar nada e o fato da minha barriga já estar roncando, segui a primeira opção. O que haveria de tão ruim? Matar-me ele não podia, e já lhe foi avisado que minha vingança seria cruel.
Eu ainda fico intrigada pelo fato de Joe conseguir cozinhar tão bem, a massa do macarrão estava no ponto e o molho estava bem temperado, nada muito salgado, na medida certa.
Fui de cara no macarrão, matei a fome, que estava me matando.
Assim que terminei deixei o prato no centro de mesa. O silêncio era torturante, eu não tinha nada para falar com Joe, mas por algum motivo, eu queria.  Eu não entendi o porque, conversar com Joe nunca esteve entre minhas maiores prioridades. Meus pensamentos foram interrompidos pelo som da campainha. Estranhei. Eu não estava a esperar por ninguém.
Joe, prontamente, se levantou e foi atender a porta. O segui com o olhar. Era um entregador, em sua mão havia uma caixa pequena, metade do tamanho de uma caixa de leite, não estava embrulhada, mas não dava para ver seu interior. Joe fechou a porta e, sem olhar para mim, foi para o interior do apartamento, presumo que para o seu quarto. Deve ter se passado uns quinze minutos para que ele retornasse.

_ Assim que der tempo para sua digestão, faremos uma seção. – deu-me a má noticia.
_ Eu pensei que quando voltasse para casa não teria que fazer seções todos os dias. – falei.
_ Vamos fazer hoje, e se você colaborar, eu prometo que amanhã não lhe cobrarei a fisioterapia. – disse ele. _ Para você tudo bem? – perguntou. Joe estava extremamente gentil agora, chega até ser suspeito.
_ Tudo bem. – respondi. _ O que era naquela caixa? – perguntei.
_ Encomenda. – disse dando de ombros. _ Coisa minha. – completou, tornando a sentar-se no sofá.
_ Estranho, o porteiro nem avisou que tinha alguém subindo, isso pode ser perigoso. – comentei.
_ Eu já tinha avisado na portaria que a encomenda chegaria. – falou Joe. _ Por isso eles não avisaram.
_ E o que é? – perguntei.
_ Coisa minha. – limitou-se a responder.

Joe esperou mais o menos umas duas horas para que começássemos a seção. E, sem hesitar, fiz tudo o que ele pediu, tendo em mente que ele me livraria de fazer as seções no dia seguinte. O movimento da minha perna parecia estar bem melhor, meus movimentos estavam cada vez mais limpos e cada vez menos eu precisava da ajuda de Joe para poder concluir os exercícios. Ele é bom no que faz, é difícil de admitir, mas não há como negar. Suas mãos são firmes, porém não me machucam em nada.

Quando terminamos a seção, eu quis ir tomar meu banho, pedi a Joe para que ele tirasse a tala, mas ele não quis.
_ Porque não? – perguntei, sentada a cadeira, ainda no quarto que ele fez de ‘quarto da fisioterapia’.
_ Mas tarde você vai, você nem vai sair hoje mesmo. – deu de ombros, me ajudando a subir nas muletas.
_ Você às vezes fala como se eu tivesse que ficar trancada em casa, enquanto tiver com essa tala. – resmunguei. _ Se por acaso eu quiser sair eu sairei.
_ Tudo bem, não lhe impedirei de sair, desde que não seja hoje. – falou ele, saindo do quarto. Eu o seguia.
_ Você esta agindo como se fosse meu pai. – falei, ele entrou em seu quarto, guardando alguns objetos que ele havia usado na seção. Seu quarto fica porta a porta com o meu, pois, assim, caso eu necessitasse ele chegaria mais rápido. Estranhamente o meu quarto estava com a porta fechada, o que eu não costumo fazer, mas pode ter sido o vento ou, por algum motivo, o próprio Joe a fechá-la, nada muito relevante.
_ Essa é uma das minhas obrigações, por durante três meses. – falou ele.
_ Eu acreditava que sua obrigação era só fazer as fisioterapias. – falei. Ele terminou de guardar suas coisas e foi em direção à sala, continuei a segui-lo.
_ Digamos que essa função de ser seu ‘pai’ veio como uma espécie de bônus maldito. – falou ele. _ Você não é uma pessoa adulta. Não sei como você conseguiu viver tanto tempo sozinha. – falou, se jogando no sofá. A cada dia que passa, ele fica mais folgado e mais perto de mim. Sentei-me entre o braço do sofá e o pé de Joe.
_ Posso não ser adulta, mas não ponho o pé sujo encima do sofá. – falei, ele desceu o pé.
O silêncio predominaria por horas. Neste meio tempo andei de um lado pro outro da casa, só não fui ao quarto, por culpa do Joe, no fundo comecei a estranhar, mas eu estava meio impossibilitada de lutar contra ele. Recebi telefonemas, naveguei na internet, assisti três episódios de Gossip Girl, consegui cochilar por meia hora e quando despertei o sol já tinha se posto e Joe, o intelectual, estava vendo jornal, nunca entendi porque ele gosta tanto de jornal, só passa tragédia, já não basta as tragédias das nossas vidas, realmente eu preciso ficar sabendo das dos outros?
_ Falaram sobre seu pai. – disse ele, ao perceber que eu havia despertado.
_ Oi? – perguntei, confusa, ainda meio sonolenta.
_ Seus pais apareceram no jornal. – esclareceu. _ Ele fez uma visita a um hospital que cuida de crianças que estão em tratamento contra o câncer. Ele até doou alguns milhões. 
_ Tudo fachada para fazer com que esqueçam o que eu disse. – falei. _ Mas pelo menos vai ajudar alguém. – conclui. Joe olhou-me e deu um sorriso, um sorriso bem bonito, para se falar a verdade, nada igual as que ele sempre me deu, de sarcasmo ou de ódio.
_ É. Vai ajudar a alguém. – repetiu. Ele voltou a prestar atenção ao jornal, tentei seguir seu exemplo, mas logo eu acabei me distraindo pelo tic tac do relógio que fica ao lado da TV. _ Me desculpe por hoje cedo. – ele disse, sua voz exalava sinceridade. _ Eu não deveria ter falado aquilo, eu fui um pouco longe demais. – falou. Realmente ele tinha ido longe demais, eu fiquei relembrando-me daquele acontecimento no dias das mães por horas, eu odiava lembrar-me daquele momento, me sentia burra, por ter sido tão ingênua, me sentia um lixo, por não merecer nem mesmo a presença da minha mãe em um dia especial, na qual eu tanto me dediquei para ela. Eu até hoje não recebi a justificativa pela sua ausência, apesar de que, pelo número de sacolas de lojas de grife que eu vi espalhada pela sua cama, assim que cheguei, acho que nem mesmo foi necessário.
_ Tudo bem. – falei, sem querer prolongar o assunto. Joe ficou me olhando, ele não tinha ficado muito satisfeito com a minha resposta. _ Você estava nervoso. – falei, dando um sorriso torto. _ Eu também peguei pesado com você. Desculpe-me. – pedi.
_ Acho que ambos teremos que aprender a medir os nossos ataques. – falou ele.
_ É. – respondi, sem jeito. O silêncio voltou a dominar o ambiente, nos trocávamos olhares tímidos com frequência, havia uma guerra, mas ambos estavam com as defesas abaixadas, receosos, apenas esperando o primeiro ataque.
Do nada, Joe começou a rir sozinho.
_ O que foi? – perguntei curiosa.
_ Eu não sei se você percebeu, mas nos dois conseguimos discutir até mesmo por um café da manhã. – falou humorado, não pude deixar de rir também.
_ Acho que já brigamos por coisas menos. – falei, lembrando-me de todas as nossas brigas.
_ O copo. – relembrou-me rindo.
_ Oh não! – lamentei-me. _ Aquilo foi ridículo. – falei, tampando minha face com as mãos.
_ Não teria acontecido se você não fosse tão mimada. – falou ele.
_ Não teria acontecido se você não fosse tão intrometido. – eu rebati.
_ Eu? Intrometido? – perguntou, fingindo estar se sentindo insultado.
_ É, você estava na minha casa, querendo usufruir das minhas coisas, como se tivesse algum direito sobre elas. – causei-o.
_ Eu estava sobre os cuidados de Maria e ela havia me permitido usar o que eu quiser. Fora que não tinha nada dizendo que aquele copo era o seu. – defendeu-se.
_ Se você frequentasse a casa grande você saberia que eu não usava nenhum copo, a não ser aquele. – falei.
_ Sinceramente? Admita isso é bem metido da sua parte. – falou.
_ Eu era criança ok? Para mim era importante. – tentei defender-me.
_ Você não era tão mais criança assim.
_ Eu era sim, e você também.
_ Eu? Eu já era bem mais maduro que você. – falou convencido.
_ Se você fosse tão maduro assim, você teria pegado outro copo assim que eu lhe disse que aquele era meu, e não teria começado aquela discussão.
_ Claro que não, eu não daria o braço a torcer. – falou obvio.
_ Ah! Então é isso? – perguntei, me ajeitando mais no sofá, a fim de ter um contato visual melhor.
_ Basicamente sim. Não vou me curvar para gente como você. – falou. Algo em seu tom me deixou um pouco ofendida.
_ Gente como eu? – perguntei.
_ É, gente que se acha maior. – falou tranquilo. Aquela conversa já estava começando a tomar rumos diferentes.
_ Eu não me acho maior que ninguém. – defendi-me.
_ A não? Então trata a todos com indiferença porque quer? – perguntou ele, seu tom estava um pouco mais alto.
_ Eu trato as pessoas como eu acho que devo trata-las, não há nada de superioridade em mim.
_ Você tratava os empregados como um lixo, nem se quer olhava para eles. – falou ele, deixando claro sua revolta.
_ Eu nunca destratei nenhum empregado. – defendi-me.
_ A única que você tratava bem era Maria, o resto e nada era a mesma coisa, para você.
_ Eu nunca destratei seu pai.
_ Você nem nunca foi ao jardim direito. – falou ele.
_ E você por acaso queria que eu ficasse andando pela casa inteira elogiando todo mundo? – perguntei irritada, se eu não estivesse com a perna quebrada, eu já teria avançado em Joe. _ Eu tinha meus próprios problemas para resolver, não iria gastar meu tempo fazendo “a feliz”.
_ Eu não queria nada. – gritou. _ Sua irmã nunca fez isso, mas ainda sim é querida por todos.
_ Ah não. Até você vai começar a me comparar com ela? – perguntei, eu queria pegar minha muleta e sair dali de uma vez. Sempre tinham que me comparar com Madison.
_ Não estou lhe comparando. Só estou dizendo um fato.
_ Um fato que eu não pedi para saber. – gritei já muito nervosa. _ Alias, eu nunca lhe pedi nenhuma opinião! Desde que você chagou você me juga. Você acha que só porque tem um diploma tem o direito de chegar à minha casa, falar o que bem entende e ficar por isso mesmo? Você acha que me conhece, acha que entende o porque eu faço o que eu faço. Você age como se fosse um psicólogo. Só que você não é! – extravasei. Levantei-me com dificuldade e peguei minha muleta, pronta para sair da sala, eu não iria aguentar nem mais um segundo ao lado de Joe.
Joe se levantou e veio até a mim, tentando me ajudar.
_ Espere, deixe eu te ajudar. – falou, ele ainda estava nervoso. Eu sabia disso, porém sua voz saiu calma.
_ Me deixe em paz. Eu consigo ir sozinha. – respondi. Ele me soltou.
Fui para o meu quarto e lá me tranquei. Joe não tentou me impedir novamente.
Como alguém consegue me tirar do serio tão rápido?
Deixe-me escorregar ao chão, aos prantos, sem nem mesmo me importar com o fato de que depois, me levantar seria difícil. O céu já estava escuro e a única luz que havia em meu quarto era a da lua.
Eu nem mesmo sei explicar o porquê eu estava chorando, havia uma mistura de raiva e tristeza dentro de mim. Tudo que eu mais queria esquecer e o que eu mais evitava, pareceu vir na bagagem de Joe. Agora eu me pergunto. Como eu vou conseguir ficar três meses com ele, se nem mesmo completei o terceiro dia e já estou desmoronando?
Após chorar feito uma criancinha, segurei-me as muletas e consegui ficar de pé novamente, não foi tão difícil como eu imaginada que seria, provavelmente efeito da fisioterapia.
Eu já estava calma, mas ainda sim não queria voltar a ver Joe, sei que ainda não tomei banho e não faço a mínima ideia de como vou tirar a tala, decidi que irei tomar amanhã, já que, querendo ou não, terei que enfrenta-lo novamente.
Fui ao interruptor de luz, que fica bem perto da porta, liguei a luz e fui em direção da cama.
Meu coração congelou-se por um estante. Soltei o grito mais alto que eu consegui.
Não há tréguas.

                CONTINUA...

Meu Deus, eu estou sonhando? 7 COMENTARIOS? Wow, muito obrigada mesmo, perdão por todo esse tempo sem posta, eu disse que nessa última semana as coisas iriam ficar complicadas para mim. Bom, como minha aula (graças a copa) só vai voltar terça-feira, acho que eu conseguirei adiantar um pouco dos capítulos e eu devo postar novamente na segunda-feira.
Muito obrigada mesmo pelos comentários, vocês me deixaram muito feliz.
Bjss.


Juh Lovato: Oi Juh, my number 1 fan, estava sentindo falta de você :\ Que bom que você gostou, espero que tenha gostado deste também. Muito obrigada pelo selinho e por comentar. Bjss linda.
Yumi H. e Rafa S.: Oi linda, que bom que você gostou. Agora a guerra foi confirmada, esses dois ainda vão aprontar muito. Muito obrigada por comentar. Bjss.  
Rosa: Muito obrigada pelo selindo. Bjss linda.
Lali: Que bom que você gostou. Divulgado. Muito obrigada por comentar. Bjss.
Diana (DSP): Oi Diana, pode ficar tranquila, eu lhe entendo. Não há porque se desculpar, seus exames são importantes e você pode e deve coloca-los em prioridade. Comento na sua fic porque você é uma ótima escritora e merece cada comentário positivo. Sei que você não desistiu de mim :D . Muito obrigada por comentar. Bjss.
Andreia Moreira: Fico feliz que tenha gostado. Divulgado. Muito obrigada por comentar. Bjss. 

2 comentários:

  1. Hey o capitulo esta de mais ameeei. Posta maais!!!

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  2. OMG o quê que a Demi viu?? É um inseto, um bicho, um cadáver, um alien...? Ok, exagerei hahaha
    Enfim, POSTA LOGO!!!!!
    Beijos

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