domingo, 21 de abril de 2013

31º CAPITULO “Um dia de grandes surpresas” – AMOR EM GUERRA


_ Eu não sei se vou ter sua mãe de volta um dia, eu não sei se a Demi voltará a ser a mesma, não só comigo, mas com a vida. A nossa vida mudou muito, nós mudamos muito, eu nem sei em quê crer mais. – falou Paul, baixando a guarda e mostrando um pouco dos seus sentimentos. _ Mesmo que nada volte ao normal, eu só queria uma coisa. Eu estou com o coração aberto, faça-me senti-lo e eu juro que não autorizo o desligamento das maquinas. Eu deixo você ficar em coma o tempo que for preciso, eu juro que não desistirei de você. – pediu Paul. _ Me toque.

Se me tivessem feito esta mesma proposta há duas semanas, ou até menos, atrás, eu não teria duvidas do que faria, o tocaria naquele mesmo momento, tentaria fazer-me sentido e quem sabe, agora que meu pai realmente se mostrava aberto para tal, eu conseguia ser salvo de uma maneira, mas hoje eu penso, eu realmente deveria fazer isso? Eu estou causando uma tormenta muito grande àqueles que eu amo, me parece tão egoísta da minha parte obriga-los a continuar sofrendo da maneira em que estão. Eu estava tentando evitar o inevitável, todos morrem e eu não sou imune. Talvez permitir-me ir agora fosse a melhor escolha.
Porem, pensando melhor, e se fosse uma questão de dias para que eu despertasse? E se eu estivesse acabando com minha chance de viver, se eu tivesse tirando minha oportunidade de construir uma família feliz ao lado dos que eu mais estimo? Eu poderia estar tomando uma atitude precipitada ao não toca-lo, mas eu também poderia estar tomando uma atitude egoísta o toca-lo.
O que eu devo fazer? Quanto tempo eu tenho para decidir?

DEMI

Não, eu não sou capaz de viver longe de Joe, já me acostumei a ter sentir sua presença ou a estar ao seu lado, ele ainda vive em mim, por isso sou capaz de fazer qualquer coisa para tentar mantê-lo vivo, mesmo que isso signifique minha infelicidade. Aceitei a proposta de meu pai, me manteria distante de Joe, me contentaria em apenas receber noticias dele, voltaria a trabalhar, tentaria viver como sempre vivi antes, retornaria a minha antiga rotina, acordar, Oliver, trabalho, Miley, trabalho, casa, Oliver, cama. Sem espaços para Joe.
Sinto como se o estivesse abandonando, sendo que ele me salvou, eu tenho certeza que quando ele me tocou pela primeira vez foi na tentativa de me proteger, ele não podia adivinhar que aquele louco do Rick iria subir no passeio para me atingir, o que Joe podia fazer para me proteger ele fez, e agora, que eu estou bem, vou abandona-lo, fingir que nem o conheço, ou que não ligo pelo que aconteceu a ele.
Essa não sou eu. Não a verdadeira.

(...)


_ Que bom que você decidiu voltar Demi, os seus alunos estavam sentindo muito sua falta. – falou a diretora Gisele, uma mulher muito boa, dominava as crianças com muita facilidade, tudo isso sem ser violenta ou ameaçadora, lecionar era realmente seu dom, já deveria ter seus 50 anos, um pouco mais baixa que eu, com os cabelos sempre amarrados em um coque bailarina e uma elegância impressionante, Gisele sempre se mostrou muito compreensiva comigo, nunca hesitou em me dar uma licença quando Joe vinha para casa e, mesmo sabendo que minha carga horaria já estava um pouco comprometida, graças a meu grande numero de faltas, me deixou livre para decidir se eu voltava a trabalhar antes do bebê nascer ou não, mesmo sem ter conhecido Joe muito bem, no dia de sua cirurgia ela fora no hospital, para me dar apoio, confesso não ter dado muita atenção para ela no dia, mesmo ela merecendo, porem Rick estava lá e, como todos sabem, me estressei muito com isso, mesmo assim, em nenhum momento ela reclamou por isso.
Eu devo confessar, no fundo eu sentia falta da minha vida, dos meus alunos, dos meus horários organizados, da minha vida pacata, sem surpresas, às vezes chatas e entediantes, porem, minha. E agora, um dia após sair ter licença dos médicos para sair do hospital, graças o acordo feito com meu pai, tentarei retomar essa minha antiga vida novamente. Não será fácil. Eu mudei muito, a vida me deu um golpe e tanto e não está sendo fácil para eu manter-me de pé; meus pensamentos não estão mais comigo, mesmo longe, minha cabeça esta em Joe.
_ Eu também senti muita falta das minhas crianças. – falei, dando um sorriso logo depois.
_ Demi, eu realmente fico feliz que tenha voltado agora, mas você realmente acha que isso é o certo para você? – perguntou. Esqueci-me de comentar, além de ter se formado em pedagogia e letras, Gisele é formada em psicologia, se uma pessoa que não é pode perceber que eu estou mal, imagina uma que estudou para observar os sinais e os significados dados pelo seu corpo, era obvio que ela sabe que eu não queria e nem deveria estar aqui.
 _ Claro. – menti. _ Vai ser melhor assim, esquecer um pouco dos problemas, relaxar um pouco, será bom para mim retomar minha vida. – falei. Não. Na verdade repeti o meu pai me disse mais de mil vezes no caminho de volta do hospital para Fort Bragg. Uma pessoa normal acreditaria na minha resposta, mas provavelmente Gisele não, porem ela deixou por isso mesmo, agradeci mentalmente por isso.

Primeiro dia de aula depois de tanto tempo. Se não fosse pela festa que meus alunos fizeram a me rever, eu me sentiria como uma novata no meu próprio emprego. Fiquei um pouco perdida na aula, não sabia o que fazer exatamente, eu me apressei tanto em voltar que nem mesmo tive tempo de programar uma aula, acabou sendo tudo de improviso.
Apesar disso foi bem divertido, pude dar umas gargalhadas, aquelas criança têm tanta alegria e energia que acabou me contagiando. Mas, nos poucos minutos que tive estavam mais calmos e o silêncio reinou na sala de aula, minha mente viajou até Joe, eu posso estar perdendo algo importante. E se ele tiver melhorado? Eu não vou poder vê-lo despertar. E se ele tiver piorado? Eu não vou poder me despedir. Se eu estivesse lá eu poderia estar em seu quarto agora, mais uma vez agradecendo por ter-me salvado a vida. Eu saí do hospital de uma maneira tão lastimável...
Meu pai me permitiu uma breve despedida a Joe, foi o pior de todos, me senti tão mal por sair de lá, eu já tinha me acostumado a sempre vir vê-lo, estava acostumada com aqueles corredores e com aqueles quartos. Chorei muito ao conversar com Denise, ela me entendeu, mas eu também a estava deixando, desde que brigara com Paul eu era o seu suporte, nos duas estávamos caindo, mas ainda sim éramos o pilar uma da outra. Ela prometeu deixar-me informada.
 Não conversei com Paul, na verdade não falei com ele desde que acordei, só o vi de longe uma vez, devia estar feliz com o meu afastamento, provavelmente não sabe do acordo que fiz com meu pai, na qual espero que funcione, mas ainda sim, o pouco que eu vi, ele parecia estar meio que feliz, achando que a vitória era sua.

Quando conversei com Miley, na hora do almoço, ela me repreendeu vigorosamente. Eu não contei tudo nos mínimos detalhes, pois, apesar de ser bem compreensiva, não sei se seria uma boa contar sobre os toques que eu e Denise sentimos de Joe, por esse motivo a historia ficou um pouco mal contada e ela interpretou de uma maneira mais amena do que a real. Mesmo me achando uma idiota por ter cedido, Miley me prometera continuar indo ao hospital e me atualizar de tudo o que estiver acontecendo lá.

Desde que saí do hospital e comecei a fazer minha parte do acordo, meu pai esta tentando se reaproximar de mim, não esta adiantando muito, eu não estou com ódio ou raiva, essas são palavras bem fortes, mas eu estou bem decepcionada com ele, sei que eu que falei mais que devia, mas o seu pedido foi injusto, mais uma vez tenho a sensação de que ele estava pensando mais nele do que em mim, todos sabem que vivo por Joe, sair de perto dele sempre foi uma tortura, e agora mais ainda.


Hoje Logan iria ficar no hospital, Paul estava em sua casa, e Denise e meu pai estavam no meu apartamento, Denise já tinha me atualizado sobre o que tinha acontecido no hospital, nada de muito diferente, apenas que os médicos fizeram mais exames na esperança de que uma melhora pudesse ter acontecido, eles ainda não tinham repassado o resultado para os visitantes.
Agora eu estava, sentada à mesa de jantar, tentando me concentrar para programar a aula do outro dia, assim não teria que ficar improvisando na hora, estava bem difícil, eu realmente não me enxergava mais fazendo aquilo, não que eu tenha desistido de ser professora, eu ainda gosto de lecionar, mas não é para a escola que eu gostaria de ir todas as manhãs, eu queria ir a capital, eu queria ver Joe.

_ Filha, eu estava pensando se amanhã depois do seu trabalhado você gostaria de ir começar a comprar os moveis para o quarto da bebê? – perguntou meu pai. Ele estava tentando duro retomar nosso bom relacionamento de pai e filha, eu deveria tentar também.
_ Claro pai. – respondi com o melhor sorriso que consegui fazer na hora.

--

Talvez com o tempo as feridas se curassem, a vida não é um conto de fadas, nem sempre o final é feliz, muitas vezes temos de abrir mão do que queremos para que possamos ter oportunidades que possam nos indicar melhor segurança. Quem nunca viu uma pessoa dizer que queria ser cantou ou escritor, mas acabou trabalhando trancado em um escritório, por simples medo de arriscar tais carreiras e não fazerem sucesso? A vida nos prega peças todos os dias, todo o dia nos desafia a crescer, nos desafia a provar que merecemos estar onde estamos. Vivos.
Quem sabe o melhor era deixar todos irem viver sua vida sem se importar com um homem em coma? Esse era o pensamento de Joe.
Mas como todos os seres vivos, existe um extinto de sobrevivência, Joe poderia não estar exatamente vivo, mas ele ainda queria viver.
Um toque.
A esperança de uma vida estava em um toque.

(...)
Um novo de dia acabava de nascer, Demi acordou, fez sua higiene pessoal, deu uma rápida caminhada com Oliver, voltou se arrumou e foi trabalhar.
O dia teve seus altos e baixos, havia momentos em que Demi se sentia bem, mas havia aqueles em que tinha que distribuir falsos sorrisos e segurar as lágrimas. Não muito diferente de antes, se for parar para olhar bem, mas talvez um pouco pior, por sentir falta de Joe. Desde o dia do acidente, Demi não sentiu mais o toque de Joe. Ela tentava não se desesperar por isso, pois sabia que se ela voltasse a precisar, lá estaria ele, sendo seu anjo, ele está sempre ao seu lado.

Demi estava firme, cumprindo sua parte do acordo. Mal ela sabia que Eddie não estava fazendo a parte dele... Talvez nem fosse precisar...

O final daquele dia tinha sido melhor, como combinado Eddie e Demi foram a lojas de bebês para comprar os moveis do quarto da criança. Tinha tantas coisinhas fofas, Demi queria levar tudo, os detalhes eram tão delicados, ainda haveria pouco mais de três meses de espera para Demi, mas ela queria já ter tudo a sua mão, estava tão ansiosa com tudo que naquele momento realmente esqueceu os problemas e concentrou em si e em seu bebê. Teve oportunidade também de se sentir mais tranquila ao lado do pai e assim conversaram como faziam antes.
Há duas coisas que se pode admirar neste bebê. É forte, por várias vezes teve sua vida em risco e ainda esta saudável; é capaz de trazer felicidade ao triste. Isso sem nem mesmo ter nascido.

(...)

Paul ainda estava confuso, já havia passado quatro dias, mas ele ainda tentava assimilar tudo, ele não fez nada, porem logo deveria tomar uma decisão, acreditar ou não acreditar?
Sim, ele sentiu um toque, fora assustador, sua mente ao mesmo tempo em que lhe dizia que fora apenas imaginação, que a sua vontade de crer que ele estava ali o fez sentir um toque inexistente, gritava, “é verdade, aquele era o toque de seu filho, cancele tudo, diga a Denise que também o sentiu, seu filho ainda vive”.
Paul estava sozinho em seu quarto, o quarto em que dividiu por anos com sua mulher, ele tinha errado feio ao não escuta-la, no final ela falava a verdade, ela não estava louca, mas será que um pedido de desculpa seria o suficiente para que tudo voltasse ao normal?

Amanhã será um novo dia, um dia de grandes surpresas.

                CONTINUA...


Postado. Desta vez escrevi um pouco mais rápido, pois provavelmente ficarei sem internet por essa semana, espero que a qualidade não tenha caído muito.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.


Juh Lovato: Que bom que gostou, vi que teve várias reações. Tudo bem linda, não precisa se desculpar, fico muito feliz em saber que tenho uma leitora tão apaixonada como você. Muito obrigada por comentar. Bjss.
P.S.: Estou sentindo falta das suas fics :\
Silvia: Fico feliz que tenha gostado, muito obrigada por comentar. Bjss.
Eriimiilsa: hahahaha espero que isso seja bom hahaha. Muito obrigada por comentar. Bjss.
Diana (DSP): Ainda sim fico muito feliz, pois nunca recebi um capitulo especial, e receber logo de uma escritora maravilhosa como você foi uma grande honra. Fico curiosa para saber o final, mas fico triste em saber que já esta acabando L . Muito obrigada por comentar. Bjss.

2 comentários:

  1. Estou tão feliz. Graças a Deus o Joe se deu uma hipótese . Meu Deus tô vendo que agora o problema será Eddie, mas tenho esperança que Joe acorde qndo ele decidir desligar tdo. Sinto que cegaram a desligar as máquinas e isso deixa-me com receio.
    Já disse que amo a fic e a tua maneira de escrever se não digo agora. Amo a fic e a tua maneira de escrever

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  2. Ameeeeeeeeeeeeeeeei o capítulo !!!

    OMG, O joe tocou o pai ... ele acreditou né ?? =))) to felizzzzzzzz
    o Joe tem que acordar logo , eu não aguento mais kk

    posssta logooo amore ^^

    bjss

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