segunda-feira, 1 de abril de 2013

26º CAPITULO “O final dessa história não é promissor” – AMOR EM GUERRA


Era uma coisa mais fofa que a outra, os bercinhos, as roupinhas, os sapatinhos, os brinquedinhos, era de se encher os olhos. Ver tudo aquilo mexeu com Demi, ela já sentia amor pelo bebê desde o primeiro dia, se sentiu realizada desde o primeiro ultrassom, mas agora, naquela loja, enquanto mexia em um par de minúsculos sapatinhos para bebê se sentiu mãe. Agora tudo parecia bem mais real bem mais intenso e certo. Agora Demi agia como uma mulher gravida, ela estava se preparando e ansiando pelo dia do nascimento da criança. Isso era bom. Demi se sentiu leve e feliz. Ela estava feliz.

Demi queria comprar toda a loja, queria poder comprar tudo hoje, como se o bebê já fosse nascer no dia seguinte, era tudo pura ansiedade misturada com a alegria que ela não sentia tanto tempo. Mas acabou comprando apenas um macacãozinho e um berço, ambos brancos, pois como não se sabia qual era o sexo do bebê, Demi não podia sair comprando vestidinhos ou roupinhas de marinheiro.

Quando Demi, Miley e Denise voltaram para o hospital, todos podiam ver a diferença, estavam animadas e falavam o tempo todo sobre o que tinham visto e o que comprariam caso fosse menino ou caso fosse menina, já começavam a sonhar com os moveis do quartinho, em como pintariam as paredes, arriscaram até começar a pensar em nomes, porem este último assunto não foi muito longe. Por um momento não existia Joe em coma, não havia doença, não tinha ameaça de morte, a única coisa que tinha era uma mãe, uma avó e uma futura madrinha, planejando coisas do bebê.
Eddie, que havia ficado no hospital, se limitou a acompanhar o assunto, como não havia visto nada e não sabia de nada, escutava com atenção os detalhes da visita à loja, mas ele pouco se importava em estar um pouco perdido no assunto. Eddie estava vendo sua filha rir enquanto acarinhava sua barriga, que já começara a dar sinais claros da gravidez. Para Eddie isso era o que importava ver a filha feliz, agindo como deveria ter agido desde sempre, como uma mãe.
A conversa rendeu por bastante tempo, nova visitas a mesma e a outras lojas foram combinadas, Demi prometeu que até na próxima semana iria consultar o médico, na esperança de já poder descobrir o sexo do bebê, mesmo sem ter garantias de que conseguiria descobrir algo agora. Mas quem ligava? Todas estavam animadas com esta possibilidade, Eddie até disse que tentaria ir a uma das lojas junto a ela.
Se a intenção de Miley era fazer com que Demi se animasse um pouco, funcionou até demais, pois conseguiu, com uma simples ida a uma loja de bebês, animar a todos.
Ela mal sabia, mas tinha animado até mesmo Joe. Sobreviver para ver seu bebê vestindo aquele macacãozinho e dormindo naquele berço comprado, era o que Joe mais desejava. Ele não sabia se poderia, sabia que estava fraco, sabia que há grandes chances dele nunca poder ver seu filho. Mas ele queria. Ver seu filho era o que ele mais queria.

Todos queriam que aquela alegria fosse eterna, era tão bom se descontrair um pouco, se divertir um pouco, ver o futuro em uma melhor perspectiva, sem o medo da morte, mas sim da alegria de um nascimento.
Porem, a vida não é um conto de fadas. Era inevitável que algo conseguisse destruir toda aquela animação.

Não aconteceu de uma hora pra outra, as coisas começaram a se complicar apenas dois dias após a visita àquela loja. A alegria toda não tinha durado tanto, pelo menos não na mesma intensidade, mas deixou claros vestígios nos outros dias, Demi e Denise estavam bem mais animadas, a todo o momento falavam sobre o bebê, e quando visitavam Joe, ao invés de choros e clamores para que ele voltasse, ambas falavam sobre o que esperavam para aquela criança. Joe também compartilhava dos mesmos sentimentos.
Então porque toda a alegria voltou a escapar? Demi e Denise estavam bem; a pressão de Demi estava ótima, Rick não deu as caras, Joe não teve nenhuma parada cardíaca, nenhum agravante de sua situação, bom, também não houve melhora, mas se não teve piora já era um bom começo, em vista de como estava há uns dias atrás em que a todo o momento os médicos os desesperançavam um pouco mais...
Tudo começou quando os médicos fizeram mais uma operação em Joe, desta vez seria uma operação simples, não durara mais de três horas, após a operação fora feito mais testes e mais exames. Até aí tudo bem, os resultados não eram muito animadores, mas doutor Ian não era de se abalar por isso. O problema talvez tenha sido exatamente esse, neste dia não era Ian que estava no comando, mas sim seu superior, Doutor Lucas, Ian só voltaria na semana seguinte. Doutor Lucas, velho de casa, um médico reconhecido em todo o estado, seu reconhecimento era fruto de anos dedicado a salvar vidas, ele é bom no que faz, mas os anos de experiência, ao mesmo tempo em que o faz um salvador de vidas, o fez saber em quando, talvez, seja melhor parar.
Para Lucas, era a hora de Joe.

Um dia após a operação, Lucas chamou Demi, Denise e Paul em sua sala. Lucas é uma pessoa extremamente simpática, e mesmo prestes a dar uma notícia devastadora, tratou todos com uma delicadeza e fez com que primeiro todos estivessem relaxados antes de soltar a bomba.
_ Todos sabem que fizemos novos exames e teste após a última operação. – começou Lucas. _ Acredito também que lhes fora passado, desde o começo, que o estado de Joe não é o melhor. – falou cuidadosamente. Todos na sala concordaram apenas com um leve abalançar da cabeça. _ A primeira cirurgia, apesar de não tê-lo despertado do coma, fora de extrema ajuda. – comentou. _ Mas infelizmente não foi o suficiente, tivemos outra operação na tarde de ontem, e ela foi o que se esperava que fosse ser desde o inicio, sabia-se que não faria muita diferença, mas corremos o risco de tentar. Queríamos muito recuperar aquele homem. – Paul não tinha percebido, mas Demi e Denise perceberam o “queríamos”. Algo ruim seria dito. _ Joe era um soldado, pôs sua vida em risco pela nossa nação, salva-lo era algo de extrema importância, não só por vocês mas pelo nosso país. – os termos nos passado continuavam a ser ditos e Demi e Denise percebiam todos eles, isso as deixava mais ansiosas e com muito medo do que seria dito, mas elas não falavam nada, deixavam o doutor seguir seu ritmo. _ Eu conheço muito bem Ian e seu estilo de trabalho, mas o meu estilo não é o mesmo, os meus anos de trabalho me fizeram ver que nem sempre há finais felizes dentro de um hospital. – disse e deu uma pequena pausa. _ O Joe não responde a nenhum incentivo, nenhum exame demonstra sua melhora, talvez devêssemos parar. – falou, houve um tempo de silencio absoluto. Todos tentavam assimilar as últimas palavras ditas. _ Sei que já lhes foram passada esta opção antes, mas como ainda se tinha a chance de uma melhora com a operação fora decidido mantê-lo, mas agora não há mais nada a se fazer...
_ Ele piorou? – perguntou Denise, interrompendo Lucas, sua fala rápida denunciava seu nervosismo.
_ Não, mas...
_ Então por que vocês querem mata-lo? – perguntou Denise.
_ Não. Não é esta nossa intenção... – Lucas tentava se explicar, ele já tinha passado por isso antes, tinha consciência que não seria fácil assim. 
_ Mas se ele está vivo... – interrompeu Denise, novamente.
_ Não iremos mata-lo, não desligaremos totalmente as maquinas, apenas abaixaremos a potencia deles, será uma morte natural. – falou. Outro silêncio.
_ Quando? – perguntou Paul.
_ No momento em que vocês preferirem. – respondeu. _ Como sabemos que Joe não deixou nada por escrito dizendo qual era o seu desejo, nós temos que ter a autorização de vocês três para fazer algo assim. – disse Lucas, ao ver que ninguém reagia.
_ Eu deixo – disse Paul.
_ Não você não deixa! – disse Denise.
_ Eu deixo! – gritou Paul.
_ Mas eu não deixarei nunca! – gritou Denise de volta.
_ Denise, ele não irá acordar! – gritou.
_ Você não sabe. – retrucou.
_ E você sabe se ele vai acordar por acaso? Ele te disse? Foi isso? Ele te falou isso enquanto de tocava? – perguntava Paul, deixando claro seu tom de ironia.
_ Não, eu não preciso disso para saber que ele deve ser mantido nas maquinas. – gritou Denise. Se ela não tivesse tão nervosa com Paul, provavelmente começaria a chorar no mesmo momento, pois isso a lembrou de que Joe não a tocava já havia muito tempo. Isso daria mais força aos desejos de Lucas e Paul.
_ Eu digo que sim e pronto. – gritou Paul.
_ Pois eu digo não!
_ Não vês o que esta fazendo? Só esta prolongando o meu sofrimento, o seu sofrimento o sofrimento de Demi. – disse exasperado.
_ Eu não deixo! – bateu o pé.
_ Nem eu. – disse Demi, enfim. Mas pouco adiantou, Paul tornou a gritar sua opinião. Uma discussão ferrenha começou a ser travada aos berros na sala do Doutor Lucas, que pedia calma, sem muito resultado. Os ânimos estavam exaltados demais, ninguém escapou dessa, Demi, mesmo sabendo que não podia se irritar muito, entrou na briga. Eles estavam em um hospital, mas falavam alto e gritavam como se estivessem em uma feira ou em um jogo de futebol, quem passasse nos corredores poderiam escutar aquela briga.
_ Calma! Vamos conversar! – pedia Lucas, mas seu tom de voz não era alto o suficiente para que fosse escutada. _ Por favor, aqui é um hospital, se acalmem! – pedia. Era ignorado. _ Não precisam me responder agora, isso é quando vocês decidirem que deve ser feito. – disse.

Foi custoso, mas depois de muito insistir Lucas conseguiu com que todos se acalmassem. Bom, na verdade conseguiu com que parassem de brigar por um momento, pois os ânimos ainda estavam alterados.

Foi aí que tudo começou, foi aí que toda a alegria pela chegada de bebê fora substituída por medo da perda e brigas por falta de concordância.
O problema poderia muito bem ter acabado ali, mas desta vez se estendeu em dimensões alarmantes. Denise e Paul brigavam a todo o momento, tanto de Denise agora dormia na casa de Demi.
Tudo estava desmoronando para aquela família, nada dava certo. Toda união que eles tinham se partiu ao meio, e não se sabia por quanto tempo os lados conseguiriam sobreviver sozinhos. Só uma coisa se podia saber, o final dessa história não é promissor.

                CONTINUA...

Desculpa por não ter postado ontem, não contei com o fato de eu não ter ficado muito tempo em casa.
Mas postei hoje, espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.

RESPOSTA CAPÍTULO 24:
Eriimiilsa: Realmente o Paul esta sofrendo muito com tudo isso, assim como a Demi também... Muito obrigada por comentar. Bjss.
RESPOSTAS CAPÍTULO 25:
Anônimo: Muito obrigada por comentar. Sim, é sempre bom ver ela mais feliz, apesar deste capítulo, nos próximos ela estará melhor em alguns momentos, espero que goste. Bjss.
Natalia_Lovato: Muito obrigada por comentar. Postado, espero que goste. Bjss.
Eriimiilsa: É verdade, acho que toda mãe fica feliz em um lugar desse, isso foi muito bom para Demi. Muito obrigada por comentar. Bjss.

2 comentários:

  1. Peço desculpa a demora a comentar.
    Adorei os capitulos.
    Posta logo.

    Bjs :)

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  2. Meu deusss !! nossa .. eu já não aguento tanto sofrimento ... teho certeza que não seria forte como a Demi é ... não suportaria isso =/

    manda sim ... eu já olhei e não vi seu pedido de amizade , qualquer coisa ... me passa seu face / o link sei lá , pra mim te achar =)

    bjssssssss amora ♥

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