segunda-feira, 6 de maio de 2013

34º CAPITULO “Ainda há uma chance” Parte 2 (penúltimo capítulo) – AMOR EM GUERRA



Apenas mais três dias...

Sexta-feira, dia nublado, no hospital apenas Denise e Demi, que já tinha dado todas as aulas do dia; Paul ainda estava no trabalho, Logan e seu pai precisavam descansar já que haviam passado a noite no hospital e Miley não poderia ir.
O frio parecia mais intenso dentro do hospital, o vazio parecia mais profundas entre aquelas paredes brancas que se perdiam pelos corredores e salas. Aquelas paredes já presenciaram nascimentos e mortes, sorrisos e choros. Uma sensação de vazio ‘preenchia’ Demi e Denise. A alegria é prazerosa, a tristeza é torturadora, mas o vazio pode ser fatal...

_ Ele nunca mais voltou a me tocar. – comentou Denise. _ Você acha que isso é um aviso? – perguntou.
_ Um aviso?
_ Você acha que ele quer se afastar de nós? – perguntou. Demi não respondeu, não sabia o que falar, nunca pensou por esse ponto. _ Se ele pode nos tocar, porque ele não toca? O que mais o impede do que a própria vontade?
_ Você acha que ele quer partir?
_ Eu não sei, talvez seja isso. – respondeu.
_ Você acha que ele esta sofrendo? – perguntou Demi.
_ Eu me faço essa pergunta todos os dias. – falou Denise. _ Mas nunca consegui uma resposta. – confessou.
_ Se for esse o caso ele vai conseguir parar de sofrer em pouco tempo. – falou Demi. _ Dois dias. – disse com o aperto no coração.
_ Às vezes eu penso se fora egoísmo meu não ter permitido que as máquinas fossem desligadas antes. Talvez tenha até mesmo sido masoquismo da minha parte, sofri tanto, eu prolonguei o meu sofrimento o máximo que pude, e agora... – Denise não conseguiu terminar a frase, ela não conseguia mais se expressar, os sentimentos eram maiores e mais intensos do que qualquer palavra que ela conhecesse.
_ Era o nosso destino Denise, - disse Demi. _ mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, nós só tentamos evitar o inevitável. – concluiu.

Ao contrario do que pode parecer, Demi não estava conformada com o fim, ela queria matar a pessoa que atirou em Joe com as próprias mãos, queria ‘puxar’ Joe para vida novamente, queria bater em Paul por não ter dado a oportunidade de que se esperasse um pouco mais, queria extravasar com o pai que não a deixou ir ao hospital anular a decisão de Paul enquanto ainda havia tempo, queria derrubar o idiota que decidiu que o caso de Joe já era perdido, que não valeria gastar o dinheiro publico com ele, queria xingar Joe por ter sonhado algo tão estupidamente perigoso, queria se xingar por ter sido tão cabeça dura e não ter escutado o pai, quando ele disse que era melhor não se relacionar com Joe, que mulher de soldado nunca é feliz... Fora uma sucessão de erros e decisões errôneas que trouxeram a todos a esta situação deplorável.

Tudo bem, nem tudo foi um desastre, Demi fora muito feliz ao lado de Joe. Noites em claro, rindo, acarinhando-se, amando-se; momentos em que mesmo já adultos e nada inocentes, agiam como crianças, brincavam feito idiotas; mesmo sendo homem e mulher, sempre tinha aquele momento em que paravam para conversar um com o outro, onde desabafavam um com o outro, onde se aconselhavam e vez ou outra choravam no ombro um do outro.
Eles compartilharam de conquistas. No dia que Demi se formou, lá estava Joe tão feliz quando ela em sua formatura, ao pegar seu diploma, Joe só perdeu para Eddie na questão quem chorou e gritou mais, foi um mico e tanto, motivos para muitas risadas depois, mas fora um momento de muita felicidade. O casamento, não foi nada extravagante, com milhares de convidados, apenas amigos próximos e familiares, decoração simples, com muitas rosas, igreja ligeiramente cheia, festa com muita fartura, muita dança, muito amor... Talvez um momento bem marcante para ambos fora no dia em que conseguiram comprar o apartamento deles, Joe ainda estava em treinamento, e fazia um bico ali e aqui para tentar viver, Demi tinha começado a trabalhar tinha pouco tempo, ainda não tinha muito controle sobre suas finanças, eles seguraram a chave como se fosse um troféu, e ao abrirem a porta pela primeira vez se sentiram entrando em um castelo, era um sonho sendo realizado, um sonho que realizaram juntos. Oliver, aquele cachorrinho pequeno e companheiro, o cachorrinho fora dado de Joe para Demi, no fundo foi uma maneira de acalmar Demi já que foi bem na época em que os dois estavam brigando por causa de Joe ter sido admitido pelo exercito, era algo inevitável já que ele estava treinando para se alistar fazia um bom tempo, mas talvez Demi tivesse pensado que ele desistiria fácil. Oliver sempre foi o bebê dos dois, quando chegou ao apartamento era um filhote de três meses que cabia na palma da mão de Joe, em pouco tempo destruiu um fio de telefone, três sapatos, sendo todos se Joe – para sua revolta – e deixou marcas de dentes pé da cama, que perduram até hoje, ainda sim, ambos tinham tomado um amor tão grande pelo bichinho que nem se importaram de ter que comprar um telefone ou sapatos novos, muito menos de ter uma ‘arte’ no pé da cama, ele é o filhinho deles. E agora, por último, porem muito importante, vinha a bebê. Definitivamente era um presente na vida dos dois, ambos ficaram felizes. Sim, a tristeza não deixou com que Demi aproveitasse da maneira que se deveria sua gravidez, mas ela ama aquela criança, assim como Joe também ama, se os dois pudessem cria-la juntos, seriam ótimos pais...

Demi nem mesmo sabia o que estava fazendo ali, não se tinha muito que fazer, ela já tinha tido o seu tempo de visita com Joe e provavelmente não iria poder vê-lo novamente neste mesmo dia, exames eram feitos a todo o momento, mas os resultados nunca eram repassados a ela, nunca eram repassados a ninguém, se Demi não confiasse tanto em Ian, pensaria que eles a estavam escondendo alguma coisa ou tentando engana-la, porem, Ian mostrou-se um bom homem, disposto a colaborar, ele não a faria isso.
Talvez fosse aquela esperança, que como dizem, é a última a morrer, que a mantem naquele hospital, todos os dias, sendo obrigada a encarar os mesmos corredores vazios, a mesma sensação de nada, aquela mesma tortura. Ou talvez, como disse Denise, fosse masoquismo. O que quer que seja que a prendia ali era forte. Demi iria ficar lá, até o último momento.
Este Domingo, até o último respirar de Joe ela estaria ao seu lado.

DEMI

Não é atoa que tive medo desde o começo. Primeiro tive medo que Joe não quisesse se comprometer comigo e o bebê, sua carreira de soldado não permitiria que ele fosse o que eu queria que ele fosse, um pai, uma pai presente e companheiro, queria que ele fosse mais que fotos, visitas ocasionais, telefonemas nas horas mais improprias possíveis, tipo, duas da manhã de uma segunda ou cinco da manhã de um sábado, e de longe não estava nas minhas intenções que Joe só vesse sua filha por web can que sempre davam problemas. Eu aguentava isso, eu o amo, ele é meu marido e mesmo que eu tenha reclamado, eu adorava, eu nem me importava de ficar com o braço doendo de tanto segurar o telefone falando com ele, se fosse necessário passar a madrugada em claro para vê-lo eu faria, mesmo que eu tivesse que estar animada para dar aulas algumas horas depois, suas licenças eram dadivas para mim, suas fotos eram presentes, e suas cartas são minhas joias. Mas não para minha filha, eu cresci tendo um pai presente e companheiro, e sei muito bem o que é não ter um dos pais presente, eu perdi minha mãe cedo, e eu pude sentir a tristeza que sua ausência me causava, é algo doloroso e que eu nunca queria que minha filha passasse, mas no fim um ciclo iria seguir, eu sem minha mãe e minha filha sem um pai. Ela nem teria a oportunidade de conhecê-lo, ele seria apenas historia, fotos e lembranças.
Ele é muito mais que isso, ele é o homem que eu amo; o homem que eu escolhi para viver por toda minha vida, o homem que eu queria ter ao lado até estar com a cabeça toda branca e a cara cheia de rugas. Por quê? Porque eu não poderia ter isso?  Porque esse não poderia ser o meu final?
Porque eu teria que perdê-lo tão jovem? Eu ainda estava começando minha vida ao seu lado. Eu não posso ser feliz? Porque eu sempre tenho que perder aqueles que eu amo? É um karma?
Eu queria brigar, queria reclamar, mas reclamar com quem? Quem pode trazê-lo de volta?
É um sentimento de impotência enorme, estou perdendo o homem da minha vida e não posso fazer nada, nem mesmo reclamar ou exigir que façam alguma coisa. Minhas únicas opções é entrar em desespero ou desencanar de uma vez.
Na minha condição seria melhor eu desencarnar, não sofrer mais, esperar que ele morresse e seguir minha vida. Mas Joe não era qualquer um, eu não posso fazer isso. Desesperar foi o que restou para mim.
Eu só queria ir junto com ele...

JOE

Uma hora isso ia acontecer. Nos meus melhores pensamentos eu pensava que eu ainda teria mais tempo e que talvez eu conseguisse achar respostas e possivelmente minha cura.
 De acordo com minhas possibilidades eu tentei procurar respostas. Claro que eu não pude procurar na internet, mas aposto que se fizesse não conseguiria muita ajuda, não acredito que alguém possa saber o que fazer com um fantasma querendo reviver. Tudo o que eu já tinha escutado dizer eu fiz, mas nada adiantou.
Mas agora pouco me adianta lutar, meu destino já estava traçado. Eu vou morrer.
É tão estranho você assistir seu próprio fim de braços cruzados, como se estivesse assistindo um filme de drama qualquer.

(...)

Eu queria fazer as coisas direito, eu queria me despedir daqueles que eu mais presava, meus amigos e minha família.
Usei todas as minhas forças e passei os meus dias visitando-os e tocando-os, a maior parte não pareceu perceber-me, o que até prefiro, menos sofrimentos, não só para eles, mas também para mim, o pior momento foi com minha família, a qual eu deixei para o último dia.
Não ia ser fácil.
No penúltimo dia de minha vida eu os acompanhei, eu pude ver a tristeza corroendo a todos, eu pude sentir a esperança se desvairando de seus corpos. Assim como eu, eles decidiram desistir de lutar. Não os culpo, eu sei que eles tentaram me salvar, morrerei feliz por saber que os tenho em terra.
Não sei se quando morto eu ainda os poderei ver, a morte ainda é um mistério para mim, descobrir que alguém é capaz de entrar em estado de espirito já foi uma grande surpresa, a qual eu agradeço, pois pelo menos assim, tive a oportunidade de despedir-me dos que amo. Gostaria de saber se todos têm esta mesma oportunidade, seria ótimo descobrir que sim, poder dizer adeus é bom para quem parte, assim não fica aquele sentimento preso no peito, como se estivesse faltando algo, como se estivéssemos deixando algo por terminar.
Não que eu não vá partir com o sentimento de que não deveria ficar. Na verdade eu quero ficar, mas é um desejo inútil. Ainda sim, sabendo que não ficarei. Eu quero. Eu quero ter a oportunidade de ficar com minha família, de conhecer minha filha, de construir uma vida com Demi.

Sei que deixarei meus pais, sei o quanto eles irão sofrer, sou o filho único, mimado desde pequeno, eu sempre fui querido e desejado, ao perder-me eles perderam tudo, não haverá mais a quem chamar de filho, não haverá mais quem os chame de pais. Isso deve doer de uma maneira inimaginável. Eu, que ainda nem conheci minha filha, que ainda não tive a oportunidade de escutar sua voz, que não tive a oportunidade de chama-la de minha, já tive momentos de pensar que a perderia, e senti uma dor tão, mas tão grande, senti-me como o mais infeliz do mundo, imagine alguém que teve a oportunidade de conviver com seu filho?
Saber que lhes vou causar toda essa dor, me faz sentir péssimo. Se fosse para terminar assim, era melhor não ter nascido.
E ainda tem Demi. Quando eu a conheci ainda éramos moleques, eu mal sabia que aquela menina quieta e inteligente, que sentava nas primeiras carteiras da sala de aula, um dia se tornaria minha mulher. Mas aí eu vi seu sorriso, mais tarde tive a oportunidade de fazer um trabalho junto a ela, aí começamos uma amizade, me cresceu um desejo, o amor, e mais tarde eu estava pedindo sua mão em noivado, sobre o olhar furioso de Eddie e os choros de minha mãe, emocionada.
Levarei comigo as lembranças do nosso casamento. Nunca, nunca, mas quando eu digo nunca, é nunca mesmo. Nunca existiu uma noiva mais bonita que Demi, perfeita é pouco para descrever como ela estava no dia do nosso casamento. Lembro-me de a todo o momento agradecer ao cupido que a acertou com sua flecha, permitindo com que eu pudesse ter a chance de me casar com alguém como Demi. Eu, um cara desleixado, mimado e brincalhão, me casando com uma mulher inteligente, centrada, linda... Era mais do que eu podia pedir. Eu nunca disse um “Eu aceito” com tanta certeza e prazer em toda minha vida. Se eu pudesse repetir aquele dia, eu repetiria com prazer, quantas vezes me fossem necessário repetir. Eu aceito. Eu aceito. Eu aceito ser seu homem, eu aceito ser seu marido, até que a morte nos separe...

--

A noite chegou. Eddie já tinha chegado para buscar Demi e Denise e leva-las a Fort Bragg, amanhã seria o dia do desligamento das máquinas.
Amanhã todos voltariam cedo, os parentes de outros estados de Joe também viriam, amigos e alguns soldados que conseguiram licença idem.
Porém, antes de irem, doutor Ian chamou Demi.
Ela pensou que já seria para se despedir. Seguiu Ian à sua sala com o coração apertado, sabendo o que ele iria dizer. Não havia mais o que ser feito, Joe morreria.

_ Sente-se. – pediu Ian, ao entrarem na sala. Demi sentou. _ Você deve estar se perguntando por que eu lhe chamei aqui, não é? – perguntou ele.
_ Acho que já sei. – respondeu Demi, seu olhar denunciava sua tristeza, mesma ela tentando disfarçar com um meio sorriso. Ian fez uma cara de desconfiado.
_ Eu acho que você não sabe. – falou Ian. _ O seu direito de escolha no que se diz a Joe foi-lhe roubada e por isso eu decidi falar com você primeiro, queria que você tivesse o direito de escolha desta vez. – começo dizendo. Demi olhou para Ian sem entender o que ele estava falando. _ Não me olhe assim, eu não estou louco. – defendeu-se Ian ao perceber o olhar de Demi. _ Você sabe que nesta última semana eu me emprenhei muito para conseguir uma solução. – falou, depois de um tempo. Mesmo não sendo uma pergunta, Demi confirmou com um sinal de “sim” com a cabeça. _ Pode parecer que eu não achei nada. – continuou. _ Mas não é assim. – Ian fez uma pausa, Demi estava sem reação. _ Eu não posso te dar cem por cento de certeza, mas há uma possibilidade de que um dos tratamentos que tentamos fazer dê resultado. – falou Ian. No mesmo momento Demi começou a chorar. _ Demi. – chamou-a. _ Ainda há uma esperança.

                CONTINUA...

Postado. Sei que demorei, na verdade o capítulo estava pronto desde sexta-feira, mas estive muito ocupada neste final de semana e não tive para postar, ainda sim, espero que tenham gostado.
Esta é a segunda parte do capítulo anterior e também é o penúltimo capítulo desta fic, além do próximo capítulo esta fic terá um epílogo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss.


Eriimiilsa: Hahahaha espero que este tenha ficado melhor J Muito obrigada por comentar, bjss linda.
Polly Jones: Fico feliz em saber que além de ler minha fic, você entra no personagem, e mais feliz ainda fico em saber que consigo sensibilizar meus leitores. Eu lhe entendo, as vezes fica complicado comentar. Muito obrigada, bjss linda.
Emmy: divulgado ;)
Anônimo: obrigada.

3 comentários:

  1. adooorei

    meu deus. chorei mt nesse cap ... qnd o joe falou dos pais e da filha , eu chorei pakas.

    ownn amor. ta mt lindo esse cap

    pooosta logoooo mor.

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  2. Triste Demais... lagrimas correndo.
    Ainda há uma esperança, mas a gente nao sabe se Demi ainda quer tentar e esta acabando :( a fic ta acabando :'( tristeza profunda

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  3. Oi...
    Eu amo demais seu blog,não tinha comentado ainda porque eu estava com problema na minha conta do blog..
    Mas é linda,perfeita demais...
    Pena que já está acabando,mas com certeza,vai começar outra...
    Não sei se você conhece meu blog,mas se não te convido a dar uma visitinha e se puder divulgar eu agradeço... http://jemiprasemprejemi.blogspot.com.br/
    beijos!!!

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